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Como evitar riscos e manter resultados após as canetas emagrecedoras?

Por Mayara Cardoso

Como evitar riscos e manter resultados após as canetas emagrecedoras?
Foto: Divulgação

Para falar sobre o tratamento da obesidade e o uso das chamadas canetas para emagrecimento, antes de tudo, é necessário ter uma visão inclusiva, uma consciência de que trata-se de uma doença crônica. A obesidade aumenta significativamente o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e outras complicações graves, impactando diretamente a qualidade e a expectativa de vida do ser humano. Quando se fala dessa patologia, é fundamental encará-la com a seriedade e o respeito que a doença merece, combatendo o estigma social e as falsas promessas milagrosas. Os profissionais da área de saúde precisam estar aptos para lidar de maneira humanizada e tratar essa doença com um olhar individualizado para cada paciente.

 

As canetas emagrecedoras são medicamentos utilizados para o tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 e da obesidade. Esses análogos agem nos receptores intestinais e cerebrais, sendo capazes de promover a saciedade e de retardar o esvaziamento gástrico. Com isso, o indivíduo reduz o consumo de alimentos e, consequentemente, gera um déficit calórico (redução da ingestão calórica).  Assim como qualquer medicamento, é necessário atenção para o uso indiscriminado das canetas emagrecedoras e a orientação de um médico e acompanhamento nutricional adequado. Quando aplicadas sem supervisão, podem causar perda excessiva de massa muscular e até levar a quadros de desnutrição. Em determinados casos, a suplementação individualizada também se torna necessária para garantir segurança e eficácia no tratamento.

 

Durante a utilização medicamentosa, estratégias nutricionais precisam visar déficit calórico com qualidade nutricional para garantir a ingestão adequada de vitaminas e minerais, mesmo com menor ingestão calórica. A manutenção da massa muscular é outra preocupação. Além de otimizar o emagrecimento de gordura, é preciso preservar a massa magra do paciente, que é o tecido que possibilita um metabolismo mais ativo a longo prazo. Isso deve ser feito através de um consumo proteico adequado, priorizando fontes de proteína de alta qualidade (carne, ovos, laticínios, leguminosas) para preservar essa massa magra durante o emagrecimento. A dieta precisa ser anti-inflamatória e antioxidante, ou seja, rica em cores, com uma grande variedade de frutas e vegetais. Para minimizar alterações gástricas provenientes dos sintomas causados pelos medicamentos, que, na grande maioria dos casos, incluem náuseas, vômitos e constipação, visando uma boa saúde intestinal, recomenda-se maior fracionamento das refeições e ingestão de chás terapêuticos como: camomila, espinheira-santa e passiflora e adição de fibras, como chia, linhaça e aveia ao longo das refeições.

 

O outro momento que demanda estratégias nutricionais centradas no paciente é o período pós-tratamento medicamentoso, pois, o risco de reganho de peso é significativo. Isso ocorre porque, sem estratégias adequadas, o organismo sempre vai tentar trazer de volta o maior peso que a pessoa já teve, diminuindo o metabolismo e aumentando a fome.

 

Para mitigar esse efeito, a transição pós-terapia deve ser cuidadosamente planejada, pensando nos pilares: manutenção do peso e controle da fome, manutenção do metabolismo energético, saúde intestinal e controle da ansiedade. Nesse cenário, estratégias nutricionais tornam-se fundamentais para manter os resultados conquistados. Uma das principais recomendações é o aumento do consumo de fibras distribuídas ao longo das refeições. Alimentos como chia, aveia e linhaça são boas opções, além do psyllium, que pode ser utilizado antes ou durante as principais refeições, diluído em água ou incorporado aos alimentos. Essa prática ajuda a promover sensação de plenitude gástrica, já que as fibras retardam a digestão e o esvaziamento do estômago, funcionando como alternativa natural à saciedade proporcionada pelo medicamento. 

 

Outra estratégia essencial é a prática regular da musculação, que contribui para a manutenção e o ganho de massa muscular. Esse tecido ativo é responsável por aumentar o gasto energético diário, favorecendo o equilíbrio metabólico e a manutenção do peso a longo prazo.

 

Terapias injetáveis são poderosas, mas não como soluções isoladas. Seu sucesso depende da integração com outras estratégias. Os pilares essenciais devem ser através da Nutrição e suplementação, que são fundamentais para a eficácia do tratamento e da manutenção a longo prazo. Para tanto, cada paciente deve ser olhado e tratado como único. Uma abordagem técnica e personalizada é crucial para otimizar os resultados.

 

*Mayara Cardoso é nutricionista, coordenadora e docente do curso de graduação do Centro Universitário Estácio da Bahia. É especialista em Nutrição Ortomolecular aplicada à Nutrigenética, Nutrição em Estética e Nutrição Esportiva Funcional

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias