Com artistas baianos, Muncab leva exposição afro-diaspórica à França
O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) inaugurou na última sexta-feira (19), em Marselha, na França, a exposição itinerante “Raízes: Começo, meio e começo”, sua primeira mostra internacional. A curadoria é de Jamile Coelho e Jil Soares. A vernissage oficial ocorreu no Espaces d’Exposition de la Mairie des 9/10, com a performance “Orí”, apresentada pelo artista visual baiano Mário Vasconcelos.
A exposição reúne obras de 18 artistas em diferentes formatos, entre pinturas, esculturas, instalações, fotografias e performances. A mostra faz parte da programação da “Temporada do Brasil na França 2025”. A mostra permanecerá em cartaz até 31 de outubro na cidade portuária, reunindo obras inéditas e em diferentes formatos, como pinturas, esculturas, instalações, fotografias e performances exibidas pela “Temporada do Brasil na França 2025”.
Marcando os primeiros passos da internacionalização do Muncab, a mostra reúne artistas como os baianos Anderson Cunha, JeisiEKê De Lundu, Eder Muniz, Goya Lopes, Júnior Pakapym e Leandro Estevam.
Inspirado nas reflexões do filósofo e escritor Nego Bispo, que defende que “somos começo, meio e começo”, o projeto mobiliza artistas de gerações distintas em torno das filosofias africanas, que concebem o tempo como cíclico, desafiando a visão linear e predominante do pensamento ocidental.
“Ao reunir artistas negros de diferentes gerações, mostramos que tradição e contemporaneidade não se opõem, mas se entrelaçam como continuidade viva, onde passado, presente e futuro se reconhecem e se transformam”, informou a curadora Jamile Coelho.
A mostra também estabelece um panorama da produção artística negra contemporânea no Brasil, ancorada em Salvador, considerada a cidade mais negra fora do continente africano e berço das culturas afro-diaspóricas nas Américas.
Mais do que uma mostra, “Raízes: Começo, meio e começo” é um convite para conhecer a produção artística negra afro-diaspórica contemporânea e estabelecer conexões entre a diáspora africana no Brasil e a comunidade francesa.
“Os fortes laços com a África, marcada por uma cultura ancestral de resistência, seguem partilhados no âmbito da Temporada Brasil–França 2025. A mostra Raízes vem reforçar este diálogo”, destacou Robson Bento Outeiro, coordenador executivo da “Temporada Brasil–França 2025”.
Projetando o Muncab como um dos polos da arte negra contemporânea no mundo, sendo o único museu do Norte e Nordeste presente na “Temporada do Brasil na França 2025”, a exibição visa ampliar o diálogo sobre memória, resistência e descolonização dos olhares artísticos, nesta etapa, no eixo sul internacional.
Siga o @bnhall_ no Instagram e fique de olho nas principais notícias.