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ACM Neto estreia como favorito em pesquisa, mas Wagner e efeito Lula podem virar o jogo

Por Fernando Duarte

ACM Neto estreia como favorito em pesquisa, mas Wagner e efeito Lula podem virar o jogo
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

O primeiro levantamento sobre intenções de voto para o governo da Bahia em 2022 permite evocar duas linhas diferentes de análise. A primeira é de que o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, conseguiu transformar a boa avaliação na capital baiana em intenções de voto e acabou não afetado diretamente pela crise envolvendo a aproximação do DEM com o governo de Jair Bolsonaro. A segunda linha é a de que o desgaste do ciclo do PT na Bahia pode ser decisivo para uma nova candidatura de Jaques Wagner ao governo.

 

Apesar de ser representante de uma oligarquia política, ACM Neto conseguiu vender a ideia de representar o “novo”. Foi assim durante as duas administrações em Salvador, onde conseguiu fazer o sucessor, Bruno Reis, numa disputa extremamente confortável, e sair da gestão com um dos melhores índice de aprovação entre os prefeitos de capitais. Após oito anos construindo a imagem de responsabilidade fiscal associada a programas sociais e obras estruturantes, o herdeiro político do clã Magalhães ficou com o legado positivo do carlismo sem, necessariamente, carregar o ônus.

 

Em 2006, quando Wagner foi eleito pela primeira vez para o Palácio de Ondina, o “peso” do carlismo foi uma das forças para impulsionar a onda vermelha na Bahia. Além do apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista surfou na fadiga do grupo político que hoje é liderado pelo ex-prefeito ACM Neto. À época, o carlismo estava no poder desde 1990, um ciclo semelhante ao vivido pelo PT na Bahia em 2022. É uma das explicações possíveis para que Wagner não tenha um desempenho na pesquisa proporcional à avaliação do governo de Rui Costa, seu sucessor e apadrinhado político.

 

A pesquisa liderada por ACM Neto indica também que o posicionamento antibolsonarista na Bahia não “grudou” no presidente nacional do DEM, que protagonizou embates públicos com aliados após não descartar uma aproximação com o presidente Jair Bolsonaro. Depois de ter sido alvo de duras críticas, o ex-prefeito de Salvador recuou e garantiu que não estaria próximo de “extremos”, o que o afastaria do governo, argumento que voltou a ser questionado quando o afilhado João Roma assumiu o Ministério da Cidadania. Aparentemente, essas pechas não fincaram raízes na visão dos eleitores entrevistados.

 

É cedo para apontar que o levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas em parceria com o Bahia Notícias esteja cristalizado até 2022, quando as urnas estarão disponíveis. São muitas variáveis a serem observadas, desde as alianças locais até as candidaturas a presidente - a exemplo do impacto do efeito Lula na candidatura do PT da Bahia. Porém é importante ficar de olho nos caminhos a serem percorridos até lá.

 

Este texto integra o comentário desta sexta-feira (26) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.