A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Em busca de alguma explicação para o cenário político atual no Brasil, fui encontrar ecos não nos palanques, mas nas Escrituras.
“Vaidade, vaidade. Tudo é vaidade.”
A frase, retirada do livro de Eclesiastes, poderia perfeitamente legendar a realidade brasileira.
O que deveria ser política virou palco.
O que deveria ser serviço público virou idolatria.
O que deveria ser debate virou uma guerra de hashtags.
E o povo? Continua refém de uma disputa que, em essência, não é sua.
Dois presidentes marcaram a história recente do país com trajetórias distintas, mas com um mesmo desfecho jurídico: a Justiça.
Um já foi preso por corrupção. O outro está preso e cumpre medidas cautelares em casa, com tornozeleira eletrônica, investigado por tentar minar a democracia.
Ainda assim, seguem como líderes de multidões,tratados como figuras intocáveis, como se fossem santos de altar.
Como se a pátria fosse um time e a política, um campeonato.
Nesse teatro de narrativas, poucos se preocupam com o que realmente importa:
• Como tudo isso afeta a vida do trabalhador?
• Do pequeno comerciante que mal fecha o mês?
• Do pai de família sem acesso a crédito?
• Da mãe que raciona o almoço?
• Do jovem que só encontra portas fechadas?
O Brasil mergulhou num fanatismo que não admite nuances, nem dúvidas.
Um ambiente onde quem tenta pensar com equilíbrio é logo taxado de “isentão”, traidor ou covarde.
E vale o alerta do Cristo:
“Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes são tais trevas.” (Mateus 6:23)
Viramos torcedores de nomes, e esquecemos os princípios.
A política trocou o povo pela plateia, e o diálogo pelo espetáculo.
“Todo reino dividido contra si mesmo será devastado.” (Mateus 12:25)
Estamos divididos. E essa divisão custa caro em retrocesso e especialmente em desesperança.
Não precisamos de heróis blindados, mas de líderes conscientes.
Não de salvadores da pátria, mas de servidores públicos.
“O maior entre vós será o vosso servo.” (Mateus 23:11)
Mas esse princípio parece ter sido convenientemente esquecido por muitos que se dizem discípulos da verdade.
Enquanto o Brasil sangra, seguimos discutindo quem sangra com mais razão.
O debate virou duelo. A política, revanche.
E os problemas reais seguem vivos, urgentes e invisíveis aos olhos de quem deveria enfrentá-los.
Fui buscar explicações na Bíblia. Não como refúgio, mas como espelho.
Um espelho duro, incômodo, mas necessário.
“Não amemos de palavras nem de língua, mas por obras e em verdade.” (1 João 3:18)
É disso que o Brasil precisa:
• Menos discursos inflamados, mais ações concretas.
• Menos vaidade, mais verdade.
• Menos promessas messiânicas, mais compromisso com a vida real do povo.
E me veio à mente uma pergunta que não quer calar:
Se o homem era escravo… qual foi afinal a salvação que Jesus nos propôs?
Se ainda nos deixamos escravizar pelo ego, pela mentira e pela idolatria política…
Seremos mesmo salvos?
*Robson Wagner é marqueteiro e CEO da W4 Comunicação
*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias