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Após trio quebrar na avenida, Daniela Mercury troca "cavalinho" no Campo Grande para seguir percurso
O trio de Daniela Mercury segue enfrentando problemas no circuito Osmar (Campo Grande) nesta terça-feira (4). Após o equipamento quebrar e precisar ser guinchado, o caminhão foi trocado em plena avenida.
Durante o processo, foliões receberam a orientação de evitar as laterais do trio, por questões de segurança. Enquanto pediam que as pessoas se afastassem, seguranças disseram que havia risco do trio tombar. A própria cantora anunciou que o trio podia "balançar".
Em nota, a assessoria da cantora informou que essa é a primeira vez, em mais de 40 carnavais, que Daniela Mercury tem o "cavalinho" - caminhão que puxa o trio elétrico na parte da frente - trocado por um problema de embreagem durante o desfile.
"A situação ocorreu na altura do Mosteiro de São Bento, já no fim do desfile, mas a artista se recusou a deixar o trio para seguir até a Praça Castro Alves, porque uma multidão esperava por ela", disse a assessoria.
Daniela tem um show marcado em um camarote do circuito Dodô (Barra-Ondina) nesta noite, mas se comprometeu com o público de encerrar o show no Campo Grande antes de seguir para o espaço.
Luiz Caldas, figura icônica do Carnaval de Salvador 2025, com múltiplas homenagens, compartilhou sua emoção em participar da festa, celebrando 75 anos do trio elétrico e 40 anos do Axé. Relembrando a história com os movimentos culturais, o cantor destacou que o reconhecimento pela sua contribuição é "impagável".
"Imagina a minha emoção e a minha alegria em estar num Trio Elétrico no ano 2025 comemorando 40 anos dessa minha invenção que deu régua e compasso pra tanta gente estar dançando e lançando sua carreira, fazendo muita música. Então pra mim é muito legal. Principalmente pelo fato de estar comemorando no Trio Elétrico, que é a invenção de Seu Dodô e Osmar, que também comemora 75 anos e foi o palco central para o nascimento desses movimentos culturais", declarou o cantor.
Ao ser questionado sobre a sensação de subir no trio e ver a multidão cantando suas músicas, Luiz Caldas afirmou: "Isso é impagável. Não existe cachê de dinheiro financeiro que possa pagar isso, porque é uma emoção muito grande. É muito legal você ser reconhecido pelo que você faz. No momento em que a gente está cantando e as pessoas estão ouvindo e dançando e cantando com a gente, não há esse relacionamento financeiro, e sim de amor, de cordialidade, de alegria. Então imagina minha alegria, é maravilhoso".
A cantora Daniela Mercury cobrou respeito de Tony Salles após ter o show prejudicado pela proximidade entre os trios na madrugada desta terça-feira (4). Ao chegar próximo ao Camarote Planeta Band, a rainha do Axé desabafou: "Coisa feia encostar na gente assim. Carnaval não pode ser assim não, viu, Tony? Me respeite, que eu não sou moleque".
Ao encerrar o desfile, a esposa de Daniela, a jornalista e empresária Malu Verçosa, lamentou o caso e compartilhou bastidores da confusão. "O cantor Tony Salles chegou atrasadíssimo no Farol da Barra e nos pediram para passar na frente já que estávamos prontos. Aliás é assim que tem que ser para o carnaval não parar e não atrasar o desfile. Registre-se que seguimos o fluxo do desfile respeitando a distância do trio da nossa frente. O trio do cantor Tony Salles veio colado no nosso trio a partir do Cristo da Barra até Ondina, atrapalhando o desfile ao ponto de fazer Daniela parar de cantar em alguns momentos. Ao ponto da Band noticiar isso (que vergonha)", relatou.
"Sou da época do encontro de trios, da festa da música no carnaval de Salvador, da magia da percussão e da nossa cultura. Mas a cena que vi no desfile dessa segunda no circuito Barra Ondina foi de desrespeito, principalmente com o público, mas também com a minha artista", lamentou.
O pagodeiro chegou a responder ao final do percurso, alegando que a cantora estava "segurando" o trio, o que poderia prejudicá-lo, por ter um outro show marcado para um camarote. "Eu acho uma falta de respeito as pessoas segurarem o percurso, e não deixar o trio andar. O trio precisa andar. Não é porque eu sou uma banda de pagode, que eu sou suburbano, que vão querer me desrespeitar, não", criticou Salles.
O argumento, contudo, foi questionado por Verçosa: "E ele justifica dizendo que estava atrasado pro show no camarote. Chegasse no horário então. Quem tem compromisso, não atrasa. Coisa feia. E sabe o que é pior? Encerramos o desfile e ele, que estava atrasado, ainda ficou mais meia hora cantando. Respeite a rainha, Tony Salles", cobrou a empresária.
O carro de apoio usado no Bloco Fissura, comandado pelo cantor Tomate, preocupou foliões que acompanhavam o show neste sábado (1º). O equipamento parecia pender para o lado. O Bahia Notícias recebeu o registro feito em frente ao Camarote Brahma, no circuito Dodô (Barra-Ondina).
De acordo com a assessoria do bloco, contudo, não havia riscos e não se tratava de um problema. "É um procedimento padrão para descarte do carro de apoio. O local é apropriado e precisa fazer uma manobra. Como a região é de ladeira, ele inclina. Todos os dias isso é feito", apontou a assessoria do Fissura.
Trio de Tomate "entorna" e preocupa foliões
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) March 2, 2025
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Vale lembrar que, após o incidente com o trio de Ivete Sangalo no ano passado, o Ministério Público do Estado recomendou a limitação do acesso de pessoas em cima do trio elétrico, para evitar incidentes. (Atualizado às 16h07 de 03/03/2025 para evidenciar que o episódio aconteceu com o trio de apoio e não com o trio elétrico)
O cantor Tony Salles surpreendeu o público ao convidar garis para o meio da folia no circuito Dodô (Barra-Ondina), neste sábado (01). Em um vídeo gravado Josemar Pereira, o artista aparece chamando os garis para o centro do circuito, onde eles formam uma roda e levantam suas vassouras em meio à festa.
Veja o vídeo:
??VÍDEO: Tony Salles chama garis para o meio da folia no circuito Barra-Ondina
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O trio de Margareth Menezes terá uma participação neste sábado (01). A cantora Fafá de Belém deve participar do circuito. Marcada por suas passagens por Salvador e conta ao Bahia Notícias como a cidade e o carnaval marcaram de sua trajetória.
“Para mim é um presente imenso estar em Salvador. Comecei minha carreira em Vila Velha. O primeiro show foi no verão de 1975, no primeiro palco profissional, sendo em Salvador. Ao fazer 50 anos de carreira, estando ao lado de Margareth Menezes em um trio elétrico, é incrível. Saí no bloco do Jacu, que foi tudo para a origem dos trios elétricos”, conta Fafá.
Questionada sobre sua participação para a noite no circuito Barra-Ondina do carnaval de Salvador, a cantora apenas se colocou como emocionada pela participação.
“Estou super emocionada. Super feliz! Espero que a gente faça uma grande festa juntas. Agradeço a Margareth [Menezes] e Luiz Caldas, porque o Carnaval é em sua homenagem. Mostra uma vitalidade imensa”, conclui Fafá de Belém
Durante os festejos no circuito no Campo Grande neste sábado (01), Armandinho, um dos maiores nomes da guitarra baiana, relembrou a importância do Carnaval para a música e os grandes artistas. Em entrevista ao Bahia Notícias, o músico compartilhou sua emoção em participar da festa, mesmo com a longa trajetória.
"O Axé 40 anos, esse movimento musical maravilhoso que levou para o mundo a música, o trio elétrico principalmente. E eu, 61 anos de trio elétrico. Porque desde os 10 anos de idade que eu estou nessa história aqui, porque é a minha paixão, é a minha vida, é a minha família. Estou aqui, Armandinho e Mãos Macias. Eternos Dodô e Osmar", declarou Armandinho.
Filho de Osmar, um dos criadores do trio elétrico, Armandinho destacou a relevância do legado musical que construiu ao longo dos anos.
"E a gente está como sempre fazendo a nossa música, levando a nossa alegria, a nossa história musical, história que não só pelas músicas que a gente fez que estão aí nas cabeças até hoje. Eu fiz 'Chame Gente' com Moraes, fiz 'Vida Boa' e Zanzibar com Falso Nilo. São músicas que estão presente nesse Carnaval. Além de todo um repertório, Viva Moraes Moreira e viva Dodô e Osmar", completou o músico.
Veja Armadinho na guitarra:
Armandinho celebra o Axé e legado no Carnaval de Salvador: "Eternos Dodô e Osmar"
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) March 1, 2025
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O sábado de Carnaval no circuito Osmar (Campo Grande), começou com uma programação para a família. O circuito mais tradicional da folia baiana recebeu nas primeiras horas da manhã os blocos infantis Algodão Doce, com Carla Perez, Happy com Filhos de Jorge, Teen Gatas e Gatos com Banda Pinote, Ibeji, Todo Menino É Um Rei e o Pequeno Príncipe de Airá.
Ao Bahia Notícias, Lucimária da Paixão, mãe da princesa do Ibeji, falou sobre o encantamento da filha, a pequena Maria Júlia, pelo Carnaval.
"Ela sempre teve esse gosto, sempre gostou muito de dançar, faz outros cursos, participa de outros projetos, e foi o primeiro ano dela no Ibeji, ela pediu 'mãe, eu quero participar', e graças a Deus está aí, eleita rainha. O orgulho da mãe", disse a mãe.
Foto: Fábio Menezes / Bahia Notícias
Admiradora do Carnaval e da dança, a pequena Samantha de 11 anos comemorou a oportunidade no bloco: "Acompanho o bloco há dois anos. Para ser uma princesa do Ibeji precisa ser uma pessoa negra que se identifique com as nossas referências afro", indicou.
A Samantha na folia | Foto: Laiana Apresentação / Bahia Notícias
Foto: Fábio Menezes/ Bahia Notícias
Foto: Fábio Menezes/ Bahia Notícias
Foto: Fábio Menezes/ Bahia Notícias
Em entrevista ao site antes de desfilar, a banda Filhos de Jorge, que estreou neste ano a frente de um bloco infantil, falou sobre a emoção de se apresentar para crianças.
"A gente está criando memórias afetivas nessas crianças e é o que vai levar o nosso trabalho por anos. A gente vê os pais curtindo, vê primo mais velho curtindo, mas quando a gente vê criança, a gente entende que o nosso trabalho pode mesmo perdurar", afirmou Dan Vasco.
Ao Bahia Notícias, Tio Paulinho celebrou o sucesso da estreia do Happy em um novo circuito, o Campo Grande. "Fizemos mais uma página da história do bloco, estreando no circuito que tem o DNA do carnaval da Bahia. Nunca vou dizer que é missão cumprida porque ainda tem muito o que fazer, a gente tem muito o que conquistar para nosso público infantil, para garantir mais espaço para as famílias. Que o poder público possa também, junto com a gente, planejar, organizar melhor para que as famílias tenham mais conforto e mais segurança a cada ano".
Além do trio que bloqueou um túnel no bairro do Canela, nesta quinta-feira (27), um outro incidente com trio elétrico foi registrado pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) no primeiro dia oficial de folia. A informação foi dada pelo secretário Pablo Souza, na manhã desta sexta (28).
"Foram dois incidentes com trio: esse no túnel e outro envolvendo o acesso do Canela. Nossa equipe atuou prontamente pra remover o trio da Avenida Centenário e depois fazer essa realocação pra via que estava fechada, que dá acesso ao Vale do Canela", contou, apontando que o bloqueio da Centenário gerou um impacto no trânsito de aproximadamente 2 horas.
Em entrevista à TV Bahia nesta manhã, o gestor falou ainda que, graças à instalação de GPS nos veículos, a Semob consegue acompanhar todos os equipamentos em tempo real. "Isso facilita também a nossa equipe de transporte para que, pra quando o folião termina o seu bloco, a gente oferecer o transporte prontamente pra ele", detalhou.
Falta pouco para a avenida ser preenchida por foliões, purpurina, serpentina e muita alegria com o Carnaval de Salvador. E quem não vai brincar em bloco em 2025, contará com diversas opções de Pipoca para curtir a festa na faixa.
Até o momento, mais de 13 atrações estão confirmadas para desfilarem gratuitamente pelos circuitos oficiais da folia. Entre as opções estão as grandes estrelas da música baiana, como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Claudia Leitte, Saulo Fernandes e mais.
A capital também será palco dos artistas de fora, como Ludmilla, Anitta e Alok, que puxam trio independente na festa.
O Bahia Notícias separou os artistas confirmados para a folia por dia e por circuito até o momento, para você se programar e não perder nada do que vem por aí no Carnaval de Salvador. Confira:
CIRCUITO DODÔ (Barra-Ondina)
QUINTA-FEIRA (27)
- Ludmilla
- Oh Polêmico
- Timbalada
- Psirico
- Parangolé
- Daniela Mercury
SEXTA-FEIRA (28)
- Ivete Sangalo
- Anitta
- Timbalada
- Psirico
- Parangolé
- Igor Kannário
SÁBADO (1º)
- Alok
- *Saulo Fernandes faz show no Mirante do Camarote Salvador
DOMINGO (2)
- Psirico
- Armandinho Dodô e Osmar
- Xanddy Harmonia
SEGUNDA-FEIRA (3)
- Parangolé
- Armandinho Dodô e Osmar
TERÇA-FEIRA (4)
- Timbalada
- Psirico
- Parangolé
- Armandinho Dodô e Osmar
CIRCUITO OSMAR (Campo Grande)
QUINTA-FEIRA (27)
- Mudei de Nome
- Gilmelândia
- Xanddy Harmonia
SEXTA-FEIRA (28)
- Saulo Fernandes
SÁBADO (1º)
- BaianaSystem
- Timbalada
- Armadinho Dodô e Osmar
- Durval Lelys
- La Fúria
DOMINGO (2)
- Xanddy Harmonia part. na Pipoca Doce
SEGUNDA-FEIRA (3)
- Igor Kannário
- Claudia Leitte
TERÇA-FEIRA (4)
- Ivete Sangalo
- Saulo Fernandes
- Mudei de Nome
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) expediu novas recomendações a órgãos públicos e privados sobre a observância da instrução técnica n° 46/2024 do Corpo dos Bombeiros, que trata do limite máximo de pessoas em cima dos trios elétricos. A decisão foi anunciada na última terça-feira (21), durante uma reunião com agentes do Carnaval e o Corpo de Bombeiros, e visa impedir a superlotação dos equipamentos para evitar acidentes na avenida.
O documento, de autoria do promotor de Justiça Pablo Almeida, solicita informações sobre a fiscalização do cumprimento da instrução técnica e medidas para garantir a segurança dos foliões nos trios à Empresa Salvador Turismo (Saltur), Defesa Civil de Salvador (Codesal), Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur), Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), produtoras, blocos e entidades carnavalescas.
“O MP está disposto a colaborar com todos vocês, no sentido de que seja proporcionada a melhor festa para o folião”, disse Audo Rodrigues.
Peça fundamental no Carnaval de Salvador, a capital baiana conta com aproximadamente 500 equipamentos, entre trios e mini trios, de acordo com um levantamento feito pelo presidente da Associação de Blocos e Trios, Washington Paganelli, que também é presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar).
Alguns trios, como o Dragão, por exemplo, no qual Durval Lelys desfila, tem capacidade para 200 pessoas, de acordo com o proprietário do equipamento em entrevista ao Bahia Notícias.
Irmão, empresário responsável pelo Dragão (Durval Lelys) e pelo Joia (Bell Marques), ainda falou sobre a superlotação dos trios e a importância da fiscalização.
"É importante lembrar que não é uma falha do artista. É obrigação do contratante entregar o serviço bom. Eu já estou aqui no galpão com a equipe toda de manutenção, tudo em dia. Infelizmente pode ocorrer um problema? Pode. Mas a precaução foi feita", diz Irmão que não faz vista grossa para a situação.
Para 2025, Paganelli afirmou ao BN em novembro do ano passado que a folia terá uma redução de equipamentos na avenida, já que o estacionamento na Graça não estará mais disponível. O Circuito Dodô (Barra-Ondina), será mais afetado com a redução.
"Para você ter uma ideia, no ano passado nós tivemos 44 equipamentos na Barra, entre trios e carro de apoio. Esse ano nós vamos ter 24. Essa redução é justamente para ter mais conforto para o folião e para o trio elétrico também, mas também porque a gente não tem mais espaço. Quando sai da Barra, 15 horas, 16 horas, eu já tenho que estar com toda a fila lá arrumada. E eu só tenho espaço no Porto da Barra até o Farol para 24 equipamentos", afirmou.
Ainda de acordo com o presidente do Comcar, a fiscalização feita no Parque de Exposições será ainda mais rígida, e que os trios terão que sair já prontos para desfilar, sem nenhum tipo de adição de equipamento.
Segundo Isaac Edignton, presidente da Saltur, a redução de equipamentos se fez necessária para que haja mais fluxo, mas, ao mesmo tempo, com qualidade de apresentações, com qualidade, sobretudo, do funcionamento, do trânsito entre um circuito e outro.
Na reunião promovida pelo MP-BA a Saltur apresentou aos promotores de Justiça o ‘Masterplan do Carnaval’, que traz as diretrizes que norteiam a gestão do evento, abrangendo aspectos relacionados à infraestrutura, logística, segurança, trânsito, postos operacionais, fiscalização, saúde, tecnologia, entre outros.
