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Após quatro meses sem edições, o Samba do São Lázaro voltará a acontecer nesta sexta-feira (8), na Federação.
O evento foi confirmado pelos organizadores para acontecer a partir das 19h em frente a Igreja de São Lázaro, endereço tradicional do samba deste a primeira edição.
O retorno do Samba do São Lázaro casa com um momento curioso, a definição do tema do Carnaval de Salvador em 2026, que será uma homenagem ao ritmo.
Point dos jovens na vida noturna da 1ª capital do Brasil, o Samba do São Lázaro, que foi a febre do verão e das noites de sexta em Salvador durante os anos de 2023 e 2024, chegou ao fim de forma brusca após denúncias e a movimentação de vereadores para impedir a realização da festa após as 22h.
Na última semana, em entrevista ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos idealizadores do evento, afirmou que a ausência do samba nas sextas de Salvador ainda causava prejuízo para os comerciantes locais.
O Samba do São Lázaro chegou a ser defendido pelo cantor Márcio Victor, do Psirico, um dos únicos artistas a se pronunciar de forma pública sobre o evento. O nome do cantor passou a ser sondado pelo público como uma das participações desta sexta, no entanto, em contato com a assessoria do artista, foi informado que ele teria gravação nesta sexta e show em Conde.
O samba será tema do Carnaval de Salvador em 2026. Na teoria, tudo é lindo, mas e na prática? Antes do gênero ganhar a avenida como um todo na folia do ano que vem, a quantas andam a salvaguarda do samba na capital baiana para que o marco "110 Anos de Samba" seja celebrado?
Um dos principais eventos voltados para o gênero na capital baiana passou por uma espécie de censura ao ter a sua realização proibida no bairro da Federação, mais especificamente em frente a Igreja de São Lázaro.
Point dos jovens na vida noturna da 1ª capital do Brasil, o Samba do São Lázaro, que foi a febre do verão e das noites de sexta em Salvador durante os anos de 2023 e 2024, chegou ao fim bruscamente após denúncias e a movimentação de vereadores para impedir a realização da festa após as 22h.
Ao Bahia Notícias, um dos idealizadores do evento, Thiago da Silva, falou sobre a lacuna deixada pelo evento que não acontece desde o início do ano devido ao empecilho do horário. "Infelizmente, sem o samba tá difícil para todos. Eu e Jane estamos correndo atrás para o samba voltar. Muita gente está cobrando. No nosso Instagram do samba, que tem 16 mil pessoas, todos estão cobrando o samba de volta. Fico triste, o projeto lindo, nunca teve uma briga, uma confusão. Várias pessoas estão paradas até hoje, sem movimento nenhum", contou.
Na época em que todo processo iniciou, o site teve acesso aos documentos do Samba de São Lázaro, que garantiam a autorização de órgãos da Prefeitura de Salvador para a realização da festa, entre eles da Semop para o uso do solo, da Secis, da Limpurb e da Sedur. Quanto à Transalvador e a Semob, o evento teve dispensa de aprovação.
Até mesmo a "benção" do padre, já que o samba acontece em frente a igreja de São Lázaro, o grupo tinha. No entanto, o vereador Duda Sanches, que mediou encontros entre os organizadores do samba e síndicos de prédios da região, afirmou que a principal queixa era o barulho após às 22h, o que só poderia ser resolvido se o evento terminasse antes.
O Samba do São Lázaro chegou a ser defendido pelo cantor Márcio Victor, do Psirico, um dos únicos artistas a se pronunciar de forma pública sobre o evento. Nas redes sociais, o público cobrava um posicionamento dos órgãos municipais e estaduais, além do apoio de personalidades da mídia, mas nada mostrou resultado para impedir a realização do evento.
Em março deste ano, o Bahia Notícias chegou a conversar com Jane Santos, uma das organizadoras do samba, que explicitou que as tentativas de realização do Samba de São Lázaro em um novo horário trouxe prejuízo para os comerciantes e esvaziamento do público na região. Atualmente, a organizadora indica que 45 famílias estão sendo afetadas com a não realização do evento.
"A gente resolveu parar, porque a gente tinha despesa com o som, a gente tem despesa para tirar licença, a gente tem despesa com os apoios, que a gente coloca os apoios para colocar ordem, tem despesa com banda, com gelo, compra mercadoria fiado e quando terminava de trabalhar a sensação que tinha era de estar enxugando gelo, porque a gente estava devendo banda, som, sem recurso para pagar depósito. Então, foi tudo muito constrangedor."
Foto: Instagram
Outra queixa dos comerciantes era a atuação dos órgãos municipais e estaduais, que estavam sendo feita de forma grosseira. "Eles colocaram agentes da Guarda Municipal na frente do palco, fica cheio de polícia ao redor, mas o mesmo clima de insegurança. Eles quiseram fazer o teste do bafômetro com o cara do som que nem estava dentro do carro. Estão constrangendo a gente", contou Thiago na época.
Com todo esse cenário, o evento gratuito deixou de acontecer e a alternativa do público foi recorrer aos eventos pagos da cidade para curtir o bom e velho samba, que segue crescendo no gosto popular, mesmo com tentativas de "minar" o fenômeno.
BOM MOMENTO DO SAMBA
A homenagem feita pela Prefeitura de Salvador ao samba tem como marco a primeira gravação de um samba, a música 'Pelo Telefone', de Donga e Mauro de Almeida, que aconteceu em 1916.
"Ai, ai, ai... É deixar mágoas pra trás, ó rapaz, ai, ai, ai... Fica triste se és capaz e verás..."
A letra divertida de Donga e Mauro, já dava uma prévia do que poderia vir por aí desse ritmo, nascido na Bahia e exportado para o Brasil. Uma diversidade musical não só em letra, com a possibilidade de tanto fazer rir, como fazer chorar, quanto também, uma diversidade de estilos dentro do gênero.
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Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2007, o samba passou por diversas transformações ao longo dos anos, com a criação de novas vertentes.
Atualmente, uma delas é a mais ouvida das plataformas digitais no primeiro semestre de 2025, o pagode. De acordo com o levantamento feito pela Pro-Música, o ritmo disputava espaço com o sertanejo, responsável por dominar as paradas nos últimos sete anos.
Em Salvador, é notório como o samba e seus derivados tem ganhado espaço com o público pagante. São diversas as ofertas de festas voltadas para o estilo, a exemplo do Samba de Quinta, Fragmentos do Samba, Suco de Bahia, Banjo Novo, Samba do Quiabo, Samba de Terreiro, Síbí Dúdú e tantas outras.
Foto: Divulgação
Ao Bahia Notícias em 2024, o publicitário Samora Lopes, idealizador do Banjo Novo, celebrou o bom momento que o estilo vive.
"A gente também está vivendo um bom momento do samba nos streams. O samba, acho que na última semana, bateu o top 1 nos streams, coisa que não tinha acontecido com a música pelo domínio de outros ritmos. Mas ele sempre esteve perene, na sociedade soteropolitana. Eu percebo também que os artistas que não faziam parte do movimento do samba, agora estão apostando no ritmo."
A prova de que o gênero musical tem atraído até mesmo quem é de fora, são os eventos que surgiram de 2015 para cá, de artistas que não originalmente cantavam samba, mas decidiram investir na área.
Atualmente, entre os grandes nomes com labels dedicadas ao samba estão Ludmilla com o ‘Numanice’; Gloria Groove com ‘Serenata da GG’; e Léo Santana com o ‘Paggodin’.
Foto: Divulgação
Uma das últimas estrelas da música a apostar no samba foi a cantora Ivete Sangalo, uma estrela do axé, que anunciou o show 'Ivete Clareou'.
"Samba é uma coisa que faz parte da minha vida desde pequena. Eu não sou uma pessoa de me deixar não fazer as coisas, especialmente as que me dão prazer. E justamente por conta dessa tranquilidade que eu tenho, que consigo colocar em prática alguns sonhos, como uma memória afetiva", contou durante o lançamento do evento.
A situação com São Lázaro é apenas um dos eventos da capital baiana que pede por apoio e auxílio dos órgãos públicos. A promessa feita pela Prefeitura de Salvador é de lançar nos próximos meses a campanha oficial com intervenções urbanas, conteúdos digitais e promoções colaborativas com artistas, blocos afros, comunidades e escolas de samba.
Foto: Igor Santos/ Secom PMS
Fora do período carnavalesco, o samba é lembrado pelos órgãos públicos em dezembro, quando é comemorado o Dia Nacional do Samba. No período, a capital recebe celebrações como a Caminhada do Samba, com trios elétricos percorrendo do Campo Grande à Praça Castro Alves, e no dia 3 de dezembro, o Samba Pelô vai animar os largos e ruas do Pelourinho, no Centro Histórico.
Em 2026, o gênero será protagonista do Carnaval de Salvador para além da Quinta do Samba, tradição na folia baiana no Circuito Osmar com o desfile dos blocos Alerta Geral, Pagode Total, Amor e Paixão e mais, que, vale lembrar, são de iniciativas privadas. Mas fora os seis dias de festa na avenida, será que o gênero terá apoio público para sobreviver fora do Carnaval?
O convidado do podcast BN na Bola na última terça-feira (8) foi Ricardo Caldeira, presidente da Federação de Muaythai Tradicional do Estado da Bahia (FMTT). Durante a conversa com Hugo Araújo e Thiago Tolentino, o gestor comentou os eventos que foram realizados pela entidade no último ano, destacando o "Mulheres que lutam", competição destinada apenas para atletas da categoria do jiu-jitsu feminino.
“No ano passado, realizamos 10 eventos em Salvador. Se não estou enganado, realizamos dois ou três no interior do estado, um evento foi no Shopping de Juazeiro, em Capim Grosso, foram eventos muito legais. Também temos o 'Mulheres que lutam', um evento específico para as mulheres, na últimma vez que realizamos, foram 300 mulheres competindo. É um evento bem bacana”, detalhou Ricardo Caldeira.
Abordando o calendário de 2025, o presidente destacou os eventos que possuem datas mais próximas, como a primeira etapa do Campeonato Baiano de Jiu-Jitsu, que vai ter início no próximo domingo (13), onde ele espera aparição de 500 atletas de todas categorias.
“Para abril, estamos com a primeira etapa do Campeonato Baiano de Jiu-Jitsu com data marcada, vai acontecer no próximo domingo (13), no Ginásio de Cajazeiras, temos a expectativa de contar com 500 atletas nesta etapa, onde teremos todas as categorias. A primeira etapa do Bahia Open acontece em maio e a segunda etapa do BadBoy Cup vai ser em junho, este é um evento internacional. Essa competição acontece na Bahia, em São Paulo, Fortaleza e outros estados, aqui (Bahia) quem organizamos somos nós (FBJJMMA)”, afirmou o presidente.
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Entidades do setor de eventos, de turismo e hotelaria estão se mobilizando nesta semana para tentar convencer o governo federal a não encerrar de forma abrupta os benefícios do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). As entidades negociam com o Ministério da Fazenda que haja um período de transição antes do encerramento definitivo do programa.
Na semana passada, a Receita Federal emitiu comunicado de que o Perse havia atingido o teto de R$ 15 bilhões em gastos, conforme estipulado em projeto aprovado pelo Congresso Nacional. De acordo com publicação no Diário Oficial da União (DOU), a partir deste mês de abril deste ano, empresas do setor de eventos, turismo e alimentação voltarão a pagar impostos que estavam suspensos.
O benefício deveria durar até março de 2027, mas, no ano passado, o governo estabeleceu um limite máximo de R$ 15 bilhões para essa isenção fiscal. Agora, em março deste ano, esse limite foi atingido, e a Receita Federal decidiu encerrar o programa antes do previsto.
Ainda na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o programa não seria prorrogado, e que os benefícios concedidos passarão por uma auditoria da Receita Federal. Segundo ele, se após a auditoria for constatado que não foi atingido o teto de R$ 15 bilhões, um novo encontro com os parlamentares será realizado para discutir uma forma de compensação às empresas.
Para o presidente da Associação Brasileiras de Promotores de Eventos (Abrape), Doreni Caramori Júnior, o setor foi surpreendido com a suspensão do programa, e esse encerramento estaria cercado de ilegalidades. Em entrevista ao Correio Braziliense, Caramori afirma que o fim do Perse não leva em consideração o princípio da noventena, que determina que os entes cobrem um tributo somente depois de decorridos 90 dias da publicação da lei que o instituiu ou aumentou.
“A discussão que se coloca é o efeito inesperado da forma como se tratou. Todas as formalidades previstas na legislação não são cumpridas e aí, de repente, a Receita marca uma audiência e diz que o programa acabou e o setor é surpreendido com isso”, reclamou Caramori Júnior.
A Abrape contesta os dados apresentados pela Receita Federal, e lembra que, pela lei, o Perse previa incentivos fiscais até 2027, ou até que fosse atingido o teto de recursos. No entanto, estudos independentes apontam inconsistências nos relatórios divulgados pelo órgão, levantando dúvidas sobre a metodologia utilizada para decretar o fim do programa.
Outra entidade que protestou contra o fim do Perse foi a Ampro (Associação de Marketing Promocional), com sede em São Paulo. A Associação diz que a “Receita Federal do Brasil utiliza informações financeiras que têm gerado questionamentos quanto à metodologia adotada para o cálculo, a qual apresenta fragilidades conceituais e vem sendo objeto de críticas”.
Em comunicado, a Ampro afirma que já está atuando para que a decisão da Secretaria da Receita seja, ao menos, revisada e para que exista um período de transição antes da instituição definitiva do benefício. A entidade diz que, diante da gravidade da situação, vem mobilizando sua diretoria, conselho e equipe de relações governamentais para atuar em torno do caso, com a tomada de medidas inclusive no âmbito do Poder Judiciário.
“Diante desse cenário de desrespeito, estamos na busca incessante para que a lei originária seja cumprida integralmente, com a manutenção do Perse, seja na busca pelo diálogo junto aos parlamentares, seja por meio da via judicial”, declara a Ampro.
Na última quinta-feira (27), o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis (ABIH Nacional), Manoel Linhares, promoveu um encontro no Congresso Nacional, que contou com a participação de mais de 400 profissionais do setor da hotelaria e eventos. Na ocasião, Linhares defendeu o Perse, e fez apelo ao governo federal para que haja transparência na apresentação dos números de gastos com o programa.
Linhares destacou que o programa foi criado e aprovado com ampla maioria nas duas casas do Congresso Nacional, e que teria vigência até 2027. Para ele, esses e outros critérios determinados pela lei que criou o Perse estão sendo descumpridos.
“Estamos diante de um desrespeito não só ao setor produtivo, mas à Constituição, que garante segurança jurídica, anterioridade e noventena. Nenhuma empresa consegue sobreviver em um país onde as regras mudam da noite para o dia. Milhares de empresários que confiaram na validade do programa até 2027 estão agora diante de grave insegurança jurídica, com seu planejamento financeiro comprometido e risco de demissões em massa”, declarou o presidente da ABIH.
Em declaração nesta quinta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo decidiu que não prorrogará o Programa de Retomada do Setor de Eventos (Perse). A fala de Haddad corrobora o que havia dito, há duas semanas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que o limite dos benefícios fiscais da Lei do Perse, de R$ 15 bilhões, será atingido no final deste mês de março.
“As empresas passam a recolher a partir de abril, ou seja, o Perse termina. Mas, se ao final do processo de auditagem dos dados, que deve acontecer no fim de maio, porventura as projeções da Receita [Federal] não se confirmarem, nós vamos sentar à mesa e vamos verificar uma forma de que o valor dos R$ 15 bilhões seja atendido”, disse Haddad.
O ministro declarou que o acordo que previa o fim dos benefícios após o uso total dos recursos previstos será cumprido. Fernando Haddad disse ainda que a Receita Federal conduzirá uma rigorosa auditoria para garantir que os números do programa sejam transparentes e os valores pagos corretamente.
Criado em 2021 no governo Bolsonaro, durante a pandemia de Covid-19, para auxiliar as empresas do setor de eventos e turismo que foram afetadas pelo lockdown, o Perse ofereceu aos beneficiários a possibilidade de renegociar dívidas, receber indenizações e isenções tributárias.
Em dezembro de 2023, o governo Lula propôs a extinção do programa, argumentando que as empresas do setor já haviam se recuperado dos impactos da pandemia.
Após ampla negociação, o Congresso Nacional e o Ministério da Fazenda optaram por uma extinção gradual do Perse. No mês de abril do ano passado, foi aprovado nas duas casas do Congresso projeto que criou novas regras para a concessão de benefício fiscal por meio do Perse.
O projeto, que depois foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reservou R$ 15 bilhões para a desoneração tributária de empresas do setor de eventos, hotelaria e turismo, entre os meses de abril de 2024 a dezembro de 2026. A proposta também reduziu de 44 para 30 tipos de atividades econômicas atendidas pelo programa.
Segundo o ministro da Fazenda, após a auditoria da Receita Federal, caso os números não atendam ao valor pactuado de R$ 15 bilhões, um novo encontro com os parlamentares será realizado para discutir uma forma administrativa de compensação.
“Se ficar aquém dos 15 bilhões, a gente chama os parlamentares para verificar como, administrativamente, nós vamos contemplar essa diferença”, concluiu Haddad.
Com objetivo de obter esclarecimentos a respeito do quanto o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) já consumiu em benefícios fiscais, a Comissão Mista de Orçamento realizará nesta quarta-feira (12) uma audiência pública que contará com a presença do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. Os parlamentares da comissão querem saber do órgão qual foi a movimentação dos incentivos tributários concedidos pelo programa entre abril de 2024 e janeiro de 2025.
Criado em 2021 no governo Bolsonaro, durante a pandemia de Covid-19, para auxiliar as empresas do setor de eventos e turismo que foram afetadas pelo lockdown, o Perse ofereceu aos beneficiários a possibilidade de renegociar dívidas, receber indenizações e isenções tributárias. Em dezembro de 2023, o governo Lula propôs a extinção do programa, argumentando que as empresas do setor já haviam se recuperado dos impactos da pandemia.
Após ampla negociação, o Congresso Nacional e o Ministério da Fazenda optaram por uma extinção gradual do Perse. No mês de abril do ano passado, foi aprovado nas duas casas do Congresso projeto que criou novas regras para a concessão de benefício fiscal por meio do Perse.
O projeto, que depois foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reservou R$ 15 bilhões para a desoneração tributária de empresas do setor de eventos, hotelaria e turismo, entre os meses de abril de 2024 a dezembro de 2026. A proposta também reduziu de 44 para 30 tipos de atividades econômicas atendidas pelo programa.
Entre as novas diretrizes aprovadas na ocasião, o texto determinou a desoneração de tributos federais com alíquota zero, até dezembro de 2026, para as empresas que estavam enquadradas na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (Cnae) em 18 de março de 2022. Já as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real ou lucro arbitrado, por sua vez, puderam contar com todos os benefícios do Perse em 2024. Entretanto, neste ano de 2025 e em 2026, a alíquota reduzida a zero será restrita à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep.
Para a audiência pública desta quarta, foram convidados, além do secretário da Receita Federal, o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape, Doreni Isaías Caramori Júnior, o Assessor Parlamentar da Abrape, Lucas de Sá, e o deputado Federal Felipe Carreras (PSB-PE), autor do projeto que estendeu os benefícios do Perse.
A capital baiana entra com o pé direito em fevereiro com mais de 50 eventos confirmados na agenda para agitar a cidade antes do Carnaval. Com atrações para todos os gostos e bolsos, Salvador inicia o mês com uma tradição, a celebração do Dia de Iemanjá, que há mais de 100 anos movimenta o bairro do Rio Vermelho com baianos e turistas saudando a Rainha do Mar.
Entre os eventos que serão realizados na capital estão grandes shows, como a segunda apresentação de Caetano & Bethânia na Arena Fonte Nova, os ensaios de verão de Claudia Leitte, Timbalada e Tony Salles, além de um show especial de Margareth Menezes em celebração aos 40 anos da Axé Music com participação de Ivete Sangalo e Daniela Mercury.
Já no quesito valores, os eventos variam. Tem opções gratuitas no Pelourinho, Rio Vermelho, Barra-Ondina e no Carmo, e tem também festa para quem não se importa em pagar um pouquinho a mais pelo conforto e diversão, com entradas que ultrapassam R$ 500. Confira a lista e já marca na agenda qual festa vai agitar o seu mês.
1º DE FEVEREIRO
- Terreiro de Crioulo Salvador Saudando Iemanjá - Clube Fantoches da Euterpe, às 13h. Ingressos a partir de R$ 60 (Sympla)
- BADSISTA & Friendes Salvador no Barco - Solar Amado Bahia, a partir das 11h (ESGOTADO)
- Canto da Sereiona de Rachel Reis - MAM, às 17h. Ingressos a partir de R$ 150 (Sympla)
- Soul de Rua com Claudia Leitte - Candyall Guetho Square, às 17h. Ingressos a partir de R$ 210 (Ingresse)
- Noite de Iemanjá com Filhos de Jorge e Bailinho de Quinta - Rooftop do Hotel Fasano Salvador, às 20h. Ingressos a partir de (ESGOTADO)
- Festival Oferendas com Marcia Castro, Tássia Reis, Nara Couto e mais - Lálá Casa de Arte, Rio Vermelho, às 19h. Ingressos R$ 180 (Sympla)
- Música Ao Vivo no Astro com Banda Realidade Virtual, Banda Imunidade Charlie Brown e Banda Radiomotor - Astro Bar e Restaurante, a partir das 17h (Couvert)
- Alvorada de Iemanjá - Colaboraê, no Rio Vermelho, a partir das 21h (ESGOTADO)
- Odoyá Iemanjá com Banda Bragadá, Márcia Freire e a banda Os My Friends - Restaurante Nank, a partir das 19h (WhatsApp 71 98883-9111)
- Ensaio Pagodar't com Pagodart, Bora Tomar Uma e Diego Vibezinha - Mercado Modelo, às 18h. Ingressos R$ 70 (Partik)
- Cortejo Atropa - Jubiabar, Rio Vermelho, concentração a partir das 18h (Partik)
- E aí Deu Samba - Rio Vermelho, às 16h. Ingressos R$ 80 (Partik)
2 DE FEVEREIRO
- Dia de Iemanjá - Rio Vermelho (GRATUITO)
- Festival Oferendas com Marcia Castro, Tássia Reis, Nara Couto e mais - Lálá Casa de Arte, Rio Vermelho, às 19h. Ingressos R$ 180 (Sympla)
- Cortejo de Jorge - Casa do Rio Vermelho, às 8h (GRATUITO)
- Caminhada Percussiva do Bloco Olodum - Da Paciência até a Igreja de Nossa Senhora de Santana, às 8h (GRATUITO)
- Iemanjá do Blue Praia com DJs Riffs, Santz e Flavus & Pali - Rio Vermelho, às 9h. Ingressos R$ 230 (Ticket Maker)
- Lavagem do Bombar - Bombar, Rio Vermelho, a partir das 11h. Ingressos R$ 120 (Sympla)
- Verão Axé Music 40 Anos com Jeanne Lima - Largo Pedro Arcanjo, a partir das 11h (GRATUITO)
- Barulhinho Bom com DJs André Oliveira, Cigana Cósmica e mais - Discodelia Pub, Rio Vermelho, a partir das 11h (GRATUITO)
- Festa de Yemanjá - Boteco do França Varanda, às 11h30. Ingressos a partir de R$ 150 (Sympla)
- Feijoada Odoyá Yemanjá - Hotel Mercure, Rio Vermelho, a partir das 12h. Ingressos R$ 250 (Sympla)
- Dos Mares com Jau e DJ Matheus Ce - Principote, Rio Vermelho, às 12h. Ingressos R$ 500 (Sympla)
- Festa Yemanjá e Samba com Samba Trator, Lucas Morato, Terra Samba, Rubynho e No Balanço - Estacionamento da Vila Forma, Rio Vermelho, às 13h. Ingressos R$ 45 (Ticket Maker)
- Iemanjá na Casa Rosa com Cortejo Afro, Ana Mametto e DJ Zia Satyam - Casa Rosa, Rio Vermelho, às 13h30. Ingressos R$ 170 (Sympla)
- Enxaguada de Yemanjá de Carlinhos Brown - Vila Caramuru, a partir das 16h. Ingressos a partir de R$ 180 (Bilheteria Digital)
3 DE FEVEREIRO
- Ensaio do Cortejo Afro com Daniela Mercury - Praça das Artes, Pelourinho, a partir das 19h. Ingressos a partir de R$ 140 (Ticket Maker)
4 DE FEVEREIRO
- Benção do Olodum - Praça das Artes, Pelourinho, a partir das 19h. Ingressos a partir de R$ 140 (Ticket Maker)
6 DE FEVEREIRO
- Ensaio do Psi com É O Tchan - Convento Santa Clara do Desterro, a partir das 20h. Ingressos a partir de R$ 65 (Ticket Maker)
7 DE FEVEREIRO
- Ensaio Afrodisiaco com Pierre Onassis - Mercado Modelo, a partir das 19h. Ingressos a partir de R$ 60 (Ticket Maker)
- Os Irmãos Macêdo. Carnaval, Música, Revolução! - Teatro Sesc Casa do Comércio, às 20h. Ingressos a partir de R$ 70 (Sympla)
- Ensaio de Verão Ilê Aiyê - Largo Quincas Berro D'Agua, a partir das 20h. Ingressos a partir de R$ 100 (Ticket Maker)
8 DE FEVEREIRO
- Caetano & Bethânia - Arena Fonte Nova, portões abertos a partir das 17h. Ingressos a partir de R$ 176 (Ticketmaster)
- Festival Arrocha Safadão - no WET, a partir das 19h. Ingressos a partir de R$ 65 (Virtual Ticket)
- Bailaum BLVCK BVNG 2025 - Largo da Tieta, no Pelourinho, a partir das 19h. Ingressos a partir de R$ 70 (Sympla)
- Embolô de Verão com Uel e Samba do Tom - Terminal Náutico de Salvador, a partir das 15h. Ingressos a partir de R$ 45 (Partik)
9 DE FEVEREIRO
- 23ª edição da Lavagem da AABB Salvador - Clube AABB, Piatã, a partir das 11h30
- Benzaê com BenzaDeus, Maria Gadú, Bom Te Ver e Samba de Maria - MAM, a partir das 13h. Ingressos a partir de R$ 80 (Ticket Maker)
- Saulo Som Sol com Saulo Fernandes - no Porto Salvador, a partir das 15h (ESGOTADO)
- Bailinho do Resenha - no Baía Sunset, às 16h. Ingressos a partir de R$ 30 (Sympla)
- Feyjão Carioca - Casa Castro Alves, a partir das 16h. Ingressos a partir de R$ 60 (Ticket Maker)
- Ensaio da Timbalada - no Candyall Guetho Square, a partir das 17h (ESGOTADO)
- Espetáculo Encanto das Águas com Grupo Ofá - Casa Rosa, Rio Vermelho, às 17h. Ingressos a partir de R$ 40 (Sympla)
- Feijuca do Bão com Escandurras e Pagodar't - Chácara Baluarte, a partir das 12h. Igressos a partir de R$ 80. (Partik)
14 DE FEVEREIRO
- Roda de Samba de Fevereiro - Baile à Fantasia do Grupo Botequim, 14 de fevereiro, no Pato da Igreja do Carmo. Ingressos R$ 20 (Sympla)
15 DE FEVEREIRO
- Baile de Todas as Cores - Pelourinho (GRATUITO)
- Quintal Du Samba - MAM, a partir das 15h. Ingressos a partir de R$ 70 (Bilheteria Digital)
- Pé Na Areia Mali com Léo Foguete - Mali, a partir das 15h. Ingressos a partir de R$ 290 (Ticket Maker)
- Baile do Bier - Trapiche Barnabé, às 16h. Ingressos R$ 80 (Sympla)
- Samba no Parque com Resenha do BIGG + Uel + Convidados - Arena Parque Santiago, a partir das 16h. Ingressos R$ 30 (Ticket Maker)
- Maga Convida Axé 40 Anos com Daniela e Ivete - Candyall Guetho Square, às 17h. Ingressos a partir de R$ 200 (Bora Tickets)
- Festa dos Palhaços - Rio Vermelho, a partir das 17h (GRATUITO)
16 DE FEVEREIRO
- Feijauada com Jau, Mudei de Nome e Cortejo Afro - Chácara Baluarte, às 12h. Ingressos a partir de R$ 75 (Ticket Maker)
- Ensaio do Pai com Tony Salles, Revelação e Renanzinho CBX - MAM, a partir das 14h. Ingressos a partir de R$ 60 (Bora Tickets)
- Lavagem do Tatu - Tatu Bola Bar, a partir das 16h. Ingressos a partir de R$ 100 (Ticket Maker)
- Axézão com Alexandre Peixe - Clube Bahiano De Tênis, a partir das 16h. Ingressos a partir de R$ 100 (Ticket Maker)
- Baile de O Urso da Meia Noite com Bailinho de Quinta - Santo Antônio Além do Carmo, a partir das 16h. Ingressos R$ 50 (Ticket Maker)
17 DE FEVEREIRO
- A Melhor Segunda com Pagodar't, Nadson, Tony Salles, Thiago Aquino - Arena Fonte Nova, a partir das 20h. Ingressos a partir de R$ 80 (Bora Tickets)
20 DE FEVEREIRO
- Lavagem de Itapuã - (GRATUITO)
22 DE FEVEREIRO
- Bloco DHJA8 - Santo Antônio Além do Carmo (GRATUITO)
- Fuzuê - Circuito Orlando Tapajós na Barra (GRATUITO)
- Bloco da Resenha - Rua Pará, Pituba, a partir das 14h. Ingressos a partir de R$ 100 (Ticket Maker)
- Baile Pierrot com Jau + Bailinho de Quinta + Cortejo Afro - Chácara Baluarte, a partir das 16h. Ingressos R$ 90 (Ingresse)
23 DE FEVEREIRO
- Furdunço - Circuito Orlando Tapajós na Barra (GRATUITO)
- Banho de Mar a Fantasia - Ladeira da Preguiça (GRATUITO)
- Ensaio do Harém com Alexandre Peixe - Camarote Harém, a partir das 15h. Ingressos R$ 110 (Ingresse)
- Bloquinho do Chá - Solar Cunha Guedes, a partir das 17h. Ingressos a partir de R$ 370 (Ticket Maker)
24 DE FEVEREIRO
- Melhor Segunda-feira do Mundo - Circuito Orlando Tapajós na Barra (GRATUITO)
25 DE FEVEREIRO
- Pipoco com Léo Santana - Circuito Orlando Tapajós na Barra (GRATUITO)
26 DE FEVEREIRO
- Fanfarras no circuito Sérgio Bezerra (GRATUITO)
- Baile do Luiz - na Chácara Baluarte, a partir das 17h. Ingressos R$ 120 (Sympla)
- Xupisco Folia com Timbalada e Jau - Camarote Harém, a partir das 18h. Ingressos R$ 429 (Quero Abadá)
- Abre Alas Fica Comigo - Local a definir, a partir das 20h. Ingressos R$ 150 (Ticket Maker)
27 DE FEVEREIRO A 4 DE MARÇO
- CARNAVAL DE SALVADOR
O Sistema de Reconhecimento Facial da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) iniciou 2025 com força total. Nas primeiras 48 horas do ano, a tecnologia já havia localizado e capturado 12 pessoas com mandados de prisão em aberto, em diversas cidades do estado.
As capturas ocorreram em diversas cidades, além da capital baiana, Barreiras, Porto Seguro, Ilhéus e Itabuna ocorreram prisões. Entre os crimes pelos quais os foragidos eram procurados estão homicídios, roubo e dívida de pensão alimentícia.
Desde sua implantação em 2019, o reconhecimento facial já auxiliou na prisão de 2.397 pessoas procuradas pela Justiça. Somente em 2024, a ferramenta foi responsável pela captura de 1.131 indivíduos, isso conforme os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
As câmeras inteligentes do sistema são instaladas em locais estratégicos, como terminais de ônibus, estações de metrô e áreas de grande circulação. Ao identificar uma pessoa com mandado de prisão em aberto, o sistema emite um alerta para as equipes policiais, que realizam a captura.
Além de auxiliar na captura de foragidos por homicídio e tráfico de entorpecentes, o reconhecimento facial também é utilizado para localizar pessoas procuradas por formação de quadrilha, associação criminosa, estupro, crimes contra a mulher, crimes contra o patrimônio, lesão corporal e outros delitos.
A utilização do reconhecimento facial tem contribuído para aumentar a sensação de segurança da população, reduzir os índices de criminalidade e garantir a efetividade da Justiça.
O retorno do Samba de São Lázaro nesta sexta-feira (6) em evento-teste que havia empolgado os organizadores do evento e o público que frequenta a festa, sofreu uma mudança no horário e jogou um balde de água fria em quem contava com a festa como uma opção de entretenimento na capital.
Por determinação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), o evento, que estava previsto para acontecer até 00h, só poderá ser realizado até às 22h desta sexta, como determina o alvará concedido pela Central de Licenciamento de Eventos (CLE). Desta forma, a festa passou a ser dúvida.
"A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), através da Central de Licenciamento de Eventos (CLE), concedeu o alvará de autorização para realização do evento em logradouro público, na sexta-feira (6), das 19h às 22h, de acordo com a legislação vigente."
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, lamentou a situação e afirmou que a organização está em reunião para definir a realização ainda nesta sexta.
"A gente está movendo aqui uma reunião, porque assim, duas horas de relógio não tem como. Na verdade, três horas, não tem como de jeito nenhum. Tem gente que sai do trabalho às 21h30, o estudante mesmo da faculdade aqui sai às 21h. A gente aderir esse horário é impossível. E a gente queria levar até na voz, tirar o som, mas eles não querem", afirmou.
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Quando o evento-teste foi anunciado, a festa estava prevista para ser levada até 00h e esse tinha sido o motivo para o retorno, já que para os comerciantes, não valia a pena deslocar a mercadoria para vender por apenas 4 horas. "A gente está se movendo aqui para ver se cancela ou não, porque desse jeito eu não tenho como fazer a festa".
Nesta semana, o cantor Márcio Victor, do Psirico, deu voz ao Samba de São Lázaro em duas entrevistas que deu para rádios baianas e defendeu a realização do evento.
"Eu queria pedir aos órgãos de Salvador, não sei se é a Prefeitura, se é Governo, não sei quem está na frente disso, mas eu queria que vocês voltassem a liberar o Samba de São Lázaro, é muito importante para a cidade ter um lugar de samba. Aquele samba tem funcionado de uma forma, tem gerado emprego para as pessoas 'Ah, mas tá bagunçado', organiza! Mas que volte e que traga para a sociedade ali de São Lázaro aquele, ponto turístico, que estava se tornando. Eu fiquei muito triste quando vi isso."
Os organizadores devem se encontrar novamente com agentes da prefeitura para definir outros detalhes sobre a realização do samba, mas nas redes sociais, pediram a colaboração do público para manter a ordem do evento.
Uma petição pública online já conseguiu reunir 1442 assinaturas em defesa do Samba de São Lázaro. No site Change.org, o abaixo-assinado já reúne 254 assinaturas e tem como meta 500 nomes.
Os empresários Léo Góes e Neto Sandes, do Grupo On Line Entretenimento e Crown Produções Artísticas, anunciaram uma grande parceria que promete movimentar a indústria do show business.
De acordo com as empresas, a colaboração, formalizada na quarta-feira (4), irá "gerir e administrar artistas e produções culturais, aproveitando a expertise e influência de ambas as empresas".
O Grupo On Line se destaca como uma das protagonistas na realização de eventos, representações artísticas e gestão de alimentos e bebidas na Bahia. A empresa é responsável pelo Jorge e Mateus Único na capital, além do Villa Garden. A On Line ainda representa nomes como Luan Santana, Simone Mendes, Nattan, Xand Avião e outros grandes artistas com impacto no cenário nacional.
Já a Crown Produções, é especializada em vendas de shows para todo o Brasil e vem se destacando através dos seus resultados, além de se destacar, também, na realização de eventos e gerenciamento de carreira, tendo no catálogo artistas como Alcymar Monteiro, Solange Almeida, Danniel Vieira, Kart Love, Robyssão, EdCity e mais.
O evento-teste do Samba de São Lázaro, que irá acontecer nesta sexta-feira (6), terá algumas recomendações para o público que desejam celebrar o retorno da festa após as polêmicas e denúncias que impediram a realização do evento nas últimas sextas. O evento ganhou um novo horário, das 18h até 00h, após a reunião feita com agentes da prefeitura e vereadores, e será agitado pela banda Oz Favoritos, Samba e Suor e Jorginho Xinelo de Couro.
Por meio das redes sociais, os organizadores do evento pediram a colaboração dos frequentadores para manter a ordem e conseguir a liberação definitiva para a realização da festa em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação.
"Galera, como todos já sabem o Samba do São Lázaro está sendo fiscalizado pela prefeitura e alguns órgãos, com isso, pedimos a colaboração de todos para que na próxima sexta-feira tudo ocorra da melhor forma, como sempre ocorreu. Esse é um espaço nosso, então, vamos preservar e fazer valer toda essa luta para manter esse lugar, essa cultura e esse quilombo vivo!."
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Entre os pedidos feitos pelos organizadores estão para não urinar na porta das casas da região, evitar barulho e bagunça nas mediações dos prédios, evitar o estacionamento de carros no meio da pista e manter o trânsito livre, evitar levar cooler e recolher o lixo. "Com isso iremos preservar o nosso espaço e fazer com que o Samba do São Lázaro continue acontecendo! Juntos somos mais forte", diz a mensagem.
Na última segunda (2), Dia do Samba, o organizador do Samba do São Lázaro, Thiago da Silva, celebrou a conquista da autorização para a realização do evento-teste, em conversa com o Bahia Notícias. "Essa oportunidade significou muito para a gente. A gente começou o samba com cinco pessoas, hoje, a dimensão que o Samba de São Lázaro tem, o tanto de pessoas que estão nessa luta com a gente para manter o samba, que nos apoiaram e nos deram voz, fez uma diferença gigante", afirmou.
Na internet, uma petição pública e um abaixo assinado buscam o apoio do público para a permanência do evento. A mobilização feita no site Change.org já conta com mais de 200 assinaturas, enquanto a petição já reúne mais de mil assinaturas. O documento será apresentado em uma nova reunião dos organizadores do Samba de São Lázaro com as autoridades baianas.
"A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar"
Boa notícia para o Samba de São Lázaro no Dia do Samba. A festa, que em pouco tempo de existência conseguiu se tornar uma tradição nas sextas da capital baiana, voltará a ser realizada após uma suspensão temporária devido às denúncias de barulho na região.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, revelou que o samba fará um evento teste nesta sexta-feira (6) para ver como irá funcionar um novo horário, das 19h até 00h.
"Graças a Deus a gente conseguiu uma liberação para fazer um evento teste nessa sexta-feira, e o nosso Samba vai acontecer até a 00h. Essa oportunidade significou muito para a gente. A gente começou o samba com cinco pessoas, hoje, a dimensão que o Samba de São Lázaro tem, o tanto de pessoas que estão nessa luta com a gente para manter o samba, que nos apoiaram e nos deram voz, fez uma diferença gigante", afirmou.
Desde o início de novembro, os organizadores buscam meios para continuar com o projeto, que ganhou a dimensão que tem atualmente no verão passado, e além de não deixar o samba morrer, buscam também o sustento de cerca de 40 famílias, que dependem da realização da festa para colocar o pão de cada dia na mesa de casa.
Os organizadores do evento, que nos últimos meses enfrentaram problemas com denúncias de barulho na região, chegaram a se reunir com autoridades em busca de uma saída para não interromper o evento de vez.
Ao BN, Thiago falou sobre a importância da realização do evento-teste para o Samba de São Lázaro e como o projeto conseguiu mudar a vida de diversas pessoas através da música. "Hoje o samba é tudo para a gente. Através do samba nós conseguimos sustentar nossa família, colocar o pão na mesa e conseguimos ser felizes".
No samba, o provérbio "a união faz a força" se faz real, e isso não é uma novidade. Foi através da voz do povo que o gênero se tornou popular, e em Salvador, é através da população que os organizadores mantêm viva a esperança de continuar com a festa.
Uma petição pública online já conseguiu reunir 1442 assinaturas em defesa do Samba de São Lázaro. No site Change.org, o abaixo-assinado já reúne 254 assinaturas e tem como meta 500 nomes. E é através da força popular que os organizadores do evento estão tentando convencer as autoridades de que o Samba de São Lázaro precisa continuar existindo e movimentando a cidade não só culturalmente como economicamente também.
"O samba é vida, é luta, é resistência. Juntos, podemos garantir que o Samba de São Lázaro continue a ser um espaço de transformação e celebração para todos!."
Tem espaço em Salvador para quem quer chegar e fazer acontecer? Demanda antiga na capital baiana, a falta de espaços para eventos voltou a ser assunto com a proximidade do verão e o calendário cheio para a temporada.
Para além dos três grandes espaços já conhecidos pelo público, WET, Arena Fonte Nova e Parque de Exposições, a cidade passou a contar com outros locais de festa, como o Centro de Convenções, a antiga Arena Daniela Mercury, e casas menores, como a Chácara Baluarte, a Casa Pia, o Porto Salvador.
Mas e quando se fala de casa de shows, já com estrutura montada? Ao Bahia Notícias, o empresário Marcelo Britto, CEO da Salvador Produções, revelou que tem feito estudos para um novo espaço de festa na capital. “A gente tem feito estudos e eu acho que pode ter uma novidade para 2026”.
Responsável por gerir o WET, o empresário pontuou as maiores questões para investir.
“Salvador tem um problema geográfico em relação a habitacional, em relação a vagas de estacionamento, a questão do som. Existe uma lei sonora que não é em todos os lugares. Nós fizemos um estudo de viabilidade, um de zonas permitidas para o som, então tem a questão da lei, tem a questão de estacionamento, tem a questão do contexto geral de morador. Não é fácil achar esse local”, afirmou.
Foto: Gabriel Nascimento
Responsável por uma parte da agenda de shows na capital com os artistas da Salvador Produções, Britto reconhece a necessidade de importância de investir na área, mas ressalta que esse também é um compromisso do poder público.
“Precisa há muito tempo, importante também, tanto o governo estadual quanto o governo municipal também tem uma atenção especial a isso.“
A queixa sobre a ausência de espaços para eventos em Salvador não só de quem frequenta, mas também, de quem promove.
Em reportagem feita pelo Bahia Notícias em agosto deste ano, foi exposto a dificuldade de receber eventos por não ter espaços para shows de grande porte que não fossem adaptados para a realização de festas.
A Prefeitura de Salvador fez um investimento de R$ 163 milhões na Arena Multiuso Salvador, que terá capacidade para abrigar mais de 12 mil pessoas, porém, a capital ainda continua limitada neste aspecto.
Atualmente, a cidade conta com três locais que podem comportar shows para um público acima de 20 mil pessoas, a Casa de Apostas Arena Fonte Nova, o Parque de Exposições de Salvador e o WET.
Já para eventos de pequeno a médio porte, os espaços na cidade são adaptados quando se é necessário.
A organização do Samba de São Lázaro criou uma petição pública para ajudar a manter o evento, realizado semanalmente às sextas em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação.
O evento, que vem sendo alvo de críticas, corre o risco de deixar de existir após denúncias feitas por moradores, que se queixaram do barulho e da segurança no local devido à realização da festa e pode não ocorrer mais a depender do resultado da reunião.
"O Samba de São Lázaro é um importante espaço cultural gratuito, realizado pela comunidade e pequenos empreendedores, que valoriza a cultura negra e periférica de Salvador. Infelizmente, esse espaço tem sido alvo de ações arbitrárias de órgãos públicos, que ameaçam sua continuidade sem apresentar justificativas legais ou dialogar com a comunidade. Além de ferir o direito à cultura e ao lazer, essas intervenções prejudicam os pequenos empreendedores que dependem do evento para sustentar suas famílias."
Segundo Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, o documento será levado para a reunião, prevista para acontecer na terça-feira (26), com vereadores e agentes da Prefeitura e deve ajudar na construção de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a realização de forma organizada, respeitando as normas legais. Ao Bahia Notícias, o produtor do evento contou que vem recebendo o apoio do público para "não deixar o samba morrer".
"A gente vai levar esse abaixo-assinado amanhã. Ainda não foi definido o horário da reunião, mas esperamos ter uma resposta sobre a situação do samba. Tem muita gente nos procurando, várias emissoras de TV interessadas em contar a história, as pessoas que fazem o samba também mandaram mensagens dizendo que o samba não pode acabar", contou.
Jane Ramos, que é uma das fundadoras do Samba de São Lázaro com Thiago, e também é proprietária de uma barraca na região, já havia relatado ao BN que a mudança de horário do evento era prejudicial para os comerciantes que atuam na festa. Segundo ela, mais de 30 comerciantes foram afetados com a situação.
Foto: Instagram
Desde o início do mês, o Samba de São Lázaro está sendo realizado a partir das 19h com encerramento às 22h, o que afastou o público considerado "inimigo do fim", mas também quem está saindo do trabalho e tem o evento como uma válvula de escape do estresse da semana.
"Tem gente aqui que depende do Samba para colocar o pão dentro de casa, fora as mercadorias aqui que estão presas. A nossa esperança é chegar em um acordo para poder continuar. A depender do resultado da reunião de amanhã, teremos samba nesta semana, mas se for para ser das 19h às 22h não vale a pena, duas horas de relógio não é viável para a gente."
De acordo com Thiago, além da mudança no horário, a atuação dos órgãos municipais e estaduais tem sido feita de forma grosseira, afastando o público do local e incomodando os trabalhadores.
"Eles colocaram agentes da Guarda Municipal na frente do palco, fica cheio de polícia ao redor, mas o mesmo clima de insegurança. Eles quiseram fazer o teste do bafômetro com o cara do som que nem estava dentro do carro. Estão constrangendo a gente."
O "fim" do Samba de São Lázaro foi alarmado nas redes sociais por um perfil que há 3 anos se tornou um dos espaços de divulgação da festa. "É com muita tristeza que viemos através desta informa o término definitivamente do Samba do São Lázaro, mas uma vez isso é a prova que o sistema venceu o povo, através das suas manobras e articulações genocidas para exterminar tudo aquilo que venha a ser feito pelo povo", dizia a mensagem.
O público passou a marcar autoridades, entre elas a ministra da cultura Margareth Menezes, o prefeito Bruno Reis, o secretário de cultura do estado Bruno Monteiro e o do município, Pedro Tourinho, para que fosse tomada alguma atitude.
O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA. O local em frente a igreja e ao campus da universidade era ocupado por estudantes para fazer calouradas.
Por ali, o movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia e São Lázaro já era um lugar para se estar. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade, com a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua.
Um dos pedidos dos organizadores para que a festa continue com o seu propósito inicial é o consumo no comércio local. Desta forma, eles pedem sempre para que não levem cooler e comprem dos mais de 30 comerciantes que atuam por ali.
A véspera de feriado em Salvador será agitada com uma edição do Samba de Quinta. O evento, idealizado pelo produtor cultural, DJ e empreendedor Matheus de Morais, irá realizar uma edição especial no dia 14 de novembro, a partir das 22h no Z1 Bar, no Rio Vermelho, que também irá celebrar o mês da Consciência Negra.
Nesta edição, a cantora Vanessa Borges, ex-participante do The Voice, dará o tom da festa com um repertório nostálgico com os sucessos do Sorriso Maroto. O Samba de Quinta contará também com show do Grupo Gente Boa, do Samba de Lua e DJotta, além do set do DJ Jamil Godinho.
Os ingressos para a festa custam a partir de R$ 35, para quem estiver com nome na lista. Aniversariantes da semana têm entrada gratuita, basta se inscrever através do formulário na página no Instagram.
Após a polêmica com a mudança no horário do Samba de São Lázaro, a festa, que tradicionalmente acontece às sextas, terá uma edição especial durante o feriado do dia 15 de novembro, data da Proclamação da República.
Nomeado de 'Tardezinha do São Lázaro', a festa, divulgada no perfil 'Samba do SL', no Instagram, acontecerá a tarde. O evento contará com show da banda Oz Favoritos, que já comanda o samba que acontece a noite.
A recomendação segue a mesma das outras edições, o fortalecimento do comércio local, desta forma, os organizadores pedem para não levarem cooler.
Ao Bahia Notícias, os organizadores do Samba do São Lázaro lamentaram a mudança, que ocorreu após denúncias de abuso de ordem. Em entrevista ao BN, Thiago da Silva, um dos fundadores da festa, havia revelado a possibilidade de mudar o evento para o final de semana para evitar as queixas dos moradores da região.
Jane Ramos, que dirige o evento ao lado de Thiago, afirmou que a situação é prejudicial para o comércio local, que sobrevive da renda feita toda sexta-feira com a festa na região.
"A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar. Eu acredito que para gente é todo mundo novo, todo mundo está muito apreensivo e assustado, muitas famílias pagam aluguel, sustentam seus filhos com o dinheiro do samba. Então é uma coisa que mexeu muito com todo mundo."
Os organizadores afirmaram que o evento tem todas as licenças necessárias para acontecer e até mesmo a "benção" do padre, já que o samba acontece em frente a igreja de São Lázaro.
A mudança no horário do tradicional Samba de São Lázaro, que acontece na Federação, e se tornou programação dos 'inimigos do fim', afetou não só quem frequenta o evento para sambar.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos diretores do evento, revelou que será feita uma reunião com os organizadores do samba, que estudam a mudança de dia da festa para evitar problemas com o som.
"Vamos fazer uma reunião entre a gente, para saber qual a melhor alternativa. Saber se a gente muda de data para fazer sábado ou domingo e começar 16h para terminar 20h. Mas também vamos tentar uma reunião com o prefeito Bruno Reis para saber se conseguimos estender o horário da sexta um pouquinho mais e terminar 1h da manhã", contou.
De acordo com Jane Ramos, que é uma das fundadoras do Samba de São Lázaro, e além de fazer parte da direção do evento e é proprietária de uma barraca na região, a situação é prejudicial para o comércio local, que sobrevive da renda feita toda sexta-feira com a festa na região.
A partir desta sexta-feira (8), o samba feito pela banda Oz Favoritos começará pontualmente às 20h e será levado até às 22h30, após denúncias de possível abuso de ordem.
"A gente está esperando ver o que se resolve. A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar. Eu acredito que para gente é todo mundo novo, todo mundo está muito apreensivo e assustado, muitas famílias pagam aluguel. sustentam seus filhos com o dinheiro do samba. Então é uma coisa que mexeu muito com todo mundo", afirmou ao Bahia Notícias.
Segundo Jane, o Samba de São Lázaro começou a ter a dimensão que tem hoje no verão passado. Thiago contou que a primeira edição da festa teve apenas 5 pessoas na plateia. "A gente começou e tinha cinco pessoas no nosso primeiro samba, foi até triste. Investimos tudo e só cinco pessoas vieram. Aí no segundo samba já vieram 15 e foi aumentando. Hoje somos seguidos por mais de 13 mil pessoas no Instagram e nos tornamos parte da cultura soteropolitana", contou.
Ao site, Jane e Thiago reforçaram que todo custo do Samba de São Lázaro vem dos comerciantes locais e garantem que o evento é legalizado. "Todas as despesas quem paga é o comércio local. É segurança, é banda, é som, é o alvará, o convidado. Essas despesas são todas do comércio local. A gente não tem nenhuma ajuda, nem do Governo, nem da Prefeitura, não temos ajuda de nada. Nós buscamos o alvará, lutamos por isso".
O diretor da festa conta que até a "benção" do padre para realizar o evento em frente a igreja de São Lázaro eles conseguiram. "O Samba de São Lázaro tem autorização da prefeitura, da Limpurb, da Transalvador. Temos a autorização do Padre, um abaixo assinado com assinaturas de moradores da região, a gente tem a documentação de tudo".
Além da questão cultural, Thiago cita a movimentação social que o Samba de São Lázaro causou na comunidade, exaltando a força da população em prol da propagação da cultura e de fazer o bem. "Nós temos uma ótima relação com a comunidade, já fizemos doações de brinquedos no dia das crianças, de alimentos, estamos sempre ajudando a comunidade".
Foto: Instagram
Além da questão com o volume do samba, uma das queixas de quem frequenta foi a violência e insegurança na região. Nesta sexta, a festa terá o suporte da 41ª CIPM. "Na quinta, tivemos uma reunião na 41ª e eles vão dar um apoio mais reforçado, porque eles já dão suporte, mas, enfim, Salvador é assim, né? Não tem como ficar fixa com a viatura só naquele lugar. Aí é complicado. E a violência está em todo lugar".
Para a edição desta sexta, a dupla imagina que a mudança terá impacto no público. "Vai ser um baque. Já temos pessoas reclamando, e com razão, que geralmente sai do trabalho às 22h, 21h. Com o samba acabando 22h30, fica uma coisa complicada", diz Thiago que torce para encontrar uma boa solução para manter a tradição.
O Samba de São Lázaro comandado pela banda Oz Favoritos, em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação, terá um novo horário a partir desta sexta-feira (8), após denúncias relacionadas a realização do evento devido ao barulho no bairro. Por meio de nota, a banda informou que conta com o apoio da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar para a realização do evento.
"Devido às denúncias relacionadas ao nosso samba, venho através deste canal informar a todos que o Samba do São Lázaro tem um novo horário de início. Começará pontualmente às 20:00 e será levado até às 22:30. Desde já queremos agradecer todo apoio que foi nos dado da 41ª CIPM. Peço a todos a colaboração e compreensão. Não deixaremos o samba morrer", informa o comunicado.
De acordo com o perfil 'Te Vi no São Lázaro', a mudança ocorre pelas denúncias de possível abuso de ordem, no entanto, os administradores alegam racismo na denúncia. "Nós sabemos que não é sobre isso e que mais uma vez o sistema e a burguesia venceu as articulações pretas para tentar amenizar, alegrar a nossa sobrevivência em uma sociedade desigual, injusta e racista".
Além da questão do barulho, uma queixa dos moradores da região, é a insegurança na região. Um dos casos de roubo que viralizou no X, antigo Twitter, foi o de um rapaz que teve o celular roubado próximo a TV Bahia, já depois da Igreja de São Lázaro, onde acontece a festa.
Foto: X
Segundo o relato, três homens estavam roubando com o auxílio de uma faca. "Levaram meu celular e ainda me coagiram na parede, que assustador viver tudo isso", afirmou o homem identificado como Henrique.
Outro internauta contou que a amiga foi assaltada logo na chegada do samba. "Bem que notei uma movimentação estranha, mas segui a vida", disse mais uma pessoa.
O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA, que ocupavam o largo em frente a igreja e ao campus da universidade para fazer calouradas.
O movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia. São Lázaro já era um lugar para se estar após a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade.
E da forma que começou, os barraqueiros tentam manter. Tanto que um dos pedidos mais frequentes é o consumo do comércio local para ajudar quem trabalha na festa desde o início.
"O samba só acontece por conta do comércio local. Sem o comércio local não haveria samba. A direção organizadora pede gentilmente que os frequentadores não levem cooler, pois, se a frequência do cooler continuar, o samba poderá chegar ao seu fim."
O Bahia Notícias tenta contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), responsável por licenciar os eventos em Salvador, desde março deste ano para falar sobre o evento, que se tornou tradição na agenda de festas da capital, mas não houve retorno.
A agenda de eventos em novembro terá uma baixa com o adiamento do BATEKOO Festival 2024. A produção da festa, que nasceu na Bahia através de Maurício Sacramento e Wesley Miranda, anunciou a mudança para 2025 devido a falta de investimento.
Por meio de um texto publicado nas redes sociais, a equipe que promove o evento em todo Brasil, informou que mesmo com parceiros anuais, se tornou inviável a realização da festa. O Festival seria realizado no dia 23 de novembro em São Paulo e a promessa era de 12 horas de evento, 3 palcos e mais de vinte atrações.
"Após termos feito tudo o que estava ao nosso alcance, desde o diálogo com mais de 100 marcas e plataformas de nível nacional, e mesmo contato com os parceiros anuais que estão com a BATEKOO (NIVEA, adidas, Shotgun, MAP Brasil, MAP Music e Amanda Gominho), não será possível realizar o festival por falta de investimento."
De acordo com a produção, o Brasil vive uma crise no setor cultural e a dificuldade para eventos voltados para a comunidade preta e feito por negros encontra ainda mais empecilhos para conseguir sobreviver.
"É importante salientar que a realização de um festival hoje no Brasil só é viável a partir de incentivos de empresas privadas e/ou incentivo público. O Brasil está vivendo uma crise silenciosa no setor cultural, e quando falamos de um projeto pensado por e para pessoas negras, esses impactos se tornam sempre mais danosos. “A corda sempre arrebenta do lado mais fraco.”
Foto: Instagram
O reembolso dos ingressos adquiridos para a edição de 2024 serão reembolsados gradualmente até o dia 15 de dezembro. Quem optar por não solicitar reembolso receberá um voucher no valor do ingresso adquirido para o BATEKOO FESTIVAL 2024 para gastar na plataforma.
"Apesar do cenário, entendemos que a BATEKOO é um projeto revolucionário que transformou e segue transformando a comunidade preta através da cultura, e continuaremos firmes e organizados para entregarmos o nosso melhor no BATEKOO Festival 2025 e para os projetos paralelos que realizaremos em todo o Brasil ao decorrer do ano."
A Festa Literária Internacional de Cachoeira (FLICA) encerrou sua 12ª edição no último domingo (20), com um recorde de mais de 100 mil visitantes ao longo dos quatro dias de evento. O evento gerou 100% de ocupação hoteleira em Cachoeira e região, a FLICA fortalece seu papel como um dos principais eventos literários do Brasil.
O evento apresentou uma programação diversificada que incluiu literatura, música, artesanato e gastronomia local, distribuídos em espaços como a Tenda Paraguaçu, Geração Flica, Fliquinha, Casa do Governo, Casa do Patrimônio, Palco Raízes e Ritmos. A FLICA também destacou a participação de estudantes da rede pública de ensino da Bahia, que, acompanhados por seus professores, vieram de diversas cidades do Recôncavo para participar das atividades.
“É uma vivência incrível, sobretudo para os estudantes do interior que não têm oportunidade de vivenciar eventos dessa dimensão, e aqui podem chegar perto de um escritor que está lançando seu livro, ouvir ele falar, é fantástico para eles”, comentou a professora de Linguagens e escritora Ana Patrícia Giffoni.
Estudantes do Colégio Estadual João Cardoso dos Santos aproveitando o evento em Cachoeira | Foto: Divulgação / Diego Silva
A edição deste ano teve como tema “O Mundo da Literatura em Festa” e trouxe discussões literárias e culturais com autores e personalidades brasileiras e internacionais. Entre os destaques, estiveram presentes os humoristas baianos João Pimenta e Matheus Buente, a escritora, jornalista e atriz Thalita Rebouças, a poetisa Elisa Lucinda, a atriz e artista visual trans Liniker, e o escritor angolano Kalaf Epalanga.
Outros nomes de peso incluíram Zezé Mota, Itamar Vieira Jr., Mari Bigio, Renato Moricone, Ricardo Ishmael, Mabel Velloso, Ebomi Cici de Oxalá, Raphael Montes, Stefano Volp, Adelaida Fernandes e Jefferson Tenório.
A coordenadora geral da FLICA, Vanessa Dantas, destacou o impacto econômico positivo do evento, que gerou mais de mil empregos diretos e indiretos e contou com a colaboração de mais de 10 secretarias estaduais. Ela agradeceu aos parceiros e empresas envolvidas na realização da festa literária, atribuindo o sucesso ao apoio dos últimos três governadores da Bahia.
A 12ª edição da FLICA foi organizada pela Fundação Hansen Bahia (FHB) em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento), UFRB (CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras) e contou com o apoio de empresas e instituições como Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo Federal.
“Já pintou verão, calor no coração, a festa vai começar…” Mas qual festa, exatamente? Se dependesse do clima quente, Salvador viveria um verão eternamente. Mas não é apenas a temperatura que faz a estação ser a mais esperada por baianos, turistas e pelo setor do entretenimento. É a movimentação na cidade que antecipa o Carnaval em Salvador e faz a tão sonhada fantasia cantada pela BandaMel ser quase eterna, além de fazer a felicidade na receita da cidade.
Para 2024/2025, o verão será ainda mais longo, já que o Carnaval só terá início no final de fevereiro, mais especificamente no dia 27, e levará a festa até o dia 4 de março. Isso dá ao povo mais dias livres de verão pela cidade. O Bahia Notícias confirmou a realização dos ensaios de Psirico, Timbalada, Léo Santana, Xanddy Harmonia e Tony Salles, mas para além dessas festas, fica a dúvida: como será ocupada a agenda de eventos na capital neste período?
Confira a lista completa de eventos confirmados no verão de Salvador no final da matéria.
Ainda que o Carnaval tenha início com as prévias realizadas no final de semana anterior à quinta de Carnaval, em 2025, Fuzuê e Furdunço estão previstos para acontecerem nos dias 22 e 23 de fevereiro, respectivamente. Isso ainda dá quase dois meses “vagos” para ensaios de verão e festas gratuitas nos pontos turísticos da cidade.
Foto: Lucas Leawry
Em entrevista ao Bahia Notícias durante o evento de lançamento do Camarote Club, o empresário Marcelo Britto, CEO da Salvador Produções, falou sobre a difícil tarefa que será lidar com o verão estendido em 2025.
“A gente vai ter ali o que se chama de barrigada até fevereiro. Isso porque o verão começa em dezembro e janeiro, mas em fevereiro já voltam as aulas, voltam as faculdades, tem a questão com o gasto de materiais escolares, por exemplo... Então, é um desafio para a gente porque as pessoas já saíram de férias em dezembro e janeiro e pode ser que fevereiro não seja tão intenso assim a busca até o Carnaval”, afirmou.
Apesar da teoria citada, Britto, que afirmou ter investido ainda mais na equipe da Salvador Produções para o período do verão e Carnaval, já tem eventos que serão produzidos pela empresa na agenda para 2025. Entre eles, o tradicional ensaio de verão de Léo Santana - que ainda não teve definição de qual festa será -, e o Festival Arrocha Safadão.
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“Obviamente teremos uma agenda badalada. Vamos fazer o Arrocha Safadão no dia 8 de fevereiro no Wet e estamos pensando em mais novidades para preencher essa lacuna até o Carnaval”, disse o empresário, que estará ainda mais à frente do Festival de Verão em 2025, e já tinha citado os desafios para agradar o público e o setor do entretenimento com a montagem de grade e a oferta de eventos na cidade.
Em 2024, a plataforma de busca de voos Skyscanner indicou a capital baiana como um dos destinos mais procurados por turistas. O diretor de Turismo da Secult, Márcio Franco, celebrou a posição em que Salvador se encontra e afirmou que a cidade continua se preparando e buscando formas de continuar no topo do interesse dos visitantes.
Neste ano, Salvador teve 878.992 turistas visitando a capital baiana em janeiro, um aumento de 2,8% em comparação a 2023. Em fevereiro, mês do Carnaval, foram 795.442, uma variação de 5,4%. O mês de março, a “extensão do verão” com a realização do Carnaval no início de fevereiro, marcou uma variação de 7,2%, tendo 750.604 turistas na capital, 50 mil a mais que no ano passado.
Foto: Igor Santos / Secom PMS
Para se ter uma ideia do quanto o verão movimenta a economia baiana, segundo o levantamento feito pelo Observatório do Turismo Salvador, só nos três primeiros meses de 2024, a estimativa de receita turística na capital baiana foi de mais de R$ 5 bilhões. O valor exato, somando a receita, foi de R$ 5.346.497.771.
Para continuar movimentando a cidade e a receita local, o setor está a todo vapor para uma entrega à altura do verão de Salvador.
A Agência Diva, responsável pelo Camarote Harém e pelo Axézin Salvador, de Alexandre Peixe, promete um verão movimentado após firmar uma parceria com Carlinhos Brown para a realização de eventos no Candyall Guetho Square. Por meio de nota, Michel Cohen, sócio da empresa, celebrou a parceria, que também irá se estender para o Carnaval.
“A gente ficou muito lisonjeado por ter sido convidado e já estamos preparando os eventos que iremos realizar no verão. Timbalada e Brown são bandas que já temos uma relação de muitos anos e tocam no nosso Camarote Harém. Tenho certeza de que essa já é uma parceria de sucesso, que vai movimentar ainda mais o verão na Bahia.”
Foto: Divulgação
No espaço idealizado por Brown, é esperado que o verão seja movimentado para além dos shows do anfitrião e da Timbalada, que realiza ensaios no espaço desde a sua criação. A cantora Claudia Leitte já confirmou a primeira edição do ensaio dela em Salvador para este ano, e, conforme a apuração do Bahia Notícias feita em agosto, estavam em negociações shows de Asa de Águia, BaianaSystem, Seu Jorge, Edson Gomes, Olodum e mais.
Quanto à parte pública, a Prefeitura de Salvador ainda não lançou a agenda de verão para a capital. Neste mesmo período em 2023, a Saltur já tinha promovido um evento em São Paulo para anunciar as novidades na programação da temporada, o Festival Virada Salvador e uma grande novidade para estender o verão na cidade.
Com o Carnaval começando no início de fevereiro e se juntando com a Festa de Iemanjá, a estratégia da prefeitura foi prolongar a estação com o projeto 'Viva o Verão', que aconteceu na praça Cairu, no bairro do Comércio, nos dois finais de semana após a folia com encontro de diversos artistas.
Na época, ao Bahia Notícias, Isaac Edginton, presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), afirmou que a ideia era fazer com que os turistas curtissem mais a cidade após os 14 dias de festa nos circuitos da folia. “É um fluxo turístico gigantesco também que acontece pós-Carnaval. Salvador é o destino mais procurado, mais desejado. […] Então essa é a ideia, segurar o turista aqui mais alguns dias, que é possível, e atrair um grande contingente de turistas, sobretudo pessoas que trabalham durante o Carnaval que não têm oportunidade”, contou.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS
É questionado ainda se haverá uma movimentação por parte da prefeitura para uma exploração maior dos espaços culturais da cidade, que neste ano apresentaram uma alta no número de visitantes. De janeiro a março de 2024, período do verão, foi registrado um total de 201.734 visitantes nos centros culturais instalados pela Prefeitura de Salvador no Centro Histórico.
De acordo com a apuração feita pelo Bahia Notícias, além da realização dos ensaios de Psirico, Timbalada, Léo Santana, Xanddy Harmonia e Tony Salles, alguns já estão com datas fechadas e outros serão anunciados mais próximos ao fim do ano. As bandas Eva e Filhos de Jorge estão com negociações para executarem projetos no verão do ano que vem.
Confira a agenda de festas para o verão de 2025 em Salvador e o que já tem confirmado para acontecer até o Carnaval:
VERÃO DE SALVADOR EM 2025
- Ensaios da Timbalada - confirmado desde dezembro de 2024
- Ensaios de Claudia Leitte - primeira edição em 2024
- Ensaios de Léo Santana - confirmado, porém sem definição de qual será a festa
- Ensaios de Xanddy Harmonia (A Melhor Segunda do Mundo) - confirmado
- Projeto da Banda Eva - confirmado
- Pranchão com Timbalada e Durval Lelys - janeiro de 2025
- Ensaio do Psirico - janeiro
- Ensaio da Anitta - 18 de janeiro
- Festival de Verão - 25 e 26 de janeiro
- Saulo Som Sol - 31 de janeiro
- Festival Arrocha Safadão - 8 de fevereiro
- Ensaios de Tony Salles - confirmado
- 16 de janeiro - Lavagem do Bonfim
- 2 de fevereiro - Dia de Iemanjá
- 22 de fevereiro - Fuzuê
- 23 de fevereiro - Furdunço
- *24 de fevereiro - Melhor Segunda-feira do Mundo
- **25 de fevereiro - Pipoco com Léo Santana
- 26 de fevereiro - Fanfarras no circuito Sérgio Bezerra)
- 27 de fevereiro a 4 de março - Carnaval
- 5 de março - Arrastão da Quarta-feira de Cinzas
*Em entrevista ao Bahia Notícias, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que a festa com Xanddy Harmonia deveria ser incorporada ao calendário de celebrações pré-Carnaval.
**O Pipoco com Léo Santana acontece desde 2017, na época, sob o governo de ACM Neto. A celebração foi mantida por Bruno Reis, porém, também não há confirmação da edição no próximo ano.
Charme. Palavra com origem francesa que descreve aquilo que atrai ou dá prazer aos sentidos. Na dança, o termo tem o mesmo significado e descreve a manifestação cultural típica do Rio de Janeiro, que tem como característica as coreografias em grupos e os passos puxados para o R&B, hip hop, funk, swingbeat, e outras vertentes da música negra.
Foi do encantamento com a coreografia sincronizada e da necessidade de aquilombar, que nasceu o famoso Baile Charme nos anos 80, sendo o mais conhecido o que acontece no Viaduto de Madureira, na Cidade Maravilhosa, onde se tornou patrimônio cultural.
Na cidade da mistura de ritmos e povos, o Charme não ficaria de fora. Em Salvador, o Baile Charme passou a ganhar espaço e público, ainda que de forma discreta nos tempos atuais, e tem feito a cabeça de jovens dos anos 90 e 2000 e proporcionado a união de gerações.
A capital baiana recebe neste sábado (14), a 8ª edição do Baile Charme Salvador, no Restaurante Uauá, no Pelourinho, e em entrevista ao Bahia Notícias, Iyalorixá, gastrônoma e a produtora cultural Alice Walê, de 27 anos, idealizadora do evento, falou sobre a história do projeto, que nesta edição homenageia Ludmilla.
Foto: Arquivo Pessoal
“O Baile Charme Salvador surgiu devido a falta de eventos para o povo preto na cidade, a falta de eventos com outros estilos de música, de projetos que resgatasse a nossa ancestralidade, e a partir disso, com um grupo de amigas, pensamos em criar o Baile Charme. A gente já observava o Baile Charme de Madureira, e tinha um planejamento de viagem para conhecer o evento, só que chegou um momento que a gente parou para entender que isso também já fazia parte de Salvador, e que as pessoas aqui que já curtiram isso há muitos anos, nas favelas, nas quebradas. A partir disso a gente foi se comunicando com pessoas que a gente já conhecia e que poderiam nos ajudar nesse caminho, e na terceira garrafa de vinho eu já tinha Instagram criado para a festa”, conta Alice.
O estilo de dança sincronizado realmente já tinha desembarcado em Salvador, até mesmo na mesma época em que o Charme explodia no Rio. Porém, na cidade do pagode e do axé, o impacto da coreografia em conjunto ao som de um lento R&B não tinha o mesmo impacto que o swing do Gera Samba, por exemplo.
A própria Alice, por exemplo, conta que só foi ter um contato mais profundo com o Charme depois de mais velha, mesmo ouvindo a Black Music desde pequena. “Eu fui conhecer mais a fundo o Charme quando eu decidi fazer o evento. Ouvia R&B, hip hop, ouvia muito Black Music desde pequena, sempre dancei também, fiz parte da Funceb, mas a paixão pelo Charme veio depois e acho que foi algo muito natural essa conexão, porque é parte da minha cultura. Foi algo da minha mãe, minha vó também curtia os bailes da época dela”, afirma.
Entre os passos básicos que passaram de geração para geração, estão os steps, que consiste em levar o pé para frente e para trás, para um lado e para o outro; o shuffle, que consiste em arrastar o pé; o balanço do corpo; o trançado, quando se cruza as pernas; e os slides, isto é, arrastar os pés de um lado para o outro até juntá-los novamente.
As informações são do Sindicato dos Profissionais de Dança do Estado do Rio de Janeiro. Com a evolução da dança, a nova geração incorporou outros elementos, mas é na pista que todos se encontram e se sincronizam. Desde os mais novos na brincadeira aos mais velhos, que passam a tradição para os "novinhos".
Foto: Flávio Saan
“É gratificante conseguir reunir tanta gente através da música, da dança, de gerações diferentes. A gente já teve convidado no baile de 80 anos. Foram pessoas que chegaram para falar que o Baile conseguiu trazer aquela energia que eles já não viviam há muito tempo. O Charme ficou uma coisa mais do Rio São Paulo e Salvador não conseguiu manter a frente porque a capital tem uma dificuldade enorme em reconhecer coisas que não sejam apenas pelo financeiro.”
Para a produtora cultural, além da dificuldade na questão do ritmo, o Charme não teve tanta força em Salvador nos anos anteriores por ser algo das favelas. “Se tornou uma coisa mais oculta, por conta da violência na quebrada e da dificuldade em realizar muitos eventos da forma correta para todos os públicos”, pontua.
O cenário, apesar de ser um pouco diferente do encontrado lá atrás, com mais acessibilidade para o público, ainda é complicado, afirma Alice. O Pelourinho foi o bairro a abraçar o Baile Charme Salvador e receber as edições da festa, desde a 1ª até a 8ª.
“E inicialmente a gente encarou isso como um balde de água fria, porque não conseguimos um local para fazer o evento. A gente reconhece que ainda é uma dificuldade conseguir espaço em Salvador para fazer evento de menor porte, evento voltado para a comunidade preta, LGBTQIAPN+, que seja acessível para um público com grana baixa. Hoje, infelizmente, tem na nossa quebrada a marginalidade, que nos limita muito de fazer eventos culturais, né? Eu não sei que seja apoiado por eles, mas aí a gente resolveu levar o baile para o Centro Histórico, que é um lugar ancestral, lugar de música preta, é o verdadeiro Projac baiano.”
Atualmente, o Baile Charme Salvador conta com a produção de Walê e o apoio de outras 11 pessoas para acontecer. “Atualmente a gente tem 11 pessoas fixas que são essas pessoas que trabalham todos os bailes, que vai de DJ, a mestre de cerimônia, aos dançarinos e embaixadores. O Baile é um evento que começa na internet, para criar a curiosidade e o interesse do público e todo nosso lucro é dividido”.
Para a produtora cultural, a união faz a força, em especial, entre o povo preto e é algo que precisa ser entendido em sua essência para que a cultura se fortaleça. “Ainda tem uma dificuldade de entender que quando cresce uma pessoa no nosso meio é para somar e não para competir né, tem uma desunião”, afirma.
Foto: Baile Charme Salvador
Porém, apesar dos pesares, Walê acredita no crescimento não só do Baile Charme como de outros projetos que valorizem a cultura preta em Salvador. “O Baile ele foi criado para ser um projeto com a possibilidade de ser inserido em outros eventos, recentemente a gente foi convidado para participar do Numanice, e a nossa proposta vai ser sempre colocar a nossa cultura em destaque, pessoas que não tiveram essa oportunidade em um outro momento, ter ali, naquela hora”.
Na edição deste sábado (14), o Baile Charme Salvador contará com a participação do DJ Hendo, diretamente dos Estados Unidos, que promete levar para o Restaurante Uauá o melhor do mix entre o afrobeat, afro house e hip-hop com batidas tradicionais e contemporâneas.
A festa ainda contará com os sets da DJ Belle e do residente ALLEXUZ95, membro do coletivo TrapFunk&Alivio, que tem se destacado no cenário musical com um setlist de formato aberto, que envolve ritmos como black music, R&B/Charme, e ritmos afro-latinos.
SERVIÇO
Baile Charme Salvador 8ª Edição (Especial Ludmilla)
Quando: 14 de setembro, às 22h
Onde: Restaurante Uauá, Pelourinho
Quanto: R$ 30, no Sympla
O Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, atualizou na terça-feira (27) a portaria publicada em novembro de 2023, que determina a distribuição grátis de água em shows e grandes eventos.
De acordo com a portaria, a produção de grandes eventos como shows e festivais, deverão fornecer água potável gratuita ao público principalmente em dias de calor extremo e altas temperaturas.
Na atualização, fica expressa a necessidade de que os organizadores de evento disponibilizem bebedouros ou ilhas de hidratação em locais de fácil acesso e autorize a entrada do público com garrafas de uso pessoal, ou forneçam copos ou embalagens para beber água, sem custo adicional. Quanto a venda de água, os órgãos de defesa do consumidor deverão acompanhar também o preço da água mineral comercializada no local, para evitar aumento abusivo.
A portaria é válida por 120 dias e, ao final, será reavaliada a necessidade de prorrogação.
A primeira portaria referente a esse assunto, surgiu após a morte da jovem Ana Clara Benevides, que faleceu em decorrência do calor extremo durante um show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro.
Na época, o Bahia Notícias produziu uma matéria sobre o assunto com produtores de eventos da capital baiana que pontuaram a situação atípica com a questão do calor extremo e os locais onde os eventos estavam sendo realizados em Salvador.
O ponto citado pelos empresários foi o fato de que os espaços para a realização de festas e shows na cidade costumam ser bem ventilados, não apresentando tanto risco para o público quanto a falta de circulação de ar. No entanto, foi frisado que diante da necessidade, o pedido feito pelo Governo de fornecimento de água gratuita ao público seria atendido.
Ao BN, a advogada Alanna Rodrigues, especialista em direito do entretenimento e propriedade intelectual, citou, na época, a falta de melhores definições sobre as obrigações das produtoras em casos de condições climáticas adversas.
A especialista considerou a portaria do governo federal como positiva, principalmente por obrigar as produtoras a já buscarem alternativas para as ilhas de hidratação. Porém, reforçou que é necessário que sejam criadas políticas públicas próprias e permanentes sobre as garantias em condições adversas - tanto no calor quanto em casos de chuvas e tempestades.
Todo dia é festa na Bahia? A frase, que é uma afirmação de George Antonio Miguez Dias e João Carlos Cirgueira Guimarães na música 'Beijo na Boca', de 1996, interpretada pelo cantor Netinho, se tornou uma dúvida para quem vive no estado, mais especificamente em Salvador, de 2022 para cá.
Para quem curte e para quem faz festa, é nítido o impacto da pandemia da Covid-19 no setor de eventos. O mercado, um dos mais afetados pelo isolamento social, se recupera do baque e enfrenta outros grandes dilemas na capital, entre eles o alto custo dos fornecedores, a falta de espaços e o comportamento do público diante dos eventos.
As queixas do público a respeito dos valores dos ingressos, por exemplo, se tornaram frequentes nas redes sociais e é notada por empresários, que justificam a alta devido ao custo elevado para a produção de eventos de qualidade.
Foto: Acervo Pessoal
Em entrevista ao Bahia Notícias, o empresário Marcelo Brito, da Salvador Produções, responsável por grandes eventos na capital baiana e pela gestão da carreira do cantor Léo Santana, avalia que a dificuldade de fazer eventos não é algo restrito à capital baiana.
"O que está acontecendo é algo no Brasil inteiro, não é só em Salvador. Houve uma queda na venda de ingressos de eventos privados, muito ofertado pelo que está sendo exposto ao público, que é São João imenso, Réveillon, várias cidades perto da Região Metropolitana e no interior da Bahia realizando grandes shows, falo isso porque nossos artistas tocam em várias cidades. Léo tem uma média de shows de mais de 20 shows no mês e em sua grande maioria da prefeitura."
Para Brito, além da grande oferta de eventos gratuitos fazer com que o público opte por não investir em uma festa privada, é necessário considerar o poder aquisitivo do público. "Acho também que o mercado financeiro não está bom, as pessoas estão passando por dificuldades de grana", afirmou.
A questão foi pontuada por outro empresário, que preferiu não se identificar, ao Bahia Notícias no final de julho. Na ocasião, o produtor de eventos falou sobre o fato da capital não ter tido datas extras do show de Caetano & Bethânia e explanou o poder de consumo na cidade. "O poder de consumo é muito baixo aqui, o ingresso não pode ser caro. O ticket médio é alto. O show de Caetano e Bethânia demorou de esgotar aqui, no Rio tem 4 datas, em São Paulo tem 3, Recife tem duas datas", disse.
Foto: Arquivo Pessoal
A dificuldade também existe para produtores que realizam eventos de menores portes, como o empresário Rodrigo Melo, da Pequena Notável. Ao Bahia Notícias, o produtor conta que mesmo obtendo sucesso com as festas que tem realizado em Salvador, foi necessário uma readequação ao mercado e um estudo melhor dos nichos que a empresa atende.
"A Pequena Notável trabalha com nicho de público, então a gente adequa as nossas atrações a esse público. Temos um público maduro de 35 a 65 anos, que é um público que curte Jau, Luiz Caldas, nosso Réveillon é com Luiz Caldas. Os locais também são nichados, como a Chácara Baluarte, como o MAM, então eu já direciono o público que eu trabalho. Temos uma parceria com o grupo San e atendemos o Babado Novo, que participa de eventos para o público LGBTQIAPN+, conseguimos definir bem quem queremos atingir com nossos eventos."
Para Melo, a queixa do público em relação aos valores do ingresso é justa e natural. "Todos reclamam de preço, é natural, independente de nicho. Assim como reclamam do preço do feijão, da carne, é normal. Porém, o que acontece no período pós-pandemia é um sinalizador muito grande, os valores dos fornecedores e os valores das atrações aumentaram muito e a gente não está conseguindo fechar a conta”.
No entanto, o empresário afirma que apesar da alta nos custos para a realização de eventos, a Pequena Notável buscou não aumentar o valor do ticket para manter o público, o que acaba sendo um desafio para a produtora.
“Eu pratico os mesmos preços de anos atrás, com preços de fornecedores aumentados. É uma das questões que está inviabilizando os eventos. Hoje você faz um evento e usa a bilheteria para pagar a conta e às vezes você tem o valor do bar ou do patrocinador para ajudar na receita. Se eu fizer um evento onde não tenha esse valor do bar ou do patrocínio, é 99% de chance de dar prejuízo. Eu acho justa a reclamação, porém, para o lado do empresário a gente também reclama do valor das coisas. Então acaba que você estica a corda de um lado, o público de outro, os fornecedores do outro e fica a festa do estica e puxa e você não consegue viabilizar o evento."
Foto: Lucas Leawry
A situação também é notada por artistas, como Léo Santana e Anitta, que já deram declarações sobre a dificuldade de vender ingressos para shows no país. "Eu falo, mais uma vez, por mim principalmente. Eu ando na estrada a vida toda, o tempo todo, por semana a gente faz sete, oito shows e o mercado não tá fácil. Isso é um fato. Independente das minhas amigas, Lud, Ivete, que tiveram as turnês canceladas, não sei por qual motivo, mas eu falo por mim. Assim, está muito difícil se fazer evento hoje”, disse Léo Santana no início de agosto.
Uma outra grande queixa do público quanto aos eventos que são realizados em Salvador é a falta de novos espaços para festas. Para se ter uma ideia, em shows de grande porte a capital baiana conta com três espaços: Parque de Exposições, WET e Arena Fonte Nova.
Nos eventos de pequeno e médio porte, Melo pontua a criatividade dos produtores para encontrar espaços em Salvador que abriguem o público. "A questão de espaço sempre foi um dificultador aqui em Salvador. É uma grande dificuldade que temos aqui, local de eventos que contemple o conforto, a segurança, a capacidade de público. É um grande dificultador e a gente tem que usar muito a criatividade para explorar a cidade ou esperar que alguém empreenda nesse negócio e em novos lugares."
O tópico foi pauta no Bahia Notícias em março deste ano, quando o produtor Matheus de Morais, organizador do Samba de Quinta, citou a ainda a falta de patrocínio e a mobilidade na capital baiana como pontos dificultadores para movimentar Salvador para além do Carnaval, com eventos para todos os públicos e bolsos.
"Para eventos de grande porte nós temos o Parque de Exposições, que é um espaço de agropecuária, e o WET, um antigo parque aquático. Isso sem contar a Fonte Nova. Quando se passa para espaços menores, nós temos lugares se adaptando aos eventos, mas não temos lugares que sejam próprios para isso. Aí existe a possibilidade de fazer uma festa no Subúrbio. Como eu trago esse público para cá? Na conta, além do valor do ingresso, tem o valor do transporte e isso pesa no bolso. Quem tem mais de R$ 200 para gastar em uma noite?", questionou.
Alguns dos espaços aptos para receber eventos de grande, médio e pequeno porte na capital baiana são:
- Arena Fonte Nova
- Parque de Exposições
- WET
- Arena Daniela Mercury
- Centro de Convenções
- Casarão Salvador Hall
- Trapiche Barnabé
- Porto Salvador
- Chácara Baluarte
- Pupileira
- Parque Tecnológico
- Arena Santiago
- Mali
- Clube Espanhol
- Casa Pia
- Patio da Igreja Santo Antonio Além do Carmo
- Club Fantoches Da Euterpe
- Casa Rosa
- MAM
- Concha Acústica
- Largo do Pelourinho
- Praça Tereza Batista
- Praça Quincas Berro D’Água
- Largo Pedro Arcanjo
- Praça das Artes
- Largo da Tieta
O CENÁRIO É DEFINITIVO?
Para Brito, o cenário atual do mercado de eventos não é definitivo. "A gente acredita que é momentâneo. Porque evento privado é evento privado, você tem uma maior segurança, um conceito melhor de banheiro, de bar, que no público você não tem. Acho que isso faz parte, vem as eleições aí que é um momento conturbado, mas com certeza a partir de 2025 a gente volta com tudo", afirma o empresário.
Uma das saídas tem sido investir na reformulação de grandes eventos, como o Salvador Fest, além de projetos diferentes e especiais, como o Paggodin, lançado por Léo Santana e que acontecerá no Centro de Convenções de Salvador.
"É o modelo moderno que caracteriza melhor e personaliza mais o artista, ele consegue fazer mais tempo de show, consegue mostrar mais um outro lado dele. Já vem de vários artistas, de Safadão, Henrique e Juliano, Gusttavo Lima, Luan Santana e a gente não poderia ficar de fora. Chegou o momento de trazer novidades, novos elementos, novos conceitos, novos conteúdos, e a Salvador Produções, uma empresa que está conectada com o mercado e o público, consegue entregar isso".
A opinião é compartilhada com Rodrigo Melo, que acredita na volta por cima do mercado e na reinvenção no modo de fazer festa. "Todo mercado é cíclico e a gente tem que se reinventar. É o que a gente sabe fazer e o mercado precisa girar. Já começamos a nos reinventar, a própria pandemia fez com que a nossa empresa se reinventasse com projetos como a Vila Baluarte e o Solar Baía. E agora a gente está se reinventando também, existem muitas saídas para isso".
A banda Kart Love divulgou nesta segunda-feira (10) sua agenda de shows para os festejos juninos no interior do Estado e na capital. Cerca de 27 apresentações estão programadas para acontecer em 24 cidades baianas durante o mês de junho.
Os shows contarão com um repertório composto por grandes hits da “sofrência” e sucessos nas plataformas digitais, como “Meu Bebê de Volta”, “Amor a Três”, parceria com o cantor Tarcísio do Acordeon, e “1900 e Minha Ex”, seu último lançamento gravado com o cantor Nadson o Ferinha.
Confira a agenda de São João do cantor:
- 31/05 – Lauro de Freitas/BA
- 01/06 – Lauro de Freitas/BA
- 02/06 – Salvador/BA
- 06/06 – Conceição do Almeida/BA
- 07/06 – Lauro de Freitas/BA
- 08/06 – Teolândia/BA
- 09/06 – Salvador/BA
- 14/06 – Salvador/BA
- 15/06 – Caetanos/BA
- 16/06 – Irecê/BA
- 17/06 – Feira de Santana/BA
- 18/06 – Mata de São João/BA
- 19/06 – Conceição do Jacúipe/BA
- 21/06 – Serrinha/BA
- 21/06 – Riachão do Jacuípe/BA
- 22/06 – Cruz das Almas/BA
- 22/06 – Santo Antônio de Jesus/BA
- 23/06 – Uauá/BA
- 23/06 – Euclides da Cunha/BA
- 23/06 – Quijingue/BA
- 24/06 – Sapeaçu/BA
- 24/06 – Castro Alves/BA
- 24/06 – São Francisco do Conde/BA
- 28/06 – Ilhéus/BA
- 29/06 – Dias D’ávila/BA
- 30/06 – Laje/BA
- 30/06 – Santo Antônio de Jesus/BA
Um projeto de autoria do deputado federal Tião Medeiros (PP-PR) quer vedar aos juízes a participação em eventos patrocinados por pessoas ou empresas com ações nos tribunais em que atuam.
Para tal, o texto, que prevê a adição de dispositivos à Lei Orgânica da Magistratura (Loman), também prevê que magistrados não possam participar de eventos que não tenham todos os patrocinadores revelados publicamente. As informações são da Folha de S.Paulo.
A proposta diz ainda que os tribunais devem honrar o princípio da transparência, publicando a pauta dos eventos com financiamento privado ou de governo estrangeiro de que os magistrados participem, assim como os patrocinadores, e também tornar públicas as agendas dos juízes.
Na justificativa, Medeiros lembrou casos recentes de participação de membros do judiciário em eventos privados no Brasil e no exterior. No entendimento do deputado, os episódios estão ligados a dois princípios constitucionais: da moralidade e publicidade. "Isso porque acreditamos que faltaram em muitos casos informações básicas que deveriam dar aos cidadãos a segurança de que membros do Poder Judiciário estão respeitando princípios constitucionais que são caros à sociedade brasileira", argumentou.
Conforme a publicação, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Dias Toffoli e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, participaram em abril de eventos na Europa sem divulgar dados sobre as viagens, custeio e período. A Folha já havia confirmado que empresas com ações nos tribunais superiores bancaram palestrantes ou patrocinaram o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, em Londres, que contou com palestras de Toffoli, Mendes e Alexandre de Moraes.
Aprovado no dia 30 de abril pelo Senado, o PL 1.026/2024, que cria novas regras para os incentivos fiscais do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e estabelece um teto de R$ 15 bilhões, ainda não foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar da aprovação de nova legislação para o Perse pelo Congresso, o programa continua rendendo ações e demandas judiciais.
Nesta terça-feira (14), por exemplo, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) concedeu liminar a uma empresa que reivindicou a continuidade dos benefícios do programa, extinto desde o dia 1º de abril por meio da medida provisória 1202/2023, do governo federal. A empresa que entrou com a ação alegou que a MP suspendeu benefícios fiscais previstos no Perse de forma ilegal e contrariando o previsto no artigo 178 do Código Tributário Nacional (CTN).
Esse foi também o entendimento do desembargador Marcelo Saraiva, da 4ª Turma do TRF-3. Para o magistrado, o artigo 178 do Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que as isenções concedidas por prazo determinado não podem ser revogadas ou modificadas antes do fim do prazo previsto.
O desembargador, ao conceder a liminar, lembrou que o Programa, criado para socorrer o setor de eventos e turismo durante a pandemia de covid-19, foi concebido para durar pelo prazo de 60 meses.
“Nessa perspectiva, por se tratar de benefício concedido por prazo certo e sob determinados requisitos específicos, e, no caso ser empresa que exerce atividades direta ou indiretamente relacionada ao setor de eventos claramente prejudicada na época da pandemia, é evidente que sua revogação antes do prazo ofende o artigo 178 do CTN”, registrou o desembargador Marcelo Saraiva.
Antes da aprovação do PL 1.026/2024 pela Câmara e posteriormente no Senado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou acordo para manter o Perse até 2027, ou caso seja usada toda a verba prevista de R$ 15 bilhões. Mesmo com a aprovação da matéria, ainda vigora o texto inicial da MP 1.202/2024, que acabou com o programa desde o dia 1º de abril.
A medida provisória, que tratava de diversos assuntos além do Perse, foi quase totalmente modificada na comissão mista, e teve o novo texto aprovado primeiro na Câmara e por fim, nesta terça, no Senado. Todos os outros temas foram retirados, e a MP 1202/2023 foi aprovada apenas com a definição de limites para compensação de créditos tributários devidos pela União após decisão judicial.
Entretanto, até que aconteça a sanção presidencial tanto do PL 1.026/2024 quanto do novo texto da MP 1202, os benefícios às empresas atendidas pelo Perse seguem interrompidos.
Nesta semana marcada por relativo esvaziamento político devido ao feriado do Dia do Trabalhador, na próxima quarta (1), os três poderes da República ainda se veem envolvidos em uma conturbada disputa devido ao cancelamento, pelo STF, da decisão tomada pelo Congresso Nacional em manter a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e de milhares de municípios. A liminar pedida em ação do governo federal e autorizada pelo ministro Cristiano Zanin revoltou mais uma vez deputados e senadores, e a medida só não terá maiores consequências para o Palácio do Planalto na semana por conta do feriado.
Entre os poucos projetos que devem ser votados nesta semana está o que garante a manutenção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse. O projeto, que garante um total de R$ 15 bilhões para ajuda aos setores de eventos e turismo, deve ser votado no Senado.
Do lado do governo federal, o Ministério da Fazenda pode vir a apresentar nesta semana a estimativa de impacto da carga tributária a partir da regulamentação da Reforma Tributária enviada ao Congresso. No Judiciário, está previsto o julgamento de ação no Tribunal Superior Eleitoral que pode levar à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC).
Confira abaixo a agenda da semana em Brasília.
PODER EXECUTIVO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre a semana nesta segunda (29) realizando diversas reuniões, no Palácio do Planalto, com ministros e assessores. Lula deve ter conversas com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Fazenda, Fernando Haddad, e da Gestão, Esther Dweck.
Na próxima quinta (2), o presidente Lula recebe a visita oficial do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Na reunião com Lula, Kishida deve assinar um acordo de cooperação bilateral sobre diversas questões ambientais, incluindo a mudança climáticas e o processo de redução das emissões de carbono.
Também na quinta o presidente Lula deve sancionar ou vetar projeto que institui a Política Nacional de Qualidade do Ar. Já a sexta (3) é marcada pelo prazo final para o presidente sancionar ou vetar projeto que cria o marco legal para a indústria de jogos eletrônicos e para os jogos de fantasia.
O calendário de divulgação de indicadores da economia começa já nesta segunda (29), com o Índice Geral de Preços de abril. No mês de março, o IGP-M registrou variação de -0,47%. No acumulado do ano, o índice acumula queda de -0,91%, e de -4,26% nos últimos 12 meses.
Na terça (30), o IBGE divulga os dados sobre a taxa de desemprego no país no mês de março. No mesmo dia, o Banco Central divulga o resultado das contas do setor público consolidado de março, e o Tesouro Nacional apresenta o Relatório Mensal da Dívida Pública.
Já na sexta (2), o IBGE divulga recorte do Censo 2022, com dados sobre sexo e idade para quilombolas e indígenas. Ainda na sexta, o IBGE tornará público os dados da Produção industrial do Brasil no mês de março. Em fevereiro a índice registrou queda de 0,3% nas atividades da indústria, mas no acumulado de 12 meses a indústria apresenta evolução de 1%.
PODER LEGISLATIVO
O Congresso Nacional começa a semana ainda sob o impacto da decisão do STF de suspender os efeitos da lei que manteve a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e dos municípios. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que teve uma troca de farpas com o ministro Fernando Haddad, quer reunir os líderes partidários para discutir o assunto.
O presidente do Senado faz questão que todos os líderes compareçam ao encontro, mesmo que à distância, visto que muitos senadores estarão em seus Estados por conta do feriado de 1º de maio. Na reunião, os senadores discutirão a reação que o Congresso adotará diante da derrubada das desonerações pelo STF. Também deve ser debatida a sessão de análise de vetos presidenciais. Os senadores se queixam que o governo não tem cumprido acordos feitos no Legislativo.
Na sessão plenária de terça (30), deve ser votado o projeto de lei que impõe novas normas para o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O projeto não deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e será votado em regime de urgência diretamente no Plenário.
A sessão será semi-presencial em razão do feriado de 1º de maio, mas como há amplo consenso sobre o tema, o projeto deve ser votado em caráter simbólico. A relatora da proposição no Senado, Daniella Ribeiro (PSD-PB), não deve fazer mudanças no texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Daniella Ribeiro também foi responsável por relatar o projeto quando este foi instituído, durante a pandemia de Covid-19.
O texto aprovado em 2021 garantia os benefícios do programa para 44 atividades. O Ministério da Fazenda desejava encerrar a benesse imediatamente, e sem conseguir emplacar sua vontade, tentou reduzir o Perse para apenas 11 atividades. Entretanto, a relatora na Câmara, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), reduziu de 44 para 30 os setores beneficiados, e fixou um teto de R$ 15 bilhões até 2026.
Também na terça (30), pode ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o relatório do líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), ao projeto de lei que recria o DPVAT, agora com o nome de seguro obrigatório de veículos terrestres (SPVAT). Pela negociação mantida por Jaques Wagner para garantir a aprovação do projeto, o governo teria a garantia de R$ 15 bilhões em arrecadação, e com isso, em contrapartida, poderia pagar os R$ 5 bilhões em emendas de comissão que foram vetadas pelo presidente Lula.
Ainda na terça está agendada a ida do ministro da Casa Civil, Rui Costa, à Comissão de Infraestrutura do Senado. O ministro levará explicações aos senadores sobre o Programa de Aceleração do Crescimento e transparência nos gastos ambientais de Itaipu.
PODER JUDICIÁRIO
Após formar maioria, os ministros do Supremo Tribunal Federal vão retomar na próxima quinta (2) o julgamento sobre as competências do Ministério Público na condução de inquéritos criminais. A terceira sessão sobre o tema será retomada com o voto do presidente do STF, Luís Roberto Barroso.
A Corte já tem maioria para reconhecer o poder de investigação do órgão, desde que respeitando algumas regras, como submeter todos os procedimentos de investigação a um juiz responsável e ter justificativas para as prorrogações de prazo.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será retomado nesta terça (30) o julgamento que pode levar à cassação do senador Jorge Seif (PL-SC) por abuso de poder econômico. Ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ele foi absolvido no Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC), mas houve recurso.
Seif é acusado de ter sido beneficiado pelo apoio dos empresários Luciano Hang, da rede de lojas Havan, e Almir Manoel Atanázio dos Santos, presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados da cidade de São João Batista durante a eleição de 2022. A análise do caso foi iniciada no dia 4 de abril, e suspensa após leitura do relatório e a sustentação oral dos advogados dos envolvidos. O julgamento será reiniciado com o voto do relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques.
Prevendo redução de impostos e inclusão de outros de setores, o Projeto de Lei nº 1.026/2024 que reformula o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), foi aprovado em votação simbólica, recebendo orientação contrária das bancadas do PL e do Novo, durante a sessão plenária desta terça-feira (23) na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O Perse beneficia, entre outras, empresas e entidades responsáveis por: congressos, feiras e eventos sociais e esportivos; shows, festas e festivais; organização de buffets sociais e infantis; casas noturnas e de espetáculo; hotelaria; administração de salas de cinema; e prestação de serviços turísticos.
A deputada Renata Abreu (Podemos-SP), já havia fixado em seu parecer um custo de R$ 15 bilhões para os benefícios no período de 2024 a 2026, como acordado com o Ministério da Fazenda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a “espinha dorsal” do benefício já havia sido validada pelos líderes da Casa.
A ideia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, inicialmente, era extinguir o Perse, alegando que o programa apresenta um custo entre R$ 17 e 32 bilhões anuais. Neste contexto, e em função da ausência de divulgação de dados oficiais que comprovem os números alegados pelo Governo, entidades do setor de turismo eventos apresentaram um estudo detalhado, da consultoria Tendências (Top 5 no ranking do Banco Central e do Prisma Fiscal do Ministério da Economia), apontando o real custo do Perse em R$ 6,5 bilhões.
Após ser pressionado pelo setor, o governo costurou um acordo com o Congresso Nacional que reformulou a lei, mantendo a duração em cinco anos e cortando pela metade o número de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) contemplados de 88 para 44. Representando uma diminuição de custo fiscal do programa superior a 80%, segundo dados da Receita Federal.
ENTENDA O QUE MUDA
O Projeto de Lei 1026/24, apresentado pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), restringia o programa de 44 para 12 atividades econômicas. O parlamentar articulou algumas mudanças no Perse reduzindo as alíquotas incidentes sobre o resultado de alguns setores de eventos.
O governo conseguiu negociar a redução dos chamados CNAEs (Classificação Nacional das Atividades Econômicas), que listam as atividades beneficiadas pelo programa. O parecer original da relatora Renata Abreu (Podemos-SP) mantinha todos os 44 setores contemplados, mas acordo feito entre os líderes da Câmara e integrantes do Ministério da Fazenda fixou que o Perse terá continuidade com 30 categorias:
Hotéis;
apart-hotéis;
bufê;
atividades de exibição cinematográfica;
criação de estandes para feiras e exposições;
atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina;
filmagem de festas e eventos;
agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas;
aluguel de equipamentos recreativos e esportivos;
aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes;
serviços de reservas e outros serviços de turismo não especificados anteriormente;
serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas;
casas de festas e eventos;
produção teatral; produção musical;
produção de espetáculos de dança;
produção de espetáculos circenses, de marionetes e similares;
atividades de sonorização e de iluminação;
artes cênicas, espetáculos e atividades complementares não especificadas anteriormente;
gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas;
produção e promoção de eventos esportivos;
discotecas, danceterias, salões de dança e similares;
restaurantes e similares;
bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, sem entretenimento;
bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas, com entretenimento;
agências de viagem;
operadores turísticos;
atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental;
parques de diversão e parques temáticos;
e atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte
Além disso, também será feita a habilitação prévia da pessoa jurídica na Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda para que seja feita a redução de impostos com diminuição gradual entre 2024 e 2026. No entanto, o texto afirma que “a redução de alíquotas prevista não se aplica às pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real ou pelo lucro arbitrado”.
Ainda segundo a deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora do PL, em uma conversa com o governo, ficou determinado que o valor de R$ 15 bi passasse a valer a partir de abril. Ele não está incluso em janeiro, fevereiro e março, e no fim da quantia, o governo apresentará um balanço ao congresso.
“A gente sabe que as empresas se planejam e é difícil aceitar que no meio do ano eles tenham que pagar 100% dos tributos que elas estimaram ter renúncia, isso é muito ruim para qualquer empresa, de qualquer setor, de qualquer regime tributário. A preservação de 2024 foi um avanço enorme para a manutenção do Perse. Com relação a 2025 e 2026, ouvindo setores, também foi consenso que era necessário gerar um equilíbrio independente dos regimes tributários, para não gerar distorções concorrenciais para todos os setores e nisso conseguimos uma proposta em diálogo que foi a redução em 2025 e 2026 do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro liquido somente para empresas de lucro real. Conseguimos também garantir que as empresas de lucro real possam optar se vão usufruir do perse ou se farão uso do prejuízo fiscal acumulado, isso evitaria o duplo benefício, e a gente conseguiria manter o recursos por mais tempo e por mais setores", disse a relatora.
Renata explicou que no seu relatório principal, manteve os 44 CNAes, no entanto no colégio de líderes, com a apresentação dos números, percebeu-se de fato que era necessário uma redução no número para a adequação orçamentária e para garantir que ambos os regimes tributários fossem mantidos no programa. “Sem a redução dos CNAEs nós teríamos que fazer uma opção somente por um regime tributário, então essa foi a decisão do colégio de líderes restringindo o programa para 29 CNAEs para garantir a regra dos R$ 15 bi e a preservação dos regimes fiscais no projeto”, concluiu. O texto agora segue para a análise do Senado Federal.
Antes de ingressar em encontros do Banco Mundial e do FMI em Washington, Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas brasileiros nesta quarta-feira (17) que o Congresso Nacional estaria mais aberto a negociar as mudanças defendidas pelo governo para o projeto que vai dar novo formato ao Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). A equipe econômica liderada por Haddad busca emplacar a ideia de um Perse mais enxuto para diminuir o tamanho da renúncia fiscal imposta pelo programa.
“Parece que está havendo uma sensibilidade para os números que nós estamos remetendo para o Congresso”, declarou Haddad aos jornalistas em Washington.
Como o relatório sobre a medida provisória 1202/2023, aprovado nesta semana na comissão mista, extingue a revogação do Perse, só resta ao governo negociar com os parlamentares mudanças no projeto de lei 1026/2024, que pode ser votado na próxima semana.
No projeto, que impõe novas regras de funcionamento do programa, as companhias do lucro real (com faturamento maior que R$ 78 milhões) ficariam de fora dos benefícios, e haveria ainda a redução da quantidade de CNAS (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) a serem atendidos.
A relatora do PL 1026, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), já disse não concordar com a intenção do projeto de reduzir a quantidade de CNAES atendidos pelo programa de 44 para 12. Segundo a deputada, o número de categorias que serão contempladas com a isenção dos impostos federais será fechado apenas no início da próxima semana, após o Ministério da Fazenda dar um panorama dos impactos fiscais com as mudanças previstas pelo projeto.
Nos EUA, Fernando Haddad disse aos jornalistas que o cálculo dos impactos fiscais ainda depende da redação final que será apresentada pela deputada Renata Abreu na Câmara. O ministro da Fazenda disse ainda sobre o Perse que “dezenas de bilhões que estão em jogo neste momento”.
Com possibilidade de ser votado na próxima semana, já é certo entre os parlamentares que o projeto que restringe o Perse não deve atender a todas as demandas pretendidas pelo Ministério da Fazenda. Parlamentares consultados elo jornal Valor Econômico afirmam que será difícil o Congresso aceitar o tamanho da diminuição de CNAES que quer o governo.
“Será necessário um aumento de CNAEs. Todos os líderes estão imbuídos de ver o que é justo. Isso também ocorre para evitar judicializações após o avanço no texto”, disse um parlamentar ouvido pelo Valor. “Será difícil diminuir para menos de 30 CNAEs, como quer a Fazenda”, acrescentou outro deputado.
Em reunião nessa quarta (17) com os líderes da base governista para ouvir sugestões sobre o Perse, a deputada Renata Abreu sinalizou que quer estipular fases de conclusão que se adequem ao custo total do programa e que garantam a segurança jurídica. O formato, porém, só será fechado após as simulações das propostas que estão na mesa de negociação com o Ministério da Fazenda.
A meta da relatora do Perse é que a renúncia fiscal com o programa fique no valor combinado durante a votação ano passado: R$ 5 bilhões por ano. A deputada também tenta superar o impasse sobre a duração do Perse. Enquanto o governo tenta reduzir de forma mais rápida o tamanho do benefício, as empresas de eventos preferem até uma antecipação do fim do programa, mas com garantia de corte menor nos valores contemplados.
Pela redação proposta pelo Ministério da Fazenda, a alíquota de PIS, Cofins e CSLL sairia dos atuais 0% para 55% da alíquota normal a partir de abril de 2024. Em 2025, a alíquota seria de 60% da padrão e, em 2026, de 75%. No caso do Imposto de Renda, a isenção total continuaria ao longo deste ano, mas seria cortada para 60%da alíquota regular em 2025 e 75% em 2026.
Uma ala de parlamentares mais próxima dos setores de entretenimento defendeu que as regras não mudem para 2024 e passem a ser válidas apenas a partir de 2025, porque as empresas já organizaram seus planos com base no benefício. A deputado Renata Abreu já declarou concordar com essa intenção das empresas de eventos, turismo e entretenimento.
Ainda nesta quarta, a deputada Renata Abreu participou de uma reunião do GT do G20+ (Grupo de Trabalho de Turismo do G20) composto pelas principais associações do Turismo e Eventos brasileiro. As entidades apresentaram à deputada a sua avaliação sobre o risco sobre a revogação do programa, além de custos e contexto econômico das CNAES elegíveis ao Perse.
Foi amplamente apontado por todos os participantes do encontro a necessidade da manutenção dos 44 CNAES aprovados pelo Perse, assim como a permanência das empresas do lucro real no programa, por uma questão de isonomia fiscal. O setor de eventos e turismo espera que as colocações sejam consideradas no texto final da relatora a ser avaliado e aprovado pela Câmara dos Deputados.
"A manutenção dos CNAES que compõem o Perse são essenciais para os segmentos de Eventos e Turismo, uma vez que um evento não é entregue sem as empresas montadoras de estandes, cenografia, áudio e vídeo, comunicação visual etc. Todos os segmentos sofreram muito durante a pandemia e devem permanecer no programa de apoio", afirmou Paulo Ventura, presidente da Ubrafe (União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios), ao final do encontro com a relatora do PL 1206.
Graças a um acordo feito de forma unânime pelos líderes partidários, foi aprovado na comissão mista para análise da MP 1202/2023 o parecer do relator, deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA), em que é suprimida a revogação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). A medida editada no final do ano passado pelo governo federal promovia o encerramento do Perse desde o dia 1º de abril, e o texto aprovado na comissão mista recoloca em funcionamento o programa.
Pelo acordo firmado na comissão mista, foi mantido o outro ponto presente na medida provisória, que diz respeito ao limite à compensação de créditos tributários reconhecidos judicialmente. Com o parecer aprovado na comissão, o texto da medida 1202 segue agora para ser votado no Plenário da Câmara dos Deputados.
Com a edição da MP 1202, o governo revogou os benefícios fiscais do Perse e propôs uma reoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia e de municípios pequenos. No entanto, depois das críticas e da má repercussão da medida no Congresso, o governo editou outra medida em fevereiro e revogou a reoneração dos 17 setores. Posteriormente, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao prorrogar a MP 1202, revogou o trecho que reonerava os municípios pequenos.
Com isso, a MP 1202 foi desidratada, com a manutenção do Perse e do trecho que trata das compensações tributárias. Mudanças no Perse agora poderão vir por meio da votação do projeto de lei 1026/2024, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), que restringe o Perse e estabelece uma redução gradual no desconto nas alíquotas de PIS, Cofins e CSLL.
O envio do PL foi uma alternativa, em consenso do governo com setor de eventos, para que o programa emergencial não fosse extinto de um dia para o outro, e sim de forma gradual. O Perse é um programa que isenta empresas do setor de eventos do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins.
Segundo disse o relator do texto na comissão mista, deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA), a equipe econômica do governo não tinha interesse em fazer a discussão do Perse por meio da medida provisória, pois havia um receio de parte dos parlamentares que isso atrapalhasse a tramitação do projeto autônomo que trata do programa na Câmara, o PL 1026/2024.
Além disso, Rubens Pereira afirmou que a retirada do fim do Perse do texto se deu por uma preocupação de causar insegurança jurídica, uma vez que a Câmara pode aprovar em breve o PL que propõe um fim gradual do Perse.
A deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora do Projeto de Lei 1026/24, se comprometeu a entregar o parecer aos deputados ainda nesta semana. De acordo com a parlamentar, o texto poderá ser votado na próxima semana.
Renata Abreu participou de uma reunião de líderes com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o texto, que já teve a urgência aprovada pelo Plenário. Um dos objetivos do projeto é reduzir o benefício de 44 para 12 atividades econômicas. Além disso, estabelecer uma reoneração gradativa dos tributos até sua completa eliminação em 2027 para todos os setores.
Em Washington, nos Estados Unidos, onde participa de reuniões do FMI e do Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a manutenção do Perse. "Nós entendemos que o Congresso tem os seus objetivos, mas nós temos que trazer esse programa para perto da normalidade, para perto da razoabilidade. Está muito sem freio, está aberto a fraudes que aconteceram e já estão sendo combatidas pela Receita Federal", afirmou.
Os bairros da Saúde, Rio Vermelho, Boca do Rio, Cidade Baixa, Liberdade e Nazaré terão trânsito alterado, neste domingo (14), para a realização de eventos. A informação das mudanças foram anunciadas pela Superintendência de Trânsito (Transalvador). O órgão informou que o acesso dos moradores às vias bloqueadas será permitido com a comprovação de endereço.
A Transalvador comunicou que estará acompanhando os respectivos eventos para prestar apoio na segurança viária e organização do fluxo de veículos.
CONFIRA AS MUDANÇAS
PEDAL DA CIDADE - SALVADOR 2024
Trechos entre os bairros da Boca do Rio e do Rio Vermelho sofrerão algumas alterações. O fluxo de veículos será interditado progressivamente, a partir das 7h, em uma faixa de tráfego dos seguintes pontos:
Av. Octávio Mangabeira (saída Parque dos Ventos);
Retorno Colégio IMEJA;
Av. Manoel Dias da SIlva;
Rua Visconde de Itaborahy;
Rua Oswaldo Cruz;
Largo da Mariquita;
Praça Colombo;
Largo da Mariquita;
Rua Odilon Santos;
Rua Marquês de Monte Santo;
Av. Amaralina;
Av. Octávio Mangabeira (chegada Parque dos Ventos).
45ª CORRIDA TIRADENTES
O tráfego de veículos será controlado das 4h às 10h para a corrida nos seguintes pontos:
Rua Augusto Mendonça (entre a Portaria da Vila Policial Militar do Bonfim e Av. Dendezeiros do Bonfim);
Rua Polydoro Bittencourt;
Ladeira do Porto do Bonfim;
Av. Beira Mar (entre a Ladeira do Porto do Bonfim;
Rua Tamarindeiros da Penha);
Rua dos Tamarindeiros da Penha;
Largo da Ribeira (entre a Rua Tamarindeiros da Penha e a Rua Lélis Piedade).
No mesmo dia, será estabelecido sentido duplo na Praça Irmã Dulce, entre a Avenida Caminho de Areia até a Avenida Fernandes da Cunha.
A partir das 5h30, durante a Prova Oficial de 10km, o trânsito será interditado progressivamente, em uma faixa de tráfego, na seguintes vias:
Rua Augusto Mendonça (saída na Vila Policial Militar do Bonfim);
Rua Polydoro Bittencourt;
Av. Luiz Tarquínio;
Praça Irmã Dulce;
Rua Frederico Lisboa;
Praça Irmã Dulce;
Av. Dendezeiros Bonfim;
Largo da Baixa do Bonfim;
Ladeira do Porto do Bonfim;
Av. Beira Mar;
Rua dos Tamarindeiros da Penha;
Largo da Ribeira / Final de Linha (retorno);
Rua dos Tamarindeiros da Penha;
Av. Beira Mar;
Ladeira do Porto do Bonfim;
Largo da Baixa do Bonfim;
Av. Dendezeiros do Bonfim;
Rua Augusto Mendonça (chegada na Vila Policial Militar do Bonfim).
No mesmo horário, durante a Prova Oficial de 5km, o tráfego de veículos sofrerá a interdição progressiva, em uma faixa de tráfego, nas vias:
Rua Augusto Mendonça (saída na Vila Policial Militar do Bonfim);
Rua Polydoro Bittencourt;
Av. Luiz Tarquínio;
Praça Irmã Dulce;
Rua Frederico Lisboa;
Praça Irmã Dulce;
Av. Dendezeiros Bonfim;
Largo da Baixa do Bonfim;
Rua Travasso de Fora;
Largo da Baixa do Bonfim;
Av. Dendezeiros do Bonfim;
Rua Augusto Mendonça (chegada na Vila Policial Militar do Bonfim).
7ª CAMINHADA DA PAZ
Mudanças no trânsito serão feitas entre os bairros Nazaré e Saúde. Haverá a interdição progressiva do tráfego de veículos, a partir das 10h, em uma faixa, nos seguintes pontos:
Praça Conselheiro Almeida Couto (saída na praça);
Av. Joana Angélica;
Rua Jogo do Carneiro;
Largo da Saúde (chegada no Largo).
PAGODE PEDE PAZ
O evento vai provocar alterações no tráfego de veículos no bairro Liberdade. Das 14h às 19h, o trânsito será interditado no Corredor da Lapinha (a partir do Largo da Soledade) e na Estrada da Liberdade (entre o Largo da Lapinha e a Rua Pero Vaz).
Os veículos que trafegam pelas vias interditadas terão como opção de tráfego, no sentido Bairro/Centro:
Estrada da Liberdade;
Rua Pero Vaz;
Rua Conde do Porto Alegre;
Largo do Tamarineiro;
Rua Saldanha Marinho;
Largo do Queimado;
Largo da Soledade.
Já no sentido Centro/Bairro, as opções são:
Largo da Soledade;
Largo do Queimado;
Rua Saldanha Marinho;
Largo do Tamarineiro;
Rua Conde de Porto Alegre;
Rua Pero Vaz;
Estrada da Liberdade.
A partir das 14h, haverá ainda a instalação de três Barreiras Fixas e, das 14h às 19h, três Barreiras Móveis.
Manutenção do Programa Especial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) sem as alterações desejadas pelo governo, que reduzem em cerca de 90% os benefícios previstos. Esta foi uma das principais reivindicações de entidades dos setores de eventos e turismo e também de parlamentares durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10)..
A audiência foi promovida pelas comissões de Indústria, Comércio e Serviços e de Turismo da Câmara, e o tema principais foi o projeto apresentado pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), que reduz de 44 para 12 as atividades econômicas beneficiadas pelo Perse. O projeto, o PL 1026/2024, também prevê a reoneração gradativa dos tributos até a retomada completa das cobranças em 2027.
O Perse foi criado em 2021 para minimizar os impactos da pandemia de Covid-19 no setor de eventos. O programa permite que as empresas beneficiadas renegociem dívidas tributárias e não-tributárias com desconto e reduz a zero, até 2026, as alíquotas de contribuições e impostos federais.
No fim do ano passado, no entanto, com a edição da medida provisória 1202/2023, o governo Lula optou pela retomada da cobrança das contribuições federais a partir de 1ª de abril deste ano e do imposto de renda de empresas a partir de 2025. A comissão mista do Congresso que vai analisar a MP foi instalada nesta quarta (10).
Durante a audiência pública na Câmara, o coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio de Abreu, falou sobre o estudo Economia do Turismo, elaborado pela Diretoria de Economia e Inovação (Dein) da entidade. O documento aponta que, para cada R$ 10 mil de aumento no faturamento do turismo, três postos de trabalho são gerados, independentemente do setor.
“Estamos aqui num esforço de manutenção do Perse. Segundo cálculo da CNC, em um estudo realizado, nós vamos ter durante este ano, se o Perse cair, alguma coisa em torno de R$ 244 bilhões que deixarão de ser injetados na economia do turismo, que é algo impressionante e vai prejudicar o setor de eventos, o turismo integrado e todos os setores correlatos se esse Perse retornar aos parâmetros que estão sendo colocados na medida provisória”, afirmou Sampaio.
O dirigente da CNC destacou também um dado da Receita Federal que, em nota estimativa, pontuou perdas tributárias de R$ 17 a R$ 32 bilhões entre 2021 e 2023 com o programa. A nota diz ainda que até 13% desse valor deixará de circular não somente no turismo, mas em todos os setores.
“Mas, por outro lado, a pesquisa indica ainda que, em cada 10 mil de faturamento a mais no turismo, o salário do trabalhador brasileiro pode aumentar em R$ 18,80 centavos. Pode parecer pouco, mas é um processo de agregação de valor que não deve ser desprezado”, explicou o coordenador do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade da CNC.
De acordo com o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o Perse evidencia que o setor de turismo é um dos vetores que podem impulsionar o desenvolvimento brasileiro.
“O turismo é o principal vetor que poderia levar os Estados menos desenvolvidos para o nível de desenvolvimento médio brasileiro. O setor de turismo representa aproximadamente 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e poderia ser ainda maior, caso fosse devidamente apoiado pelas políticas públicas do País”, pontuou Tadros.
Na mesma linha, o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Operadores de Turismo, Fabiano Camargo, lembrou que, ao contrário do que vem sendo anunciado, o setor ainda não se recuperou. Segundo ele, apenas no segmento de agências de turismo foram R$ 7 bilhões de reais em prejuízos, com o fechamento de 2.400 empresas e de 28 mil de postos de trabalho.
