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O Ministério da Saúde alterou a classificação de gênero em 269 procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), passando a adotar a terminologia “para ambos os sexos”. De acordo com o ministério, a mudança busca ajudar as pessoas transgêneros que mudaram de nome após a transição a terem acesso a tratamentos próprios de seu sexo biológico.
Segundo reportagem do Metrópoles, a medida busca garantir que pessoas do sexo masculino tenham acesso a procedimentos destinados ao sexo feminino, bem como o oposto. A alteração foi feita na “Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS”. A relação inclui serviços como pesquisas de espermatozóides, ultrassonografias de próstata, partos e curetagem pós-abortamento.
De acordo com o Ministério da Saúde, a mudança busca atender a uma liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de 2021 sobre uma ação impetrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Na ocasião, o partido questionou políticas públicas do governo federal para transgêneros. A ação apontou que as pessoas trans que mudaram de nome após a transição estavam sofrendo entraves no acesso a procedimentos referentes ao sexo biológico. Com a alteração, os procedimentos podem ser realizados independente do gênero registrado no documento do paciente.
O Brasil teve 257 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ no ano de 2023, uma a mais que o registrado em 2022. O dado é de um levantamento feito pelo Grupo Gay Bahia (GGB), a mais antiga Organização Não Governamental (ONG) LGBT da América Latina. O número mantém o país no posto do mais homotransfóbico em todo o mundo.
As conclusões são baseadas em informações coletadas na mídia, nos sites de pesquisa da Internet e correspondências enviada ao GGB, "já que não existem estatísticas governamentais sobre esses crimes de ódio contra a população LGBT". O trabalho é realizado sem recursos governamentais, por voluntários.
O estudo admite, ainda, um índice de subnotificação, já que muitas vezes é omitida a orientação sexual ou identidade em tais publicações fúnebres. Dentro do que foi levantado, o GGB aponta que o Brasil registrou em 2023 o maior número de homicídios e suicídios da população LGBTQIA+ no planeta e das 257 vítimas, 127 eram travestis e transgêneros, 118 eram gays, 9 lésbicas e 3 bissexuais.
"Isso reflete a violência letal contra travestis e transexuais atualmente. Estimando-se que as trans representam por volta de um milhão de pessoas no Brasil e os homossexuais 20 milhões, o risco de uma transexual ser assassinada é 19% mais alto do que gays, lésbicas e bissexuais", analisou o professor Luiz Mott, fundador do GGB, o professor Luiz Mott.
O ativista reforça que, em 44 anos de pesquisa, pela primeira vez travestis e transexuais ultrapassaram os gays no número de mortes violentas.
“De igual modo é o calvário vivenciado pelos suicidas LGBT+, onde a intolerância lgbtfóbica, sem dúvida, foi o combustível e o gatilho para minar sua autoestima e desistirem de viver", afirma Toni Reis, coordenador da Aliança Nacional LGBT.
O documento explica que as lésbicas estão na categoria sexual menos vitimizada, porque "em geral, as mulheres são menos violentas que os homens e se expõem menos do que os gays em espaços de risco". Além disso, "raramente elas têm relações com pessoas desconhecidas no primeiro encontro".
Sobre o recorte de etnia e cor das pessoas, 60% das vítimas não possuem indicação no levantamento. Entre os que foram notificados, a pesquisa aponta os seguintes índices:
Branca - 14,39%
Parda - 10,5%
Preta - 10,89%
Não identificada - 66,2%
Apenas para 34% das vítimas há indicação da cor. Não há detalhamento, nesse âmbito, de nenhuma lésbica e bissexual assassinados. A prevalência é maior para travestis e transexuais.
Conforme a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os LGBTQIA+ brancos como categoria isolada é majoritária com 14,39%, seguida dos pardos (10,50%) e pretos (10,89%). Se agrupados, pardos e pretos totalizam 21,39%.
Com relação à faixa etária, o estudo informa que 67% das vítimas tinham ente 19-45 anos. O mais jovem tinha apenas 13 anos: Otávio Henrique da Silva Nunes, que levou 11 facadas em Sinop (MT). O suspeito do ataque é outro adolescente.
Pelo menos 22 profissões diferentes foram identificadas entre as vítimas gays. Dentre elas:
11 professores
5 empresários
3 médicos
3 dentistas
2 pais de santo
1 padre
Quanto às trans, sete ocupações foram registradas: 18 profissionais do sexo, 3comerciantes, 3 cabeleireiras, duas enfermeiras, uma garçonete.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), pediu a rejeição e o arquivamento do projeto de lei que quer proibir a união civil de pessoas do mesmo sexo no Brasil. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com a procuradoria, além de inconstitucional, a proposta afronta princípios internacionais e representa retrocesso no que diz respeito aos direitos e garantias fundamentais das pessoas LGBTQIA+.
O texto está em tramitação na Câmara dos Deputados. Em nota pública enviada à Casa na sexta-feira (22), a procuradoria avalia que negar a possibilidade de união civil homoafetiva significa dizer que os homossexuais teriam menos direitos que os heterossexuais, “criando uma hierarquia de seres humanos com base na orientação sexual".
Para a procuradoria, esse entendimento seria contrário a preceitos constitucionais, como o da dignidade do ser humano e a proibição de qualquer forma de discriminação. “Essa ideia colide frontalmente com a essência da Constituição da República Federativa do Brasil, a qual busca estruturar uma nação em que a convivência entre os diferentes seja pacífica e harmônica”, diz a nota.
“Uma eventual aprovação desse projeto não significa apenas o Estado assumir que existe um modelo correto de casamento e que este modelo seria o heterossexual. Significa também dizer que o Estado reconhece as pessoas não heteronormativas como cidadãs e cidadãos de segunda classe, que não podem exercitar todos os seus direitos, em função de sua orientação sexual”, destacou a procuradoria.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão citou dados do IBGE que apontam que, apenas em 2021, 9,2 mil casais de mesmo sexo formalizaram sua união estável em cartório. Caso o projeto se torne lei, o órgão do MPF alerta que novas uniões estarão vedadas ou não surtirão os efeitos legais desejados, “criando evidente e injustificado desequilíbrio entre pessoas homo e heterossexuais”.
Além disso, de acordo com a nota, a união civil é um ato voluntário e privado, “cuja essência é concretizar uma parceria entre duas pessoas para uma vida em comum”. “Nesse sentido, pouco importa a orientação sexual de quem está se unindo, e isso não diz respeito a toda coletividade, em um Estado democrático que garanta as liberdades fundamentais, em especial as dos indivíduos”, diz.
Na avaliação da procuradoria, o projeto tenta cercear o direito de escolha dos indivíduos, em situação que se refere eminentemente à esfera privada.
A votação do Projeto de Lei 5.167/2009 estava na pauta do dia 19 na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, mas foi adiada para a próxima quarta-feira (27). Pelo acordo entre as lideranças partidárias, antes de colocar o texto em votação, a comissão realizará uma audiência pública na terça-feira (26) para debater o tema.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) segue com a com a missão de tornar os serviços em saúde mais eficazes para a população LGBT, promovendo compreensão e acolhimento da diversidade de gênero e sexualidade dos usuários. Para isso, já são 33 unidades em processo de implementação da certificação “Unidade Amiga da Saúde LGBT”, nos doze Distritos Sanitários da capital baiana. Na manhã desta quarta-feira (5), foi a vez da USF Ilha de Bom Jesus dos Passos iniciar a inserção nessa estratégia.
Na ocasião, foi realizada visita guiada no equipamento, que possui duas equipes de saúde da família e atende a uma população de 2.236 pessoas, com uma roda de conversa com os profissionais, conduzida por Erik Abade, técnico do Campo Temático Saúde da População LGBT, da Diretoria de Atenção Primária à Saúde. Durante a atividade, os profissionais da USF tiveram a oportunidade de esclarecer suas dúvidas sobre identidade de gênero, orientação sexual e a importância do uso do nome social.
Ao final, foram estabelecidos critérios, ações e melhorias nos serviços que visam a conquista da certificação de Unidade Amiga da Saúde LGBT, reforçando o compromisso em garantir um ambiente inclusivo e livre de discriminação. “Essa iniciativa contribui para um Sistema Único de Saúde (SUS) que promove a igualdade e respeita os direitos da comunidade LGBT, combatendo qualquer forma de LGBTfobia”, declara Erik Abade.
A estratégia de certificação Unidade Amiga da Saúde LGBT vem sendo desenvolvida pela SMS desde 2019. No final deste ano, encerra a primeira etapa de avaliação para certificação, quando a equipe de especialistas da SMS irá avaliar o cumprimento dos critérios estabelecidos e firmados para o acolhimento ao público LGBT, bem como dos serviços prestados em beneficio desses/as.
Conforme Getisêmani Menezes, coordenador da Atenção Primária à Saúde da SMS, as linhas de cuidado relacionadas a equidade serão ainda mais valorizadas pela atual gestão da atenção primária. “Qualificar e preparar as equipes para atendimento à diversidade característica do público LGBT é um dos objetivos do SUS de forma geral, e em Salvador é uma missão que segue o propósito de ser cumprida”.
Em alusão aos 200 anos da Independência do Brasil na Bahia, o Cineclube Nanook exibirá, no próximo dia 6 de julho, às 17h, no auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), o documentário Balizando 2 de Julho (2019). O evento também será transmitido na internet e marca o encerramento do V ciclo do projeto de extensão, que desenvolveu ao longo do semestre a temática "Corpos traçados pela luz: (r)existências e corporificações do ser".
Roteirizado e dirigido pela dupla de realizadores Fabíola Aquino e Marcio Lima, o documentário mostra a participação da comunidade LGBTQI+ e a trajetória de duas personagens: Diana Souza, uma baliza trans, e Gabriel Villas Boas, um balizador gay, durante o Desfile do 2 de Julho de 2019, dia em que se celebra a Independência do Brasil na Bahia.
Com participação especial do ativista em direitos humanos Jean Wyllys, as imagens revelam toda diversidade que envolve a preparação para o evento, com as bandas de fanfarra, que trazem a figura da "baliza", escolha do figurino, montagem da coreografia e a relação com o público que prestigia o desfile no "Beco do Rosário", na Avenida Sete de setembro, em Salvador (BA).
O desfile em comemoração ao 2 de Julho é um espaço de resistência e de protesto contra dilemas sociais e políticos contemporâneos. É assim que, em meio aos ensaios, figurinos, coreografias, as personagens também deixam revelar uma realidade ainda permeada por preconceito e obstáculos como a difícil relação com o mercado de trabalho, a aceitação da orientação sexual e identidade de gênero e a relação com familiares e comunidade.
Após a exibição do curta, o público poderá participar do bate-papo sobre o tema do ciclo de modo presencial ou remoto, pelo chat do Canal do LAF. O ingresso é gratuito, mas é recomendável o preenchimento de um formulário online se houver interesse em receber o Informativo da sessão com mais informações, bem como adquirir o certificado de participação no evento e concorrer ao sorteio da camiseta do Cineclube Nanook. A conversa será realizada com a participação da cineasta, jornalista, produtora cultural e diretora do documentário Fabíola Aquino, e do museólogo, gestor cultural e cientista social Vinícius Zacarias. A mediação da ficará por conta do jornalista Bruno Leite, que é mestrando pelo Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Póscom/UFBA) e membro do Laboratório de Análise Fílmica (LAF/Póscom).
Cineclube Nanook
O Cineclube Nanook acontece toda primeira quinta-feira de cada mês, em formato híbrido. Em ciclos temáticos, o evento tem como objetivo oferecer um espaço de aprendizado e experiências sobre o universo do cinema documentário, por meio de um projeto de extensão desenvolvido por integrantes do núcleo Nanook, de estudos do cinema documentário, vinculado ao Laboratório de Análise Fílmica (LAF), grupo de pesquisa em cinema e audiovisual do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas (Poscom) da UFBA. Coordenado pela professora Morgana Gama, pós-doutoranda do programa, e supervisionado pelo professor José Francisco Serafim, o projeto tem, desde agosto de 2021, o apoio da pró-reitoria de extensão da UFBA.
A Caravana de Direitos Humanos, com foco na temática LGBT, volta à estrada. Reformulada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), a ação itinerante leva serviços gratuitos à população do município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste baiano, na próxima quarta-feira (31), das 09 às 16h. Os serviços serão ofertados no Centro de Referência da Assistência Social (Cra) do bairro Santa Cruz.
Na ocasião será ofertado o serviço de retificação de prenome e gênero, uma demanda urgente e fundamental para a garantia dos direitos humanos e a inclusão social das pessoas trans e travestis. Através desta ação, a população tem a oportunidade de retificar seus documentos pessoais, garantindo o reconhecimento de sua identidade de gênero e o acesso a serviços públicos e privados de forma digna e igualitária.
Além disso, a Caravana também ofertará serviços básicos de documentação civil, como emissão de RG, CPF e Certidão de Nascimento, inscrição para o CadÚnico e cadastros em benefícios sociais do governo. Será possível, ainda, ter acesso a atendimento psicossocial; testagem rápida de ISTs; oficina de letramento com as equipes do município; e orientação jurídica. Distribuição de preservativos internos e externos também faz parte da programação.
“A ação de articulação de agendas vai além de juntar os serviços e ofertar à população, pois está vinculada ao diagnóstico prévio do local em que a Caravana chega, voltadas aos interesses e necessidades de segmentos socialmente vulnerabilizados, a exemplo de crianças e adolescentes, juventude, pessoas idosas, com deficiência, LGBT’s e a população em geral, privada do acesso aos direitos fundamentais ou com direitos violados, em alguma medida. Por isso, estamos dando uma cara nova às Caravanas, levando o serviço de forma temática, começando pelo segmento LGBTQIAPN+, com o objetivo de garantir o acesso aos direitos básicos e o fortalecimento da cidadania desta população”, destaca o titular da SJDH, Felipe Freitas.
A Caravana é coordenada pela Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da SJDH e conta com a parceria da Defensoria Pública do Estado da Bahia; das Secretarias Municipais de Assistência Social e Saúde; da ONG Mães da Resistência; e da Superintendência de Prevenção da Violência (SPREV), vinculada à Secretaria de Segurança Pública.
Ex-ministro da Cidadania, pasta à qual a Secretaria Especial da Cultura era vinculada até maio do ano passado, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) virou réu em uma ação de improbidade administrativa por ter suspendido, em 2019, um edital voltado para produções audiovisuais com temática LGBT (saiba mais aqui, aqui e aqui).
A medida tomada por Terra atendia uma demanda do presidente Jair Bolsonaro e da ala ideológica do governo, que travam um forte embate contra as pautas relacionadas a identidade de gênero e diversidade sexual.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a decisão é do juiz federal Vigdor Teitel, da 11ª Vara Federal do Rio e a ação foi apresentada pelo Ministério Público Federal.
Para Henrique Pires, ex-secretário Especial da Cultura que deixou o cargo após a suspensão do edital por discordar que o governo impusesse “filtros” na cultura (relembre o caso), os problemas de Osmar Terra com a Justiça não são uma surpresa.
“Entre seguir a Constituição e fazer um agrado ao presidente Bolsonaro, ele escolheu o agrado. Está pagando por isso. Que sirva de exemplo para outros ministros”, disse ele à coluna.
A série estadunidente "Pose" retomou as gravações da terceira temporada. A produção estava com as filmagens suspensas desde março, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O anúncio da retomada aconteceu nesta segunda-feira (12). "A 3ª temporada está oficialmente de volta à produção. Agora, levante o queixo do chão", escreveu a produção no perfil oficial da série no Twitter.
Season 3 is officially back in production. Now, pick your jaw up off the floor. #PoseFX pic.twitter.com/oUa3sWkjGi
— PoseFX (@PoseOnFX) October 12, 2020
"Pose" é uma criação de Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals. Lançada em 2018, no canal FX, ela retoma a temática do circuito de bailes voguing protagonizado por pessoas LGBT+ latinas e afroamericanas nas décadas de 1980 e 1990, em Nova Iorque. Além disso, ela retrata o impacto da pandemia do HIV na época.
Conhecido como o seriado com o maior elenco formado por pessoas transexuais na história da TV norte-americana, estrelam a série os atores e atrizes Evan Peters, Kate Mara, James Van Der Beek, Mj Rodriguez, Dominique Jackson, Billy Porter, Indya Moore, Ryan Jamaal Swain, Charlayne Woodard, Dyllón Burnside, Hailie Sahar, Angelica Ross, Angel Bismark Curiel e Sandra Bernhard.
As duas últimas temporadas do título renderam à equipe duas vezes o Prêmio GLAAD Media na categoria Melhor Série Dramática, em 2019 e 2020, e o Emmy de Melhor Ator em Série Dramática para Billy Porter, em 2019.
Velma, de Scooby-Doo Mistérios S.A., é lésbica. Isso foi o que afirmou o produtor da animação, Tony Cervone, em suas redes sociais. Ele esclareceu o assunto após publicar uma arte em que a personagem aparece junto a uma bandeira LGBT e fãs questionarem uma possível relação dela com Salsicha.
“A Velma de Mistérios S. A. não é bi (bissexual), ela é gay. Nós sempre planejamos a Velma agindo um pouco fora do personagem enquanto ela estava confusa consigo mesmo e tinha dificuldades em entender”, escreveu.
Tony ainda disse que o desenho tem diversas pistas de que Velma pertence à comunidade LGBT+. “Há dicas sobre o porquê naquele episódio com a sereia e, se você seguir todo o arco de Marcie, parece tão claro quanto poderíamos fazer dez anos atrás. Eu não acho que Marcie e Velma tiveram tempo de agir de acordo com seus sentimentos durante a linha do tempo principal mas, após o reset, elas são um casal”, explicou.
De autoria do dramaturgo Rafael Martins e fruto da conclusão do componente curricular Laboratório de Direção Teatral A Cena Fechada - Realismo - do curso de Direção Teatral da UFBA, "A Mão na Face", conta a a história de duas personagens, Mara, uma prostituta veterana, e Gina, uma jovem travesti, que dividem suas histórias no camarim de uma boate. As apresentações acontecem no Estúdio Zona de Produção, no Rio Vermelho, nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, às 20h, e no dia 15 de dezembro, às 19h30.
Durante o desenrolar da história, as personagens vão aos poucos revelando suas angústias e questionamentos existenciais, na medida em que elementos surpresas vão sendo incorporados dramaticamente ao diálogo revelador.
O espetáculo tem a direção de Rodrigo Queiroz, texto de Rafael Martins e a atuação de Sônia Leite e Rodrigo Queiroz.
SERVIÇO:
O QUÊ: Espetáculo "A Mão na Face"
QUANDO: 12, 13, 14 e 15 de dezembro
ONDE: Estúdio Zona de Produção (Rua Ilhéus, 258 - Rio Vermelho)
VALOR: Entrada gratuita
Tradição no calendário de eventos literários do Brasil, a nona edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) acontece desta quinta-feira (24) a domingo (27), no Claustro do Convento do Carmo, no município do Recôncavo baiano. Neste ano, as principais novidades do evento gratuito ficam por conta de mesas exclusivamente dedicadas à literatura de cordel, aos quadrinhos e às produções com temática LGBT+.
Pela primeira vez à frente da curadoria das mesas, a professora Kátia Borges reconhece que esses eram pleitos antigos do público do evento e ressalta a abertura desse espaço dentro da programação com mais de 50 atrações.
"A gente está com mesas que são pioneiras, são inéditas na Flica. Tem uma mesa sobre quadrinhos, com Marcelo D'Salette, Hugo Canuto, uma novidade interessantíssima pra quem é fã de quadrinho. A gente também tem uma mesa de cordel, que é dedicada a toda a população do Recôncavo, uma reivindicação antiga, e uma das principais mesas é com Bráulio Bessa", destaca a curadora.
Poeta e cordelista que ganhou maior projeção nacional com sua participação no "Encontro com Fátima Bernardes", nas manhãs de sexta, Bessa se junta ao autor baiano Antônio Barreto na mesa "Pra cada canto que eu olho, vejo um verso se bulindo". O bate-papo com os dois será na manhã de sábado (26), com mediação de Maviael Melo.
Já D'Salette e Canuto se apresentam um pouco mais tarde, às 17h, na mesa "Quer que desenhe? Perspectivas negras nos quadrinhos".
Além deles, outros nomes de destaque na programação são Lilia Moritz Schwarcz, Antonio Brasileiro, Lande Onawale, Thalita Rebouças e a autora portuguesa Maria do Rosário Pedreira.
Como a programação é diversa e a festa não possui um tema central, Katia frisa que “há nomes que se impõem” no momento de pensar a programação. Como exemplo, ela cita o soteropolitano Itamar Vieira Júnior, vencedor do prêmio LeYa e finalista do Prêmio Jabuti 2018. Ele e Marcelo Maluf vão participar da segunda mesa, "Cartografias da subalternidade; a construção do lugar do outro", às 19h de quinta.
Ainda assim, a curadora explica que há um "nexo curatorial" que permite trazer coesão para todos os espaços do evento. "Cada curador faz um recorte. Graças a Deus, a gente tem uma literatura contemporânea imensa, com vários autores, gêneros e tal, mas nós buscamos trazer um pouco de reflexão em relação a um fazer literário e em relação a novas vertentes. É uma diversidade não só na temática que está presente, mas também há diversidade de autores", defende.
O discurso de Kátia está alinhado ao da "booktuber" e também curadora Barbara Sá. A jovem de 24 anos está à frente da Geração Flica, espaço que será inaugurado nesta nova edição, na Casa do Iphan de Cachoeira. Nele, a ideia é abordar assuntos diretamente ligados à literatura juvenil.
A curadora Barbara Sá | Foto: Wellyson Gomes
“Eu tive como norte a ideia de apresentar literatura em várias vertentes, então eu queria autores que trabalhassem seus livros de formas diferentes, com adaptações, livros sobre internet e mergulhar nesses aspectos diferentes da literatura baiana”, conta Barbara.
Como sua própria base literária foi formada no meio digital e ela hoje trabalha no Youtube, a curadora destaca que a busca pelos autores ocorreu, principalmente, na internet. Para ela, é preciso mostrar a esses leitores que eles têm um canal acessível para compartilhar suas experiências de leitura. O resultado disso foi a escolha de nomes como o escritor e compositor baiano Edgard Abbehusen, que participa da mesa "Literatura de Instagram, arte ou brincadeira?", e do escritor Matheus Rocha.
A programação da Geração Flica, que termina mais cedo, no sábado (26), tem ainda nomes como Pam Gonçalves, na mesa "Lives: novos modelos de criação", Clara Alves, para defender que "Video-game é coisa de menina", e de novo Thalita Rebouças, que aqui vai falar sobre as adaptações de seus livros na mesa "Oi, mãe, meu livro foi parar no cinema".
FLICA PARA BAIXINHOS
Presente desde 2013, a Fliquinha tem espaço garantido na Festa Literária. Como nas edições anteriores, a programação especial para crianças ocorre no Cine-Teatro Cachoeirano, também de quinta a sábado.
Nesta sétima edição, serão 16 autores, entre nomes locais e nacionais, que vão participar de rodas de conversa e oficinas de escritas. Além disso, diversas atrações integram a grade, cujo conceito para a escolha dos participantes visa atender às multilinguagens.
Foto: Camila Souza /GOVBA
"Se observar a programação da Fliquinha, ela tem os autores locais aqui da Bahia e também autores nacionais. A gente tem apresentações artísticas, várias expressões, como teatro, cinema, mas sempre permeia a literatura. Além disso, a gente tem sempre a representatividade da nossa herança tanto indígena quanto afrobrasileira porque é nossa formação, está no nosso DNA, principalmente aqui no Recôncavo e em Salvador, que tem tanta influência africana", ressalta Mira Silva, curadora da Fliquinha ao lado de Lilia Gramacho.
Ela explica que as duas, juntas, todo ano cumprem a missão de levar nomes que possam contribuir para o processo de formação de leitores.
Viabilizada por meio do edital Fazcultura, do governo do estado, a Flica é inteiramente gratuita. Além das mesas literárias, a festa conta ainda com apresentações musicais, de dança e oficinas. Confira no site a programação completa (veja aqui).
O baiano Caetano Veloso será uma das personalidades presentes na audiência pública sobre o cancelamento de um edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) no Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão será realizada no dia 4 de novembro.
Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a esposa e produtora de Caetano, Paula Lavigne, vai inscrevê-lo para falar na audiência. Em seu discurso, o músico deve defender a tese de que a suspensão do edital, que distribuia R$ 70 milhões para produções audiovisuais brasileiras, é ilegal.
Voltado para séries de TV sobre diversidade de gênero e sexualidade, o edital foi suspenso pelo governo federal em agosto. Antes disso, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) citou quatro projetos pré-selecionados e declarou que não iria permitir que a Ancine liberasse verbas para produções com temática LGBT.
Diante desse quadro, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com uma ação no STF para tentar reverter a medida. A relatora do caso na Corte, ministra Cármen Lúcia, pediu explicações à Presidência da República e ao Ministério da Cidadania, pasta à qual a Ancine é vinculada, e convocou a audiência pública.
De toda forma, no início do mês, a Justiça Federal determinou a retomada do edital pela Ancine por concluir que a suspensão foi motivada para "impedir que os projetos mencionados pela Presidência da República sagrassem-se vencedores".
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública na qual acusa o ministro da Cidadania, Osmar Terra, de improbidade administrativa por ter cancelado um edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) que contemplava a exibição de produções de temática LGBT em TVs públicas (clique aqui e saiba mais). Segundo informações do Uol, esta é a primeira ação do tipo movida pelo MPF contra um ministro do atual governo.
Segundo o MPF, a suspensão causou prejuízos aos cofres públicos, visto que o governo já havia gasto cerca de R$ 1,8 milhão na etapa de análise das 613 propostas inscritas no edital, que foi aberto em março de 2018 e estava na fase final. Diante disto, o Ministério Público pede a anulação da portaria que cancelou a seleção, a conclusão do concurso e ainda que Osmar Terra devolva o dinheiro gasto.
Segundo o jornal, caso condenado, o ministro pode perder o cargo, além de ter seus direitos políticos suspensos por oito anos e ter que pagar uma multa duas vezes maior que o dano. Ele poderá ainda ser vetado de qualquer cargo no Poder Público Federal ou de receber benefícios, incentivos fiscais ou creditícios da União, durante cinco anos.
Diante da ação do MPF, o Ministério da Cidadania alega que sua gestão resolveu suspender o edital "com a intenção de analisar os critérios de sua formulação" e que a seleção pública previa a possibilidade de suspensão ou anulação.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), classificou a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) como “uma semente do bem”, que “fez nascer várias festas literárias na Bahia”. Durante participação do lançamento da 9ª edição da Flica, no Salão de Atos da Governadoria, nesta quinta-feira (19), o político revelou expectativa com mais uma realização do evento, destacando as novidades e impacto que o evento traz.
“Vamos manter viva nossa arte, nossa criatividade e dessa vez inovando com a Flica voltada para a juventude, com toda uma linguagem que dialoga com a nova geração. Eu não tenho dúvida do grande sucesso que será a Flica esse ano e espero que ela possa, como sempre fez, incentivar o surgimento de novas feiras literárias e desejando total participação”, declarou.
Rui também comentou que tem conversado com o Secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, para a criação de um plano que motive e incentive condições de logística para a participação dos estudantes da rede estadual na feira.
Ao tratar do tema LGBT, já que pela primeira vez a Flica vai ter uma mesa dedicada ao assunto, Costa defendeu a pluralidade de temas no evento.“Eu acho que é importante que uma feira literária não tenha restrição de temas, a humanidade não pode restringir temas que possam ser debatidos. Numa feira literária tem que debater todos os assunto, para que o conhecimento alcance todos os jovens. É com conhecimento que se produz melhoria da qualidade de vida do ser humano, é que se preenche a alma do ser humano. É com arte, cultura, com poesia e com literatura”, concluiu.
Após o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, criticar a HQ "Vingadores a cruzada das crianças", exposta na Bienal do Livro, e sugerir a censura à obra por conter imagens com beijos entre gays (clique aqui e saiba mais), a Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP) realizou uma operação no evento, na tarde desta sexta-feira (6).
De acordo com informações do jornal O Globo, 15 funcionários foram enviados ao local para fazer "uma vistoria em busca de material pornográfico". À Folha de S. Paulo, agentes prefeitura disseram que foram orientados a recolher títulos com temática LGBT ou que possam gerar polêmicas.
Questionado pela imprensa, o subsecretário operacional da SEOP, Wolney Dias, afirmou que “a prefeitura tem poder de polícia para isso”. “Se o material não estiver seguindo as recomendações, ele será recolhido. Estamos seguindo a orientação da procuradoria da prefeitura. Eu não entendo que haja censura. Se for material pornográfico, oferecido sem as normas, será recolhido”, disse.
Segundo o jornal, a movimentação dos agentes da SEOP causou problemas de movimentação no evento. Mesmo diante da tentativa de censura, a HQ que desencadeou o imbróglio entre Crivella e a Bienal teve seus exemplares esgotados em poucos minutos (clique aqui).
A iniciativa do prefeito do Rio gerou muitas críticas:
Diante da censura feita por Marcelo Crivella, prefeito do Rio, e da fiscalização p/ identificar livros considerados “impróprios” na Bienal do Livro, a Companhia manifesta seu repúdio a todo e qualquer ato de censura e se posiciona, mais uma vez, à favor da liberdade de expressão. pic.twitter.com/ijpjkDlwZX
— Companhia das Letras (@cialetras) September 6, 2019
Censura da Teocracia! “Crivella manda recolher ou embalar HQ dos Vingadores com personagens gays!”. Bienal do Livro não aceita! Próximo passo: queimar livros!
— José Simão (@jose_simao) September 6, 2019
Bispo Crívella não cuida do Rio, mas impõe censura, preconceito, obscurantismo. Rio está entregue às inundações: ele cortou $ da manutenção de redes pluviais. Submerso em lixo: loteou, sucateou a Comlurb. Se arvora em látego da moral que não tem: sua família anda em carro oficial https://t.co/Bu2FLLIxVK
— Carlos Minc (@minc_rj) September 6, 2019
Desinformação, mentira, moralismo farisaico, uso político das nossas crianças (e desvio de finalidade das políticas públicas de proteção), abuso de poder. Crivella será responsabilizado por querer fazer da Bienal um exemplo do seu obscurantismo tosco. https://t.co/zJkewsim7H
— Marcelo Calero (@caleromarcelo) September 6, 2019
Pelo visto, Bienal do Livro vai ter de se mudar para município e estado em que prefeito e governador sejam cultos e não-homofóbicos. Pelo menos até que o art 5o da CF volte a ser respeitado. O que acontecerá, mais cedo ou mais tarde. https://t.co/B2L8uf7OPA
— Mônica Waldvogel (@MonicaWaldvogel) September 6, 2019
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), que também é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, mandou censurar revistas expostas na Bienal do Livro, por considerar que as obras trazem “conteúdo sexual para menores”.
As publicações em questão são exemplares da HQ “Vingadores - A Cruzada das Crianças”, que em algumas páginas têm imagens de dois rapazes se beijando e trocando carícias, mas completamente vestidos.
“Livros assim precisam estar embalados em plásticos preto lacrado e, do lado de fora, avisando o conteúdo. Portanto, a Prefeitura do Rio de Janeiro está protegendo os menores da nossa cidade”, disse Crivella, em um vídeo postado em suas redes sociais.
De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a organização da Bienal informou que a prefeitura enviou uma notificação extrajudicial, na qual pedem que os livros sejam lacrados e tenham classificação indicativa ou aviso de que há material ou cenas proibidas para menores de idade. Apesar da orientação do poder público, os realizadores do evento afirmaram que não irão recolher ou embalar nenhum livro, já que o conteúdo não é impróprio e tampouco pornográfico.
Em nota, a Bienal destacou que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser. Este é um festival plural, onde todos são bem-vindos e estão representados. Inclusive, no próximo fim de semana, a Bienal do Livro terá dois painéis para debater a literatura Trans e LGBTQA+”.
Tendo como proposta a quebra de paradigmas na dança de salão, sobretudo os relacionados à heteronormatividade, o espetáculo “Me Brega, Baile!” faz curta temporada na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, desta sexta-feira (28) a domingo (30), sempre às 20h.
Com direção e provocação coreográfica de Leandro Oliveira - ex-bailarino do Balé do TCA -, a montagem foi concebida coletivamente, carregada de vivências dos integrantes do grupo Casa 4. “O ‘Me Brega, Baile!’ surge a partir de uma intensa turnê com um espetáculo antigo, ‘Salão’. "A partir dessas experiências de viagens a gente foi concebendo”, conta Leandro. “A gente participou de muitos festivais que tinham bailes de dança de salão e eram bailes contemporâneos, então vislumbrou a possibilidade de formatar um espetáculo que tivesse as características dessas festas contemporâneas e que trouxessem algumas reflexões sobre o universo LGBT, colocando um contraponto entre os tradicionais e contemporâneos”, salienta.
Em uma dessas viagens, um acontecimento em especial chamou a atenção do grupo, e gerou inclusive material que viria a ser inspiração para a nova montagem. “Teve esse episódio que colocavam algumas cenas de ‘Salão’ como inadequadas para uma classificação livre. E aí durante o processo de montagem de ‘Me Brega, Baile!’ a gente trouxe algumas cenas similares do universo de dança e que nunca foram questionadas com relação à classificação. Porque entendemos que existe um olhar preconceituoso em relação a ‘Salão’ que não existiria se não fosse um espetáculo LGBTQI+”, avalia Leandro, lembrando ainda que foi atribuído teor sexual no espetáculo. “Quem assistiu ‘Salão’ sabe que a gente não aborda sexualidade em momento algum. E sim o gênero na dança de salão, expressão de gênero, e coloca questões reais de violência, situações que aconteceram conosco. Só que no processo eles falam que a gente tem movimentações similares às do funk e que, por isso, deveria ter uma classificação de, no mínimo, 14 anos”, conta o diretor. “Além disso, dizem que tem toque proposital na genitália, coisas que na dança acontecem de forma geral e nunca foi um problema pra nenhum espetáculo...”, compara.
A partir de episódios como este e de muito debate, o grupo construiu a nova montagem coletivamente. “A gente já estava pensando em fazer um próximo espetáculo, não sabia o que era, mas durante as viagens gravava nossas conversas no aeroporto, no hotel, nas reuniões que fazia, já ia pensando no que gostaria de falar sobre, quais as questões que gostaria de tocar para o próximo espetáculo”, lembra Leandro Oliveira, explicando que a ideia de mergulhar no universo dos bailes foi inspirada no que encontraram durante os festivais aos quais o grupo participou. O tipo de baile escolhido para o novo trabalho, no entanto, foi o contemporâneo, que, diferente do tradicional, possibilita uma infinidade de caminhos, sem tantos dogmas. “Nos bailes tradicionais existe uma série de regras, inclusive de vestimenta, comportamento. Nos contemporâneos existe uma liberdade muito maior, tanto na expressividade de gênero, quanto no tipo de dança, no modo de dançar, na liberdade de você inverter os papeis de condutor e conduzido, de ativo e passivo dentro da dança de salão, de quem comanda, enfim, todas essas coisas que são bem limitadas dentro da dança de salão tradicional a gente descontrói, abre outras possibilidades de vestimenta, de expressão”, explica o bailarino.
A imersão no “brega”, por sua vez, se deu por acreditarem que esta é uma linguagem “de libertação, de poder ser o que quiser, exagerar onde quiser, trazer essa identidade mais forte e mais marcante”. Segundo o diretor, a montagem busca se conectar com a liberdade inerente ao “brega”, na qual é permitido ser exagerado, não esconder e extravasar. “Se está apaixonado é apaixonado mesmo, se está triste é triste mesmo, se está feliz é feliz mesmo! Mostrar o que é que dói, que alegra, de forma intensa mesmo e clara, sem camuflar muito. Então, o ‘Me Brega’ é esse lugar, é o nosso baile, onde a gente é, de fato, sem muitas máscaras. É um baile sem máscaras, literalmente”, define Leandro. Tendo como foco a liberdade e transgressão, o espetáculo une, então, o baile (contemporâneo) e o brega: “A gente trabalha também com a questão da espetacularidade dentro do salão. Porque assim, na dança de salão contemporânea, existe a possibilidade de abrir espaço para performances, para uma apresentação de uma forma mais flexível”, informa o diretor.
A montagem propõe ainda uma forte interação com o público. “A ideia é que seja um baile e que as pessoas possam estar dançando o tempo todo, e que durante esse baile as cenas vão se estabelecendo e transitando entre uma e outra”, revela Leandro Oliveira, destacando que a ideia é criar uma “ambiência de baile”, com o objetivo de inserir a plateia neste universo, por vezes como parte dele e, em outros momentos, apenas como espectadores. “As percepções que a gente pretende trazer são costuradas pra levar o público a mergulhar dentro dela. Então, tem uma linha condutora que tem um final, mas não existe uma história muito clara. Existe um fio condutor que vai levando os espectadores para dentro das reflexões que a gente traz, dentro da dança contemporânea”, detalha o diretor, que diz não ter medo de possíveis críticas ou hostilidade. “A gente sabe da possibilidade de vir uma censura, críticas, preconceito, mas isso a gente já vive cotidianamente. No nosso espetáculo vai ter justamente um convite pra reflexão acerca disso”, afirma Leandro. “Pra mim, e acho que pro grupo todo, se esconder, não dizer o que pensa e se calar é muito mais grave do que você se expressar”, acrescenta, lembrando que o país “endureceu” mais, mas que as dificuldades já fazem parte do cotidiano da comunidade LGBT. “A gente já é forjado nessa luta. E como somos artistas, a gente não tem como calar nesse momento, ao contrário”, declara.
SERVIÇO
O QUÊ: “Me Brega, Baile!”
QUANDO: Sexta-feira a domingo, 28, 29 e 30 de junho, às 20h
ONDE: Sala do Coro do Teatro Castro Alves - Salvador (BA)
VALOR: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Em turnê internacional, Pabllo Vittar concedeu uma entrevista à revista “TimeOut”, na qual falou sobre homofobia no Brasil e no mundo. "Agora as pessoas estão com menos véus, está mais crítico, mas a palavra é resistência: a gente está resistindo", afirmou a artista, sobre o clima no país após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais.
Em um recado que parece dirigido a Anitta, Pabllo criticou artistas que exploram o “pink Money” – potencial de consumo da comunidade LGBT -, mas não defendem o segmento. "A gente tem que abrir os olhos para os artistas em que a gente deposita o nosso dinheiro, o nosso streaming, o nosso tempo. Saber quem está do seu lado ou não. É muito fácil você fazer uma música para um nicho e não se importar com a vida dessas pessoas", disse a cantora.
“Ancestralidade para qual identidade?”. A partir desta pergunta/mote, o espetáculo “Afronte” propõe uma reflexão sobre a interseccionalidade das discussões de gênero e raça, além da importância de preservar a memória e a construção histórica do que o diretor chama de “bixa preta”. Projeto de formatura de Thiago Romero em Direção Teatral pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a montagem estreou nesta quinta-feira (7), na Casa Rosada, em Salvador, e segue em cartaz de quarta a sábado, até o dia 16 de fevereiro, sempre às 19h.
Thiago conta que, junto com o Teatro da Queda - plataforma que dirige há cerca de 10 anos na Bahia -, já trabalhava com pesquisa de gênero, estudando a representação e os dados históricos do homossexual em cena, mas foi em 2018 que decidiu se aprofundar também nas discussões de raça dentro do universo LGBT. “Ano passado eu lancei o ‘Madame Satã’, que já falava um pouco dessa relação entre gênero e raça. E a ideia do ‘Afronte’, então, é da gente na verdade entender como opera gênero e raça dentro dessas discussões, porque a gente tem muitas discussões sobre a homofobia, LGBTfobia, de racismo, mas pouco esses lugares se encontram”, explica.
O diretor destaca ainda a necessidade de que a sociedade entenda que o corpo negro LGBT tem um recorte muito específico. “Desde o ‘Madame Satã’, me interessam as narrativas das ‘bixas pretas’. O quanto de silenciamento as histórias que inter-relacionam gênero e raça ainda estão distantes da gente. A partir dessa necessidade, dessa interseccionalidade, eu fui percebendo quanto seria importante a gente perceber uma coisa que virou o mote da peça, que é uma ancestralidade ‘bixa preta’”, diz Thiago Romero, que busca evidenciar a existência de processos de silenciamento que fazem com que as narrativas das “bixas pretas” desapareçam.
Na montagem, público poderá escolher por dois caminhos, contemporâneo ou ritualístico | Foto: Mayara Ferrão / Divulgação
A dramaturgia da montagem, que une duas peças em uma, convida o espectador a optar por dois caminhos, que ao final se encontram. “Acontecem simultaneamente. Ao chegar na bilheteria, ele [o espectador] vai poder escolher entre os dois percursos. Um é mais poético, mais lírico, que a gente acompanha a trajetória dos Quimbandas e se reconhece a partir desse grupo”, explica o diretor. Esta composição cênica traz os atores Teodoro, Diego Alcântara, Ricardo Andrade e Antônio Marcelo. O público poderá optar também por outro caminho, que segundo Thiago “parte da experiência da formação de um ‘Queerlombo’, formado por quatro ‘bixas pretas’”, interpretadas pelos atores Anderson Danttas, Diogo Teixeira, Igor Nascimento e Rafael Brito. “O ‘Afronte’ é exatamente isso. As pessoas têm a possibilidade de escolher entre o agora, o presente, que é um circuito; e a história dos Quimbandas, que na verdade foi esse grupo de negros trazidos ao Brasil por conta do tráfico negreiro e viveram aqui ainda nesse processo de resistência”, pontua, destacando que, ao final, o público é levado a refletir sobre como a história dos homossexuais negros é apagada.
SERVIÇO
O QUÊ: “Afronte”
QUANDO: Quarta a sábado, 7 a 16 de fevereiro, às 19h
ONDE: Casa Rosada – Travessa dos Barris – Salvador (BA)
VALOR: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
A música "Problema seu" de Pabllo Vittar foi incluída nesta quinta-feira (27), em uma lista de "50 canções estelares de artistas LGBT que você pode ter perdido em 2018 (mas não deveria)", da "Billboard".
A revista norte-americana informou que "é só uma questão de tempo" para que a cantora brasileira faça sucesso nos Estados Unidos.
"Depois de colaborações de alto padrão com Charli XCX e Diplo, a mega estrela brasileira Pabllo Vittar está começando a ganhar força nos EUA. Como a drag queen mais seguida do Instagram - ela tem três vezes mais seguidores do que RuPaul -, é só uma questão de tempo antes que seu repertório exuberante de canções tecnobrega, como "Problema seu" e seu vídeo de espionagem, ganhe reconhecimento nos EUA", diz a reportagem.
A revista "Billboard" é uma das maiores referências quando o assunto é música.
O ativismo político passou pela passarela da São Paulo Fashion Week na noite desta terça-feira (23), com o desfile de roupas sem gênero do estilista mineiro Célio Dias. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, no fim da apresentação ele apareceu com uma camiseta com “#EleNão”, hashtag da campanha contrária à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), pelo fato de o presidenciável atacar as minorias, sobretudo LGBTs, e os direitos humanos. Atrás da camisa de Célia havia ainda a frase “bichas resistam”. "Acho que toda a moda tem de se posicionar. Como uma marca jovem, sei que tenho maior liberdade de falar o que penso, mas não é mais sobre isso. Posicionar-se, agora, é uma questão de humanidade", destacou o estilista.
A cantora transgênero Mc Linn da Quebrada foi a público, nesta segunda-feira (20), para relatar um episódio de transfobia em uma corrida de Uber. “Acabei de passar uma puta situação de constrangimento com a Uber e não é a primeira vez, lógico. Onde o motorista chega no local de embarque e se recusa a me deixar entrar no carro porque eu sou travesti. E aí Uber, já reclamei de problemas assim, de assédio e nada aconteceu. Eu que sou constrangida constantemente e seus motoristas continuam impunes e sendo beneficiados”, escreveu a artista no Twitter, destacando que incidentes do tipo já foram denunciados à empresa, mas que seguem ocorrendo. “Essa não é uma situação pontual e ocasional, é estrutural dentro de sua empresa. E não só comigo. Motoristas racistas, homolesbotransfóbicos, elitistas e invasivos. Isso não é por mim, é pra que outras como eu possam se sentir seguras e confortáveis na sua caminhada Uber”, acrescentou.
“O mínimo que você Uber deveria fazer é fornecer algum tipo de treinamento no que diz respeito não só à diversidade e respeito, [mas] à relações humanas”, pontuou ainda a artista, cobrando um posicionamento da empresa com relação a “esse tipo de motorista que nos violenta constantemente” e destacando que “se você não se posiciona e permite violência, você apoia”. A cantora aproveitou também para criticar o uso do apoio aos LGBTs como ferramenta de marketing. “A diversidade só te interessa enquanto palanque e captação monetária?”, questionou Linn da Quebrada.
Uma das atrações da programação cultural do Brasil na Rússia, a cantora Mart'nália afirma que não está preocupada com sua segurança no país da Copa do Mundo. Na Rússia, até 1999 a homossexualidade era considerada uma doença mental, mas até hoje o país possui uma política repressiva a comunidade LGBT. "Nem penso nisso. Vou lá cantar e pronto. A gente aqui tem muito mais problemas por causa disso. Devem matar mais homossexuais no Brasil do que na Rússia", aponta a cantora em entrevista ao jornal O Globo. Mart'nália se apresenta neste sábado (30), em Moscou. Já a banda Liniker e Os Caramelows, comandada pela cantora trans que puxa o nome do grupo, cancelou sua apresentação no país. Com uma mensagem no Instagram, ela pontuou que "muitos casos de ataques a LGBTs ocorreram" desde o início dos jogos e disse que a banda levou em conta também as “mensagens de fãs preocupados com a segurança” deles.
A Sala Walter da Silveira irá receber o lançamento do longa metragem brasileiro “Sobre Nós”, neste sábado (16), às 16h. No evento, o diretor Mauro Carvalho e o ator e diretor Thiago Cazado estarão presentes para realizar um bate-papo com o público logo após a exibição. A trama do filme gira em torno de Matheus e Diego, que estão vivendo uma história de amor em um tempo remoto. No momento em que Diego se tornou cineasta, ele roteiriza as lembranças do seu relacionamento. Os diretores do longa classificam a obra como um romance divertido e emocionante. A entrada para o lançamento é gratuita.
SERVIÇO
O QUÊ: Lançamento do filme “Sobre Nós”
QUANDO: Sábado, 16 de junho, às 16h
ONDE: Sala Walter da Silveira, Barris, Salvador-BA
VALOR: Gratuito
O Lovers Film Festival, mostra de cinema LGBT mais antiga da Europa, irá homenagear em sua 33ª edição a vereadora Marielle Franco que foi assassinada no dia 14 de março. O evento ocorre a partir desta sexta-feira (20) até o dia 24, em Turim, na Itália. A diretora da mostra, Irene Dionisio, falou à agência de notícias (ALA)news o que Marielle representa para os produtores do evento: "O assassinato de Marielle Franco abalou porque ela era uma pessoa que, mesmo sabendo que poderia ser morta, continuou a lutar com todas as forças possíveis. Para nós, ela é um símbolo". De acordo com informações do O Globo, o festival também irá realizar uma homenagem ao policial Xavier Jugelè, membro da Flag, associação LGBT da polícia francesa, que foi morto durante um atentado em Paris em abril do ano passado. O curta “Xavier” será exibido na mostra, além de 80 filmes vindos de diferentes países, sendo seis estreias mundiais, quatro europeias e 52 nacionais. O presidente do festival, Giovanni Minerba, disse à agência de notícias “Ansa” que o foco principal dos filmes transmitidos é o amor: “Nossos filmes falam principalmente de amor, entendido como a mais alta expressão de liberdade”.
A Rico editora abriu inscrições para o concurso “Orgulho de Ser”, que selecionará três escritores para compor uma antologia de contos com temática LGBTI. A seleção é aberta para autores residentes em todo o Brasil e encerra no dia 31 de março. Cada texto tem um limite de até 3 mil palavras e os protagonistas devem, obrigatoriamente, pertencer à comunidade LGBTI e representá-la de forma respeitosa. Menores de idade também podem participar, dede que possuam autorização dos pais. Para participar, os autores deverão publicar os contos na plataforma Sweek com a hashtag #OrgulhoDeSer. O resultado do concurso será divulgado nas redes sociais da editora e da plataforma de autopublicação Sweek, em abril de 2018.
A antologia será composta pelos três vencedores do concurso, além da organizadora, Thati Machado, e outros três escritores convidados por ela e pela editora. O livro será publicado de forma tradicional, sem qualquer custo para os autores, que receberão 1% do valor das vendas, bem como relatório comprobatório, a cada três meses. Cada autor participante receberá ainda um exemplar da antologia de forma gratuita. O edital do concurso está disponível na internet (clique aqui).
A boneca mais famosa do mundo aderiu à causa LGBT e tem causado alvoroço nas redes sociais. Em uma publicação que já alcança cerca de 40 mil curtidas no Instagram, duas Barbies aparecem vestidas com uma camisa criada pela blogueira Aimee Song, com a frase “Love Wins”, que significa “O Amor Vence”, e representa o slogan da defesa do direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Orgulho de usar esta camisa ‘Love Wins’ com @songofstyle! Você sabia que suas camisetas exclusivas beneficiam de diferentes causas sem fins lucrativos? Foi uma experiência inspiradora e dias fabulosos que passei com Aimee, ela é uma boneca! ???? #barbie #barbiestyle”, diz a postagem. Mas a ousada campanha pela diversidade, que mostra as duas bonecas supostamente como um casal, conquistou fãs e também críticos. “As crianças não precisam disso em suas vidas”, disse um internauta. “Desapontado”, comentou outro. Por outro lado, há também os apoiadores: “Espero que seu filho aprenda com adultos mais sábios e não aprenda e imite sua homofobia e fanatismo”, escreveu um seguidor. “Sinta-se livre para vestir sua homofobia da maneira que você se sinta melhor com você mesmo. Compreendo. É a única maneira de sentir-se bem com sua homofobia e valores odiosos”, afirmou outro.
A exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que explorava questões do universo LGBT e questionava tabus religiosos da sociedade, foi retirada de cartaz do Santander Cultural, em Porto Alegre, após protestos em redes sociais. A mostra, com curadoria Gaudêncio Fidelis, ficaria em cartaz até 8 de outubro, mas o espaço cultural cedeu às pressões de internautas que acusaram a mostra de divulgar conteúdos com “Pedofilia, zoofilia, pornografia e profanação aos olhos de crianças”. Confira:
A seleção da mostra contava com 270 obras que tratavam de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em diferentes formatos, abordam a temática sexual de formas distintas, por vezes abstratas, noutras mais explícitas. As obras são assinadas por 85 artistas, como Adriana Varejão, Cândido Portinari, Ligia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson. Os protestos acusam a exposição de blasfêmia a símbolos religiosos e de, em alguns casos, pedofilia e zoofilia. O Movimento Brasil Livre (MBL) é um dos grupos que engrossaram as críticas à mostra e foram rebatidos pela classe artística que acusou o grupo de estimular a censura. "Defendo a liberdade. É estranho uma entidade como a de vocês que tem “LIVRE” no nome praticar CENSURA a obras de arte", escreveu o humorista Marcelo Tas no Twitter.
Defendo a liberdade. É estranho uma entidade como a de vocês que tem “LIVRE” no nome praticar CENSURA a obras de arte
— Marcelo Tas (@MarceloTas) 11 de setembro de 2017
Em nota, o centro cultural Santander justificou o cancelamento ao dizer que ouviu e entendeu as manifestações feitas à exposição. “Algumas das obras do 'Queermuseu' desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo", declarou o espaço. Em entrevista ao Extra, o curador da exposição lamentou pelo cancelamento da mostra: 'A extrema-direita decide o que pode ser visto'. O Nuances - Grupo Pela Livre Expressão Sexual está organizando um protesto contra o cancelamento na próxima terça (12), no centro de Porto Alegre.
Carlinhos Brown lançou nesta quarta-feira (28) o clipe da canção “Orgulho de Nós Dois”. O single é uma mistura de percussão e batidas eletrônicas que carrega forte influência da música latina. Usando a arte, a letra dos técnicos do “The Voice Brasil”, Brown e Ivete Sangalo, fala da importância do respeito a qualquer forma de amor. As imagens foram gravadas em Cachoeira, cidade do Recôncavo baiano, berço histórico e cultural popular, por escolha do cantor. No clipe, capoeiristas, baianas, artistas locais e personagens que representam o amor ajudam a compor a cena. Apesar da divulgação da produção, a canção “Orgulho de Nós Dois” será lançada oficialmente neste domingo (2), na Parada Gay de Madrid. O encerramento de uma das maiores festas do orgulho LGBT será realizado pelo artista baiano. Confira o clipe de "Orgulho de Nós Dois":
Carlinhos Brown lançou, nesta quarta feira (28), Dia do Orgulho LGBT, o clipe de sua nova música, “Orgulho de Nós Dois”. Com mensagem de tolerância e de que “o amor alimenta”, a canção traz versos como “namorada com namorado, namorada com namorada, namorado com namorado, tem amor por todo lado”. O videoclipe foi gravado na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, com imagens de símbolos da cultura popular, como capoeiristas, baianas e artistas locais. Já o som traz uma mistura de percussão, batidas eletrônicas e ritmo latino. “A mensagem dessa música é que cada um tenha orgulho da sua vivência, da sua casa, de sua vida seja como ela é. E quando eu falo orgulho de nós dois, é porque ninguém faz nada sozinho, é orgulho do que nós podemos construir juntos, é pelo que o coletivo constrói. Essa música nova é uma comemoração. É respeito a um movimento que se fortalece”, comenta o artista. O lançamento oficial da música será neste domingo (2), na Espanha, durante o show de encerramento da Parada do Orgulho LGBT de Madrid.
Confira o clipe:
Em junho é celebrado o mês do orgulho LGBT e, em apoio, vários artistas da música nacional uniram-se no single intitulado “Filhos do Arco-Íris”. Segundo PortalPopline, a música é apresentada pelo produtor Rick Bonadio, com assinatura de Joca Beta e Nizan Guanaes. Nos vocais participam Sandy, Preta Gil, Pabllo Vittar, Luiza Possi, Gloria Groove, Kell Smith, Di Ferrero e a baiana Daniela Mercury, entre outros. Todo lucro arrecadado com a faixa será convertido para o amFAR, Fundação para a Pesquisa sobre a AIDS, que faz parte de uma organização internacional sem fins lucrativos.
Após lançar um clipe filmado na Casa 1, local de acolhimento para homossexuais expulsos de casa, em São Paulo, Rico Dalasam teve sua página no Facebook invadida por hackers, na última quinta-feira (1º). De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de São Paulo, os hackers postaram uma imagem em alusão ao Estado Islâmico, organização extremista que segue uma leitura radical das escrituras islâmicas e é responsável por diversos atentados terroristas pelo mundo. O clipe de Dalasam, que é gay assumido, trazia mensagem de tolerância e respeito à comunidade LGBT. O EI, por sua vez, é radicalmente contrário à homossexualidade, considerada crime com pena de morte.
"Há certas coisas que ficam presas dentro delas e que elas veem de certa maneira saindo por um outro lado através do meu trabalho. Algumas pessoas que não são necessariamente LGBT também vêm até mim e dizem que entendem ou que passaram a interpretar de determinada maneira diferente esses sentimentos", afirmou. Influenciado pelo traço oriental dos mangás e de artistas do quilate de Frank Miller (“Sin City”) e Dave Gibbons (“Watchmen”), Nunes aprendeu a desenhar a partir da observação do trabalho do irmão mais velho, que antes dele já trabalhava como ilustrador. Após passar cerca de sete anos sem desenhar, ele voltou a criar histórias em 2013, quando começou postando charges em alguns dos grupos no Facebook do curso de Geografia da USP, que acabou largando mais tarde. "Em determinado momento, por volta de 2014, eu acabei entrando em uma crise depressiva terrível, e tudo que eu fazia de ilustração começava a voltar para mim em uma questão mais introspectiva da coisa”, recordou.
Foto: Reprodução / Facebook
Aos 13 anos, Nunes chegou a ser esfaqueado no colégio em que estudava por ser considerado “feminino” e “educado demais”, além de ter levado incontáveis surras por motivos semelhantes. "Foi algo que realmente aconteceu. Isso me desconectava do mundo e das pessoas. Eu sentia que não era compreendido, que o que sentia era completamente anômalo ao que as outras pessoas sentiam. Eu me sentia deslocado, desconectado, despersonalizado em relação ao que era a vida naquele momento", desabafou. Atualmente, o artista trabalha no que será o primeiro volume impresso do “Manifesto dos Quadrinhos", que reunirá parte das publicações feitas nos últimos dois anos de trabalho da página (material que ele julga ser "mais maduro") e ilustrações inéditas, existindo a possibilidade de material produzido no início da empreitada que acabou não sendo exibido por "falta de confiança" também ser publicado. "A ideia é entregar algo que, de certa maneira, seja a entrega de um material impresso que faça jus ao meu trabalho e um agradecimento aos que me apoiaram", justificou.
Foto: Reprodução / Facebook
O artista destaca que o suporte, inclusive, foi fundamental em momentos de males físicos, mentais e profunda insegurança e descrença em si mesmo. "Eu preciso frisar o quão difícil é para mim fazer quadrinhos. Eu não tenho pudores em dizer que tenho depressão psicótica, que é uma depressão com sintomas extremamente desagradáveis. A quantidade de remédios que eu tomo faz com que seja extremamente doloroso fazer quadrinhos. É trabalhar com um estado de sonolência e entorpecimento muito grande. É trabalhar com a mão tremendo. Então, entregar esse trabalho, para mim, é uma vitória", avaliou. A publicação, que deve chegar às lojas em 2017 pela Chiado Editora, surgiu para Nunes como um “último suspiro” na sua relação com o mercado editorial de quadrinhos no Brasil, após diversas tentativas frustradas de fazer com que alguns de seus trabalhos que seguem engavetados chegassem ao público. "Quadrinhos sempre foi muito difícil de entrar no Brasil. A pergunta agora é: e quadrinhos LGBT? Quadrinhos com uma temática mais subversiva (entre aspas) em relação ao que é o padrão de publicações de quadrinhos (com heróis ou uma história mais padronizada)? É muito mais difícil", opinou.A partir de imagens de conversas divulgadas, dá para ver que Viviany recebeu o convite no dia 13 de abril, foi aprovada para a participação no dia 20 de maio, com as filmagens agendadas para os dias 28, 29 e 30 deste mês. Além da gravação principal durante a Parada, ela faria cenas no aeroporto e restaurante. O cachê oferecido foi de R$ 300 bruto ou R$ 195 líquido. "Além de não me atender, ele começou a colocar barreiras para que eu não participasse. Disse, por exemplo, que eu deveria escolher entre fazer a performance na Parada ou participar da série. Respondi que havia me preparado o ano inteiro para a Parada e que, pelo horário das duas, daria tranquilamente para gravar. Mas ele não quis. Quando falei que as pessoas estavam esperando a minha participação, ele foi grosseiro e debochado, falando que ficaria feio para mim, e não para a série. Argumentei que ocorreriam outras gravações, mas ele rebateu que todas já haviam sido canceladas. Quando meu assessor ligou, o número foi bloqueado", relatou.
Quando soube, através de um amigo modelo que participou da figuração, que as cenas do aeroporto e do restaurante foram gravadas, Viviany concluiu ter sido vítima de transfobia. "Ou seja, esse produtor mentiu e fez de tudo para que eu não participasse e eu não entendo o motivo. Não nos conhecemos e não tivemos nenhum problema. Esse tipo de boicote transfóbico é muito comum com quem é trans e está prestes a conquistar um trabalho. O que me deixa mais triste é que ele faz parte da sigla LGBT e mostra o quanto somos desunidos", lamentou. Como a série debate as questões LGBT, Viviany acredita que as exigências não partiram das irmãs Lana e Lilly Wachowski. "Muitas pessoas estão esperando por essa participação banal não vai acontecer. Perde a série, perde o público e perde, sobretudo, as travestis e mulheres transexuais brasileiras", lamentou. No Brasil, o elenco da série gravou algumas cenas durante a última edição da Parada, neste domingo (29). A personagem Lito (Miguel Ángel Silvestre) se assume homossexual publicamente ao lado do namorado, Hernando (Alfonso Herrera).
De acordo com o site TV Foco, em 2015, o produtor Kevin Feige já havia adiantado a ideia de surgirem personagens gays nos filmes da editora. O site Marvel Wikia já lista 129 personagens homossexuais existentes nos quadrinhos. "Há uma filosofia na Marvel, que o sucesso faz correr riscos ser algo mais fácil. Existem muitas ideias pouco convencionais em Guerra Civil em termos de expectativas sobre um filme de super-heróis, mas acho que conseguimos fazer isso porque O Soldado Invernal funcionou e a Marvel tem funcionado de um modo geral, então tem muito mais ousadia em termos do que você pode fazer e até onde consegue ir. Acho que isso é muito esperançoso para nós continuarmos cada vez mais ousados nas nossas escolhas", completou Russo.
Adams se apresentaria na quinta-feira (14), na cidade de Biloxi, mas se mostrou solidário à causa dos ativistas que lutam para revogar esta lei "extremamente discriminatória". Prevista para entrar em vigor em julho, a lei permitirá que empresas, organizações religiosas e funcionários neguem serviços a homossexuais que pretendem se casar.
De acordo com a AFP, textos similares foram aprovados em outros estados do país a fim de burlar a decisão tomada pela Suprema Corte americana, em junho de 2015, que legalizou o casamento homossexual em todo o país. Na última sexta (8), Springsteen cancelou um show que faria na Carolina do Norte para protestar contra uma lei promulgada contra a comunidade LGBT (lembre aqui).
Bruce se desculpou com os fãs pela atitude, mas ressaltou que o cancelamento foi uma forma de mostrar solidariedade aos "combatentes da liberdade". "Algumas coisas são mais importantes do que um show de rock e essa luta contra o preconceito e a intolerância é uma deles. Da maneira mais forte eu tenho que levantar minha voz em oposição àqueles que continuam a empurrar-nos para trás em vez de para a frente", acrescentou. De acordo com o Estadão, a lei foi aprovada pelo Legislativo local e causou revolta entre os membros da comunidade LGBT norte-americana. Promulgada pelo governador republicano Par McCrory, ela também proíbe as localidades da Carolina do Norte de redigirem suas próprias leis antidiscriminatórias.
Em entrevista à atriz Ellen Page, Jair Bolsonaro afirma que o aumento da quantidade de gays na sociedade se deu devido “...
Posted by Danilo Rodrigues on viernes, 11 de marzo de 2016
"Eu li coisas que você disse e coisas que você disse pra mim... Elas soam muito homofóbicas", começou a atriz, citando um artigo escrito pelo deputado em que ele sugere que pessoas com filhos gay tirassem a homossexualidade de seus filhos na base da porrada. "Eu acredito que a grande parte dos gays é comportamental. Quando eu era jovem - eu falo de percentual - existiam poucos. Com o passar do tempo, com as liberalidades, drogas, a mulher também trabalhando, aumentou-se bastante o número de homossexuais", afirmou o deputado. Bolsonaro ainda disse à atriz que, caso a visse na rua quando era cadete da Academia Militar, assobiaria para ela.
"Quando a criança está sendo muito violenta, você dá um corretivo nele e ele deixa de ser violento. Por que o contrário não vale? Se você estimular desde criança, mostrar que é normal isso, normal aquilo, seja lá o que for, a criança vai praticar aquilo", continuou. A atriz explicou que todo esse ódio leva pessoas a se esconderem, se deprimirem e até tirarem a própria vida, o que Bolsonaro considerou uma "teoria do absurdo". "Eu acho que você foge do discurso aqui, você foge à normalidade. Nós temos que ter um norte aqui. Você beira, com todo respeito a você, a teoria do absurdo. Até porque você e sua companheira não geram filhos", concluiu o político.
I don't touch demographic bases to appease this group or that. I write what I want. Full stop. It's true that Lords of the Sith has a 1/2
— Paul S. Kemp (@Paulskemp) 7 março 2015
lesbian character. Her orientation is a characteristic in the same way as is her brunette hair. It just fit with my conception of her. 2/2
— Paul S. Kemp (@Paulskemp) 7 março 2015
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Éden Valadares
“Quem decide se vai ter segundo turno ou não é o povo de Salvador”.
Disse o presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Éden Valadares ao rebater a declaração feita pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), de que a eleição municipal da capital baiana será decidida no primeiro turno.