Artigos
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Multimídia
Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
Entrevistas
Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
intolerancia religiosa
O Ministério Público Federal (MPF) determinou a abertura de inquérito civil para apurar denúncias de suposto impedimento a manifestações religiosas por adolescentes no campus de Valença do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano (IFBA). A medida foi publicada nesta segunda-feira (28).
A decisão foi tomada com base em relatos encaminhados pelo Conselho Tutelar de Valença, que alertou para possíveis restrições à liberdade religiosa de estudantes dentro da instituição de ensino. O procurador da República titular do 14º OTC destacou que o MPF, como instituição essencial à defesa da ordem jurídica e dos direitos fundamentais, tem a obrigação de assegurar o cumprimento das garantias constitucionais, incluindo a liberdade de crença e manifestação religiosa.
O documento, assinado digitalmente pelo procurador Guilherme Rafael Alves Varga, visa coletar elementos a respeito de suposto impedimento de manifestações religiosas.
O MPF ressaltou que qualquer restrição indevida a práticas religiosas pode configurar violação de direitos fundamentais, cabendo ao poder público agir para garantir o pleno exercício dessas liberdades. O inquérito civil terá como objetivo coletar provas e ouvir os envolvidos, podendo resultar em medidas judiciais ou extrajudiciais para assegurar o cumprimento da lei.
O processo que apura uma invasão, vandalismo e furto contra um terreiro de candomblé em Brumado, no Sertão Produtivo, Sudoeste baiano, foi remetida à Justiça estadual. A decisão foi tomada pelo juiz João Batista de Castro Júnior, da Justiça Federal de Vitória da Conquista, também no Sudoeste.
Conforme entendimento do magistrado, ficou demonstrado pelo Ministério Público Federal (MPF) na Bahia a competência da esfera estadual no caso de intolerância religiosa. Além disso, a Polícia Civil [estadual] já tinha feito uma investigação mais aprofundada sobre o fato.
O juiz também considerou que os outros crimes imputados aos réus [furto qualificado, dano qualificado e dano material] também não estariam sob competência da União. Os dois réus foram identificados como Ivanildo Rocha da Silva e Danúbio Augusto da Silva. O primeiro, um ex-candidato a vereador pelo PMB, conhecido como "Cartão Vermelho". O segundo, um policial militar.
Conforme o MPF, no dia 5 de fevereiro de 2022, a dupla usou um trator para invadir o Centro Cultural do Candomblé Castelo Alto do Xangô, pertencente à Sociedade Floresta Sagrada Alto do Xangô. Eles ainda teriam depredado o interior do espaço, ofendido com palavras racista e ameaçado integrantes do grupo.
Os dois ainda são acusados de roubar objetos do terreiro que depois foram revendidos a terceiros.
Intolerância Religiosa: Justiça contabiliza 80 novos processos em 2024 e MP reforça atuação na Bahia
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) abriu 80 novos processos relacionados a intolerância religiosa em 2024. Os números, registrados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), evidenciam a relevância da data comemorada nesta terça-feira (21), no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Até o dia 30 de novembro, conforme a última atualização dos processos no judiciário, o número chegou a 3.257 novos processos deste tipo em todo o Brasil.
Segundo o Código Penal brasileiro, se configura crime o ato de “Praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” (Art. 20 Lei nº 7.716/1989). No entanto, 36 anos após a sanção desta lei - mesmo quando em 2023 o crime de intolerância religiosa se equiparou ao de racismo com penas mais graves -, a Bahia registrou 350 casos de intolerância religiosa, segundo dados da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi).
Nesse cenário, a promotora de Justiça Lívia Vaz falou ao Bahia Notícias sobre os avanços desde a primeira legislação contra a discriminação e intolerância racial. Ela defende que, atualmente, apesar dos crimes de racismo e intolerância racial estarem atrelados a injúria e subsequentemente ao Direito Penal, ainda seriam necessárias evoluções na legislação para que as vítimas sejam melhor asseguradas.
“Embora a criminalização também seja uma conquista simbólica dos movimentos negros, é importante compreender que o Direito Penal não é a seara do direito mais adequada para proteger e promover os direitos das pessoas negras, comunidades religiosas de matriz africana e outros grupos historicamente vulnerabilizados”, afirma. “No campo do direito, além da responsabilização criminal, é importante consolidarmos respostas jurídicas de responsabilização das instituições públicas e privadas, além de recomposição de danos morais decorrentes da prática de racismo”, defende.
Ao falar sobre as dificuldades do poder público em combater as práticas de preconceito religioso, a jurista completa:
“Ainda temos um longo caminho pela frente, para efetiva conscientização racial no Brasil, em todas as esferas, individual, social e institucional. A legislação é importante, mas, mais do que isso, o letramento racial é peça chave na transformação da nossa realidade. De pouco adianta uma lei antirracista no papel, se o sistema de justiça não a aplica”. Em sua fala, a Lívia cita o caso Simone Diniz, em 1997, que a então jovem paulista mobilizou a Justiça brasileira, após a vítima recorrer num caso de racismo na Comissão Interamericana.