“Os prejuízos acumulados, aliado ao aumento dos custos, ainda fragilizam nosso setor. As empresas se planejaram, contrataram, investiram nesta retomada, baseando-se nesse programa. Precisamos que a segurança jurídica seja mantida”, disse Fabiano Camargo.
Em outro momento da audiência, o presidente Executivo do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, Orlando Souza, informou que cerca de 700 hotéis fecharam as portas no Brasil durante a pandemia, e os que conseguiram reabrir precisam lidar com endividamentos para investimentos, modernizações e pagamento de dívidas e de impostos atrasados.
“Neste momento, o setor está retomando, sim, a verdade, porém, é uma metáfora péssima: é mais ou menos como você tirar o respirador do doente quando ele está na fase de recuperação. O Perse, neste momento, é o respirador para hotelaria”, concluiu Souza.
A equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad busca zerar o déficit das contas públicas em 2024, e alega que o Perse gerou uma renúncia fiscal de R$ 10,8 bilhões de reais em 2022 e de R$ 13,2 bilhões de reais em 2023. Agora, após críticas de diversos setores, negocia com o Congresso Nacional uma saída que garanta atenção apenas a segmentos que ainda não se recuperaram dos efeitos da pandemia.
O projeto que trata da continuidade do Perse teve sua urgência aprovada na última terça (9) no Plenário, e segundo a relatora da proposta, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), é provável que o texto seja votado já na próxima semana. Renata Abreu foi a relatora do projeto que criou o Perse em 2021, e já se posicionou contra a proposta do governo.
“A insegurança jurídica de uma ação como essa é muito preocupante para a economia do Brasil, ainda mais para um setor que tem gerado muitos empregos e tem arrecadado muito para o governo”, disse a deputada, estimando que o programa ajudou a aumentar a receita nas transações tributárias do governo em R$ 20 bilhões.
A presidente nacional do Podemos também reclamou que a análise do projeto de lei é “difícil” porque ainda não teve acesso aos números do Ministério da Fazenda. A deputada contesta os dados do Executivo de que o programa gerou um total de R$ 17 bilhões de renúncia fiscal. Segundo ela, a projeção do Legislativo é que o Perse teve impacto fiscal de R$ 4,6 bilhões em 2022, e de R$ 6,9 bilhões em 2023.
“Nós temos que criar regras duras para o mau uso do Perse, mas não se pode acabar com o programa, com a justificativa de erros na fiscalização ou na operacionalização do Perse, prejudicar toda a sociedade civil que contribuiu para que esse programa fosse aprovado”, destacou a deputada Renata Abreu.
Foi instalada nesta quarta-feira (10) a comissão mista destinada a analisar a medida provisória 1202/2023, editada originalmente pelo governo no final do ano passado para tratar diversos assuntos, como a desoneração da folha de pagamento de 17 setores, o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e outros temas. Na reunião desta quarta, foi eleito como presidente do colegiado misto o senador Alessandro Vieira (MDB-SE).
Ainda na reunião de hoje, o deputado Rubens Júnior (PT-MA) foi indicado como relator da comissão. No início dos trabalhos, Rubens Júnior anunciou que o seu relatório não tratará de questões relativas ao Perse ou sobre a desoneração dos 17 setores da economia e de pequenos municípios. Esses dois temas são no momento objeto de projetos de lei que tiveram suas urgências aprovadas no Plenário da Câmara.
Segundo disse o relator, o texto da medida provisória foi "restringido" desde o início da sua tramitação. O governo inicialmente editou uma segunda medida provisória para revogar o trecho da MP 1202 que tratava da desoneração da folha. Posteriormente, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, deixou que a parte da desoneração caducasse, e estendeu o prazo da medida apenas para a parte que trata do Perse e da limitação na compensação de créditos tributários.
O deputado Rubens Junior garantiu que os membros da comissão mista atuarão em total sintonia com os líderes partidários da Câmara e do Senado.
"Para tranquilizar a todos: os temas que constavam inicialmente na MP, mas que por acordo político foram retirados, não serão tratados", destacou o relator, citando o Perse e as desonerações. O relator disse ainda que a garantia da meta fiscal e o cumprimento do orçamento "são uma tarefa de todos nós, não apenas do governo".
Seguindo o plano de trabalho, Rubens Jr. sugere que as primeiras reuniões da comissão ocorram já na próxima semana, com a realização de audiências públicas para ouvir representantes do Ministério da Fazenda e da sociedade civil.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), designou a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), para ser a relatora do PL 1026/24, que faz modificações na lei que criou o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) para estabelecer alíquotas reduzidas às empresas beneficiadas. O projeto, de autoria dos deputados José Guimarães (PT-CE) e Odair Cunha (PT-MG), teve a sua urgência aprovada na sessão plenária desta terça-feira (9).
A deputada Renata Abreu já havia sido a relatora, na Câmara, do projeto que criou o programa, em 2021, de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE). A deputada vem participando ativamente, desde o começo do ano, de eventos e encontros com representantes de empresas dos setores de eventos, turismo e entretenimento, e já externou por diversas vezes a sua opinião contrária ao fim do programa, como quer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na proposta em análise pela Câmara, o foco dos deputados é a adequação da redução dos benefícios fiscais no âmbito do Perse à realidade econômica atual. Há a intenção das lideranças de chegar a um acordo com o Palácio do Planalto e a equipe econômica do governo, dentro do esforço para melhorar a arrecadação e garantir um déficit fiscal próximo a zero em 2024.
Em evento recente na Câmara, Renata Abreu lembrou que o Podemos ingressou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal para contestar a medida provisória 1202/2023, que extinguiu o Perse.
“Estamos trabalhando para garantir a manutenção do Perse. Conseguimos mantê-lo já na reforma tributária, e agora, mais do que nunca, nós precisamos estar unidos. Entramos, pelo Podemos, com ADIN para que seja declarada inconstitucional a medida provisória”, afirmou a deputada.
Foi cancelada nesta terça-feira (9) a reunião para instalação da comissão mista que vai analisar a polêmica medida provisória 1202/2023, que foi editada pelo governo federal no final do ano passado para extinguir o Programa Emergencial do Setor de Eventos (Perse) e limitar a compensação de créditos tributários. A medida também revertia a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, mas essa parte da MP acabou sendo revogada pelo próprio governo, além do trecho não ter tido o prazo estendido pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
A medida precisa ser votada até o dia 31 de maio, sob pena de perder a validade. Em conjunto com a MP 1202/2023, estão tramitando dois projetos de lei na Câmara, tanto para buscar a reoneração dos setores beneficiados com a redução de impostos na folha de pagamento, como para regulamentar o Perse. Os dois projetos possuem urgência constitucional, e precisam ser votados até a próxima semana para não bloquearem a pauta do Plenário.
Uma nova tentativa de realização da reunião da Comissão Mista está agendada para esta quarta-feira (10), às 14h30. Na ocasião, serão eleitos o presidente, o vice-presidente e o relator da medida provisória. A tendência majoritária entre deputados e senadores é de rejeitar a medida provisória ainda na comissão mista, já que o mesmo tema abordado na MP está sendo tratado nos projetos de lei que tramitam na Câmara.
Nas últimas semanas, diversos deputados defenderam a manutenção do Perse mesmo após o final do prazo previsto inicialmente pelo Congresso, que é o ano de 2027. Segundo o deputado Gilson Daniel (Podemos-ES), com a extinção do Perse, haverá drástico aumento da carga tributária das empresas do setor, interrompendo novos investimentos e o pagamento de dívidas adquiridas durante a pandemia.
“Continuamos na luta para manter o Perse ativo. Aceitamos que o programa passe por reajustes, mas com discussão ampla, com negociação, com debate que integre as entidades representativas do setor. Não podemos permitir que uma lei aprovada no Congresso seja revogada por uma medida provisória abusiva e que causa enorme insegurança jurídica no Brasil. O Perse não tem ideologia. Ele é um programa necessário para recuperação e impulsionamento de um setor que representa 4,5% do PIB brasileiro”, disse o deputado Gilson Daniel em evento recente na Câmara.
O Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) gera empregos e renda e promove retorno de receita para a União ao permitir a renegociação do pagamento de dívidas atrasadas, e por isso, deveria não só ser mantido pelo prazo estipulado quando de sua criação, mas se tornar uma política pública permanente. Essa foi uma das propostas aplaudidas com mais entusiasmo por centenas de representantes de entidades e empresas dos setores de eventos, hotelaria e turismo presentes em sessão especial realizada nesta quarta-feira (27), no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
A sessão, realizada em formato de Comissão Geral, foi convocada a partir de requerimento do deputado do Gilson Daniel (Podemos-ES). O deputado presidiu a sessão, que contou com discursos de parlamentares de diversos partidos, além de representantes de entidades dos setores beneficiados pelo Perse.
Na abertura da sessão, o deputado Gilson Daniel apresentou a proposta, defendida por diversos outros parlamentares, de manutenção do programa mesmo após o final do prazo previsto inicialmente pelo Congresso, que é o ano de 2027. Segundo o deputado, com a extinção do Perse, haverá drástico aumento da carga tributária das empresas do setor, interrompendo novos investimentos e o pagamento de dívidas adquiridas durante a pandemia.
“Continuamos na luta para manter o Perse ativo. Aceitamos que o programa passe por reajustes, mas com discussão ampla, com negociação, com debate que integre as entidades representativas do setor. Não podemos permitir que uma lei aprovada no Congresso seja revogada por uma medida provisória abusiva e que causa enorme insegurança jurídica no Brasil. O Perse não tem ideologia. Ele é um programa necessário para recuperação e impulsionamento de um setor que representa 4,5% do PIB brasileiro”, disse o deputado Gilson Daniel.
Um dos mais aplaudidos durante a sessão foi o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Manuel Linhares, que apresentou números que, segundo ele, justificam amplamente a manutenção do programa e também a sua permanência mesmo após o fim do prazo. Segundo Linhares, estima-se que o setor de eventos deixou de faturar R$ 230 bilhões por conta da pandemia da Covid-19, e o de turismo, R$ 475 bilhões.
De acordo com os dados apresentados na sessão realizada na Câmara, graças à instituição do Perse, houve um crescimento do turismo da ordem de 7,8% no ano de 2023 em comparação com o ano de 2022, e faturamento de R$ 190 bilhões. Já o setor de eventos cresceu 11,5% e faturou R$ 120 bilhões no mesmo período.
“Não foi crescimento, foi retomada dos setores de eventos e turismo, depois da forte queda com a pandemia que quase destruiu esses setores. Por isso não se pode mudar as regras do jogo com o jogo em andamento. Sim ao Perse”, disse o deputado Paulo Litro (PSD-PR), presidente da Comissão de Turismo, que, segundo ele, realizará audiência sobre o programa no próximo dia 10 de abril.
A extinção do Perse está presente na medida provisória 1202/2023, editada pelo governo federal no final do ano passado. A equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad prometeu enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional com uma nova proposta em relação ao Perse, para sua extinção gradual. O projeto, entretanto, ainda não foi enviado.
"Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça, ou doente do pé." O verso de Dorival Caymmi em 'Samba da Minha Terra' traduz o sentimento de boa parte da população baiana sobre um dos maiores gêneros da música brasileira, afinal, foi daqui que o samba nasceu.
E por aqui, ao menos na capital baiana, ele continua prospectando, já que o consumo da população soteropolitana em busca de um bom e velho samba para curtir o dia, noite ou madrugada, cresceu de alguns anos para cá. E é quase impossível não ver uma festa de samba marcando presença na agenda cultural da cidade durante a semana.
Uma delas é o Samba de Quinta, idealizado pelo produtor cultural, DJ e empreendedor Matheus de Morais, de 28 anos, que existe desde fevereiro de 2022 e conseguiu furar a bolha das redes sociais, lotando espaços e se tornando uma das maiores sensações na capital.
Foto: Gabriel Xavier
Em entrevista ao Bahia Notícias, Matheus revelou o que o levou a criar a festa, a qual ele já considera uma verdadeira experiência do samba na capital. Com a licença dos mestres Jorge Aragão, Paulo Roberto Rezende e Flávio Cardoso, quem foi que falou que Matheus não é um moleque atrevido?Segundo o produtor, a ideia do Samba de Quinta veio do desejo dele de um lugar que oferecesse segurança e liberdade para que ele ser quem ele é, e que pudesse "beijar na boca em paz".
"O Samba de Quinta surgiu a partir do meu incômodo de estar em um espaço dedicado ao samba, mas que não conseguia acolher a amplitude de corpos e de diversidade de gênero, e de orientação sexual que eu via nos lugares. Era um padrão sempre heteronormativo e isso me incomodava profundamente. Foi aí que eu decidi criar o Samba de Quinta, para ter a possibilidade de ir para um samba, um pagode sem me preocupar em ser julgado pela minha roupa, para eu poder beijar na boca em paz, porque não tinha nenhuma festa de samba na cidade com essas características", conta ao site.
A história do Samba de Quinta começa no Santo Antônio Além do Carmo, mas foi no Pelourinho que ele ganhou a identidade pela qual ele é conhecido hoje. Foram duas edições no Centro Histórico, até a ida do SdQ para o Rio Vermelho, primeiro no Colaboraê e depois no Z1, que ficou conhecido na web pelas filas quilométricas formadas no Largo de Dinha, resultado do sucesso da festa.
"Quando eu criei o Samba de Quinta, eu criei para poder beijar na boca (risos), ele nasceu com a ideia de uma agenda cultural para acontecer toda quinta-feira, porque eu sentia falta disso, de um evento que movimentasse a cidade às quintas. Quando eu idealizei, escrevi o meu projeto, criei para isso, a partir da edição do Pelourinho ele ganhou um outro rumo e se transformou em uma festa e ganhou essa estrutura [...] Quando a gente estava lá atrás, em 2022, a gente não tinha ideia de que fosse atingir tal tamanho e popularidade. Ele tomou uma proporção que a gente não tinha noção."
"O povo que produz o show e assina a direção" - Coisa de Pele, de Jorge Aragão e Acyr Cruz
Para tornar a experiência algo a ser vivida, o Samba de Quinta inicialmente foi feito a 20 mãos, ou seja, dez pessoas envolvidas na operação. Após ser pensada por Matheus, o produtor cultural convocou um verdadeiro time para realizar o evento.
"O evento passou a ter duas bandas, passou a ter uma line-up, uma diversidade musical, direção artística... Porque as bandas são soteropolitanas de artistas emergentes, são artistas que cantam músicas de outras pessoas, então a gente passou a ter essa direção artística e musical", conta.
No entanto, a equipe sofreu cortes devido à realidade da produção de eventos em Salvador. Segundo o produtor, o projeto acontece de uma forma ainda mais independente e mais trabalhosa.
"É uma conta muito complexa porque depende das possibilidades que a gente quer apresentar para o público. O Samba de Quinta teve uma redução na equipe, começamos bem grande, com 10 pessoas, quatro de produção, tínhamos pessoas para direção de arte, comunicação, marketing, produção audiovisual que inclui fotógrafo, videomaker, designer... Só que a nova realidade afetou a equipe e foi reduzida para três pessoas."
E quem fica quando tudo está dando errado? O público do Samba de Quinta. Para o produtor cultural, a música de Meriti e Guimarães, interpretada por Maria Rita, frisou ele em entrevista, representa a lealdade do público que frequenta a festa e acredita no potencial da experiência ofertada pelo Samba de Quinta.
Um desabafo feito por Matheus nas redes sociais ganhou repercussão e, nele, o produtor falava sobre as dificuldades de realizar um evento em Salvador com a falta de apoio público e privado. Matheus ganhou o apoio do público em busca de patrocinadores para a festa.
Ao Bahia Notícias, o idealizador do SdQ citou em média quanto é gasto para uma edição da festa acontecer - com cerca de R$ 60 mil apenas para o lugar do evento. "As pessoas não fazem muita ideia, e você fica assim 'Como é que essa conta vai fechar?'. Então hoje a gente faz assim de investimento, qual é o investimento que a gente precisa para poder colocar a festa na rua? É sempre uma conta muito difícil, porque você não vai conseguir uma marca que coloque R$ 60 mil, ainda vai depender da bilheteria, ainda vai depender do bar".
Ao ser questionado pelo BN sobre a maior dificuldade de colocar o Samba na rua, Matheus pontua a falta de apoio de marcas. Para o produtor, o fato de ser um evento para o público LGBTQIAPN+ e negro torna ainda mais difícil das empresas verem potencial no evento.
"A maior dificuldade das marcas enxergarem potencial no Samba de Quinta é estarem no Nordeste, porque elas não conseguem estar no espaço da Bahia, do Nordeste, e elas têm dificuldade de colocar dinheiro em eventos que não sejam do eixo Rio-São Paulo. Para além disso, o samba ainda ocupa esse lugar marginalizado e as marcas têm dificuldade de enxergar a gente. Tem uma outra questão também que está envolvida que é como as marcas, produtos para pessoas negras e pessoas LGBTQIAPN+, tem essa dificuldade de perceber que é algo rentável e que as pessoas estão em busca deste produto. Você consegue ver o samba hoje em lugares mais gourmetizados, porque viram no Samba de Quinta uma possibilidade de rentabilidade. E isso não é apenas do gênero, em específico, no consumo da música samba. Surgiram novas festas na cidade, novas produções de conteúdo foram geradas, muitas vezes copiadas do Samba de Quinta, é óbvio que há um crescimento. Mas existe essa dificuldade."
Além dos problemas com patrocinadores, a crítica fica por conta da mobilidade na capital, que atrapalha o mercado do entretenimento, e a falta de espaços para a realização de eventos na cidade.
"Para eventos de grande porte nós temos o Parque de Exposições, que é um espaço de agropecuária, e o WET, um antigo parque aquático. Isso sem contar a Fonte Nova. Quando se passa para espaços menores, nós temos lugares se adaptando aos eventos, mas não temos lugares que sejam próprios para isso. Aí existe a possibilidade de fazer uma festa no Subúrbio. Como eu trago esse público para cá? Na conta, além do valor do ingresso, tem o valor do transporte e isso pesa no bolso. Quem tem mais de R$ 200 para gastar em uma noite?", questiona.
Prestes a realizar uma nova edição do Samba de Quinta, apesar dos pesares, Matheus conta que tem muito o que celebrar. O desejo de curtir uma noite desimpedido deu surgimento à experiência a qual ele chama a festa.
Para o produtor cultural, além das conquistas pessoais, do crescimento do evento, que teve início como uma agenda cultural, o Samba de Quinta atualmente representa uma conquista coletiva.
"Propor uma experiência única e significativa me traz essa sensação de realização. Mas se eu pudesse resumir, a minha maior realização é ver que o SdQ possibilita o crescimento, não somente individual, mas coletivo, de uma comunidade, de um grupo, esse é o maior tipo de realização que eu posso carregar na minha vida. Porque eu percebo que o Samba de Quinta não funciona só para mim, ele funciona para a sociedade, para Salvador, movimenta a economia, o cenário do entretenimento. Perceber esse sentimento coletivo é a minha maior realização."
Apresentada como uma alternativa para sediar grandes eventos na capital baiana, a nova Arena Multiuso de Salvador, localizada na Boca do Rio, terá início das obras em abril.
A novidade foi anunciada pela Prefeitura de Salvador nesta quinta-feira (14), durante coletiva de lançamento das ações do município para celebrar os 475 anos da capital baiana, que foi realizada no Teatro Gregório de Matos, no Centro.
A ordem de serviço da Prefeitura dá como início das obras no dia 4 de abril.
O espaço, que terá administração de iniciativa privada através de uma concessão feita pela Prefeitura, tem valor estimado de construção de até R$ 200 milhões. A informação foi passada ao Bahia Notícias pelo secretário da Casa Civil da prefeitura, Luiz Carreira.
"É uma grande decisão do prefeito, o investimento próximo dos R$ 200 milhões. A Salvador Par [Empresa de economia mista integrante da Administração Pública Indireta do Município de Salvador] está formatando o projeto, então vamos construir e conceder à iniciativa privada", disse na época.
O novo equipamento terá capacidade para cerca de 16 mil pessoas e tem como proposta, além de receber competições esportivas, eventos e shows. Na época que anunciou a Arena, o prefeito Bruno Reis (UB) reconheceu a ausência de espaços na capital para receber grandes eventos.
"Salvador estava carente de um equipamento desta magnitude desde a demolição do Balbininho. Com o Centro de Convenções Municipal e essa Arena Multiuso, vamos ter dois equipamentos para competir pela atração de grandes eventos", afirmou.
A Prefeitura de Salvador manteve o veto parcial ao Projeto de Lei nº310/2023, que tentava proibir a realização de shows musicais na Arena Fonte Nova.
Votado na sessão da terça-feira (12), o veto foi contra a alteração da Lei nº 9.148/ 2016, a Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação de Solo do Município de Salvador (LOUOS), sob a justificativa de não atender ao interesse público.
Na razão do veto foi exaltado o fato da capital baiana ser uma cidade musical com calendário de festas extenso, tornando Salvador uma cidade com um grande atrativo para o turismo, o que consequentemente movimenta a economia.
"As propostas de alteração nas Leis nos 5.354/1998 e 8.675/2014 ao estabelecer estudo de tratamento acústico para liberação de eventos de grandes proporções ao excluir apenas a Arena Fonte Nova do rol das zonas de exclusão dos limites regulares de emissão sonora não atendem ao interesse público, seja pela necessidade de realizar análise acerca da efetiva possibilidade de ser realizado tal estudo, especificamente para espaços abertos, com o intuito de não impedir que tais eventos aconteçam sem que solução plausível seja encaminhada, seja pela exclusão de área específica, o que não é razoável se considerar a justificativa apresentada que trata da saúde da população."
Em 2023, um Projeto de Lei de autoria do vereador Toinho Carolino (Podemos), que tramitava na Câmara de Vereadores, buscava autorizar a prefeitura de Salvador a negar a emissão de alvará para eventos musicais de grandes proporções na Arena Fonte Nova.
De acordo com Carolino, a ideia de transformar o espaço em uma 'casa de shows" desviava da finalidade do equipamento e gerava um impacto negativo na cadeia do entretenimento da capital baiana.
Na justificativa, o edil pontuava que "querer transformar a Arena Fonte Nova em uma grande casa de show causa dissabores a quem mora próximo do estádio, afronta a cultura esportiva do município, além de ser um grave desvio de finalidade deste equipamento chave da cidade".
AGENDA DE EVENTOS DA ARENA FONTE NOVA
A Casa de Apostas Arena Fonte Nova anunciou nesta semana a agenda de eventos para o espaço de abril a dezembro. De acordo com o diretor comercial da Arena Fonte Nova, Alexandre Gonzaga, a ideia é que o estádio continue sendo utilizado como uma arena multiuso, recebendo eventos de todos os tipos.
“A Arena abraça o esporte e o entretenimento, sediando tanto os maiores campeonatos do futebol brasileiro, como shows internacionais, turnês exclusivas e grandes acontecimentos para a cidade. Vamos seguir com foco em oferecer atrativos para o público, impulsionar o setor e gerar impactos positivos na economia. E não para por aí, teremos mais novidades ao longo do ano”, afirma o diretor comercial da Casa de Apostas Arena Fonte Nova, Alexandre Gonzaga.
A agenda de shows da Arena Fonte Nova inclui apresentações de Caetano Veloso e Maria Bethânia, Ivete Sangalo, Maiara e Maraisa, Silvanno Salles, Sorriso Maroto, Magic! e The Calling e mais. Confira:
- 23 de março - Evento da Igreja Universal (Driblando a Fome)
- 06 de abril - Jão com Super Turnê
- 14 de abril - Samba & Sofrência com Maiara e Maraisa, Mumuzinho, Silvano Salles, Sorriso Maroto
- 21 de abril - Evento do Bispo Bruno Leonardo
- 30 de abril - Festival WhatzPOP71 com The Calling, Magic!, Nando Reis e Duda Beat, Rachel Reis e Lunna Montty
- 5 de maio - Luan City com Luan Santana
- 7 de julho - Turnê SPC Acústico 2 com Só Pra Contrariar
- 28 de julho - Samba Piatã
- 7 de setembro - Turnê de Despedida da banda Natiruts
- 14 de setembro - 4ª Feijoada do Amor do GACC
- 12 de outubro - Turnê A Festa de Ivete Sangalo
- 30 de novembro - Caetano & Bethânia
- 10 a 12 de dezembro - Encontro Estudantil
- 19 e 20 de dezembro - Fonte de Natal
NOVOS ESPAÇOS NA CAPITAL
Com as tentativas de proibição da realização de eventos na Arena Fonte Nova, é se questionado sobre a criação de um novo espaço para receber festas de grande porte na capital.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário da Casa Civil da prefeitura, Luiz Carreira, anunciou a Nova Arena Multiuso de Salvador, espaço com valor estimado de construção de até R$ 200 milhões, que terá administração a cargo da iniciativa privada, através de uma concessão pela prefeitura.
Desejo antigo da prefeitura, o equipamento que terá capacidade para cerca de 16 mil pessoas e será instalado na orla da Boca do Rio. A Arena climatizada poderá receber shows e terá capacidade para 12 mil pessoas sentadas, em pé pode chegar a 16 mil.
Fora da gestão da Prefeitura de Salvador, a capital baiana irá ganhar um novo equipamento cultural gerido pelo Banco do Brasil no formato Centro Cultural Banco do Brasil.
Ao BN, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia confirmou que existe um diálogo com o governo federal para a criação do equipamento no Palácio da Aclamação, tradicional espaço no Centro da cidade.
Interlocutores da gestão estadual e da instituição bancária confirmaram ao Bahia Notícias que as negociações estariam avançadas. As negociações teriam sido iniciadas em 2023, na época, a a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Menezes, teria visitado o palácio para uma análise do destino do equipamento.
O lançamento do espaço deve ocorrer no dia 22 de março, devendo também contar com algumas intervenções do Banco do Brasil no espaço.
Ao mesmo tempo em que a equipe econômica do governo Lula tenta finalizar o texto de um projeto de lei para modificar o formato do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), frentes parlamentares buscam atuar em conjunto para evitar que as mudanças causem prejuízos aos setores de eventos, turismo e entretenimento. O governo já recuou da tentativa de acabar com o Perse, mas ainda busca emplacar alterações para reduzir a quantidade de empresas beneficiadas pelo programa.
Nesta quarta-feira (13), a Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS) se reuniu para discutir as mudanças que estão sendo programadas para o Perse. A reunião contou com a participação do deputado Felipe Carreras (PSB-PE), autor do projeto que se transformou na Lei 14.148/21, que criou o Perse. Na reunião, Carreras expôs a situação complicada da indústria de eventos no Brasil e disse que os argumentos apresentados pelo Ministério da Fazenda não refletem a realidade do setor.
O parlamentar sustentou no encontro que há divergência nos números utilizados pelo ministro Fernando Haddad para justificar a redução das empresas beneficiadas pelo programa.
“Eles afirmaram inicialmente que o programa havia consumido R$ 17 bilhões em receitas da União em 2023 – dos R$ 25 bilhões acordados para toda a duração do programa. Quando questionamos os números, passaram a falar em R$ 13 bilhões de custo. Mas associações do setor dizem que o número gira em torno de R$ 6,5 bilhões”, afirmou Felipe Carreras.
Junto aos parlamentares da Frente do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, Carreras ressaltou ainda que o que está acontecendo é uma injustiça histórica, já que, apesar de representar uma fatia considerável da economia e na geração de empregos, o setor é único do país que nunca teve qualquer tipo de incentivo.
“O governo federal concede meio trilhão de reais em incentivo para setores como o automotivo, agronegócio, indústria, etc. Quando, pela primeira vez, recebemos algum benefício, a medida é suspensa de forma abrupta e injusta”, criticou o parlamentar.
Os membros da Frente do Comércio, Serviços e Empreendedorismo buscaram o encontro organizar uma estratégia de mobilização no Congresso Nacional com intuito de defender a continuidade do Perse. Os deputados da Frente também vão elaborar sugestões para o projeto de lei proposto que será proposto pelo Ministério da Fazenda.
A proposta que vem sendo elaborada pela equipe econômica para envio nos próximos dias ao Congresso prevê deixar de fora do Perse empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões por ano. Há previsão de três anos de transição para que o sistema passe a valer.
A ideia que o governo vai tentar emplacar junto a deputados e senadores é que apenas as micro e pequenas empresas do Simples Nacional e do regime de lucro presumido sigam no programa. O ministro Fernando Haddad também tem defendido que o número de atividades econômicas com direito ao benefício tributário seja reduzido.
A medida do governo para o novo Perse valeria, portanto, para restaurantes e similares, hotéis, serviços e organização de feiras, congressos, exposições judiciais, artes cênicas e casas de festas e eventos. O Ministério da Fazenda também prevê redução gradual do benefício de 75% em 2024, de 50% em 2025, 25% em 2026 até zerar o benefício em 2027.
A tentativa do governo de modificar o programa continuará gerando protestos de empresários e parlamentares ligados ao setor de eventos. A Frente Parlamentar do Empreendedorismo confirmou a realização de um jantar na próxima terça-feira (19) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para continuar debatendo a melhor forma de tramitação do programa.
Os deputados também divulgaram um manifesto em defesa do programa elaborado por cinco frentes parlamentares, entre elas a Frentur (Frente Parlamentar Mista em Defesa do Turismo), a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Produção Cultural e Entretenimento, a FCS (Frente Parlamentar em Defesa do Comércio e Serviços) e a FPE (Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo). O documento reúne a assinatura de 305 parlamentares.
O Perse não é um favor fiscal, gera mais receita do que gastos, representou uma das maiores políticas públicas em favor da manutenção da renda e do emprego, e seu encerramento antes do prazo estipulado, além de um desrespeito ao Congresso Nacional por parte do governo, poderá ter efeito catastrófico para a economia brasileira. Essas foram algumas das manifestações feitas por dirigentes e representantes de diversas entidades do setor de eventos, turismo e hotelaria, durante sessão temática realizada no plenário do Senado, na manhã desta terça-feira (5).
A sessão foi convocada pela Frente Parlamentar Mista da Hotelaria para debater a medida provisória 1202/2023, editada pelo governo federal no final do ano passado e que promove a extinção do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse. Centenas de pessoas dos setores beneficiados pelo programa lotaram o plenário e a galeria do Senado, e também encheram salas de comissões e o auditório Petrônio Portella para acompanhar a sessão. O senador Veneziano Vital do Rego (MDB-PB) presidiu a sessão.
Com discursos de players dos setores de hotelaria, eventos e turismo, além de parlamentares de diversos partidos, a sessão verificou uma posição unânime pela manutenção do programa até o período determinado pela lei aprovada no Congresso, oiu seja, fevereiro de 2027. Discursos de senadores como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Carlos Portinho (PL-RJ), Izalci Lucas (PSDB-DF), Efraim Morais (União-PB), entre outros, foram entusiasticamente aplaudidos, pelas afirmações de que as tentativas do governo de acabarem com o Perse serão todas derrubadas nas duas casas do Congresso.
Também muito aplaudido por todos os presentes à sessão foi o discurso do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional), Manoel Linhares, que fez um apelo aos parlamentares para que não deixem o Perse ser encerrado antes do tempo. Linhares lembrou as dificuldades vividas pelo setor da hotelaria na época da pandemia da covid-19, apresentou números de fechamento de hotéis após o retorno das atividades, e destacou que a medida provisória do governo representou uma quebra de confiança com o que foi aprovado pelo Congresso.
“O Perse não é capricho, é uma necessidade. É um salva-vidas que nos permite nadar contra a correnteza. Retirar o Perse seria tirar de nós esse salva-vidas em meio a uma tempestade que ainda não passou. Estamos aqui representando uma cadeia que alimenta a economia e forma identidade cultural. Manter o Perse é reconhecer a importância de cada trabalhador e de cada família que depende do turismo para sobreviver. A angústia que sofremos com a pandemia ainda está viva em nossos corações. Não permitam que a luz no fim do túnel se apague para milhões de brasileiros”, afirmou o presidente da ABIH Nacional.
A equipe econômica do governo Lula afirma que a desoneração fiscal do setor após a aprovação do Perse, motivado pelos prejuízos causados após a pandemia, atingiu cerca de R$17 bilhões em renúncias tributárias. Este número foi amplamente contestado por dirigentes de diversas entidades que se pronunciaram na sessão temática. Um estudo encomendado por entidades do setor afirma que este valor chegou a apenas R$ 6,7 bilhões.
As entidades apresentaram também números para mostrar que as empresas que estão dentro do Perse geram mais dividendos para o país do que os 17 setores que são beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. Segundo Orlando Souza, dirigente do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), só a hotelaria emprega mais que os 17 setores juntos.
“Não foi apenas uma crise econômica gerada pela pandemia. O que houve foi ma situação atípica. Se não tivesse acontecido essa intervenção imediata, materializada pelo Perse, teria acontecido uma catástrofe totalmente irrecuperável. Nenhum banco concedia crédito ao setor de eventos e hotelaria na época da pandemia. As apostas no mercado eram de que o setor iria quebrar, e o Perse impediu essa derrocada. Não fosse isso, mais de 50% dos hotéis brasileiros teriam fechado as portas”, disse Orlando Souza.
Os representantes das associações ligadas ao turismo, em seus pronunciamentos, disseram que o governo precisa apresentar, com transparência, os valores que afirmam ter sido gastos com o programa. Os players do setor afirmam ainda que, no caso de irregularidades e fraudes incorridas por empresas beneficiadas, que elas sejam investigadas e seus responsáveis efetivamente punidos através de apuração criteriosa, seguida de medidas judiciais cabíveis e posterior reembolso dos valores sonegados.
A marcha de representantes de centenas de entidades dos setores de eventos, turismo e hotelaria continuará durante toda a semana em Brasília, para buscar o convencimento do Congresso pela manutenção do Perse, e discutir com o governo federal formas de garantir que os benefícios sejam mantidos até o ano de 2027.
A manutenção ou não do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) será um dos principais assuntos em discussão no Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (5). O governo federal, de seu lado, tenta manter intacta a medida provisória que extingue o benefício do Perse, e empresários do setor de eventos, hotelaria e turismo, de outro, buscam convencer parlamentares da importância da manutenção do programa.
Na defesa da continuidade do Perse, uma grande mobilização será realizada na manhã desta terça na Câmara dos Deputados. O ato está sendo organizado pela Frente Parlamentar Mista da Hotelaria Brasileira, e reunirá empresários e representantes também dos setores de eventos e turismo, além de parlamentares.
O Perse foi aprovado pelo Congresso com previsão para durar até 2027. O governo Lula, entretanto, editou no final do ano passado a medida provisória 1202/2023, para limitar a política de desoneração da folha de pagamentos e extinguir os benefícios do Perse. Recentemente, o Palácio do Planalto editou nova MP para revogar a parte da medida anterior que promovida a reoneração da folha, mas manteve a disposição de acabar com o Programa do Setor de Eventos.
A lei que instituiu o Perse reduziu a 0%, por 60 meses, as alíquotas de alguns tributos (PIS/Pasep, Cofins, CSLL e IRPJ) incidentes sobre o resultado obtido pelas empresas do setor de eventos, abrangendo diversas atividades econômicas fortemente afetadas pela pandemia de Covid-19. O programa representou não apenas um alívio para o setor, mas se tornou um dos principais mecanismos de para a área de eventos, turismo, hotelaria e entretenimento do País, como afirmam as diversas entidades que estão programando o ato nesta terça no Congresso.
O governo federal, entretanto, insiste que o programa já custou muito mais do que o aguardado inicialmente, e que por isso poderia ser encerrado. A equipe econômica alega ainda que fraudes estariam sendo realizadas, entre elas, o ingresso no Perse de setores que não fazem parte dos segmentos de turismo nem de eventos entre os beneficiários. Segundo o governo, empresas de varejo, por exemplo, estariam alterando seus CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) para se enquadrar nos benefícios.
Para tentar construir um consenso entre o Palácio do Planalto e o Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá nesta terça com lideranças da Câmara dos Deputados para debater o destino da medida provisória que antecipa o fim do Perse e cria um teto para as compensações de créditos tributários estabelecidas judicialmente. A reunião está prevista para as 10h e a equipe econômica deve levar para a mesa números que justificariam a necessidade de se manter as medidas como forma de cumprir com as metas fiscais.
A medida provisória 1202, que está em vigor, determina mudanças em contribuições relacionadas ao Perse, com as sociais sendo extintas em 2024 e o benefício sobre o Imposto de Renda cessando em 2025. Os parlamentares, no entanto, pressionam para a manutenção do programa da forma como ele foi aprovado.
O setor de turismo, eventos e hotelaria já apresentou um estudo no qual que comprova que o Perse custou apenas R$ 6,4 bilhões, bem abaixo dos R$ 17 bilhões informados pelo ministro Fernando Haddad. Na defesa da manutenção do programa, as entidades do setor já colheram cerca de 315 assinaturas de deputados e senadores em defesa da rejeição à medida provisória 1202.
No entendimento das entidades, a manutenção do Perse até fevereiro de 2027 foi aprovada pelo Congresso e está prevista em lei. O setor, assim como diversos parlamentares, alega que o governo descumpriu o acordo com o Congresso ao editar e 28 de dezembro do ano passado a medida provisória que acaba com o Perse.
Diversas entidades dos setores de eventos, turismo e entretenimento manifestaram preocupação nos últimos dias com a decisão do governo Lula de manter na medida provisória 1202/2023 a extinção do Programa Emergencial de Retomado do Setor de Eventos (Perse). Na última terça-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nova MP para revogar decisão anterior de reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, mas manteve a ideia de acabar com o Perse.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), por exemplo, emitiu comunicado afirmando que em caso de encerramento do Perse, cerca de R$ 244 bilhões deixarão de ser injetados na economia nacional a cada ano. A entidade alega que o valor que deixaria de ser gerado na economia é muito maior do que os R$ 30 bilhões de corte de gastos estimados pela equipe econômica com o fim do programa.
“O governo ainda não chegou a números definitivos que justifiquem o fim do Perse, o que vem sendo alvo de críticas pelo Congresso Nacional, onde circula um manifesto assinado por mais de 300 parlamentares a favor do Perse e pelo trade turístico. O programa representa entre R$ 5,7 bilhões e R$ 10,7 bilhões por ano, ou seja, algo entre 1,45% e 2,74% do Valor Adicionado do turismo. Segundo estimativas da Receita Federal, ele custou ao governo um valor de R$ 17 bilhões a R$ 32 bilhões, entre 2021 e 2023”, diz o documento da CNC.
A entidade afirma ainda que, para cada R$ 10 mil de aumento no faturamento no turismo, por exemplo, três postos de trabalho são gerados, independentemente do setor.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) também divulgou nota com críticas à iniciativa do governo de acabar com o Perse. O documento da FecomercioSP avalia que o término do programa colocará empresas do segmento de eventos em um limbo jurídico, além de afetar suas receitas já neste ano.
“Ao manter a decisão de acabar com o Perse, o governo federal coloca uma parte fundamental dos serviços, a de eventos, em um contexto de total incerteza tanto no aspecto econômico, já que as empresas do segmento contavam com a manutenção dos benefícios fiscais previstos até o início de 2027, quanto no jurídico, na medida em que a prorrogação do programa havia sido ratificada pelo Congresso”, diz a nota da entidade de São Paulo.
Ainda de acordo com a FecomercioSP, pior que as incertezas que a decisão do governo suscita é o fato de a revogação do programa ter como motivação “principal a necessidade de aumentar a arrecadação de um Estado que já conta com um orçamento de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), considerando os juros”.
As entidades que defendem a continuidade do programa contestam a justificativa do governo para acabar com o Perse, de que ele teria um custo de R$ 17 bilhões ao ano, acima do que havia sido acertado inicialmente. Um estudo encomendado por grandes entidades do setor de eventos à consultoria Tendências busca desmentir as afirmações da equipe econômica sobre o programa.
O estudo tem como base os dados oficiais de receita das notas fiscais (NFe) e outra pesquisa oficial de receitas do IBGE, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), sobre os impactos do Perse na economia. O levantamento, apresentado nesta quarta (28), reafirma, com evidências robustas, o que o setor vem defendendo desde o fim do ano passado quando 35 entidades representativas divulgaram nota sobre os riscos da medida provisória 1.202/2023, que propõe extinguir o Perse: o custo anual do programa não ultrapassa R$ 6,5 bilhões.
"A visão do governo é que o custo do programa é muito alto, acima de R$ 17 bi por ano. Não entendemos esse número, gostaríamos de saber como eles chegaram nesse valor. Por isso, contratamos a consultoria para tentar chegar ao mais real do custo do programa", explicou o vice-presidente Institucional da Resorts Brasil, Thiago Borges.
Outra entidade que contesta os números apresentados pelo governo é a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape). O presidente da Abrape, Doreni Caramori, diz aguardar que o governo apresente as fontes que originaram os cálculos em relação ao Perse.
De acordo com Caramori, interromper o Perse de forma drástica trará consequências graves para o país. "O que acontece com as empresas que se endividaram com a Lei do Perse? Haverá um impacto na segurança jurídica e um impacto no endividamento. Esse foi um setor que ficou praticamente dois anos paralisado. Haverá retomada do volume do endividamento e existe o perigo do setor desmoronar assim como existia na pandemia, esse risco será apenas transferido para agora. A terceira consequência diz respeito ao ciclo de desinvestimentos. Se o passivo cair no colo das empresas e elas não tiverem como fazer frente a esse passivo, farão um ciclo de desinvestimento. O setor deixará de ser oportunidade e passará a ser um problema, com eventual fechamento de empresas", afirmou o presidente da Abrape.
Os setores beneficiados pela implantação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) empregam, geram renda e investem, e a decisão “inesperada e unilateral” do governo de extinguir a iniciativa coloca em risco a vida de milhares de pessoas, de forma direta ou indireta. Quem afirma é a presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP).
Em artigo divulgado no site Poder360, a deputada, que foi relatora na Câmara do projeto que instituiu o programa, diz manter um firme propósito de lutar contra a extinção do Perse, como previsto na medida provisória 1202/2023. A deputada paulista diz se basear nos resultados positivos para o mercado de trabalho obtidos desde a implantação do programa, que socorreu milhares de empresas dos setores de eventos, restaurantes, entretenimento e hotelaria afetadas pela pandemia da Covid-19.
“Não podemos aceitar que, em uma canetada, na contramão de uma decisão democrática do Congresso Nacional e sem considerar a contribuição do setor para a economia, o governo federal acabe com o Perse, retomando a cobrança de tributos do setor a partir de 2024 e reduzindo de cinco para dois anos o período de concessão da renúncia fiscal. A redução de prazo joga por terra qualquer planejamento por parte de quem emprega no setor de eventos, turismo e entretenimento”, afirma a deputada.
Em seu artigo, a presidente do Podemos cita relatório recente da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), que apresenta dados do IBGE e do Ministério do Trabalho para concluir que o setor de eventos de cultura e entretenimento continua sendo o maior gerador de empregos no país.
De acordo com esses dados, no saldo acumulado de janeiro a novembro de 2023, o segmento teve um crescimento de 55,8%. Só no mês de novembro foram geradas 4.624 vagas, o maior índice registrado desde janeiro de 2020, mostram os dados apresentados pela Abrape.
Ainda em seu artigo, a deputada Renata Abreu afirma que a medida provisória 1202/2023 será amplamente debatida pelo Congresso Nacional. Porém, segundo a deputada, a simples possibilidade de mudança na legislação já assusta o investidor, congela investimentos, paralisa o ritmo de contratações e fecha postos de trabalho.
A deputada paulista também contesta a argumentação da equipe econômica do governo Lula, de que fraudes existentes no programa teriam elevado o gasto total para R$ 17 bilhões anuais. Para Renata Abreu, se existem fraudes, que elas sejam investigadas, mas sem que haja prejuízo de setores que estão entre os principais empregadores do país.
“Para garantir que as pessoas trabalhem com segurança e planejamento, antes mesmo da reabertura dos trabalhos legislativos, preparei uma emenda para manter o Perse. Cidadã e figura política que sou, defendo a apuração das suspeitas envolvendo o Perse, investigações conduzidas pela Receita Federal. Casos pontuais não podem comprometer um programa exitoso voltado para um dos principais setores empregadores do país”, conclui a deputada Renata Abreu.
Na mesma linha da presidente do Podemos, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), autor do projeto que viria a se transformar na lei de criação do Perse, afirmou nesta quinta-feira (15), em entrevista à Globonews, que eventuais irregularidades ou fraudes não justificam a suspensão do benefício. Segundo Carreras, o governo Lula não pode acabar com o projeto com uma canetada.
“Não é porque há indícios de corrupção no Perse que o programa tem que acabar. Estamos atrás de diálogos, procuramos o ministro Haddad, que desmarcou duas reuniões. Estamos esperando os números serem apresentados. Do jeito que está, sinalizamos que não pode acabar em uma canetada no final do ano”, disse o deputado.
Na entrevista, Felipe Carreras exaltou o programa, ao afirmar que ele tem sido "a esperança de um setor que não só movimenta economia e foi responsável pelo maior numero de empregos na reforma pós-pandemia, mas a principal engrenagem que movimenta a cultura e o turismo no país"..
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), Doreni Caramoni, disse que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, está mal-informado sobre o custo anual do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, o Perse. Segundo o Ministério da Fazenda, o Perse teria custado cerca de R$ 17 bilhões em 2023, número contestado pelo presidente da Abrape.
“No que se refere ao número, tem se falado muito no número de R$ 17 bilhões. O setor não conhece esse número, todos os estudos feitos pelo setor nos mostram que esse programa não custa mais do que R$ 6 bilhões por ano. E esse número foi feito a partir das próprias previsões da Receita”, afirmou Caramoni.
Na medida provisória 1202/2023, editada pelo governo Lula no final do ano passado, há a previsão de extinção do Perse. O ministro da Fazenda, em conversa com parlamentares, alega que há suspeitas de lavagem de dinheiro no programa, e afirma que o custo de 2023 extrapolou e muito a previsão inicial de R$ 4 bilhões anuais.
À Folha, Doreni Caramoni diz que o setor de eventos não compactua com qualquer tipo de mau uso do Perse, mas cobra diálogo do governo.
“Ninguém quer que use mal. Agora, sem conversar é difícil”, disse. “Entendo que a gente precisaria desmistificar alguns equívocos que provavelmente passaram ao ministro e que o deixaram mal-informado. Ele fala que o programa foi criado para dois anos e foi prorrogado. Não é verdade. O programa desde sempre foi de cinco anos. Faz parte de um grande acordo social que se fez. O setor parou em nome da saúde de todos”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos.
O Perse tem sido alvo de tensão entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que citou o programa em seu discurso de abertura do ano legislativo. Lira cobrou o governo Lula por “acordos firmados”, e disse que “conquistas” como a desoneração da folha e o Perse “não podem retroceder sem ampla discussão com este Parlamento”.
Na semana passada, foi realizado na Câmara dos Deputados um ato público com a participação de mais de 500 empresários e profissionais do setor de eventos, turismo, cultura e entretenimento. O ato contou com a presença de diversos senadores e deputados, e teve como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância de se manter as conquistas do Perse. Mais de 300 parlamentares assinaram carta de compromisso pela manutenção do programa.
Na defesa da rejeição à medida provisória que acaba com o Perse, a Abrape afirma que o setor de eventos de cultura e entretenimento continua sendo o maior gerador de novos empregos no país, como mostram dados do IBGE e do Ministério do Trabalho e Previdência. Estudo da entidade revela que em 2023, o segmento teve um crescimento de 61,3%, enquanto outras áreas como agropecuária (- 45,2%), indústria (-41,1%) e construção civil (-17,5%) registraram queda em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O estudo da Abrape mostra também que no ano passado foram geradas 29.927 vagas de empregos pelo setor de eventos, com crescimento de 61,3% sobre o mesmo período de 2022 (18.548). Só no mês de dezembro foram geradas 1.863 vagas.
