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Fertilização In Vitro: Um avanço que transforma vidas todos os dias

Por Wendy Delmondes

Fertilização In Vitro: Um avanço que transforma vidas todos os dias
Foto: Divulgação

A cada 35 segundos, um bebê nasce no mundo por meio da Fertilização In Vitro (FIV). Este dado impressionante, revelado em um estudo recente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, simboliza não apenas a eficácia dessa tecnologia, mas também sua consolidação como pilar essencial da medicina reprodutiva moderna.

 

O levantamento, baseado em quatro décadas de dados coletados pelo Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (ICMART), demonstra o impacto crescente da FIV no tratamento da infertilidade – condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um problema de saúde pública global.

 

Como médica coordenadora da unidade de Reprodução Humana do Mater Dei Salvador, vejo diariamente a esperança e a realização nos olhos de quem, após uma longa jornada, finalmente alcança o sonho da maternidade ou paternidade. Saber que a cada minuto quase dois bebês vêm ao mundo graças à FIV é a comprovação do quanto a ciência evoluiu – e do quanto ainda podemos avançar.

 

Mais de 40 anos de ciência e transformação
Desde o primeiro nascimento por FIV, em 1978, o caminho trilhado por essa técnica foi marcado por avanços extraordinários. Inicialmente recebida com ceticismo, a FIV rapidamente se espalhou por diversos países na década de 1980. Já nos anos 1990, conquistas como a ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides) possibilitaram o tratamento eficaz de casos graves de infertilidade masculina.

 

Os anos 2000 reforçaram o compromisso com a segurança e eficácia: houve um importante movimento para reduzir gestações múltiplas, com a adoção da transferência de embrião único – uma prática que, aliada aos avanços em meios de cultura e congelamento embrionário, aumentou as chances de sucesso e reduziu riscos para mães e bebês.

 

Além disso, os testes genéticos embrionários, os aprimoramentos laboratoriais e o manejo hormonal mais refinado têm proporcionado resultados cada vez melhores. Em 2010, o reconhecimento dessa revolução veio com o Prêmio Nobel de Medicina concedido ao biólogo Robert Edwards, um dos criadores da técnica.

 

A FIV no mundo atual: inclusão, diversidade e acesso
Hoje, a FIV é muito mais do que um tratamento médico. É também uma ferramenta de inclusão, que acolhe mulheres solteiras, casais homoafetivos, pessoas trans e casais com infertilidade sem causa aparente. Com o uso de gametas e embriões doados e a possibilidade de gestação por cessão temporária do útero, as alternativas se multiplicam para quem deseja construir uma família.

 

Estimativas indicam que até 2024, cerca de 17 milhões de bebês nasceram em todo o mundo por meio da FIV. São números que reforçam não apenas a eficácia, mas também a legitimidade da técnica como resposta a um desejo profundamente humano: o de ter filhos.

 

O perfil do paciente e o futuro da reprodução assistida
Na prática clínica, a maioria dos pacientes que buscam a FIV são mulheres entre 35 e 45 anos, muitas das quais já tentaram engravidar por métodos naturais durante anos. Endometriose, alterações no sêmen, idade materna avançada e infertilidade sem causa definida estão entre os fatores mais comuns.

 

O tratamento é composto por várias etapas – da estimulação ovariana à fertilização e transferência embrionária. E, embora cada caso seja único, os avanços tecnológicos vêm elevando significativamente as taxas de sucesso, tornando o procedimento cada vez mais acessível e menos invasivo.

 

Enquanto médica e mulher, é profundamente gratificante atuar em uma área que transforma histórias e realiza sonhos. A FIV não é apenas um avanço técnico – é uma ponte entre a ciência e o afeto, entre o desejo e a realidade de tantas famílias.

 

*Wendy Delmondes é médica especialista em Reprodução Humana / CRM - 17629 / Ginecologia e Obstetrícia - RQE 23958 / Reprodução Assistida - RQE 23959 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias