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Artigos

Vitor Evangelista
O Efeito Borboleta das urnas: cinco eleições para observamos em 2026
Foto: Roberto Luís/ Divulgação

O Efeito Borboleta das urnas: cinco eleições para observamos em 2026

Em 2025, eleitores em cerca de 70 países foram às urnas, com alguns resultados previsíveis, como a reeleição de Daniel Noboa no Equador e a vitória do CDU de Friedrich Merz na Alemanha. Outros resultados, no entanto, surpreenderam, como a vitória esmagadora de Anthony Albanese na Austrália e a derrota inesperada dos conservadores no Canadá, em meio a Trump dizendo que transformaria o vizinho de cima no 51o estado americano.

Multimídia

André Fraga destaca importância da COP30 e explica papel do Brasil no debate climático global

André Fraga destaca importância da COP30 e explica papel do Brasil no debate climático global
O vereador André Fraga (PV), representante da pauta ambiental na Câmara Municipal de Salvador, afirmou que a COP30 representa uma oportunidade estratégica para o Brasil assumir um papel mais ativo no enfrentamento da crise climática global. A declaração foi feita durante entrevista ao Projeto Prisma, podcast do Bahia Notícias.

Entrevistas

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”

Afonso Florence garante candidatura de Lula em 2026 e crava retorno ao Congresso: “Sou parlamentar”
Foto: Fernando Vivas/GOVBA
Florence foi eleito a Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2010, tendo assumido quatro legislaturas em Brasília, desde então.

retrospectiva 2025

Empréstimos, mulher no comando, prisão de Binho Galinha e “retorno” da oposição; confira os destaques da AL-BA em 2025
Foto: Leonardo Almeida / Bahia Notícias | Reprodução / AL-BA

Seguidos pedidos de empréstimo, deputados trocando de lado, a queda de um presidente, uma mulher no comando pela primeira vez em 190 anos e até a votação para manter a prisão de um colega foram alguns dos temas tratados pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) ao longo de 2025. Aproveitando o clima de retrospectiva com a chegada do Réveillon, o Bahia Notícias realizou um compilado com os principais destaques da AL-BA este ano.

 

Confira:

QUEDA DE ADOLFO E A VICE
O ano na Assembleia começou movimentado, com articulações políticas antes mesmo do retorno do recesso parlamentar pelo almejado cargo de 1º vice-presidente da Casa, diante da incerteza jurídica em torno da recondução do então presidente, Adolfo Menezes (PSD).

 

Este ano, o imbróglio em torno da vaga começou em janeiro, quando a bancada do PT na AL-BA indicou o líder do governo na Casa, Rosemberg Pinto (PT), para disputar o cargo. O nome, no entanto, enfrentou resistências da oposição, que temia que um parlamentar do mesmo partido do governador, Jerônimo Rodrigues (PT), pudesse assumir o comando do Legislativo estadual.

 

De olho nas movimentações e visando fortalecer sua manutenção na chapa majoritária, o senador Angelo Coronel (PSD) lançou o seu filho, Angelo Filho (PSD), para disputar o cargo. A articulação mirava que seu “herdeiro político” assumisse o comando da AL-BA em um provável afastamento de Adolfo Menezes para ganhar robustez na presença na chapa governista em sua reeleição ao Senado.

 

Contudo, como diz o jargão, na política tudo pode acontecer, inclusive nada. Em um acordo costurado por Jerônimo e o senador Otto Alencar (PSD), Rosemberg e Angelo Filho retiraram suas candidaturas à 1ª vice-presidência da Casa, abrindo espaço para a deputada estadual Ivana Bastos (PSD), que viria a ser a primeira mulher a assumir esse cargo.

 

No dia 3 de fevereiro, a AL-BA reelegeu o então presidente Adolfo Menezes com 61 votos favoráveis dos 62 deputados presentes. Contudo, apesar do afastamento esperado pelos parlamentares, a Casa foi surpreendida com a rapidez do Supremo Tribunal Federal (STF) em destituir Adolfo na presidência.

 

Uma semana depois, o ministro Gilmar Mendes determinou o afastamento do deputado na presidência após ação movida por Hilton Coelho (PSOL), que também disputou o cargo na AL-BA. A decisão veio pelo entendimento da vedação da recondução ilimitada de integrantes da mesa diretora do Poder Legislativo estadual.

 

O tema foi discutido nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 6688, 6698, 6714 e 7016, quando o Plenário definiu que a recondução é permitida apenas uma vez para as composições formadas no biênio 2021-2022, sem a possibilidade de reeleição para os mesmos cargos nos biênios seguintes.

 

ASCENSÃO DE IVANA
Com o afastamento de Adolfo Menezes, Ivana Bastos assumiu interinamente a presidência no dia 11 de fevereiro, tornando-se a primeira presidente da Assembleia Legislativa da Bahia em 190 anos. Ela assumiu a cadeira de forma definitiva no dia 28 do mesmo mês, após a finalização do processo contra Adolfo no STF.

 

Sua permanência no comando da Casa foi um consenso entre os deputados da AL-BA, recebendo apoio dos parlamentares do governo e da oposição. Uma movimentação elogiada pelos membros do Legislativo estadual foi o fato de Ivana não ter ocupado o gabinete da presidência nas duas semanas enquanto esteve no comando de forma interina.

 

Com Ivana sendo efetivada como presidente da AL-BA, a vaga para a 1ª vice ficou disponível, sendo ela de prerrogativa do PT para fazer a indicação.

 

O posto gerou embate entre os deputados Fátima Nunes (PT), indicada pelo partido, e Junior Muniz (PT), que reunia apoio de parlamentares da oposição. Contudo, a cadeira ficou com a parlamentar após Muniz recuar da candidatura. Nunes foi eleita no dia 15 de abril, com 41 votos favoráveis dos 54 possíveis na sessão.

 

PCCV E INVASÃO
Ainda no primeiro semestre, a AL-BA foi pressionada a votar o Plano de Carreiras, Cargos e Vencimentos (PCCV) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que chegou à Casa em agosto de 2024.

 

A insatisfação fez os servidores da Corte aprovarem, no dia 7 de maio, a deflagração de greve geral por tempo indeterminado em todas as comarcas do estado. Na semana seguinte, os sindicatos realizaram uma mobilização na Assembleia Legislativa da Bahia, com o objetivo de pressionar os parlamentares a aprovarem o PCCV.

 

Os limites foram ultrapassados no dia 27 de maio, quando manifestantes invadiram o plenário da AL-BA, provocando o cancelamento das discussões da Casa após decisão da presidente Ivana Bastos. Na ocasião, o grupo entrou no local antes do início da sessão do dia e se recusou a sair. No mesmo dia, eles foram retirados do plenário pela polícia legislativa.

 

No meio de junho, a presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargadora Cynthia Maria Pina Resende, encaminhou ofício à Ivana Bastos, solicitando a retirada do PCCV.

 

A solicitação de retirada ocorreu após o TJ-BA informar às entidades representativas dos servidores que a aprovação do PCCV, da forma como foi enviada à AL-BA, seria inviável por conta do artigo 21 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Após diálogo com os sindicatos, a desembargadora também conseguiu um acordo para o encerramento da greve.

 

CASO BINHO GALINHA
Após o período de recesso e meses “mornos”, a AL-BA recebeu uma “bomba” com a prisão do deputado estadual Binho Galinha (PRD), apontado como líder de uma milícia em Feira de Santana, conforme investigações conduzidas pelo Ministério Público da Bahia.

 

A situação do parlamentar gerou um verdadeiro clima de velório na Assembleia, com os deputados vivendo em constante apreensão e até evitando declarações sobre o episódio. Binho Galinha foi preso no dia 3 de outubro ao se entregar ao MP-BA em Feira de Santana. Ele ficou foragido por dois dias, depois de ser alvo da “Operação Estado Anômico”, que prendeu sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, e o seu filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano.

 

A manutenção da prisão do parlamentar precisaria passar pela aprovação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da AL-BA, a qual julgaria a constitucionalidade da detenção de Binho Galinha. Após uma extensa reunião no dia 8 de outubro, que começou à tarde e terminou após as 22h, a CCJ se declarou incapaz de julgar o caso, passando a decisão para o plenário.

 

Seguindo à risca o Regimento Interno, Ivana Bastos convocou uma sessão extraordinária no dia 10 do mesmo mês, uma sexta-feira. Os deputados realizaram a votação de maneira secreta e em cédulas impressas. A decisão, que surpreendeu até mesmo alguns parlamentares, foi de manter a prisão de Binho Galinha até a finalização do processo.

 

O “RETORNO” DA OPOSIÇÃO
Depois de alguns anos sofrendo com críticas pela falta de movimentações mais incisivas na AL-BA, a bancada de minoria voltou a fazer barulho no plenário e nos bastidores da Casa. A primeira grande movimentação foi a mudança de lado do deputado estadual Nelson Leal (PP), que deixou a base de Jerônimo Rodrigues (PT) para assumir como coordenador da campanha de ACM Neto (União).

 

A articulação mexeu com as estruturas da Assembleia, abrindo espaço para novas migrações da bancada governista para a oposição. Quem acompanhou o movimento foi o deputado estadual Cafu Barreto (PSD), que firmou compromisso para apoiar o ex-prefeito de Salvador na disputa pelo governo do estado em 2026.

 

Em coletiva de imprensa, os deputados da bancada de oposição informaram que mais parlamentares da base estavam na mira para apoiar ACM Neto, mas, até o momento, ainda não foram formalizadas novas migrações.

 

Alinhada à captação de deputados governistas, a oposição também retornou com as fortes obstruções na AL-BA, motivadas pelas seguidas solicitações de empréstimo do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em três semanas consecutivas, as sessões terminaram mais tarde que o habitual, sendo que duas delas chegaram a ser finalizadas apenas na madrugada do dia seguinte ao que foi iniciada.

 

EMPRÉSTIMOS
Agora que tocamos no assunto dos empréstimos, a discussão em torno das operações de crédito do governo Jerônimo se tornou central em 2025. Este ano, a gestão chegou a cerca de R$ 26,7 bilhões em pedidos, sendo eles feitos em 23 solicitações diferentes.

 

Os pedidos, como já dito, foram alvos de críticas da oposição. Os parlamentares aproveitaram os seguidos requerimentos de empréstimos para obstruir as sessões, alegando que as propostas chegavam com falta de transparência, sem dar maiores detalhes de onde seriam utilizados os recursos.

 

Além disso, destacou-se que as propostas que solicitavam os empréstimos chegavam sob o requerimento de tramitação em regime de urgência, tendo prioridade nas discussões da Casa e uma maior velocidade para serem levadas a plenário.

 

INDICAÇÕES AO TCE-BA
Por fim, chegamos no último destaque de 2025, que foram as indicações dos deputados federais Josias Gomes (PT) e Otto Alencar Filho (PSD) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) para as vagas de Pedro Lino e Antônio Honorato, respectivamente. Os dois foram indicados pelo governador Jerônimo Rodrigues ainda neste mês de dezembro, o qual considerou que as vagas seriam de livre nomeação do Executivo.

 

A primeira indicação do governador foi de Otto Filho, que não enfrentou resistências para ser aprovado pelos deputados da AL-BA. O parlamentar passou por uma sabatina tranquila na CCJ antes de ter seu nome levado a plenário, quando recebeu apenas um voto contrário em sessão em 22 de dezembro. Um dia após sua aprovação, Jerônimo já o nomeou para o cargo em publicação no Diário Oficial.

 

A situação de Josias Gomes é mais complexa, envolvendo um imbróglio jurídico e uma candidatura surpresa. Existe uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), movida pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Audicon), que visa assegurar que a vaga deixada por Pedro Lino (1950-2024) seja ocupada por um auditor fiscal do TCE.

 

Em razão do processo, no início deste ano, o ministro Dias Toffoli, em liminar, determinou a suspensão de todas as indicações para o cargo de conselheiro da Corte. Com o andamento do julgamento e duas divergências sobre seu relatório, que defendia a vaga a um auditor, Toffoli fez uma complementação de seu voto e revogou a liminar no dia 10 de dezembro.

 

Com isso, o deputado estadual Luciano Araújo (Solidariedade) se lançou como candidato ao cargo de conselheiro do TCE-BA, recebendo 20 assinaturas de colegas da AL-BA. Contudo, seu nome foi vetado pela Procuradoria Jurídica da Assembleia após eles interpretarem que a vaga deixada por Pedro Lino seria de livre nomeação do governador, não do Legislativo estadual.