Já a estimativa de consumo no setor chegou, em 2023, a R$ 118,4 bilhões, resultado 11,5% superior ao mesmo período de 2022 (R$ 106.144). Em dezembro, de acordo com o estudo, o índice foi de R$10,39 bilhões, o melhor mês desde que a série histórica deste indicador iniciou em 2019.
“Estes resultados refletem a importância de se manter as conquistas do Perse, que permitiu uma rápida retomada do setor após o longo período de paralisação provocado pela pandemia. É fundamental que os avanços do programa sejam mantidos”, reforça Doreni Caramori.
“Os números comprovam que o programa promove a geração de empregos, portanto, o governo federal deveria procurar outras alternativas para equilibrar as contas públicas que não estejam trazendo o mesmo resultado social como o Perse”, conclui o presidente da Abrape.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços (CNC) apresentou nesta terça-feira (6) um relatório que estima que a revogação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) pode retirar até R$ 244 bilhões da economia nacional. O Perse, criado em 2021 para socorrer o setor em meio à pandemia de Covid-19, foi inicialmente previsto para durar dois anos, mas o Congresso prorrogou a duração até 2025, prazo que o governo federal tenta abortar por meio da medida provisória 1202/2023.
O relatório da CNC se baseou em estimativas da própria Receita Federal. Segundo o documento, a Receita apontou perdas tributárias entre R$ 17 e 32 bilhões num período de 2021 a 2023, ou seja, até 13% do valor que pode deixar de circular não apenas no turismo, mas em todos os setores ligados a eventos.
A pesquisa apresentada pela CNC indica ainda que, para cada R$ 10 mil de faturamento a mais, o salário do trabalhador brasileiro pode aumentar R$ 18,8. O relatório foi divulgado em um evento que contou com a participação de parlamentares e líderes de entidades do setor turístico e de eventos.
Durante o evento, os representantes de entidades do setor decidiram usar a hashtag #FicaPerse em ações nas redes sociais para defender a continuidade do programa. As ações buscarão apresentar argumentos para justificar a permanência da lei, que passou a valer ainda durante a pandemia como forma de socorrer que sofriam com os fechamentos.
De acordo com os dados apresentados pela CNC, antes da pandemia, o setor de turismo crescia em uma taxa próxima a 6% ao ano. Após a instituição do Perse, essa taxa saltou para 30%, o que mudou a trajetória não apenas do turismo, mas também de importantes indicadores sociais, destaca o relatório. O estudo revela ainda que, para cada 1% de aumento no valor adicionado pelo setor de turismo na economia em geral, há o aumento de 0,9% no PIB brasileiro.
Para parlamentares que defendem a permanência do programa, a solução não deve ser acabar com o benefício, como quer o ministro da Fazenda, Fernand Haddad, e sim aplicar regras mais rígidas para o seu funcionamento. Segundo o líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), a ideia é manter o Perse com o intuito de garantir que apenas empresas do setor de eventos impactadas pela pandemia sejam contempladas.
O deputado baiano disse a jornalistas que já sugeriu emenda neste sentido no ano passado, por prever que o governo faria alegação de que o programa estaria sendo desvirtuado. Segundo disse o ministro Fernando Haddad nesta terça, há suspeitas de fraudes que teriam feito com que a renúncia prevista no Perse superasse os R$ 4 bilhões previstos e atingisse R$ 17 bilhões em 2023.
“Se gastou mesmo esses R$ 17 bilhões não foi para atender quem realmente precisava ser atendido. Precisa tentar equacionar isso aí”, defendeu o líder do União Brasil. “Precisa estabelecer regra que exclua quem realmente não foi prejudicado pela pandemia ou teve um prejuízo muito menor, como as locadoras de veículos”, afirmou Elmar Nascimento.
No último dia 28, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou as novas medidas para o setor da economia do Brasil, em 2024, com o objetivo de combater o "gasto tributário" e de aumentar a arrecadação do governo federal no próximo ano.
Dentre elas, estão mudanças no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado na pandemia para beneficiar o setor cultural, que tinha sido prorrogado pelo Congresso, até 2026. De acordo com o ministro, parte dos abatimentos tributários incluídos no projeto será revogada gradualmente no período.
Ainda segundo Haddad, a medida de extinção será gradativa e vai contribuir para repor perdas de R$ 6 bilhões com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para 17 setores. O ministro disse que o programa causou um impacto maior do que o previsto na arrecadação.
A Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), já havia se posicionado logo após o anúncio do Ministério da Fazenda por meio de seus advogados, e informou que as medidas para a extinção do Perse “estão sendo acompanhadas com muita cautela, especialmente no que se refere à defesa dos interesses dos seus associados”, também foi divulgado que a ideia é atuar para manter a existência do programa.
Haddad também foi criticado por 35 entidades ligadas aos setores de cultura, entretenimento e turismo após revogar o Perse. A decisão foi feita por meio de Medida Provisória (MP). Em comunicado conjunto, as organizações classificaram como "equivocados" os argumentos apresentados pelo ministro. As organizações apontaram que o setor de turismo e eventos sofreu um prejuízo econômico de R$ 513 bilhões nos anos de pandemia, por ter sido um dos mais impactados pelas restrições de funcionamento.
Já na tarde desta terça (02), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), também se manifestou sobre a decisão do Ministério e pretende se reunir com Haddad para tentar reverter a situação. Na última sexta (31), o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, havia feito um balanço de que o ano de 2023 terminaria com um resgate do faturamento, mas com muitas empresas ainda endividadas, com impostos em atraso e tendo de pagar os empréstimos tomados no período da pandemia de covid-19, o que fez com que a maioria não tivesse lucro em novembro.
Confira a nota divulgada pela Abrasel:
Após a decisão do governo de alterar o Programa de Retomada do Setor de Eventos (Perse), a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) solicitou uma audiência com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a atual situação do setor e o quão afetado ele pode ser com a Medida Provisória editada pelo governo.
A onda de calor que atinge o Brasil nos últimos meses levantou uma preocupação para a temporada mais quente do ano, o verão, que promete ser ainda mais quente em 2024. E um alerta ainda maior foi criado após a morte de uma fã da artista Taylor Swift no Rio de Janeiro, que tem como principal suspeita o calor.
O questionamento que permeia a cabeça do público é: quais medidas serão adotadas pelo setor de eventos para reduzir os danos causados pela onda de calor durante as festas já anunciadas para acontecer no verão da capital baiana?
No último sábado (18), foi editada em caráter de urgência pelo ministro Flávio Dino a nova portaria que garante o acesso aos eventos com garrafas de água, além de disponibilizar bebedouros ou realizar a distribuição de embalagens com água adequada para consumo sem custo adicional para o consumidor. A medida é válida por 120 dias.
Já nesta quarta-feira (22), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) publicou uma portaria no Diário Oficial da União que obriga a distribuição gratuita de água em eventos feitos em dias de calor, com altas temperaturas. De acordo com o secretário Wadih Damous, o objetivo é proteger a “saúde dos consumidores em shows, festivais e quaisquer eventos, especialmente expostos ao calor”.
O Bahia Notícias entrou em contato com as principais produtoras de eventos da capital baiana para entender como o setor se comporta com a mudança e quais medidas serão adotadas para o verão de 2024.
Ao site, a Bahia Eventos, responsável pelo Festival de Verão, que acontece em janeiro na capital baiana, confirmou a hidratação gratuita nos dois dias de festa, que será realizada no Parque de Exposições. No entanto, não houve detalhes sobre como irá funcionar a ação.
Foto: Reprodução
Na conversa com os empresários, duas questões que foram consenso: a situação atípica com a questão do calor extremo, algo que nunca havia sido registrado e causado problemas para os produtores de eventos; e a questão relacionada à escolha do local.
Rodrigo Melo, da Pequena Notável | Foto: Alexandre Brochado
O ponto citado pelos empresários foi o fato de que os espaços para a realização de festas e shows na cidade costumam ser bem ventilados, não apresentando tanto risco para o público quanto a falta de circulação de ar. Ao Bahia Notícias, o empresário Rodrigo Melo, da Pequena Notável, reforçou a importância da escolha do local e o estudo de medidas de segurança e de redução de danos.
“A primeira coisa que a gente pensa quando faz um evento é o local deste evento, condições climáticas e logística. A gente pensa nisso tudo quando planeja um evento. Por exemplo, nós fazemos o Réveillon na Chácara Baluarte, que é um lugar que é completamente agradável, com árvores, com locais de sombra, e que dá pra colocar todo mundo de uma forma confortável. A gente nunca faz em um lugar tipo alçapão, um lugarzinho onde as pessoas tenham aquela arena queimando. Porém, diante de tudo que aconteceu, a gente achou muito importante a distribuição de água”, afirmou.
Para Melo, a situação no Rio de Janeiro cria um alerta nos produtores de todo o Brasil e a necessidade de se adequar às novas condições climáticas. “Toda demanda que surge em relação a eventos, positivos e negativos, a gente tem que assumir e planejar. Coisas como a que aconteceu lá chamam muita atenção, porque é uma morte. E a gente tem que pensar nisso, são coisas que demandam da gente e o setor precisa ir se adequando e se adaptando”.
Irá Carvalho, da Íris Produções | Foto: Divulgação
A empresária Irá Carvalho, da Íris Produções, que realiza shows na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, afirma que toda situação é muito nova para os produtores. Segundo ela, nunca houve problemas de calor extremo nos shows realizados na Concha, por ser um local ventilado.
“Tudo isso é muito novo para a gente aqui agora para saber quais decisões vamos tomar, porque a gente precisa saber quais serão os protocolos de cada estado. Já tenho shows programados para a Concha, em janeiro é Roupa Nova, em março Paula Toller. E a Concha é um lugar aberto, mas ali, por ter um vale, sempre foi fresco e ventilado. A Concha não tem histórico por intolerância por calor."
A responsável pela Íris Produções cita que, na situação dela, é necessário ainda saber qual será a medida adotada pelo equipamento. “Agora, como a gente está prevendo esse calor todo, vamos ver quais serão as medidas que a Concha irá adotar, porque lá não é o produtor que diz o que vai fazer. É diante do que o Ministério da Justiça deliberou que a gente vai traçar esse planejamento. Lá tem uma empresa licenciada para as vendas e ela explora isso, essa questão das vendas de bebidas a gente não tem nenhum lucro”.
Foto: Rosilda Cruz/ GovBA
Irá ainda levanta um questionamento sobre a ação com a questão da segurança no espaço e o custo das novas medidas para as produtoras. “A questão de não poder entrar com a garrafa de água é questão de segurança, porque quando você entra com uma garrafa em um evento ou vasilhame, você pode, em uma briga, jogar no outro. Não é a gente que determina, é uma norma dos estados. Outra questão é qual o custo que isso vai gerar. Água não é tão caro, a gente não vai comprar com fornecedor do bar, mas se tiver que distribuir 5 mil copinhos de água o custo é alto. São quantos copos, quantas águas por pessoa? Não é tão caro, mas se a quantidade for maior, acaba ficando, e quem vai pagar essa conta?”, indagou.
O empresário Ricardo Cal, da Oquei Entretenimento, trouxe um outro ponto de atenção, a garantia de que será água dentro dos recipientes autorizados a entrar no evento. “Nós não vamos proibir a entrada de água, desde que seja água, e não algum outro líquido alcoólico. Porque quando a gente proíbe, a gente está preservando a segurança do ambiente. Vai que a pessoa está entrando com uma droga ali e a gente não sabe? São tantos pontos que a gente precisa resolver para que tudo aconteça da melhor maneira possível”.
Ricardo Cal | Foto: Instagram
Cal afirma que a situação vivida no Rio de Janeiro foi algo inusitado, mas que precisa ser pensado por produtores para se precaver. “É uma situação inusitada, a gente nunca viveu isso em Salvador e eu espero não viver, mas quem realiza evento em Salvador sabe que a gente tem que estar o máximo possível preparado para as adversidades que possam acontecer, sempre se preocupando com o bem-estar do cliente. E que se o poder público diz que tem que liberar a água, a gente tem que seguir a lei. Agora se isso pode inviabilizar, por exemplo, a realização do evento, quem acaba perdendo é a sociedade.”
O Bahia Notícias entrou em contato com a OnLine Entretenimento, Salvador Produções e Maré Produções, que até a publicação desta matéria não retornaram à reportagem sobre o questionamento.
Na última terça-feira (21), a secretária municipal de Saúde, Ana Paula Matos, afirmou que a pasta está em fase de estudos para analisar quais medidas podem ser adotadas caso a cidade enfrente grandes temperaturas durante o verão. Questionada sobre a possibilidade da SMS aderir a iniciativas como distribuição de protetor solar, de água e carros pipas, Ana Paula esclareceu que a capital baiana ainda não enfrenta grandes índices de calor para adotar as medidas de enfrentamento, mas que a situação é monitorada.
O prefeito Bruno Reis (União Brasil) anunciou que irá abrir licitações de contratos para compras de água e protetor solar como medidas de prevenção e combate à onda de calor. O gestor municipal relatou ainda que deve se reunir com o setor de eventos da capital baiana para analisar quais ações e protocolos podem ser promovidos, como forma de evitar que pessoas enfrentem problemas de saúde durante os festejos da cidade.
“A minha ideia no momento certo é chamar o trade de eventos e conversar e ver quais medidas nós podemos adotar para evitar que casos como ocorreu no Rio de Janeiro aconteçam. A gente lamenta e quer evitar que isso possa ocorrer aqui. Então já vamos nos preparar com os contratos, ter os produtos à disposição e muito provavelmente nós vamos ter que adotar protocolos, caso o calor chegue no verão nessa intensidade aqui em Salvador.”
DIREITOS E DEVERES
Segundo a advogada Alanna Rodrigues, especialista em direito do entretenimento e propriedade intelectual, faltam definições melhores sobre obrigações das produtoras em caso de condições climáticas adversas.
"No Brasil, como a gente está em um país tropical, sempre houve uma preocupação em relação às chuvas: se esse evento vai acontecer em um local aberto, qual estrutura precisa, se vai precisar adaptar o piso por causa da lama, se o evento tem o risco de ser cancelado ou não. Mas não havia discussão sobre as altas temperaturas", lembrou, apontando que até mesmo nos contratos a única previsão é geralmente sobre chuvas.
A especialista citou um exemplo de prevenção em eventos que geralmente o público não acompanha: "Nos camarins dos artistas, tem ali alimentação. Então a produção precisa acompanhar se tanto o artista quanto alguém da produção da banda tem alguma restrição alimentar. Porque imagina se alguém tem alergia e consome aquele alimento?".
Ainda assim, Rodrigues explica que, apesar de a legislação ser mais genérica em relação aos cuidados com o público, as próprias leis de proteção ao consumidor exigem que a integridade física e mental de quem vai para o evento seja garantida. "A empresa pode ser responsabilizada pela falha na prestação de serviço. No caso do show [de Taylor Swift], há relatos de fãs que, por causa do calor, se queimaram nas estruturas metálicas que tinham lá. Essas pessoas foram socorridas. Mas esse socorro foi efetivo, foi rápido? Então essas pessoas podem procurar o Judiciário para buscar indenização por dano moral e material também". Nesses casos, contúdo, a advogada sugere que o consumidor guarde todas as documentações possíveis, como ingressos, imagens e documentos como laudos do médico que o atendeu.
A especialista considerou a portaria do governo federal como positiva, principalmente por obrigar as produtoras a já buscarem alternativas para as ilhas de hidratação. Porém, reforçou que é necessário que sejam criadas políticas públicas próprias e permanentes sobre as garantias em condições adversas - tanto no calor quanto em casos de chuvas e tempestades.
Sobre casos como o da Concha Acústica, em que a produtora do evento não é a responsável pelo bar, a advogada aponta que a responsabilidade do controle e da permissão do acesso de garrafas de água seria solidária. "O melhor caminho é sempre o diálogo. Quando o evento vai ser pensado, quem vai compor a organização e a promoção desse evento precisa entender qual é a melhor forma de atender a uma necessidade pública", avaliou.
Mais um final de semana está chegando e com ele muitas atrações irão movimentar a capital baiana. Para ajudar os nossos leitores na busca por entretenimento, o BN Hall listou os melhores eventos que vão acontecer na cidade. Na programação, têm atrações para todos os estilos, como Luiza Sonza, Ana Carolina, Diogo Nogueira, João Gomes, além do “Baú do Raul”, tributo a Raul Seixas, o eterno “Maluco Beleza”. Confira:
Sexta-feira (10/11)
LUÍSA SONZA
Atração: Luiza Sonza
Local: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Entrada: Valor de 2º lote R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia) - à venda na Bilheteria Virtual
Horário: A partir das 17h30
FEIRA DA FRATERNIDADE
Atrações: Estakazero, Tio Barnabé e Seu Malaquias
Local: Terreno da Graça
Entrada: Ingressos à venda na secretaria da Paróquia da Vitória
Horário: 18h
NASCI PRA SER DERCY
Atração: Espetáculo “Nasci pra ser Dercy”
Local: Teatro Sesc Casa do Comércio, Av. Tancredo Neves
Entrada: Ingressos à venda no Sympla com valores entre R$ 50 e R$ 120
Horário: 20h
JAZZ NA AVENIDA
Atração: Guimo Migoya e banda Osmar Cianos
Local: Associação Jazz na Avenida, em Armação
Entrada: Entrada com um quilo de alimento não perecível ou pix solidário. Reservas de mesas disponíveis em www.jazznaavenida.com ou pelo contato (71) 9 9671-6117.
Horário: A partir das 18h
ESPETÁCULO DE DANÇA 'DEMBWA'
Atração: Espetáculo Dembwa
Local: Espaço Xisto Bahia, nos Barris
Entrada: R$30 (inteira) e R$15 (meia) - venda na bilheteria do Teatro
Horário: 20h
BOTEQUIM
Atração: Roda de Samba Grupo Botequim
Local: Pátio da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo
Entrada: R$20,00 (1° lote) - à venda na plataforma Sympla
Horário: 21h
ARMANDINHO MACÊDO E MARCEL POWELL
Atração: Baden Powell Tribute – Armandinho Macêdo e Marcel Powell
Local: Estação Rubi – Wish Hotel da Bahia - Campo Grande
Entrada: Couvert-artístico R$ 130 - Vendas pelos telefones WhatsApp: (71) 99922-4545 e 99692-4546.
Horário: 20h
Sábado (11/11)
DIOGO NOGUEIRA
Atração: Diogo Nogueira – Novo Show
Local: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Entrada: 1º LOTE – R$100,00 (inteira) e R$50,00 (meia) - à venda no Sympla
Horário: 19h
ANA CAROLINA
Atração: Ana Carolina canta Cássia Eller
Local: Armazém Convention
Entrada: Ingressos de R$ 100 a R$ 380 - à venda na Bilheteria Digital
Horário: 20h
ROCK PARA CRIANÇAS
Atração: Espetáculo musical infantil "Rock Para Crianças - A História do Rock"
Local: Teatro Jorge Amado - Pituba
Entrada: R$ 45 (meia) e R$ 90 (inteira) - Ingressos à venda no Sympla.
Horário: 16h
15 ANOS DO BAILINHO DE QUINTA
Atrações: Bailinho de Quinta, Grupo Botequim e Telefunksoul ft. Fall Clássico
Local: Área de eventos da Igreja do Santo Antônio Além do Carmo / Largo de Santo Antônio Além do Carmo, nº 6
Entrada: Valores entre R$ 90 e R$ 160 - à venda no Sympla
Horário: 17h
SALVADOR CAPITAL AFRO – LARISSA LUZ
Atração: Larissa Luz
Local: Largo da Mariquita - Rio Vermelho
Entrada: Gratuita
Horário: 19h
DUB NO MAM
Atrações: Echo Cultura & Convidados, Setembro Sistema de Som e Jahmin Sound System
Local: Museu de Arte da Bahia – Comércio
Entrada: Gratuita
Horário: 14h
ARMANDINHO MACÊDO E MARCEL POWELL
Atração: Baden Powell Tribute – Armandinho Macêdo e Marcel Powell
Local: Estação Rubi – Wish Hotel da Bahia - Campo Grande
Entrada: Couvert-artístico R$ 130 - Vendas pelos telefones WhatsApp: (71) 99922-4545 e 99692-4546.
Horário: 20h
NASCI PRA SER DERCY
Atração: Espetáculo “Nasci pra ser Dercy”
Local: Teatro Sesc Casa do Comércio, Av. Tancredo Neves
Entrada: Ingressos à venda no Sympla com valores entre R$ 50 e R$ 120
Horário: 20h
ESPETÁCULO DE DANÇA 'DEMBWA'
Atração: Espetáculo Dembwa
Local: Espaço Xisto Bahia, nos Barris
Entrada: R$30 (inteira) e R$15 (meia) - venda na bilheteria do Teatro
Horário: 20h
FEIRA DA FRATERNIDADE
Atrações: Coral do vieira, Movimento Escalada, Samba do Lico, UTX, Pra Casar, Lutte e Adão Negro
Local: Terreno da Graça
Entrada: Ingressos à venda na secretaria da Paróquia da Vitória
Horário: 18h
Domingo (12/11)
BAÚ DO RAUL
Atração: DJ Vivi Seixas, Lirinha, Pedro Pondé e Maurício Baia
Local: Concha Acústica do Teatro Castro Alves
Entrada: 1º Lote: R$ 96,00 (Inteira) e R$ 48,00 (Meia)
Horário: A partir das 17h - à venda no Symla
PÉ NA AREIA MALI
Atrações: João Gomes, Forró do Tico e DJ Guiga
Local: Mali - Salvador
Entrada: Ingressos esgotados
Horário: 15h
LAVAGEM DA FEIRA DE SÃO JOAQUIM
Atração: 2ª edição da Lavagem da Feira com cantor carioca Arlindinho
Local: Galpão Água de Meninos, na Feira de São Joaquim
Entrada: R$60 (casadinha) e R$40 (individual), à venda na plataforma Sympla, preço do primeiro lote
Horário: 12h
ENSAIO DA QUABALES BANDA
Atração: Quabales Banda - Projeto “Essa é a Bahia”
Local: Casa Rosa, localizada na Praça Colombo, 106, no Rio Vermelho
Entrada: R$ 10 (inteira) | R$ 5 (meia) - à venda pela Sympla
Horário: A partir das 17h
NASCI PRA SER DERCY
Atração: Espetáculo “Nasci pra ser Dercy”
Local: Teatro Sesc Casa do Comércio, Av. Tancredo Neves
Entrada: Ingressos à venda no Sympla com valores entre R$ 50 e R$ 120
Horário: 19h
ESPETÁCULO DE DANÇA 'DEMBWA'
Atração: Espetáculo Dembwa
Local: Espaço Xisto Bahia, nos Barris
Entrada: R$30 (inteira) e R$15 (meia) - venda na bilheteria do Teatro
Horário: 19h
ROCK PARA CRIANÇAS
Atração: Espetáculo musical infantil "Rock Para Crianças - A História do Rock"
Local: Teatro Jorge Amado - Pituba
Entrada: R$ 45 (meia) e R$ 90 (inteira) - Ingressos à venda no Sympla.
Horário: 16h
FEIRA DA FRATERNIDADE
Atrações: Duda Lobo e Família, Viola de Doze, Tio Elétrico, Manno Goés, Alexandre Peixe e Ademário Coelho
Local: Terreno da Graça
Entrada: Ingressos à venda na secretaria da Paróquia da Vitória
Horário: 18h
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Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Ciro Nogueira
"A única pessoa que não pode perder essa próxima eleição é o Bolsonaro, e ele não vai arriscar. Tire as conclusões. O Tarcísio é candidato, se tiver o apoio do Bolsonaro. O Lula nem disputa com o Tarcísio".
Disse o presidente nacional do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PI) ao afirmar que Jair Bolsonaro (PL) só deveria anunciar um nome para concorrer às eleições presidenciais de 2026.