Desafio Ambiental - Por Lenilde Pacheco

Os padrões climáticos imprevisíveis, incluindo secas prolongadas em algumas regiões e inundações em outras, reduzem drasticamente a disponibilidade de água. As demandas decorrentes da expansão urbana, desenvolvimento industrial e agrícola reforçam o estresse hídrico. Mas é com o uso da água da chuva que muitas companhias contribuem para o equilíbrio ambiental. Foi essa solução sustentável adotada pela empresa baiana Civil Pré-Fabricados.

Diversos setores da indústria brasileira vêm alcançando resultados efetivos com a aplicação dos conceitos de reutilizar, reciclar e reduzir, cujo propósito é o de minimizar os impactos ambientais na geração de resíduos e consumo de recursos. O segmento de pneus é um deles. Os fabricantes nacionais de pneus destinaram de forma ambientalmente correta 441 mil toneladas de pneus inservíveis, em 2022, movimento que conta com a expressiva contribuição da alemã Continental Pneus com a sua unidade de produção situada no Polo Industrial de Camaçari (BA).

O percentual de empresas que publicaram relatório de sustentabilidade no Brasil cresceu para 15% em 2022; elas eram 12% em 2021, segundo a Pesquisa de Inovação Semestral - Indicadores Básicos, divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Chama a atenção o fato de que mais de 80% delas são inovadoras. Na capital baiana, a Wilson Sons é uma das companhias que associa as práticas sustentáveis à inovação com resultados que a colocam no topo do ranking do setor como maior operador de logística portuária e marítima do Brasil.

O Brasil é uma prioridade na estratégia global de negócios da Kimberly-Clark. O País representa o quarto maior mercado dessa multinacional norte-americana, uma gigante no segmento de produtos para cuidados pessoais. A fábrica em Camaçari (BA) recebe novos investimentos para ampliar a sua capacidade de produção, alinhada a parâmetros que reforçam o compromisso da companhia com responsabilidade social e práticas sustentáveis.

A qualidade e a sustentabilidade são os diferenciais do algodão produzido no Brasil que reforçam os argumentos utilizados por uma comitiva brasileira em reuniões e seminário empresarial em agenda de comércio internacional, que acontece essa semana, na Indonésia e Bangladesh, com o objetivo de ampliar as exportações para a Ásia.

As ações do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) foram definidas, em novembro, com o objetivo de reduzir a dependência externa do Brasil nesse setor e garantir a segurança alimentar, desde que prevaleçam critérios para minimizar os impactos ambientais. Há tempos alinhada à agenda verde, a Galvani, uma das maiores produtoras de fertilizantes fosfatados do país, cumpriu as exigências do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) e acaba de obter uma licença de instalação para nova fase da unidade em Irecê (480 km de Salvador).

A diversificação da matriz energética é decisiva para a segurança do setor produtivo num País onde historicamente existiu dependência da energia hidrelétrica. Quando a transição ocorre com o uso de fontes de energia mais limpas, o impulso para o desenvolvimento ganha também em sustentabilidade. Tem sido assim a atuação da SDB Energia Solar, no segmento que registra altos índices de expansão.

A imagem de uma montanha formada por milhares de roupas usadas, no deserto do Atacama, no norte do Chile (cerca de 1.800 km da capital Santiago), é impactante e deve ser vista como um alerta para os cuidados necessários ao pós-consumo de têxteis em todo o planeta. Na Bahia, essa temática movimenta a agenda de sustentabilidade da ong Humana Brasil, com bons resultados econômico e ambiental.

A Agenda Verde mantém em evidência prioridades como a redução de emissões de dióxido de carbono e a preservação da biodiversidade. Não menos importante, o pilar relacionado à redução da desigualdade econômica permite que a distribuição da riqueza, de forma mais equitativa, impulsione comunidades a investirem em soluções sustentáveis e melhorias ambientais. Exatamente o conceito que uniu três organizações para implementar o Programa Zunne: a Somos Um – Articuladora de Negócios, a Trê Investindo com Causa e a Yunus Negócios Sociais Brasil. Na Bahia, é sinônimo de incentivo aos projetos Roma Negra (espaço cultural) e SDW (saneamento básico).

O setor energético brasileiro tem conquistado significativa expansão da capacidade instalada, como demonstram dados do Ministério de Minas e Energia. Entre janeiro e agosto de 2023, o crescimento foi de 7 Gigawatts (GW), dos quais, 6,2 GW têm origem nas fontes solar e eólica.