 

Assim, Josias foi sabatinado na CCJ, sob aviso de que sua indicação poderia ser inconstitucional, e aprovado pelo colegiado por unanimidade.

 

Todavia, os mares não se acalmaram e o episódio ganhou um novo capítulo após o Tribunal de Justiça (TJ-BA) determinar a suspensão do processo de preenchimento de uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado, após um mandado de segurança coletivo movido pela Audicon. A decisão foi deferida no dia 19 de dezembro, uma sexta-feira, quando a apreciação em plenário da indicação de Josias estava prevista para o dia 22, na segunda-feira, junto com a votação de Otto Filho.

 

No apagar das luzes, o ministro Dias Tóffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou a livre indicação do governador e abriu caminho para que Josias chegue ao TCE.

Incêndio, manifestações e votações: Relembre os principais momentos da Câmara Municipal de Salvador em 2025 
Foto: Antônio Queirós / CMS

No primeiro ano da 20ª Legislatura, entre 2025 e 2028, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) vivenciou um ano marcado por grandes eventos. Entre a expectativa frustrada de apreciação do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) — que segue estacionado no âmbito do Executivo —, o incêndio do prédio-sede e a invasão de manifestantes durante uma sessão plenária, os legisladores municipais ainda aprovaram projetos de destaque e grande impacto na vida soteropolitana. 

 

Em ordem cronológica, o ano legislativo teve início em 1º de janeiro, cerca de dois meses após a eleição municipal, que provocou uma renovação de 17 das 43 cadeiras do Plenário Cosme de Farias. Na ocasião, foi realizada a posse dos 43 vereadores, do prefeito Bruno Reis e da vice-prefeita Ana Paula Matos.

 


Cerimônia da posse do prefeito, vice-prefeita e dos vereadores de Salvador em 2025. Foto: Gabriel Lopes / Bahia Notícias

 

Já no dia seguinte, os edis voltaram a se reunir para a assembleia do ano, com a eleição da nova Mesa Diretora. O resultado, por sua vez, não surpreendeu: o então presidente Carlos Muniz (PSDB), que ocupava o cargo desde 2022, se manteve na presidência por uma margem extensa de 39 votos.

 

Sem mais eventos marcantes no mês de janeiro, a série quase épica de eventos se inicia no mês seguinte. Nos primeiros dias do mês, após esforços das bancadas partidárias junto à nova Mesa Diretora, foi divulgada a lista das comissões permanentes da Câmara, grupos de atuação que avaliam a constitucionalidade, temática e redação dos projetos antes de serem encaminhados para votação em plenário. Ao todo, foram definidas 12 comissões, sendo 10 temáticas. 

 


Foto: Victor Hernandes/ Bahia Notícias

 

Cerca de duas semanas após a primeira movimentação política da Casa, o prédio-sede do Legislativo, localizado na Praça Thomé de Souza no Centro Histórico de Salvador, pegou fogo na manhã do dia 24 de fevereiro. O incêndio, provocado por um ar-condicionado, atingiu o telhado do lado direito, onde ficam o Salão Nobre, Salas das Comissões, Chefia de Gabinete e o Memorial da Câmara.

 

Reconhecido como um dos mais importantes exemplares da arquitetura civil colonial brasileira e sede da primeira Câmara Municipal da colônia após sua inauguração em 1549, o Paço da Câmara Municipal de Salvador foi oficialmente interditado e as atividades legislativas, movidas para o Centro de Cultura da Câmara, espaço localizado abaixo do Palácio Thomé de Sousa, na praça de mesmo nome. 

 

A mudança provisória, no entanto, engatilhou um debate que permeou o resto do ano: a retirada das atividades legislativas do prédio-sede do Paço. Logo na primeira sessão após o acidente, os legisladores bateram o martelo: a nova sede da Câmara Municipal de Salvador (CMS) será o prédio do antigo Cine Excelsior, localizado ainda no Centro Histórico, ao lado da Praça da Cruz Caída.

 


Primeira sessão oficial da Câmara no auditório do Centro de Cultura, no dia 17 de março. Foto: Reginaldo Ipê / CMS

 

Com o recesso das atividades para o Carnaval, o mês de março representou a calmaria antes da tempestade de atividades nos dois meses seguintes. Em abril, a CMS realizou a sua primeira votação em modelo de “pacotão”, que se perpetuaria até o final deste ano. Na ocasião, foram aprovados cerca de 200 textos de autoria dos vereadores, mas sem projetos de lei, em respeito a ausência do presidente Carlos Muniz, afastado para tratamento médico.  

 

Já no mês de maio, um projeto polêmico se tornou um retrato da interlocução entre os poderes e a sociedade civil. Em 16 de maio, a Prefeitura de Salvador, na figura do prefeito Bruno Reis, enviou à Câmara Municipal um projeto que previa o reajuste das no salário dos servidores públicos municipais, incluindo os inativos e pensionistas. O Projeto de Lei de nº 174/25 propunha um acréscimo de 4,83% para os servidores municipais, além de uma readequação nos vencimentos dos professores da rede municipal em até 9,25%.

 

O PL era uma resposta direta ao protesto dos professores municipais, no dia 06 de maio, em prol de reajustes salariais. A manifestação trabalhista deu início a uma paralisação nas escolas soteropolitanas em prol do cumprimento da Lei do Piso do Magistério em Salvador, melhorias estruturais nas escolas e valorização dos profissionais da educação.

 

A proposta do governo, no entanto, não agradou. No dia 22 de maio, data marcada para a votação do projeto, os sindicatos dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps) e dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (ALPB) realizaram manifestações contra o percentual proposto pela gestão municipal. Indo contra a força popular, a sessão plenária da Câmara, ainda mantendo suas atividades no Centro de Cultura, seguiu com impedimento da participação popular no auditório. 

 


Invasão do Centro de Cultura da Câmara no dia 22 de maio. Foto: Eduarda Pinto / Bahia Notícias 

 

O caso provocou uma comoção na Praça Thomé de Sousa, desencadeando em uma invasão dos manifestantes ao local da votação. O grupo de centenas de servidores municipais foi recebido com gás lacrimogêneo e barricadas, mas avançou. Dentro do auditório, a invasão foi marcada por agressões verbais e físicas contra os vereadores e a interrupção da transmissão legislativa por meio da TV Câmara.

 

Com auxílio da guarda municipal, a votação foi mantida em uma sala privada no Centro de Cultura da Câmara, ao som dos gritos de manifestantes no prédio. O resultado cumpriu as predileções do Executivo: aprovação pela maioria, com apenas 9 votos contrários da oposição. O episódio culminou na aprovação de um estado de greve entre os servidores municipais de todas as instâncias, dando início a um imbróglio que levaria cerca de quatro meses para ser solucionado.

 

No mês seguinte, as repercussões da invasão e animosidade junto aos servidores municipais seguiu na Câmara. Declarações dos vereadores governistas divergiam com o posicionamento dos legisladores da oposição e dos líderes sindicais, mas, até então, nenhuma providência foi tomada. 

 


Retorno das atividades ao Plenário Cosme de Farias. Foto: Antônio Queirós/CMS

 

Foi no dia 02 de junho que as atividades legislativas retornaram ao Paço Municipal. Cerca de duas semanas depois, o principal evento político no Plenário Cosme de Farias foi a votação e aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), também com manifestações contrárias do grupo oposicionista. 

 

Após o recesso semestral entre junho e julho, os vereadores soteropolitanos retornaram a função legislativa com a missão de encontrar uma resolução definitiva para as reivindicações sindicais dos professores do município, que finalizaram a greve em 18 de julho, mediante acordo com a Prefeitura, após 74 dias. 

 

Em 21 de agosto, o prefeito Bruno Reis encaminhou ao Legislativo a proposta que regulamentava o novo plano de carreira dos professores, após acordo com a APLB, sindicato que representava a categoria durante as manifestações. A nova legislação, prevista no Projeto de Lei Complementar nº 03/2025, alterava aquela aprovada em 22 de maio e sancionada no mesmo mês, prevendo novos percentuais das gratificações de Aprimoramento e Otimização do Tempo, entre outras medidas. 

 

Na mesma semana, no dia 19 de agosto, o Executivo ainda enviou três outros projetos importantes. Dois deles solicitavam autorização da Câmara para a contratação de operações de crédito que, juntas que somavam, totalizam cerca de R$ 1,28 bilhão. Segundo a gestão municipal, os empréstimos teriam como objetivo impulsionar programas de desenvolvimento social e fiscal, além de investimentos em infraestrutura na capital baiana.

 

O terceiro texto também envolvia a gestão orçamentária da capital. O PL previa a concessão de subsídio orçamentário ao transporte público coletivo de passageiros por ônibus convencional e ao subsistema de transporte especial complementar (STEC). Segundo a mensagem encaminhada pela Prefeitura na ocasião, a aprovação do projeto concedia liberdade ao Executivo para conceder o subsídio orçamentário se ou quando necessário, sem valor pré-definido, calculado com base na modelagem econômico-financeira das contratações. O projeto gerou questionamentos da oposição desde seu recebimento. 

 

Ainda que tramitassem em regime de urgência, a análise dos textos foi realizada apenas nos meses subsequentes, com adiamentos e sessões acaloradas. Com outros três projetos na fila para avaliação, o Executivo intensificou o ritmo de trabalhos na CMS com o envio de outros oito projetos em setembro, sendo que sete deles foram enviados em conjunto no da 20 de setembro. Até então, os textos regulamentavam novas políticas municipais de segurança alimentar, saneamento básico, empregabilidade para pessoas de rua e o Plano Plurianual. 

 

A primeira tentativa de votação do acordo entre professores e Executivo ocorreu no dia 24 de setembro, quando a Câmara se preparava para analisar mais de 300 textos na sessão, sendo eles cerca de 80 moções; 160 projetos de indicação; 35 requerimentos e 67 projetos de lei. O Projeto de Lei Complementar nº 03/2025 abriria a sessão, mas foi retirado de pauta após desacordo com as lideranças da APLB. A sessão, no entanto, foi mantida para a votação e aprovação de quatro projetos da Prefeitura: as duas operações de crédito, o subsídio ao STEC, e o PL nº 175/2024.

 

Este último, enviado no final de 2024, gerou repercussões antes e após sua aprovação. No início de setembro, durante a tramitação, o projeto foi alvo de uma recomendação do Ministério Público estadual (MP-BA), contra a sua aprovação nas comissões e, especialmente, em plenário. 

 

O texto atualiza a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), com mudança pontuais que geraram protestos de ambientalistas, como a permissão de sistema viário dentro do Parque Ecológico do Parque Encantado, no bairro de Patamares, na orla soteropolitana. A aprovação do texto levou moradores a realizarem uma manifestação na Avenida Pinto de Aguiar, no bairro Patamares, em Salvador. O líder do governo na Casa, Kiki Bispo, garantiu, no entanto, que este artigo do projeto em específico não passou para a redação final do texto. 

 


Protesto contra a aprovação do projeto 175/2024 e a mudança no Vale Encantado. Foto: Leitor BN

 

No mesmo dia em que a votação polêmica, a Prefeitura enviava um novo texto. O projeto, até então inofensivo, chamou a atenção: o projeto de Lei 424/2025 alterava o artigo 275 do Plano Diretor de Salvador (PDDU) e da Lei de Uso e Ordenamento do Solo (LOUOS) vigentes atualmente, permitindo que novos prédios que se enquadrem em determinadas exceções, pudessem ultrapassar os 75 metros de altura, o equivalente a mais de 25 andares, na orla da capital.

 

Já em outubro, o Ministério Público voltou a repudiar as ações da Prefeitura em “antecipar” as alterações no PDDU, sem que um novo plano fosse enviado à Câmara. Em novo ofício, o MP-BA voltou a apontar inconsistências na medida, especialmente a abertura de precedentes para o sombreamento das praias soteropolitanas, e solicitou que o projeto fosse barrado pela Câmara Municipal. A atuação do MP-BA foi — pela segunda vez em 30 dias — infértil e o projeto foi colocado em pauta no dia 22 de outubro. 

 

Antes disso, porém, foi posto fim no imbróglio entre a categoria dos professores municipais e o poder público. Em uma sessão acalorada no dia 1º de outubro, que contou ainda com troca de farpas entre vereadores e o líder da APLB, Rui Oliveira, o novo reajuste salarial e de carreira dos docentes foi aprovado

 


Sessão do dia 1º de outubro. Foto: Eduarda Pinto / Bahia Notícias 

 

Ainda em outubro, em diferentes sessões, projetos importantes passaram pelo Legislativo e foram aprovados. Entre eles, a aprovação de um empréstimo de R$ 95 mi para a renovação da frota do sistema de transporte complementar da capital, conhecido como “amarelinhos”.