"Eu fui atrás de um caminhão, fazer meu carnaval, e o carnaval é feito no coração...". Clori Roger escreveu, Chiclete com Banana cantou e o resto é história. O mote do Carnaval de Salvador é esse, ir atrás do caminhão, seja com abadá e dentro das cordas, ou como um folião pipoca. O importante é não perder a fé nem deixar o Carnaval passar.
Símbolo da maior festa de rua do mundo, o trio elétrico antes de ser trio era um Ford Modelo T (1929), que em 1951 era utilizado por Osmar Macedo e Dodô para circular pela capital baiana tocando frevo. A Fobica Elétrica se transformou em trio após Temistócles Aragão se unir a dupla na aventura.
Foto: Arquivo
Foi a inteligência e a ousadia de Dodô e Osmar, técnico em eletrônica e dono de uma empresa de metalurgia, respectivamente, que o veículo evoluiu, saindo de um Ford Modelo T para uma pick-up Ford F-1000, até que outros empresários perceberam na máquina, uma forma de trasnformar o Carnaval, como o trio elétrico Tapajós, que foi a primeira carroceria elétrica, com estrutura de chapa metálica e madeira, lançada em 1962.
Orlando Campos, criador do trio Tapajós, foi também o responsável pela Caetanave, que desfilou em Salvador em 1973, em comemoração ao exílio de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Em 1981, os blocos passaram a aderir ao trio elétrico como veículo oficial da folia.
Foto: Secom
Setenta e quatro anos depois da criação do trio elétrico, o Carnaval de Salvador conta com aproximadamente 500 equipamentos, entre trios e mini trios, de acordo com um levantamento feito pelo presidente da Associação de Blocos e Trios, Washington Paganelli, que também é presidente do Conselho Municipal do Carnaval e Outras Festas Populares (Comcar).
"VAMOS DECOLAR NESSE AVIÃO, SENTIR O FOGO DO DRAGÃO NO MAIOR TRIO DO PLANETA"
Alguns desses são conhecidos por sua grandeza e pelas estrelas, que anualmente desfilam com a máquina na avenida. É o caso do Trio Dragão, que já foi cantado em música por Durval Lélys, e pertence a Irmão, como gosta de ser identificado, de 50 anos, que trabalha há 34 anos na folia.
Foto: Lucas Moura/ Secom
Em entrevista ao Bahia Notícias, o atual proprietário do trio, falou sobre a magnitude do equipamento, que é considerado o maior trio do mundo desde a sua criação em 2005. Irmão contou que foi convencido por Durval em 2019 a investir no veículo.
"Fiz uma mega reforma. O Dragão já era grande, e eu consegui ampliar. Eram 32 metros, eu aumentei 4 metros de comprimento, eram 4,20m, eu botei para 5,20m largura. A capacidade de público em cima era para cem pessoas, hoje a capacidade de convidados é para duzentas. Embaixo hoje tem quatro banheiros femininos climatizados com ar condicionado, cinco banheiros masculinos. O Dragão tem dois geradores com a capacidade de iluminar uma cidade pequena com, sei lá, uns cinco mil habitantes. Ele é realmente o maior trio do planeta."
Foto: Arquivo Pessoal
Irmão também é um dos responsáveis pelo Trio Joia, que vai para o terceiro ano tendo Bell Marques como principal estrela. “O pessoal de Léo Santana tocava comigo, eles faziam Carnaval em outro trio. E o pessoal foi vendo que o carro estava melhorando, foi criando o interesse de outros artistas, e aí o pessoal de Bell fez uma proposta para a gente rodar o país inteiro e o Carnaval com ele. Hoje a prioridade do trio Joia é de Bell, a não ser que a gente esteja em um lugar muito distante e não dê para chegar”, contou.
"TELEGUIADOS PELO SOM DO TRIO"
Seja de Dodô, Osmar, Ivete, Brown, Durval ou Bell. Para estar na avenida, um dos princípios básicos de um trio elétrico é que o som seja bom. E Irmão conta que para o ex-Chicleteiro desfilar com o Joia na avenida pelo 2º ano, foi necessário um alto investimento.
"Nós fizemos um investimento de mais de R$ 2,5 milhões. O que a gente fez é a exigência dele. Ele tocou o primeiro ano normal, no segundo ano, nós precisamos agora dar um up aqui em termos de equipamento de som, de áudio então, botamos tudo que há de melhor de áudio no país. Nós temos os melhores amplificadores, as melhores mesas. É um investimento muito alto para o retorno a longo prazo. Um investimento desse aí no mínimo é em 3 anos pra se recuperar."
Foto: Lucas Moura/ Secom
Cada equipamento para um trio elétrico chega a custar R$ 1 milhão. Para José Barreto, de 64 anos, dono dos trios Barretão, que está há mais de 20 anos no mercado, é necessário um alto investimento para colocar um produto de qualidade nas ruas. O empresário, no entanto, não fala em cifras.
"O investimento é muito alto. Nós temos equipamento no trio de ponta. Ramificadores importados, bons alto-falantes. É até perigoso isso para gente porque o nosso trio viaja o Brasil todo na estrada. Mas hoje, um artista de ponta que quer se apresentar bem precisa de equipamentos bons para você ter aquela voz. Tem trios que você consegue botar a voz do artista com toda a nitidez possível. Tem por trás de tudo aquilo ali um equipamento de ponta que proporciona isso. Então, acho que o trio elétrico, pelo que representa hoje para a história do Carnaval da Bahia, do Brasil, é uma das figuras mais importantes da festa.”
"EU VOU, ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO VOU, DANÇAR AO NEGRO TOQUE DO AGOGÔ, CURTINDO A MINHA BAIANIDADE NAGÔ"
Com dois trios correndo o Carnaval de Salvador, o Barretão irá desfilar na avenida levando as bandas Papazzoni, Cheiro de Amor, Tomate e Filhos de Jorge, Saulo e Xanddy Harmonia.
Ao BN, Barreto contou que foi uma escolha da equipe estar com os parceiros mais antigos no Carnaval de 2025 e fazer uma festa bonita em Salvador, ao invés de tentar rodar todo o país em micaretas.
Foto: Barretão
"Nós temos dois trios elétricos, o Barretão 1, que é o mais antigo, que nós reformamos todo ele para o Carnaval. O trio hoje tem uma estrutura, que proporciona para o artista um conforto diferenciado. Temos quatro banheiros no trio, temos dois camarins, um para o artista, outro para a banda. Meu trio, tem uma sala VIP para convidados. Nós temos um dos melhores equipamentos do mercado e esse ano a gente fez opção pelos parceiros mais antigos, que prestigiam a gente o ano todo."
"O SOM DO TRIO ELÉTRICO DE OSMAR E DE DODÔ"
A associação do trio elétrico ao artista que desfila nele se tornou algo comum. Quem não lembra de Ivete Sangalo desfilando com o Trio Demolidor? Ou o próprio Durval com o Dragão, Carlinhos Brown e o Camarote Andante?
Alguns diriam que "no tempo das vacas gordas" cada artista tinha seu próprio trio, mas a desistência de ter um equipamento só seu não veio por falta de dinheiro para investir, e sim, por não enxergar viável ter um veículo para ser usado apenas em fevereiro.
"O Chiclete fazia dez eventos no ano. Imagine dez eventos, com o trio exclusivo seu? Você tinha um gasto absurdo para ir para o Fortal, fazer um dia e voltar. Hoje, um exemplo, eu vou pro Fortal, faço quatro dias com Bell, pronto. Mas se não fosse Bell, os quatro dias, eu ia fazer um dia com o Léo, um dia com Cláudia, um dia com Ivete um dia com Anitta. Não é viável hoje o artista ter um trio elétrico, porque o outro artista não quer tocar no trio dele", conta Irmão.
Foto: Lucas Moura/ Secom
Atualmente, as pessoas conhecem o Trio Dragão como o Trio de Durval, o que para o proprietário não é um problema. "Não vai mudar nada, o dinheiro é o mesmo", diz o empresário.
Para Barreto, seria importante o reconhecimento do equipamento na avenida. Ao BN, o empresário falou sobre a possibilidade da criação de um prêmio para os trios elétricos que desfilam no Carnaval de Salvador.
"Todo mundo quer estar em cima de um trio no Carnaval da Bahia. Eu tenho trio elétrico porque eu gosto, mas falta um reconhecimento pelo nosso equipamento. É um instrumento essencial para o Carnaval. Sem ele você não conseguiria fazer, é o instrumento que transformou o que é o Carnaval hoje."
"EI, VOCÊ AÍ, ME DÁ UM DINHEIRO AÍ"
E o mercado dos trios elétricos é rentavel? Quem vê uma máquina na rua imagina que o dinheiro é bom, afinal, um equipamento daqueles não sairia de graça ou por pouco dinheiro em pleno Carnaval de Salvador, festa que movimenta bilhões na economia baiana, correto?
Porém, o cenário é um pouco diferente do imaginado. De acordo com a apuração feita pelo Bahia Notícias, o aluguel de um trio elétrico para a festa pode variar de R$ 70 mil a R$ 500 mil, a depender da qualidade da máquina e do estilo, trio, mini trio ou pranchão.
"Eu tenho muita paixão por isso eu tenho um prazer imenso de ter um trio elétrico, é um negócio que dá prazer para mim, mas é um projeto pessoal", conta Barreto.
Foto: Barretão
Ao BN, Irmão conta que o valor que se ganha no Carnaval de Salvador é bom, mas se trata de um investimento a longo prazo. Em comparação ao valor das micaretas, a capital baiana é a que mais dá lucro.
"Eu faço uma micareta de quatro dias que eu não consigo alcançar 25% do valor do Carnaval de Salvador. Uma comparação do Carnaval de Salvador e o Fortal. O Carnaval de Salvador é seis dias. O Fortal é quatro. Se eu botar na balança, 20% é o valor do Carnaval de Salvador, eu faço o Fortal. Em termos de valores, 80% é mais barato. Entende? É desproporcional demais. O ideal para quem trabalha com trio elétrico era que tivesse dois Carnavais."
"ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO SÓ NÃO VAI QUEM JÁ MORREU"
Para o ano de 2025, o Carnaval de Salvador passará por mudanças nas ruas, visando uma melhoria no conforto dos foliões e de quem puxa o trio na festa.
Em entrevista ao Bahia Notícias no final de 2024, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, revelou que para este ano a organização da festa será desafiadora devido ao número de equipamentos e aos transtornos vividos no ano passado, com trios quebrados, engarrafamentos e a lotação do circuito.
"É importante lembrar que não é uma falha do artista. É obrigação do contratante entregar o serviço bom. Eu já estou aqui no galpão com a equipe toda de manutenção, tudo em dia. Infelizmente pode ocorrer um problema? Pode. Mas a precaução foi feita", diz Irmão que não faz vista grossa para a fiscalização.
Foto: Valter Pontes/ Secom
De acordo com Washington Paganelli, presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), o Circuito Dodô (Barra-Ondina), será mais afetado com a redução e com o fim do estacionamento na Graça.
"Para você ter uma ideia, no ano passado nós tivemos 44 equipamentos na Barra, entre trios e carro de apoio. Esse ano nós vamos ter 24. Essa redução é justamente para ter mais conforto para o folião e para o trio elétrico também, mas também porque a gente não tem mais espaço. Quando sai da Barra, 15 horas, 16 horas, eu já tenho que estar com toda a fila lá arrumada. E eu só tenho espaço no Porto da Barra até o Farol para 24 equipamentos", afirmou.
O Carnaval de Salvador tem mais de 30 blocos confirmados para a folia em 2025. Os trios Dragão, Joia e o Barretão 1 e 2 estarão na festa.
A inclinação do trio elétrico puxado por Ivete Sangalo no bloco Coruja, que provocou um verdadeiro susto nos convidados e foliões foi provocado por uma peça com problema. A informação foi confirmada pela Saltur, responsável pela organização do carnaval de Salvador.
