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Artigo

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Carreiras UniFTC: A saúde mental por um clique

Por Marcus Vinicius Alves

Foto: Divulgação

As redes sociais se tornaram uma constante em nossa cultura, ganhando um aumento considerável de popularidade na última década e, em tempos de pandemia, um dos tópicos mais presentes em meios virtuais é o da saúde mental. Porém, apesar da utilidade de perfis informativos gerenciados por profissionais habilitados, há também muitos perfis que não o são, estes sendo geridos por indivíduos que, embora algumas vezes possam até ser bem-intencionados, não possuem o conhecimento técnico e teórico para abordar este tema de suma importância. Com isso, o crescimento de perfis de bem-estar e qualidade de vida, quando embasados em pseudociências e crendices injustificadas, pode estar causando mais problemas do que soluções.


Estudos científicos sugerem que tanto o uso inadequado das redes sociais, quanto a qualidade da informação recebida, podem gerar sintomas severos de ansiedade e depressão, principalmente em adolescentes e jovens adultos. É possível verificar uma alta relação entre o tempo gasto em redes sociais e efeitos deletérios à saúde mental, como impactos na autoestima e a (in)satisfação com o próprio corpo. Isso se dá pela constante comparação que fazemos com o que nos é mostrado, do “tá pago” do colega de faculdade “crossfiteiro”, até a viagem exótica pela Ásia da celebridade que diz tratar de qualidade de vida em sua rede, sem perceber como flagela as expectativas dos que a seguem. 


O impacto negativo na saúde mental vem de dois fatores, o primeiro sendo o FOMO (do inglês fear of missing out, traduzido literalmente como “medo de estar perdendo” algo ou alguma coisa). O FOMO, como o nome já diz, é uma apreensão generalizada de que os outros podem estar tendo experiências gratificantes das quais se está ausente. Como exemplificado anteriormente, é fruto das comparações constantes com a vida dos seus pares e com o que estes refletem em suas redes (mesmo que saibamos que a vida real tende a não ser tão colorida). Um segundo fator é a percepção diminuída de suporte social, ou seja, como os indivíduos passam a não mais perceber amigos, familiares e outros como fontes disponíveis para fornecer apoio durante os momentos de necessidade. Ou seja, quando alguém se sente sendo “deixado de lado”, torna-se difícil de se sentir apoiado pelos outros.


O resultado desta vida superficial e da influência pervasiva das redes sociais é uma constante batalha de autoaceitação. E para que esta batalha seja vencida, é importante não só favorecer os perfis de profissionais qualificados para abordar o assunto, como também aumentar a criticidade quando navegando por estas bandas, ainda mais quando o canto da sereia blogueira pode ser deletério à saúde.
 

*Marcus Vinicius Alves é psicólogo, doutor em ciências pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) e professor titular da UniFTC

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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