A promotora ressalta ainda que apesar de estar diretamente atrelada às religiões de matriz africana, como candomblé, umbanda e vodum, a intolerância religiosa também atingem outros segmentos:
“A intolerância religiosa não se limita apenas a religiões de matriz africana, embora estas sejam o maior foco desse tipo de violência. Todos os segmentos religiosos podem sofrer atos de intolerância religiosa, que merecem igualmente atenção dos poderes públicos e atuação eficiente dos órgãos do sistema de justiça. Já tivemos casos notáveis de antissemitismo e também de discriminação contra religiões sabadistas, notadamente no ambiente universitário”, conta.
Atualmente, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) possui uma promotoria especializada no Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, a primeira do Brasil. Lívia detalha que a atuação do grupo parte, essencialmente, do diálogo com movimentos sociais e a realização de audiências públicas sobre a temática em casos de maior repercussão, como o da cantora Claudia Leitte.
“A Promotoria atua na Comarca de Salvador e agrega atribuições cíveis e criminais, tendo recentemente somado a estas frentes de ação também a defesa das cotas raciais e das comunidades tradicionais. Trata-se de uma promotoria que atua em articulação e diálogo com os movimentos sociais, o poder público e outras instituições do sistema de Justiça”, define.
Ao BN, a promotora conclui, por sua vez, que apesar dos esforços anuais para o combate destes crimes, as ações de combate devem ser pautadas a longo prazo. “Quando dizemos ‘racismo é crime’, eu costumo dizer que devemos colocar reticências após essa frase e não ponto final. Além de ser crime, o racismo é linguagem, sistema de opressão e um fator determinante de desigualdades, merecendo ações mais estruturais, jurídicas e extrajurídicas, para mudança”, delimita
O ex-prefeito da cidade de Rosário, no interior do Maranhão, Calvet Filho (Republicanos) foi acusado de intolerância religiosa após proferir comentários contra o atual prefeito da cidade, Jonas Magno (PDT). “Quem entregou a faixa ao prefeito foi um macumbeiro, umbandista. Consagrando a cidade de Rosário a Satanás”, afirmou o ex-prefeito.
A declaração faz referência a posse de Magno, que contou com a presença de Zé Ribeiro, líder do Tambor de Crioula, do povoado de Miranda, na mesma cidade. A fala foi feita no dia 8 de janeiro, durante desabafo em que Calvet acusa a atual gestão de perseguição por embargar uma obra particular sua.
O prefeito Jonas Magno publicou, em suas redes sociais, um vídeo repudiando a fala e prestando apoio ao líder religioso. “É inadmissível que crimes de intolerância ainda aconteçam”, afirmou o prefeito. O caso foi registrado na Polícia Civil (PC) como prática de discriminação ou preconceito de religião.
EX-PREFEITO ACUSADO DE BENEFICIAR AMANTE
Em 2024, Calvet foi acusado pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) de beneficiar a sua amante em um esquema de ‘rachadinha’ na prefeitura. Nayara Nunes era empregada como assistente técnica da Secretaria de Finanças, recebendo um salário de 3 mil reais, do qual metade seria repassada a sua prima Rosana, suposta amante do prefeito.
Segundo o Ministério Público, Nayara não possuía experiência para o cargo e os investigadores também suspeitam que ela não trabalhava de fato. A estimativa é de que, ao todo, foram desviados R$ 64,5 mil no esquema entre maio de 2022 e 2024, quando o esquema foi descoberto.
Antes de Nayara, era a suposta amante, Rosana, quem ocupava um cargo na prefeitura, até o mês de abril de 2022, quando teriam surgido rumores e boatos de que ela mantinha um relacionamento com o prefeito. No mês seguinte, a sua prima foi nomeada para outro cargo na administração.
Em agosto de 2023, Rosana abriu um Boletim de Ocorrência (BO) contra a esposa e a sogra de Calvet Filho. O documento relatava que as mulheres invadiram a sua casa enquanto ela estacionava um carro na garagem para insultá-la e agredi-la fisicamente.
O inquérito civil instaurado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para investigar o suposto episódio de intolerância religiosa e racismo que teria sido praticado por Claudia Leitte com a alteração da música 'Caranguejo (Corda do Caranguejo)' promete render mais do que o debate sobre o tema.
O Bahia Notícias conversou com o advogado paulista Hédio Silva Jr., ex-secretário de Justiça de São Paulo, que representa o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), para entender a denúncia feita pela entidade contra a cantora. O mestre e doutor em Direito Processual, fundador do JusRacial e do Idafro, que também é conhecido por atuar na defesa da ialorixá e líder quilombola Bernadete Pacífico, assassinada na Bahia em agosto de 2023, explicou o motivo da ação.
