Davidson pelo Mundo: Os cafés de Paris e a arte de viver do parisiense
Viajar é a arte de se comunicar com o mundo através da descoberta de novos lugares, novas culturas, novas civilizações. Numa viagem, devemos despir a nossa alma e abrir a mente para conhecer o que o destino nos oferece, em vez de buscarmos o que queremos ou o que estamos acostumados. Temos que ter a sensibilidade para frequentar os lugares dos locais e, assim, entendermos melhor cada cultura.
A França é muito mais do que monumentos; a França é um berço cultural e tem Paris como seu grande ator nesse contexto. Paris não é apenas a capital da França, é também a capital dos cafés. Muito mais do que simples estabelecimentos para tomar uma bebida, os cafés parisienses representam um estilo de vida, um espaço de convivência e contemplação que se mistura à própria identidade da cidade.
A tradição de frequentar cafés nasceu no século XVII, quando o Café Procope foi inaugurado em 1686, considerado o mais antigo em funcionamento na cidade. Desde então, os cafés tornaram-se locais de encontros de intelectuais, escritores, políticos, artistas e boêmios. Ao longo dos séculos, figuras como Voltaire, Balzac, Sartre, Simone de Beauvoir, Picasso e Hemingway ajudaram a eternizar a imagem do café como um ponto de efervescência cultural e social.
A CULTURA DO CAFÉ EM PARIS
Para o parisiense, o café não é apenas uma bebida, mas um ritual. É comum vê-los sentados nas mesas das calçadas, observando o movimento, lendo um jornal, escrevendo ou simplesmente aproveitando um momento de pausa no dia. O café é também um espaço democrático: pode ser lugar para uma reunião de negócios, um encontro amoroso ou até mesmo para ficar sozinho em meio à multidão.
O costume de “tomar um café” em Paris não significa apenas beber um expresso ou cappuccino, mas, sobretudo, dedicar tempo ao ócio produtivo, conversar, observar e fazer parte do espetáculo urbano.
Existe um roteiro de cafés tradicionais que fazem parte do conteúdo turístico da cidade e, sem dúvidas, é uma das boas experiências que você pode ter nessa cidade maravilhosa. Abaixo, vou citar alguns dos mais tradicionais e que eu tive a oportunidade de conhecer:
OS CAFÉS MAIS TRADICIONAIS DE PARIS
Café de Flore
Localizado em Saint-Germain-des-Prés, é um dos cafés mais icônicos da cidade. Nos anos 1940, tornou-se ponto de encontro dos existencialistas Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Até hoje mantém sua aura intelectual e atrai turistas e locais em busca de história e elegância.
Les Deux Magots
Também em Saint-Germain-des-Prés, rival histórico do Café de Flore. Foi frequentado por intelectuais e artistas como Picasso e Hemingway. Hoje é um dos cafés mais famosos do mundo, preservando seu charme Belle Époque.
Café Procope
Fundado no século XVII, é considerado o café mais antigo em funcionamento de Paris. Frequentado por Voltaire, Rousseau, Diderot e outros iluministas, é quase um museu vivo da história francesa.
Le Select, La Coupole e Le Dôme
Localizados em Montparnasse, foram redutos de artistas e escritores no início do século XX, especialmente na época em que a região fervilhava de criatividade. Nomes como Ernest Hemingway, Henry Miller e Modigliani marcaram presença por lá.
Café de la Paix
Situado próximo à Ópera Garnier, é um dos cafés mais luxuosos da cidade. Inaugurado em 1862, atraiu clientes ilustres como Émile Zola, Maupassant e até imperadores.
O Café como Símbolo de Paris
Visitar Paris e não se sentar em um café é perder parte essencial da experiência parisiense. Não importa se é em um endereço famoso ou em uma esquina discreta: os cafés são uma extensão da vida urbana e um convite para desacelerar.
Tomar um café em Paris é mais do que saborear a bebida: é experimentar a própria arte de viver à francesa.
Bon Voyage!