 

Outro texto aprovado permitia a desafetação de sete imóveis que, em sua maioria, ficam em bairros localizados na orla da capital baiana. PL garantia que os espaços localizados em Bairro da Paz, Boa Viagem, Barra, Boca do Rio, Dois de Julho e Centro sejam disponibilizados para outros fins, fora do controle estatal, eventual venda ou concessão privada.

 

Ainda foram aprovadas legislações que elevavam a localidade de Boa Vista do Lobato, até então parte do bairro do Lobato, para a categoria de bairro; e a proibição da colocação antecipada de kits de praia na faixa de areia do Porto da Barra sem a solicitação prévia dos usuários. 

 

Nos últimos dois meses do ano, pode-se afirmar que o furacão de projetos polêmicos e mobilizações sociais deixou de assombrar os trabalhos legislativos na Câmara Municipal de Salvador. A partir de novembro, os vereadores estabeleceram como meta a conclusão dos debates em tornos dos textos “paralisados” anteriormente, como o Plano Plurianual. 

 

Na sessão do dia 10 de novembro, presidente da Câmara de Salvador, vereador Carlos Muniz (PSDB), apresentou aos vereadores os projetos de reforma do Paço Municipal, com salas do novo Centro de Cultura e Memorial, e de implantação do novo Plenário, que funcionará no antigo Cine Excelsior, na Praça da Sé. Muniz anunciou ainda que, durante o processo de licitação e execução das obras, as atividades da Câmara serão transferidas provisoriamente para o antigo prédio do TRT, no Comércio.

 

No mesmo mês, a gestão do prefeito Bruno Reis solicitou a concessão de até R$ 67 milhões de subsídio orçamentário para o serviço de ônibus e o subsistema complementar (STEC) referente ao exercício de 2025. O projeto era uma complementação do PL 340/2025, que foi encaminhado para Câmara em agosto deste ano e aprovado em setembro. O subsídio foi aprovado ainda em novembro, durante a sessão do dia 17. 

 


Sessão legislativa do dia 17 de novembro, no plenário Cosme de Farias. Foto: Eduarda Pinto / Bahia Notícias

 

Já em dezembro, a principal sessão e a última do ano ocorreu no dia 17 de dezembro. Na ocasião, foi aprovado o texto da Lei Orçamentária Anual do Município e o Plano Plurianual, dois textos imprescindíveis para a gestão do Executivo no ano seguinte. O décimo segundo mês do ano também ficou marcado pelo envio do Plano Municipal de Segurança Pública pelo prefeito Bruno Reis. 

 

A pauta deve ser uma das principais a serem abordadas no ano legislativo de 2026, considerando especialmente a sua relevância partidária durante ano eleitoral. Também no final do ano, a Câmara Municipal de Salvador atualizou os trâmites para sua mudança para o Cine Excelsior, que deve passar por uma reestruturação completa, com supervisão dos órgãos municipais.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
A última semana do ano é sempre o momento de relembrar o que passou, mas também entender como na política baiana você pode esperar de um tudo. Daqui da ilha, teve muito elogio que envelheceu mal, mas também reconciliação. Mas a grande dúvida ficou pra 2026: quem é que ainda estará lado a lado até outubro? Relembre alguns dos destaques das Curtas do Poder em 2025.

Pérolas do Dia

Ivana Bastos

Ivana Bastos
Foto: Reprodução / AL-BA

"Concluímos o ano com o dever cumprido".

 

Disse a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Ivana Bastos (PSD) ao conduzir a última sessão e apresentou o balanço final das atividades da Casa em 2025. Durante sessão solene virtual no início da tarde desta terça-feira (30), a deputada afirmou que a Al-BA cumpriu as metas de atingir uma maior movimentação e que encerra este ano tranquilamente.

Podcast

Projeto Prisma entrevista vereador André Fraga nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista vereador André Fraga nesta segunda-feira
O vereador André Fraga (PV) é o entrevistado do Projeto Prisma desta segunda-feira (15). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias.

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