"Você tem dois aspectos fundamentais. Primeiro, religião afro-brasileira é patrimônio cultural definido pelo Estatuto da Igualdade Nacional e definido por jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É patrimônio cultural. A festa de Iemanjá é patrimônio cultural. A música permite a interpretação de que ela se dirige tanto ao orixá quanto à festa dedicada ao orixá."
Foto: Carta Capital
Com o contexto da canção, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) foi consultado para saber se foi solicitada alguma alteração na letra, lançada em 2004 por Claudia Leitte ainda na época do Babado Novo. A música, que aparece creditada a Alan Moraes, Durval Luz, Luciano Pinto e Nino Balla, não tem a artista como titular. Após a consulta, foi confirmado que não houve pedido de alteração para a letra que a artista canta desde 2014.
"Nós fomos atrás do ECAD para saber se a tal alteração que vinha sendo anunciada teria sido feita ao ECAD. Nós vamos precisar de uma determinação judicial, mas a pesquisa que nós tivemos no ECAD aponta que não foi feita alteração nenhuma na letra da música. Quando você vai avaliar a letra da música, Yeshua está completamente descontextualizado ali. Se ela tivesse alterado a estrofe, mas não. Se a estrofe dissesse 'quando a baixar joga em flores a saúde Nossa Senhora dos Navegantes'. Ok, Nossa Senhora dos Navegantes é uma entidade, uma divindade católica que está associada à água, está associada a flores. 'Saúde Yeshua' não há nenhum sentido. Não se pode falar em criação artística porque do ponto de vista, digamos assim, de uma estética possível, não é estética nenhuma, é uma improvisação."
O advogado pontua que se a alteração tivesse sido solicitada pelos compositores da música, o entendimento seria outro. "Não se pode falar em alteração por autêntica motivação genuína motivação dos compositores que sequer, pelo que nós entendemos os compositores sequer pedirem alteração. Então, tudo leva a crer que essa alteração é resultado da intolerância religiosa de alguém que cantou a canção durante décadas e agora, por uma razão de ordem privada dela resolve não pronunciar o nome de orixá. Isso estaria tudo bem se nós não estivéssemos tratando de um patrimônio cultural que a orixá representa."
Para Hédio, o caso se torna ainda mais curioso pelo contexto, se tratando de uma música da Axé Music, movimento que foi nomeado de forma pejorativa pelo jornalista Hagamenon Brito e ressignificado pelos artistas da cena para algo positivo.
"Quando ela deixa de pronunciar a palavra e ela substitui a palavra por Jesus, ela está promovendo o apagamento cultural, histórico que inclusive chama atenção o fato que ela não quer mais pronunciar Iemanjá, mas não tem nenhum problema em pronunciar Axé Music. Então, os indícios, não estou dizendo que ela é uma embusteira ou que ela é estelionatária, mas os indícios são de embuste e estelionato. Porque Axé Music, ok, mas Iemanjá não."
Após a representação formulada pela ialorixá Jaciara Ribeiro e pelo Idafro, que já se transformou em um inquérito civil, Hédio afirma que os próximos passos serão dar entrada em um requerimento pedindo para que Claudia Leitte explique a mudança em juízo.
"Mãe Jaciara da Oxum, que perdeu a mãe dela, Mãe Gilda de Ogum por intolerância religiosa, está requerendo, vamos dar entrada ainda hoje, para que Claudia Leitte, em juízo, explique isso. Explique porque, depois de décadas cantando a canção, mudou a letra. Ela está descaracterizando o patrimônio cultural, ela está ofendendo as lideranças, as pessoas, qualquer pessoa da religião, então, mãe Jaciara irá processá-la criminalmente por injúria religiosa. Não é razoável essa desqualificação de tudo que diz respeito a cultura negra no Brasil."
O advogado se antecipou nas críticas que já estão sendo feitas nas redes sociais pela dimensão que o caso com Claudia Leitte tomou. Segundo Hédio, a situação com a ex-Babado Novo ligou um alerta para que todos os episódios como este sejam tratados na Justiça.
"Isso não é algo novo e agora precisa de uma resposta inclusive por parte das instituições. Então, daqui para frente se aparecer qualquer coisa nesse sentido, nós vamos representar um cível, se for o caso, vamos representar criminalmente. Quem estiver praticando um crime vai responder. As pessoas vão dizer que é 'mimimi', mas eu sempre digo, você imagina um pai de santo, ali, na Praça Castro Alves, pega uma hóstia, monta uma barraquinha e põe ali um cartaz ‘Vendo o petisco de Oxalá’, comercializando hóstia. Em meia hora, eu, que poderia tomar um avião aqui para defender ele, não iria livrar ele da cadeia."
O doutor ainda pontuou a importância da validação do sentimento religioso quando se diz respeito a religiões de matrizes africanas. "Quando se trata de sentimento religioso cristão, o sistema jurídico brasileiro é absolutamente ágil, rápido e tal, para assegurar a proteção do sentimento religioso. Mas quando se trata de sentimento religioso de macumbeiro, se é tratado como picuinha. Daqui para frente não, não vamos permitir mais isso. Não vai ficar mais assim. Pode até não dar em nada, porque a gente não tem controle das instituições jurídicas, mas nós vamos levar as últimas consequências cada denúncia dessa."
Uma mulher foi presa em flagrante acusada de intolerância religiosa em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. A acusada, que não teve o nome informado, foi presa nesta quinta-feira (27). Segundo o Blog do Anderson, parceiro do Bahia Notícias, a vítima, identificada como Jamile Novaes, foi quem registrou um boletim de ocorrência. A denunciante é dona de uma loja e costureira de roupas de temática africana.
Conforme relato da mulher, que é adepta da umbanda, a acusada, que se diz evangélica, a xingou com palavras de baixo calão, afirmando que a crença da vítima era coisa de “demônio” e “diabo”. Para provar a situação, a costureira gravou vídeos, mostrando os ataques da vizinha evangélica.
Este é o sexto caso de intolerância religiosa registrado em Vitória da Conquista neste ano, de acordo com a delegada Gabriela Oliveira Teixeira Rigaud.
A acusada vai passar por uma audiência de custódia para saber se vai responder o caso em liberdade.
Anitta lançou nesta terça-feira (14) o clipe da música 'Aceita', que integra o álbum 'Funk Generation'. A data, um dia antes da anunciada pela artista, foi antecipada pela funkeira após a intolerância religiosa sofrida por ela nas redes sociais após divulgar imagens dos bastidores da gravação.
Gravado no terreiro frequentado pela cantora comunidade de Magé, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o clipe produzido pela GINGA Pictures aposta em uma estética preta e branca e mostra Anitta entregue à sua fé e religiosidade. Além dos rituais do candomblé, a funkeira mostra imagética de crenças cristãs, como o catolicismo e o judaísmo.
“Estou entregue nesse videoclipe. Não só por retratar um pouco da minha espiritualidade sem filtros, mas por mostrar que não há nada de errado ou a esconder sobre o que você acredita. Nós brasileiros somos um povo de vários credos e raízes”, reflete a artista.
Na letra, a cantora narra as vivências de uma entidade espiritual, que sai pelas ruas celebrando seus feitos. “Na tradição do candomblé, eu sou filha de Logun Edé, que é um orixá mega complexo. Sensível e bravo, inteligente e esperto, carinhoso e pragmático… Essa música traduz essas características pro meu universo, na minha história”, conta.
A intolerância religiosa representa um terço (33%) dos processos por racismo em tramitação nos tribunais brasileiros, segundo levantamento da startup JusRacial. A organização identificou 176 mil processos por racismo em todo o país.
No Supremo Tribunal Federal (STF), a intolerância religiosa corresponde, de acordo com o levantamento, a 43% dos 1,9 mil processos de racismo em tramitação na corte. Nos tribunais estaduais foram identificados 76,6 mil processos relacionados ao tema, sendo que 29,5 mil envolvem religião.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, com quase 6,5 mil processos, tem o maior número de casos de racismo religioso. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais tem o maior número de casos de racismo - 14,1 mil -. Desses, 6,3 mil envolvem a espiritualidade de matriz africana. Os tribunais regionais do trabalho reúnem 19,7 mil processos relacionados ao racismo religioso.
Perda de guarda
A vendedora Juliana Arcanjo perdeu a guarda da filha, na época com 11 anos, após levar a menina para receber iniciação no candomblé. “O pai dela, não muito contente com a feitura dela, foi no conselho tutelar e me denunciou por violência doméstica por causa das curas do candomblé e cárcere privado por causa do recolhimento”, conta a moradora de Campinas que chegou a enfrentar um processo criminal.
Mesmo absolvida das acusações, Juliana está há praticamente três anos sem poder ver a filha. “Eles não me concederam nenhuma visita assistida. Nada”, conta a mãe, que se sente injustiçada. “Foi preconceito puro. Porque toda mãe, todo pai tem o direito de levar seus filhos onde se cultua a religião. O crente leva o filho na igreja. O católico leva o filho na igreja e batiza a criança. Agora, o candomblecista não pode levar seus filhos ao candomblé”, reclama.
A última audiência a respeito da guarda da adolescente foi há cerca de três meses. Juliana diz que aguarda que a jovem seja ouvida por uma psicóloga para embasar a decisão do juiz sobre as visitas à filha.