O episódio aconteceu na noite desta segunda-feira (12) no circuito Dodô (Barra/Ondina). Em vídeo que circula nas redes sociais é possível ver o momento em que convidados de Veveta precisaram ir todos para um lado só do trio para que ele ficasse balanceado. Logo em seguida, o veículo foi esvaziado, permanecendo apenas a cantora e os músicos.
Conforme informações da Saltur repassadas ao iBahia, o equipamento que ocasionou o incidente seria o pino da balança, peça responsável pela sustentação do trio elétrico. O problema foi resolvido e a retirada dos convidados foi uma medida de segurança.
Tudo aconteceu depois da explosão de um cano de CO2, que era usado nos efeitos especiais do trio. De acordo com assessoria de Ivete, uma mangueira teria escapado, provocando o vazamento. Duas pessoas tiveram ferimentos leves. Imagens feitas de cima do trio, logo depois da explosão, mostram um homem com um sangramento na mão e outra pessoa teria ferido um olho.
“Um trio elétrico do Atitude seria um sonho para nós. Não podemos dizer quando, mas é um projeto que pensamos como um sonho poder colocar nosso trio aqui na avenida”. Essa foi a opinião dos integrantes da banda Atitude 67 sobre lançar um trio elétrico próprio no Carnaval de Salvador. A declaração foi dada nesta segunda-feira (12), no quinta dia de folia.
“É uma ótima ideia, cara! Um trio elétrico do Atitude seria um sonho para nós. Já participamos de trios elétricos, inclusive aqui na Bahia, como o trio do Leo Santana e uma vez do trio do Harmonia do Samba. A energia é incrível. Não podemos dizer quando, mas é um projeto que pensamos como um sonho poder colocar nosso trio aqui na avenida”, disse a banda.
O grupo também fez uma avaliação do Carnaval deste ano, pontuando que o público aumentou consideravelmente. Eles também destacam a nova fase dos trabalhos do Atitude 67. “Estamos trazendo a musicalidade nova do nosso novo trabalho com o Atitude 67 fazendo arte. Inclusive, deixo o recado para a galera nos seguir, pois lançaremos a segunda parte agora no final do Carnaval e a terceira no final do verão”, afirmou a banda.
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA), do Corpo de Bombeiros e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), irá fiscalizar, durante todo o Carnaval da Bahia 2024, os veículos e condutores de trios, carros de apoio, carros de som, minitrios, microtrios e veículos alegóricos que participarão da festa momesca em Salvador.
Nesta semana, desde a segunda-feira (29), foram iniciadas as vistorias prévias realizadas pelos três órgãos estaduais com os trios elétricos e os seus condutores. São avaliados requisitos que vão desde a documentação do veículo e dos motoristas, tamanhos e dimensões estruturais, equipamentos obrigatórios. Após checagem, o departamento estadual de trânsito emite o adesivo de ‘Veículo Vistoriado’, que é fixado na carroceria e visível para o desfile, com um QR Code contendo todas as informações necessárias.
"O Detran é o anjo da guarda do folião e da população, porque atua na prevenção de acidentes através dessas vistorias prévias. Conseguimos verificar os itens de segurança, documentação do veículo e do condutor do veículo”, explicou o coordenador-geral de Fiscalização do Detran, Fabrício Araújo. Ainda conforme Araújo, a fiscalização seguirá nos circuitos durantes os dias de Carnaval. “Como a fiscalização de alcoolemia no início e no final do percurso, e a verificação se o veículo continua apto para permanecer nos circuitos ou não", informou o representante do Detran.
PREVENÇÃO
Além da fiscalização, o órgão estadual de trânsito realizará capacitação dos motoristas de trios elétricos e ações de educação para o trânsito. Ao todo, 113 servidores estarão de plantão durante todo o Carnaval e o órgão prevê um investimento de quase meio milhão de reais em apoio à garantia da segurança da festa.
Conforme o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros da Bahia, Valdir Ferreira, o objetivo é garantir a prevenção e segurança dos foliões e das equipes que irão atuar nos trios elétricos, como músicos e técnicos.
“Nos preocupamos com a proteção das rodas para evitar atropelamentos, com as saídas de emergência para que todos possam sair de maneira segura dos trios elétricos, temos brigadistas especializados em segurança contra incêndio para cuidar da proteção das pessoas”, explicou o bombeiro militar.
O trabalho intersetorial envolvendo os órgãos de fiscalização do Estado garante um Carnaval mais seguro para trabalhadores e foliões da maior festa de rua do planeta. O dono do trio elétrico Twister, Lismar Dourado aprovou a ação de vistoria. “A fiscalização é muito importante porque são verificados vários itens de segurança. Um trio elétrico desse na avenida, são 60 a 70 toneladas, e aqui é verificado o freio, a embreagem, a parte elétrica, garantindo uma total segurança, tanto para nós, proprietários, quanto para os foliões”, afirmou o empresário.
O Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran-BA) começou a realizar, desde segunda-feira (17), as vistorias prévias de trios e carros de apoio que irão desfilar na Micareta de Feira. A estimativa é que, até quinta (20), cerca de 30 veículos sejam vistoriados, no Parque de Exposições João Martins da Silva, em Feira de Santana. Assim como acontece antes do Carnaval de Salvador, como forma de garantir segurança aos foliões e trabalhadores da festa, os técnicos e peritos do órgão estadual avaliam o dimensionamento e condições dos caminhões, documentação de condutores e dos trios, além das adaptações permitidas para circulação entre milhares de pessoas.
Após essa fase, durante os dias do evento, acontecerá a fiscalização de trios antes dos desfiles, como ação preventiva de segurança. Na ocasião, são avaliadas as condições dos carros aprovadas na vistoria e realizados testes de etilômetro nos condutores. Além disso, cerca de 300 veículos pequenos e médios que atuam durante os dias da festa também já foram vistoriados.
Folhetos e ventarolas contendo orientações de trânsito seguro serão distribuídos pelas equipes da 3ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito). Em locais próximos ao circuito da festa, serão realizadas blitzes através da Coordenação de Fiscalização e Operações de Trânsito (CFOT) do Detran, em parceria com o Esquadrão Asa Branca, da Polícia Militar.
O secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult-SSA), Pedro Tourinho, afirmou que a prefeitura de Salvador irá avaliar uma mudança de estratégia em relação aos blocos afro no Carnaval do ano que vem. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na rádio Salvador FM 92,3, o titular da pasta comentou que a saída dos trios do gênero entre as atrações da folia acabou prejudicando a divulgação deles.
Pedro Tourinho disse que a prefeitura avalia um “reposicionamento” dos blocos para a folia de 2024. O secretário contou que os trios afro, provavelmente, devem sair mais juntos no próximo Carnaval, se desvinculando das grandes atrações, ficando mais unidos, e ganhando mais espaço na folia.
Em relação ao aniversário de 474 anos de Salvador, no dia 29 de março, Pedro Tourinho contou que vinha negociando ações para a festa, mas que, por conta da chegada do Carnaval, precisou adiar as conversas. Contudo, o secretário afirmou que fará anúncios a partir da próxima semana e assegurou que será um evento de grandes proporções.
Sobre o São João, que tradicionalmente os baianos buscam pelo interior do estado, Tourinho afirmou que a prefeitura fará um investimento para que os soteropolitanos sintam o clima do interior dentro da capital baiana. O titular da Secult contou que a intenção é criar, realmente, uma cultura de São João dentro de Salvador.
Os Irmãos Macedo lamentaram a perda do músico Moraes Moreira, nesta segunda-feira (13) (relembre aqui). Para eles, o cantor foi responsável por dar letra, voz e ser um dos responsáveis por contar e ajudar a eternizar a história do Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar.
Eles relembraram o carinho que tinham por Moraes e tamanha proximidade ao ponto de considerá-lo como integrante da família. “Dizíamos em nossos shows que ele era o nosso quinto irmão, pois sua importância para gente ia muito além de parcerias musicais. Sua importância era afetiva. Moramos juntos, vivemos a vida juntos. Um irmão, um presente que ganhamos”, disseram.
Para os irmãos, os integrantes dos Novos Baianos eram seus ídolos. E a partir do momento em que eles conheceram Moreira, “aconteceu um casamento de todo o repertório trieletrizado com sua genialidade, deixando uma obra belíssima pra música brasileira”.
“Descanse em paz, grande Moreira! Amigo, nosso irmão. Nossas vidas se conectam e continuarão conectadas quando nos encontrarmos em outros planos, pois é sempre bom rever a família!”, finalizaram os Irmãos Macedo.
Das fobicas aos caminhões que hoje arrastam multidões ao som de gêneros musicais dos mais ecléticos, os 70 anos do Trio Elétrico são tema do carnaval do governo da Bahia em 2020. Para contar detalhes desta história, Armandinho Macêdo conversou com o Bahia Notícias e lembrou de alguns episódios interessantes sobre a invenção de seu pai, Osmar, e do amigo Dodô.
O Trio Elétrico, que na verdade era o nome de um conjunto musical e não do equipamento, surgiu em 1950, após os criadores presenciarem um desfile de uma orquestra de frevo pernambucana pelas ruas de Salvador. “Meu pai já gostava de frevo, e quando ele viu o povo enlouquecer com aquele Vassourinha, ele: ‘olha, essa é a música que vai detonar aqui!’”, recorda Armandinho. “Meu pai tinha uma [fobica] que ele dizia que usava no começo da metalúrgica dele para carregar as ferragens dele. E aí ele abriu o fundo, ampliou, fez meio caminhonete para carregar as ferragens dele, aí ele fez isso. Disse: ‘Olha, Dodô, já tenho meu carrinho, já tem um fundo aberto, vai eu e você ali, a percussão vai andando pelo chão e a gente sai tocando’. Rapaz, o negócio fez um sucesso! Quando saiu tocando aquele cavaquinho, aquelas cornetas, o povo enlouqueceu. E ele foi para a Castro Alves porque ele sabia que ali não tinha carnaval oficial e ficava sempre uma galera fazendo batucada, tinha uma concentração de um povão mais pobre que não tinha clube, que não participava daquele corso, daquele desfile de carros alegóricos e tal. E aí ele levou pra lá”, conta o músico, lembrando ainda que a novidade provocou euforia e confusão ao encontrar o Carnaval oficial. “Foi aí que deu um problema danado, porque na frente do Carnaval vinham uns homens na cavalaria, anunciando os que iam na frente. Quando eles chegaram perto do negócio, que viram ‘terenrenren’, diz que os cavalos empinaram, um caiu, se machucou, aí veio a polícia. Prende, não prende, leva e tal, mas o povo todo ‘solta, solta!’”, conta Armandinho.
Criador da guitarra baiana, o multi-instrumentista falou com o BN sobre a evolução da festa, a inclusão dos vocais nos trios elétricos a partir de Moraes Moreira, além da importância da valorização e continuidade do “que representa a cultura baiana”, a exemplo dos blocos afro e afoxés.
Armandinho destaca ainda que considera mais do que justa a homenagem aos 70 anos do Trio Elétrico e diz que não existe tema mais democrático. “Veio uma conversa de ‘ah, é que o pessoal está querendo uma coisa mais genérica, pra não favorecer a um e a outro’. E eu ainda falei: ‘mais genérico que o trio elétrico…’ (risos). Todo mundo, é bloco afro, axé, pagode, sertanejo, está todo mundo em cima do trio elétrico. Então, tá todo mundo utilizando o veículo, o carnaval da Bahia é feito por trios elétricos”, defende o artista, que subiu pela primeira vez no trio ainda criança, aos 10 anos, e permanece até hoje, junto com seus irmãos.
Um manifesto assinado pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DP-BA) e blocos afro do Carnaval foi lançado, nesta quarta-feira (5), questionando a falta de valorização pelo poder público e a secundarização das entidades carnavalescas na festa. No documento, os representantes salientam ainda a resistência de grupos como o Filhos de Gandhy, com 71 anos de existência, e o Ilê Aiyê, com 46 anos, e conclama a sociedade a se manifestar em defesa destas manifestações culturais.
"Ao longo da história do Carnaval de Salvador, contudo, tem se evidenciado a falta de comprometimento do poder público com os blocos afro e afoxés, sendo isso um reflexo do racismo institucional, que dá preferência a outros seguimentos da folia", diz o texto, que chama ainda a atenção para dificuldade em encontrar horários e locais que assegurariam "a projeção que merecem".
Tendo tais problemáticas em vista, a iniciativa problematiza: "Estamos iniciando uma nova década e urge defender, respeitar e valorizar esta cultura carnavalesca quase secular. Que os blocos afro e afoxés tenham direito a mais investimentos. Que possam se tornar mais visíveis aos milhares de turistas que são atraídos por seus tambores, suas cores e suas danças".
Dentre os que assinam o manifesto estão o Afoxé Filhos de Ghandy, o Ilê Aiyê, o Olodum, o Malê Debalê, o Muzenza, o Commanxhe, a Didá, o Cortejo Afro e Os Negões.
Vale lembrar que o Ilê teve recurso negado e ficou de fora da edição 2020 do Carnaval Ouro Negro (relembre aqui).
Confira o texto na íntegra:
Salvador é a maior cidade negra fora do continente africano.
A cidade tem um forte apelo da cultura afro descendente e explora comercialmente essa peculiaridade, expondo em todo o mundo as simbologias da cultura afrobaiana, reforçando o rótulo de “Roma negra”.
Neste caminho, o Carnaval de Salvador deveria ser uma festa com uma identidade africana forte, reforçando e valorizando a cultura negra.
Em Salvador, afoxés e blocos afro alimentam a projeção do Carnaval para o Brasil e o exterior. Uma longa tradição marca a história da maioria desses grupos culturais. O Afoxé Filhos de Ghandy traz seu cordão branco e azul há 71 anos. O Ilê Aiyê desenvolve suas atividades, que vão além do período do Carnaval, há 46 anos. O Olodum, em 40 anos, tornou a Bahia internacionalmente conhecida com o Samba Reggae e a Escola Olodum.
Caminhos longos também são percorridos há mais de quatro décadas pelo Malê Debalê, há 41 anos. E seguem Muzenza (39 anos), Commanxhe do Pelô (46 anos), Cortejo Afro, Banda Didá e outras dezenas de grupos.
A maioria deles, além de promover a cultura negra através da dança e da música, também desenvolve trabalhos sociais nas suas comunidades. Muitas destas se transformaram em atrativos para o turismo, a exemplo do Pelourinho, sendo utilizadas no marketing institucional que busca projetar o Carnaval de Salvador, de forma a que não caia o número de turistas no período da folia.
Ao longo da história do Carnaval de Salvador, contudo, tem se evidenciado a falta de comprometimento do poder público com os blocos afro e afoxés, sendo isso um reflexo do racismo institucional, que dá preferência a outros seguimentos da folia.
Isto se reflete na luta que os blocos afro e afoxés enfrentam para ter a visibilidade proporcional às suas importâncias nos tradicionais circuitos carnavalescos, onde nunca há prioridade em horários e locais que assegurem a projeção que merecem.
O Carnaval da Bahia, de Salvador, movimenta milhões. Mas muito pouco desse volume chega aos blocos afro e afoxés, fazendo com que os negros marquem presença no Carnaval por suas próprias contas e riscos. A prioridade tem sido para grandes atrações nacionais que muitas vezes nada têm a ver com o Carnaval baiano, com a musicalidade da cultura negra.
Estamos iniciando uma nova década e urge defender, respeitar e valorizar esta cultura carnavalesca quase secular. Que os blocos afro e afoxés tenham direito a mais investimentos. Que possam se tornar mais visíveis aos milhares de turistas que são atraídos por seus tambores, suas cores e suas danças.
Que a tradição dos blocos afro e afoxés seja, de fato, a grande marca do Carnaval de Salvador. Para isso, conclamamos a sociedade baiana, os poderes públicos constituídos e os foliões baianos e não baianos a valorizar a cultura negra. #DefendaSuaCultura
A pouco mais de duas semanas para o início oficial da festa momesca na capital baiana, o governo da Bahia e a prefeitura de Salvador decidiram os temas do Carnaval 2020.
Enquanto o Estado priorizou a história, homenageando os “70 Anos do Trio Elétrico”, a gestão municipal escolheu um mote mais genérico: “O Carnaval dos Carnavais”.
Este ano a abertura da festa acontecerá no circuito Dodô, Barra – Ondina, no dia 20 de fevereiro, com Carlinhos Brown (clique aqui), que em 2018 havia anunciado uma pausa no Carnaval de Salvador (clique aqui e relembre).
Estrela nos primórdios do carnaval baiano, Baby do Brasil surpreendeu o público de um congresso sobre cultura, comunicação e música do Ministério da Cultura, em São Paulo, após fazer duras críticas à folia de Salvador. De acordo com informações da coluna de Leo Dias, durante uma palestra sobre elaboração e produção de grandes eventos ela levantou a mão para pedir a palavra quando os palestrantes elogiavam o carnaval da Bahia. "Me desculpe, a essência do carnaval da Bahia acabou. Hoje em dia só pode pular o carnaval e ter alegria lá quem tem dinheiro para pagar os abadás caríssimos. Eu fui a primeira cantora de trio elétrico no carnaval da Bahia. Olho pra esse carnaval e desconheço. O grande carnaval do Brasil hoje é em São Paulo, onde todos o trios elétricos e blocos não cobram abadás", disse Baby, arrancando aplausos da plateia.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Ciro Nogueira
"A única pessoa que não pode perder essa próxima eleição é o Bolsonaro, e ele não vai arriscar. Tire as conclusões. O Tarcísio é candidato, se tiver o apoio do Bolsonaro. O Lula nem disputa com o Tarcísio".
Disse o presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI) ao afirmar que Jair Bolsonaro (PL) só deveria anunciar um nome para concorrer às eleições presidenciais de 2026.