Empresária baiana debate ações sustentáveis para promover o descarte correto
Saville Alves, co-fundadora da SOLOS, startup que trabalha com a promoção do descarte correto, estará no próximo domingo (25), pela manhã, no Winds For Future (WFF), que acontece no Ceará. No evento, considerado o maior festival de inovação e sustentabilidade da América Latina, Saville irá palestrar falando também sobre os desafios enfrentados pelos projetos sustentáveis.
“Eu vou ter dois espaços no evento. No primeiro eu serei painelista, vou falar sobre impacto e como o descarte correto pode ser transformador quando estamos falando desse ecossistema que hoje tem o lixo como um dos principais desafios a serem superados. Depois vou falar em uma palestra sobre como é trabalhar dentro do empreendedorismo de impacto, como é ser mulher liderando o time, sobre essa minha relação com as empresas, porque eu acabo sendo a porta voz da SOLOS para dialogar com as empresas”, contou a empresário em entrevista ao BN Hall.
Segundo Saville, o tema de ESG - abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, ou ASG no português) - é muito falado, assim como economia circular. De acordo com ela, o papel da SOLOS dentro desses pilares é conseguir conscientizar as pessoas para fazer o descarte correto dos seus resíduos pós consumo, como embalagens, além de itens que estão sem funcionalidade dentro de casa. “Quando esses [produtos] são descartados da forma correta podem se tornar não apenas insumos para produção de objetos e novidades de mercado, como também se tornam renda”, destacou a co-fundadora da SOLOS.
A empresária explica que o descarte por meio da startup é feito de duas maneiras. A primeira ela classifica como frente de "Experiências e Conteúdos Sustentáveis”, em que ações, eventos, palestras e campanhas são montadas para incentivar as pessoas a pensarem no seu consumo, entendendo melhor como descartar corretamente os seus resíduos.
“Tudo isso de uma maneira muito leve, por meio de ativações para justamente trazer essa pegada menos do ativismo, porque eu sou ativista, mas preciso entender que para resolver esse problema eu não preciso ter um monte de ativistas, mas sim um monte de gente descartando corretamente”, ressaltou Saville.
Na outra frente, a SOLOS trabalha com a construção e logística de estrutura, uma parte menos lúdica e mais objetiva, para montar cadeias logísticas que certifiquem que os resíduos saiam de algum determinado ponto e sejam reinseridos dentro da cadeia produtiva da indústria.
Conforme a empresária, a SOLOS possui alguns cases, como o “Reciclo”, realizado no Ceará, em parceria com a Prefeitura de de Fortaleza e com iFood, que juntos disponibilizam uma coleta por delivery através do site da startup. O projeto foi idealizado durante a pandemia na Bahia, e após análise foi levado para o Ceará.
Saville é uma das 20 mulheres reconhecidas pela Forbes Brasil como inovadoras nas Agtechs. Segundo ela, esse título representa também a SOLOS e Salvador e gera um acalento quando se fala em empresas lideradas por mulheres.
“Quando vamos olhar para esse sistema, a maioria das startups que se tornaram unicórnios ou negócios que tiveram uma longevidade acima de três anos, eles são liderados por homens, e quando fazemos recorte de raça, gênero e sexualidade isso vai se caracterizando e se moldando de acordo com o que temos de hegemônico hoje”, afirma a empresária. “De alguma forma eu poder estar ali, ainda sendo um recorte de alguns privilégios de algumas matrizes de identidade que são hegemônicas, representei alguma parte dessas mulheres ou começo a abrir caminho talvez para outras mulheres, assim como mulheres no passado foram abrindo para que nós hoje pudéssemos estar conquistando esses espaços. É interessante, mas ainda tem um caminho muito maior, é muito mais simbólico do que efetivamente gera uma transformação”, completa.
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