Na tarde desta segunda (15), os passageiros que estavam seguindo da estação Pituaçu à Tamburugy, na linha 2 do metrô de Salvador, se depararam com uma grande confusão, aparentemente causada por intolerância religiosa.
Uma moça que estava utilizando um colar de conta, tradicional do candomblé, foi agredida verbalmente, inclusive com gritos, por um homem que se incomodou com a presença dela no vagão. Visivelmente irritado, ele começou a se aproximar da mulher e iniciou uma série de falas, inclusive usando trechos bíblicos para repreender a guia, como é conhecido o colar e a religião dela.
INTOLERÂNCIA NO METRÔ DE SALVADOR ???? Homem teria usado trechos bíblicos para agredir verbalmente uma mulher que usava um fio de contas
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) January 16, 2024
Saiba mais ?? https://t.co/NLNZjQqclw pic.twitter.com/wNX6tCU8r5
As manifestações religiosas dentro dos vagões do metrô de Salvador já são rotineiras, mesmo que não recomendadas pela empresa que administra o equipamento. Um dos passageiros que registrou as imagens, o jovem Tobias Muniz, afirmou que quando entrou no trem, a confusão já estava acontecendo e que o homem se aproximou da mulher e começou a provocar com falas intolerantes até que ela perdesse a paciência e começasse a se defender, inclusive tirando o colar para evidenciar e defender a sua religião.
Ainda segundo o rapaz, após a publicação do vídeo nas redes sociais, os seus seguidores compartilharam e ajudaram a encontrar a mulher, que juntos já estão em busca de uma solução para o caso, acionando o Ministério Público e contactando advogados.
Na publicação, Tobias repreende a falta de fiscalização e a recorrência de situações como esta. “Não é intolerância religiosa, é racismo religioso pois só religião de negro que está sendo alvo de violência. O povo de candomblé e das religiões de matriz africana não toleram mais isso dentro das dependências da empresa privada a qual somos clientes e pagamos por seus serviços diariamente”, disse.
Um caso de intolerância religiosa foi registrado em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano. Segundo o Blog do Anderson, parceiro do Bahia Notícias, o fato ocorreu durante uma festa dedicada a crianças em uma comunidade quilombola da cidade, conhecida como Beco de Dôla, no bairro Cruzeiro.
Os acusados, que fazem parte de uma igreja evangélica, foram ao local com ofensas aos moradores e diziam querer “expulsar satanás”. Ainda segundo informações, o grupo era liderado por um homem que se autointitulava pastor evangélico e teria exigido aos participantes da festa um “alvará” para a realização do evento.
O acusado usava um microfone e uma caixa de som para exigir o documento, que, na verdade, é exigido pela prefeitura. Uma guarnição da 77ª Companhia Independente de Polícia Militar foi chamada, mas os suspeitos haviam evacuado do local.
A Polícia Civil identificou os autores dos atos de racismo religioso e intolerância religiosa que foram feitos contra o Centro Cultural Alto de Xangô, localizado no centro sul baiano na cidade de Brumado em março deste ano.
A Polícia Civil em nota afirma que os autores dos crimes arrancaram fios e postes pertencentes a COELBA para prejudicar as celebrações religiosas do local.
“No inquérito ficou comprovado que os autores adentraram no Centro Cultural e furtaram a fiação e ainda tentaram arrancar e vender os postes de fiação, com propósito de prejudicar o andamento dos trabalhos religiosos no local. Os acusados foram indiciados por furto qualificado e receptação, uma vez que a fiação e os postes que atendia o centro cultural é de propriedade da Coelba. As investigações concluíram que existe intolerância religiosa dos autores e que as terras onde se encontram o Centro Cultural Alto de Xangô são públicas e de preservação e interesse público de uso sustentável da União e que ao longo dos anos vem sendo molestada a posse do Centro Cultural com furtos de imagens, destruição de pontos sagrados e invasão das terras com a finalidade de grilagem. No inquérito policial foi representado por medidas cautelares para que os autores fiquem afastados a uma distância de 500 metros do Centro Cultural do Candomblé Alto de Xangô, sob pena de prisão”, diz o delegado Cláudio Marques Pereira.
Abrindo o retorno presencial do projeto Domingo no TCA no mês da Consciência Negra, Sulivã Bispo sobe ao palco da sala principal do Teatro Castro Alves neste domingo (14), às 11h, com o espetáculo “Kaiala”. Dirigida por Thiago Romero, a montagem, que é o primeiro solo do ator, aborda temas como racismo e intolerância religiosa. Os ingressos custam R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia), vendidos apenas no dia do evento, no local, a partir das 9h, com acesso imediato à plateia do teatro.
Pensando neste momento especial de retomada, o texto da obra foi revisitado, com o acréscimo de novas cenas e músicas. A obra conta a história do assassinato de uma menina de 10 anos durante a invasão de seu terreiro por um grupo de evangélicos. A narrativa é explorada a partir de três pontos de vista: o do irmão-de-santo da garota; da avó, que ao mesmo tempo é sua ialorixá; e da evangélica que lidera o ataque ao terreiro, que também é a algoz da criança. O texto traz depoimentos e memórias dos três locutores, fazendo com que o espectador perceba na transição narrativa aspectos da religião, do crime cometido e da resistência do povo negro.
A peça apresenta a divindade Kaiala, inquice do candomblé-Angola, que é usada como metáfora para tratar de temas como a intolerância, resistência, preconceito e genocídio do povo negro. “Kaiala é um alerta do que não pode mais acontecer. É a grande força maternal, que cuida das cabeças e vem passar essa mensagem. Ela traz para a dramaturgia a visão de divindade de maneira muito bela e singela e faz um paralelo com esse momento tão triste que estamos vivendo de intolerância religiosa no país”, explica Sulivã.
SERVIÇO
O QUÊ: Sulivã Bispo em “Kaiala” - Domingo no TCA
QUANDO: Domingo, 14 de novembro, às 11h
ONDE: Sala principal do Teatro Castro Alves - Salvador (BA)
VALOR: R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia) | * Vendas somente no dia, a partir de 9h, com acesso imediato do público.
Em comemoração aos cinco anos da estreia de seu primeiro solo, o ator baiano Sulivã Bispo remonta a obra “Kalala” em uma temporada online, de 25 a 27 de fevereiro, com exibição gratuita às 20h, no canal do Na Rédea Curta no Youtube.
Gravada no Terreiro Bate Folha, a montagem é a inspiração poética para contar a história de uma menina de 10 anos assassinada, após um grupo de evangélicos invadir seu terreiro. Entre realidade e ficção, a obra discute temas como racismo, intolerância religiosa e a morte sistemática de jovens negros no Brasil.
“Surge de uma revolta minha com relação a esse tema. O surto que adentrou a periferia de preconceito racial, a migração do povo de santo para a religião evangélica. Então me vi instigado a falar sobre isso”, diz o ator, sobre a motivação para montar o espetáculo.
Após a transmissão do espetáculo, o público poderá participar de um bate-papo, ao vivo, com o artista e convidados como Onisajé (Ilê Axé Oyá L’adê Inan), Hanna (Terreiro Bate Folha) e Nildinha Fonseca. O encontro busca discutir sobre o racismo e a intolerância religiosa.
SERVIÇO
O QUÊ: KAIALA - um solo de Sulivã Bispo (exibição de solo + bate-papo)
QUANDO: 25, 26 e 27 de fevereiro de 2021, às 20h
ONDE: Youtube do Na Rédea Curta (www.youtube.com/naredeacurta)
VALOR: Grátis
Pensando sobre a questão da laicidade do Estado brasileiro e os repetidos casos de intolerância religiosa, o terreiro Unzó Maiala vai realizar, no próximo dia 21 de janeiro, a partir das 10h, a mesa de diálogo "Quais caminhos precisamos traçar para combater a Intolerância?". O debate vai acontecer na Casa d'Itália, na Avenida Sete de Setembro.
Com a participação da yalorixá, negra, mulher Trans e pedagoga Tiffany Odara, da ativista pelos direitos humanos e contra o racismo, católica e assessora de Koinonia, Camila Chagas (Advogada), da escritora, poeta e mulher preta de Axé Maiara Silva, do assistente social e presidente da Mesa de Ogãs, Junior Afikodé (Alafin Oyó), a assistente social Rosa Bonfim e do multiartista, pesquisador e descendente indígena Caboclo de Cobre/Luiz Guimarães, a mesa busca alertar acerca do problema da intolerância religiosa, visibilizar à luta pelo respeito a todas as religiões estreitar formas de combater o racismo religioso.
O evento vai acontecer na mesma data de morte de Mãe Gilda, do Axé Abassá de Ogum, vítima de diversas agressões, verbais e físicas, provocadas pelo preconceito à sua religião.
“Combater à desinformação é o primeiro caminho nesta luta pelo fim da intolerância religiosa. Por quê não dizer de racismo religioso?. Sabemos que a intolerância a nós de povo de matriz africana é também uma questão de cor de pele. Precisamos somar forcas para romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos religiosos”, descreve Mameto de Nkisi Tandü.
Um homem vandalizou o busto instalado em homenagem à líder religiosa Mãe Gilda, no início da tarde desta quarta-feira (15), nas imediações da Lagoa do Abaeté, em Itapuã. A situação foi denunciada pela ialorixá Jaciara Ribeiro, do terreiro Axé Abassa de Ogum, em um vídeo divulgado nas redes sociais e confirmada pela Polícia Militar.
No vídeo, a ialorixá conta que recebeu uma ligação da gestão do parque que administra a área em que a lagoa está inserida denunciando que um homem estava apedrejando o monumento e quebrando assentamentos sagrados feitos no local.
Segundo Jaciara Ribeiro, essa é a segunda vez que o busto é alvo de vandalismo. "Em um momento de pandemia, em um momento onde o país passa por tanta dificuldade, mais uma vez o busto de Mãe Gilda é depredado. Quebrou tudo aqui e ele disse que foi a 'mão de Deus'", desabafou, caracterizando o ato como intolerância religiosa.
Homem vandaliza busto em homenagem a Mãe Gilda em Itapuã. "Quebrou tudo aqui e disse que foi a 'mão de Deus'", denuncia ialorixá.
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) July 15, 2020
Leia mais: https://t.co/EYTXBPr1bH pic.twitter.com/trdjZFpMxS
De acordo com a assessoria da Polícia Militar, o acusado foi pego em flagrante e conduzido por prepostos da 15ª Companhia Independente de Polícia Militar (15ª CIPM/Itapuã) até a delegacia, onde o boletim de ocorrência foi registrado.
Em Salvador, somente no ano passado, mais de 120 casos de intolerância religiosa foram registrados Grupo Especial de Proteção aos Direitos Humanos e Combate à Discriminação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que acompanha as denúncias.
Alcione fez duras críticas ao posicionamento do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, que em uma reunião privada afirmou que o movimento negro é “escória maldita” que abriga “vagabundos” e xingar mãe de santo de "filha da puta", "macumbeira" e "miserável" (clique aqui).
Conforme levantado pelo jornal O Dia, a cantou fez fortes declarações durante sua participação na live da sambista Teresa Cristina, nesta terça-feira (3), que tinha como tema “Umbanda e Candomblé”. “Hoje eu vi aquela matéria do zé ninguém lá da Fundação Palmares. Ainda dou na cara dele para parar de ser um sem noção”, comentou a cantora maranhense, referindo-se à fala de Camargo a respeito do movimento negro.
“A gente vê tanto sofrimento. Você vê os negros americanos naquela batalha, por causa daquele senhor que morreu com aquele filha da mãe com o joelho nele. A gente vê as coisas que acontecem no Brasil, com bala perdida e tudo. Então a gente vê uma pessoa da nossa cor falando uma besteira daquelas, tenho vontade de arrancar da televisão e encher de porrada pra virar gente”, completou Alcione.
Negro e candomblecista, o ator Sulivã Bispo partiu do desejo de se ver representado nos espetáculos da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para criar "Kaiala". A peça nasceu como uma cena de apenas 15 minutos até que tomou corpo e atualmente é um espetáculo completo, de 60 minutos, que será encenado de 9 a 23 novembro, sempre aos sábados e domingo, às 20h, no Teatro Sesi Rio Vermelho.
Na palco, Sulivã conta a história de uma menina de 10 anos, iniciada no candomblé, que foi assassinada em um ato de intolerância religiosa. "É um grande ataque de racismo religioso que nós, enquanto povo de santo, vivemos sofrendo e não se fala muito disso no teatro. Então, eu juntei as duas coisas e montei esse espetáculo que acho que, paralelo a qualquer coisa, é muito necessário", defende Sulivã.
A montagem atual contém novas cenas, mas o ator pontua que a essência permanece a mesma. O enredo é contado por três personagens: o irmão da menina, a avó dela, que é também sua ialorixá, e a evangélica que lidera a invasão ao terreiro, que culminou no assassinato. Ao longo do texto, Sulivã monta essas três versões de forma a apresentar ao público um pouco da religião e da resistência do povo negro.
"O espetáculo conta também a minha história e eu, como um filho de santo de Oxum, acho que não faço nada além do meu papel de reverenciar os agrados e trazer pra perto da história de Salvador que me foi contada e me fez ser resistência. Porque se eu estou aqui atuando é porque meu corpo preto resiste", destaca o artista.
Em cartaz pelos próximos três fins de semana, Kaiala deve ficar um tempo fora de cena em seguida, já que Sulivã tem se dedicado a outros trabalhos na televisão.
Foto: Andréa Magnoni / Divulgação
O ator ganhou maior notoriedade com o sucesso da web série "Na Rédea Curta", onde interpretava a personagem Mainha. Mas agora ele integra o elenco da série "Férias em Família", do Multishow. Ao BN, ele conta que passou três meses viajando pela Europa para gravar o programa. Gravada na Espanha, a segunda temporada deve ser lançada no ano que vem.
SERVIÇO
O QUÊ: Espetáculo KAIALA
QUEM: Sulivã Bispo
QUANDO: 9 A 23 de Novembro, sábados e domingos, às 20h
ONDE: Teatro SESI - R. Borges dos Reis, 9 - Rio Vermelho, Salvador - BA, 41950-600
QUANTO: R$ 30 e R$ 15 | VENDAS: Bilheteria do teatro e www.sympla.com.br
Em protesto contra a proprietária da "livraria flutuante", a empresa OM Ships International, a Frente Nacional Makota Valdina realiza seu segundo "ebó coletivo" nesta segunda-feira (4), no Terminal Marítimo de Salvador. O ato, que teve início por volta das 10h e segue até as 19h, é uma resposta à intolerância religiosa da organização, responsável pelo navio Logos Hope.
Antes do navio chegar à capital baiana, no mês passado, a empresa usou sua página no Facebook para pedir que os fiéis orassem pelos tripulantes, já que a cidade é conhecida "pela crença das pessoas em espíritos e demônios" (saiba mais aqui).
Diante desse quadro, a Frente Makota Valdina, que se constitui como um fórum de defesas das religiões de matriz africana, organizou essa mobilização. Coletivos, organizações sociais, associações e terreiros de candomblé participam do ato, que visa louvar os orixás e voduns e espantar os "males trazidos pelo navio do racismo religioso".
"Repudiamos a manifestação explícita de racismo religioso presente na postagem do navio Logos Hope. Ao associar os símbolos sagrados dos povos africanos ao mal, a publicação do navio nega o protagonismo e a existência de uma história ao povo negro, ideologia racista mesma que justificou o navio negreiro", destacou a frente na postagem de anúncio do ebó.
Dias após o caso de intolerância, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) também tomou medidas contra a proprietária do navio e anunciou a abertura de uma investigação (veja aqui).
Com a chegada do navio Logos Hope, que abriga uma "livraria flutuante", a Salvador, uma postagem preconceituosa feita pela proprietária da embarcação começou a circular nas redes sociais. No Facebook, a OM Ships International, que se denomina como uma organização cristã "dedicada a compartilhar conhecimento, apoio e esperança", atacou o sincretismo religioso de parte da população soteropolitana.
"Ore por uma partida segura e uma simples viagem de dois dias para Salvador. Ore pela proteção, força e sabedoria para os membros da tripulação durante a estadia do navio em Salvador - uma cidade conhecida pela crença das pessoas em espíritos e demônios. Ore pela equipe de eventos enquantos eles se preparam para um novo porto e que Deus possa ser glorificado através de cada um dos eventos que estão chegando", diz a organização em uma mensagem postada na manhã de terça-feira (22).
Após a publicação desta nota, às 11h40 de sexta (25), a postagem foi apagada. Mas o Bahia Notícias fez um registro antes da exclusão.
Imagem: PrintScreen / Facebook OM Ships International
Em meio a diversos comentários de pessoas dizendo "amém" ou que estão "orando", tinha também uma série de comentários de brasileiros, em português e inglês, criticando a intolerância religiosa. "Eu rezo para que vocês aprendam a respeitar a cultura, as pessoas e a cidade que você vão visitar", disse uma internauta. "Acabei de desistir de visitar vocês! Respeitem minha cidade. Conheçam as crenças. Não julguem!", escreveu outra. "É inacreditável que a página de um projeto com o objetivo de levar conhecimento seja carregada com tanta ignorância", digitou um rapaz, para citar algumas críticas.
O BN procurou a empresa que assessora o navio em Salvador, mas não obteve retorno até a publicação desta nota.
Aberto nesta sexta (25), o Logos Hope deve ficar em Salvador até o dia 5 de novembro. Auto-intitulado a "maior livraria flutuante do mundo", ele cobra R$ 5 para dar acesso aos visitantes. Além disso, crianças menores de 12 anos e adultos maiores de 60 anos possuem entrada gratuita. (Atualizada às 12h10)
A mesa será composta por Mãe Jaciara, representante do candomblé; Frei José Jorge Rocha, representante do catolicismo e coordenador da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso; pastor Djalma Torres, representante da fé evangélica e vencedor do prêmio de Direitos Humanos, concedido pela presidente da República, Dilma Rousseff; o coordenador da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Sérgio São Bernardo, e outros líderes. Montada em agosto pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), a exposição integra o projeto #MusEuCurtoArte, de dinamização artística dos museus. “A mesa de encerramento marca o fim desta exposição, que saiu do Solar Ferrão, no Pelourinho, onde existe hoje uma resistência da Diáspora Negra, e foi para o Palacete das Artes, na Graça, atingindo um outro público”, considera Fernanda Tourinho, diretora da Funceb.
Gratuita, a mesa é aberta ao público, que ainda pode conferir a exposição do artista Cláudio Masella, em exibição até este domingo (1º). Ao todo, o "Bahia é África Também" atraiu mais de seis mil pessoas para assistir suas palestras, mostras e mesas-redondas, que evidenciavam a diversidade da produção cultural africana do século XX.
Mesa-redonda "Intolerância Religiosa"
Data: 28/10
Local: Palacete das Artes
Horário: 17h
Entrada Franca
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.