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Artigos

Fernando Barros
Quem tem medo da inteligência artificial?
Foto: Divulgação

Quem tem medo da inteligência artificial?

Vivemos um “admirável mundo novo”. Magnificado pelo avanço da inteligência artificial, que nos surpreende todos os dias fazendo melhor o que fazemos e inventando formas e ferramentas que assombram a maioria dos usuários dos cliques.

Multimídia

Bruno Reis rebate críticas e cita reconhecimento da Caixa por gestão sustentável: "A oposição fala o que quer"

Bruno Reis rebate críticas e cita reconhecimento da Caixa por gestão sustentável: "A oposição fala o que quer"
O prefeito Bruno Reis rebateu, nesta quinta-feira (16), críticas que recebe de opositores políticos e nas redes sociais em relação a falta de árvores e a projetos de viadutos na cidade. Reis participou nesta manhã da abertura do 2º Congresso de Direito e Sustentabilidade, que acontece até esta sexta-feira (17) no Hotel Wish da Bahia.

Entrevistas

Grupo de Trabalho estuda drenagem na região da Cidade Baixa durante fortes chuvas e maré alta em Salvador

Grupo de Trabalho estuda drenagem na região da Cidade Baixa durante fortes chuvas e maré alta em Salvador
Foto: Reprodução / TV Bahia
Tendo assumido a Secretaria de Sustentabilidade (Secis), logo no início de abril, Ivan Euller pretende, durante sua gestão, focar na atuação do melhoramento da drenagem da Cidade Baixa, em Salvador, região duramente afetada por alagamentos e inundações nos períodos chuvosos e de maré alta na capital baiana. O então subsecretário assumiu a pasta após a saída da vereadora licenciada Marcelle Moraes (União) que deve disputar, novamente, uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador (CMS). 

axe

A casa de encantos e do axé: documentário sobre o Estúdio WR busca recursos para ser lançado
Foto: Site Estúdio WR

A teoria do Big Bang, uma das mais aceitas cientificamente para comprovar o início de tudo, pode ser utilizada como sinônimo para justificar o início de outras coisas, para além da criação do universo atual. 

 

Em uma analogia à explosão que há cerca de 15 bilhões de anos deu origem ao que somos hoje, para se ter o que conhecemos hoje como ‘Axé Music’, foi necessária uma explosão em algum lugar da Terra, sendo a terra em questão, Salvador, mais especificamente o endereço da “casa do axé”, os estúdios do administrador e advogado Wesley Rangel (1950-2016), o Estúdio WR, criado em 1975, que foi berço do movimento revolucionário na música baiana.

 

E é a história deste local e de quem fez ele acontecer que o editor de áudio Nuno Penna e a jornalista Maira Cristina querem contar no documentário “Alegria da Cidade”, que vem sendo produzido com recursos próprios há mais de 10 anos, na esperança de fazer a fantasia, tão cantada por diversos intérpretes da música baiana em ‘Baianidade Nagô’, ser eterna. 

 

“Eu tive a ideia de filmar, começar, na verdade, a registrar as pessoas mais velhas que fizeram parte da história da WR, porque eu sabia que eles estavam começando a ficar mais velhos e a gente ia perder um pouco a capacidade de, através deles, entender essa história. Na época, Rangel já estava diagnosticado com câncer, e eu comecei primeiro sem um roteiro, sem uma ideia definida de um documentário, pensei mesmo em começar a entrevistar as pessoas para ter esse registro”, conta Nuno. 

 

Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade 

 

A ideia surge, além de um desejo de marcar a história de um dos espaços mais importantes da música baiana, como uma forma de eternizar as próprias memórias de Nuno, que iniciou a carreira como editor de áudio nos estúdios de Rangel, com uma chance dada pelo produtor musical. 

 

“Foi o meu primeiro trabalho e quando eu entrei, que vi aquela história eu fiquei fascinado. Eu entrei lá em meados de 98. Fiz a entrevista no dia do aniversário de Rangel, ele me deu uma carona até em casa e a gente foi conversando sobre a proposta de estágio. A WR me formou na prática, como grande parte dos operadores que trabalharam lá. A maioria da mão de obra era formada na prática, né? Eu não tinha conhecimento, mas tinha muita vontade.”

 

Ao lado de Maira Cristina, Nuno conta, através de depoimentos, imagens de arquivo e músicas que marcaram época, a história das mãos, vozes e cabeças pensantes responsáveis por grandes momentos da música baiana, como um dos discos mais importantes de Lazzo Matumbi, autor da canção que dá título ao documentário. 

 

Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade 

 

“Nuno me ligou em busca de uma pessoa para ser assessora de imprensa desse projeto, e como eu sou muito amiga, eu disse ‘Não quero ser assessora, quero fazer o roteiro’. Eu já conhecia a história, o estúdio e entendia um pouco também essa importância WR pra sonoridade da Bahia. Fora que uma coisa que eu achei muito forte no projeto foi essa ideia de falar no estúdio e de quem estava lá desde o começo”, conta a jornalista. 

 

Para isso, a dupla foi atrás dos bastidores da canção, entre eles Nilton César Lacerda dos Santos, o baterista Cezinha, que tem papel importante em grandes álbuns da música baiana.

 

“A gente quis ouvir os músicos envolvidos nessas gravações. No documentário a gente tem um cuidado com essa coisa do técnico. Ouvimos os artistas, é claro, mas buscamos ouvir os músicos, os coristas, guitarristas, percussionistas, baixistas. Queremos a voz dessa galera que não está na frente, na capa do disco, mas que está ali nos créditos. Cesinha, que era baterista de Luiz Caldas na época do Acordes Verdes e que hoje toca com todo mundo, ele tem uma memória tão rica e entende tanto do axé, do negócio da criação como qualquer artista, entendeu? Mas de repente esse cara nunca foi ouvido.”

 

 

Em uma caminhada independente, Nuno e Maira conseguiram reunir depoimentos de figuras importantes para a “casa do axé” e de tantos outros ritmos para os quais Rangel abriu as portas ao longo dos anos, como reggae de Edson Gomes, o samba de Roberto Mendes, o forró de Zelito Miranda, o rock da Camisa de Vênus, mas brigam para fazer com que essa história consiga ser ouvida ao redor da Bahia e do Brasil.

 

“É muito cansativo você ter um documentário, que fala sobre, talvez, a maior revolução musical brasileira desde a Bossa Nova, e não ter tanto apoio. Isso, no sentido de que a música que nasceu aqui quebrou padrões muito consolidados, seja na forma, na técnica, seja no conteúdo. A Bahia se orgulha muito do 2 de julho, da independência, mas a independência musical para a Bahia só veio a partir de 85, foi quando a WR grava e consegue estourar no Brasil todo, tocar nas rádios um disco gravado e mixado aqui. Antes disso, qualquer artista que tivesse a pretensão de fazer qualquer tipo de música, seja rock, seja MPB, bossa nova, samba, ele não teria espaço na Bahia, seja para gravar, seja para depois de gravar conseguir com que essa música entrasse nas rádios. Porque havia toda uma estrutura pronta que estava no Rio-São Paulo. A WR foi o primeiro estúdio, fora do eixo Rio-São Paulo, a produzir música em escala e fazer sucesso a ponto de vender mais que artistas do eixo. Como é que essa revolução, que aconteceu aqui, não atrai pessoas que detém o poder de financiar essa história?”

 

Foto: Site Estúdio WR

 

Desde que o documentário começou a ser produzido, em 2013, até os dias atuais, Nuno conta que inscreveu o projeto em todos os editais do município, estado e federal, no entanto, não conseguiu ser contemplado. 

 

“Hoje, a gente está partindo para um momento que é bater na porta das empresas para tentar algum financiamento, um patrocínio em troca de divulgação da marca. O nosso perfil foi criado justamente para que a gente consiga demonstrar de forma natural e orgânica a força que essa história tem, mostrar que esse filme tem uma força e que a gente vai conseguir ter uma visibilidade boa para alguma marca.”

 

O valor arrecadado será direcionado para o aprimoramento do material, para o pagamento das questões com direitos autorais e para a produção de um evento de lançamento para o projeto.

 

“Na montagem do filme. A gente usou algo em torno de 13 fonogramas, que são as músicas que já foram gravadas. A única regravação que a gente fez foi ‘Alegria da Cidade’, que dá título ao filme, mas o resto é basicamente fonograma. E a gente precisa pagar o direito para poder veicular e poder exibir o filme. Enquanto a gente não tiver esse dinheiro, o filme vai estar no HD aqui no estúdio. Fora que nós queremos fazer um lançamento digno desse material, convidar quem participou da produção, quem fez parte da história.”

 

Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade 

 

Uma das boas notícias envolvendo o documentário ‘Alegria da Cidade’ é que em 2024 ele foi selecionado para um importante festival de cinema brasileiro, e a história começa a deixar o HD para ganhar as telas. 

 

“Através desse perfil nas redes sociais estão chegando pessoas que estão ajudando, e colocando um pouco de energia nisso. A gente já conseguiu ser selecionado para um Festival importantíssimo. O nosso filme tem força, a história tem força para sair do papel e ganhar o Brasil, porque ele não interessa só a Bahia. A música baiana tem força no mundo todo e eu acho que essa história representa muito bem a nossa cultura.”

 

 

Com cerca de 90% do documentário já pronto, Nuno e Maira citam algumas figuras que ainda faltam ser entrevistadas para o documentário, mas pontua que a demora no lançamento se dá mesmo pela falta de verba de patrocinadores interessados em contar a história de uma das partes mais importantes da música baiana nas telonas. 

 

“A gente não teve data, não teve tempo para entrevistar, por exemplo, uma mulher que conseguiu emplacar na música, quase igual a Luiz Caldas, e que era uma pessoa queridíssima do Chacrinha, que é a Sarajane, por exemplo. Ela explodiu junto com Axé, junto com o Luiz e que estava desde do comecinho da WR. Ela, que levou Cezinha para lá. Tem Margareth também, que é uma outra grande potência da nossa música e estourou mundialmente antes de todo mundo. Então, se conseguirmos eles a história fica ainda mais completa.”

 

Foto: Spotify/ Amazon/ iTunes

 

A história se fez ali, desde a gravação de grandes discos da música baiana que renderam ao Estúdio WR uma comparação à lendária Motown, aos desafios de registrar pela primeira vez a percussão baiana com uma técnica inovadora que permitisse transmitir com qualidade o som dos tambores, dos agogôs, dos atabaques e dos timbaus, ao incentivo para criação de projetos que mudariam o curso da cultura local, como a Timbalada.

 

“A WR era um lugar que reunia pessoas para se fazer música. Ali foi o maior ponto de encontro musical que a gente já teve, mas isso foi uma época aqui em Salvador. Você tinha um lugar aglutinador, e isso possibilitou a criação de música. Era um lugar que unia todos os gêneros, o povo do axé com o povo do rock. Mais do que um estúdio, a WR era um lugar que centralizava os artistas, as pessoas ligavam para lá para pedir o contato de outros músicos, ou chegava lá para encontrar alguém e produzir. O estúdio ainda existe, a parte física, mas o que a gente tinha antes dificilmente volta a acontecer. Acho que era muito de Rangel, ele era muito assertivo nisso e mudou a história da música com esse projeto.”

 

 

O endereço segue o mesmo, Rua Maestro Carlos Lacerda, na Avenida Anita Garibaldi, e é possível que se encontre alguns dos antigos rostos que por ali circularam e marcaram a história iniciada por Rangel, mas algo como foi a WR quando ela surgiu, dificilmente será encontrado em algum lugar, e por isso a importância de deixar a história marcada.

 

“O formato de se gravar música mudou muito com o tempo, e no documentário a gente traz um pouco disso, a derrocada da WR. O modelo de negócio para uma WR, como a gente teve na década de 80 e 90, eu não consigo ver até porque é outra coisa hoje. As músicas são outras, não tem a ver com a qualidade da música, não é questão de conteúdo, é a forma de se fazer.”

 

FICHA TÉCNICA DO DOCUMENTÁRIO ALEGRIA DA CIDADE
Produção Executiva: Nuno Penna 
Dirigido por: Maira Cristina e Nuno Penna 
Roteiro: Maira Cristina 
Direção de Fotografia: Jásio Velásquez 
Produção: Val Benvindo e Igor Penna 
Montagem: Igor Caiê Amaral, Álvaro Ribeiro e Nuno Penna 
Colorista: David Júnior Mixagem: Nuno Penna

VÍDEO: Cantora de forró bebe demais e é expulsa do palco por Claudia Leitte
Foto: Reprodução/Lucas Pasin

A ex-participante do reality “A Fazenda” e atual vocalista da banda Cavaleiros do Forró, Kally Fonseca, viralizou mais uma vez nas redes sociais nesta quinta-feira (11), após ter o registro de uma participação no show de Claudia Leitte publicado pelo jornalista Lucas Pasin.

 

Visivelmente embriagada, Kally foi retirada do palco por ter se recusado a descer para que o show tivesse continuidade, durante a Festa do Gelo, em João Pessoa, na Paraíba. Claudia percebeu que a situação não seria contornada e retirou a cantora pelo braço, pedindo para que as pessoas a conduzissem para que ela não caísse e prometendo que a convidaria para cantar novamente durante o show, o que não aconteceu.

 

 

“Eu vou fazer um repertório, e quando chegar nessa música, eu te chamo de novo. Vá!”, pediu Claudia Leitte. “De novo?”, questionou Kally um pouco alterada. “Tu não quer mais cantar comigo não, é? Vai ficar mais bêbada? Já tá no ponto… Venha”, respondeu a cantora levantando a ex-Fazenda para descer do palco.

 

A cantora de forró já viralizou outras vezes nas redes sociais por este motivo, durante o reality “A Fazenda”, que foi ao ar em 2023 pela Record, ela protagonizou diversos momentos polêmicos e divertidos durante dinâmicas, festas e discussões dentro da casa.

Ara Ketu agita primeiro dia da Virada Cultural de São Paulo : ‘Ficou na história’
Cantor Dan Mirada - Ara Ketu | Fotos: Fred Pontes/Divulgação

A banda Ara Ketu, liderada pelo cantor Dan Mirada, agitou a Virada Cultural de São Paulo, na noite deste sábado (27). O show da banda baiana, que aconteceu na Arena Capela do Socorro, chegou a atingir a capacidade máxima do espaço. 

 

O grupo que completou 43 anos de história neste ano, apresentou no repertorio do show, sucessos que marcaram a música baiana. t “Mal Acostumado”, “ Pipoca”, foram alguns dos hits embalados pela banda. 


 

“Foi uma noite inesquecível. A sintonia entre o público e a banda vai ser algo que eu nunca vou esquecer. Eles já estavam na frente do palco esperando o show, cantaram todas e a gente sentiu muito carinho. Ficou na história”, disse Dan Miranda, que completa 5 anos no Ara Ketu em junho deste ano.

 

Além do Ara Ketu, nomes como Sandra de Sá, Mike Love, Karol Conká e Xanddy se apresentaram na mesma praça.

Saulo comemora volta ao trio elétrico: 'Música da Bahia tem o antídoto que precisamos'
Foto: Emily Bomfim / Bahia Notícias

O cantor Saulo Fernandes comemorou, nesta quinta-feira (21), o retorno aos trios elétricos na Bahia. Atração desta noite no Carnasal, folia indoor realizada no espaço de festas do Wet’n Wild em Salvador, o artista demonstrou nervosismo e ansiedade por voltar a fazer carnaval, mesmo que fora de época.

Foto: @mateusross

 

“Está se aproximando o horário, eu vou me sentindo como se fosse a primeira vez. Emocionado, nervoso, como se eu não soubesse saber isso. Eu já não faço isso há muito tempo. Vai ser um dia incrível. A gente está voltando para um lugar em que a gente já foi muito feliz”, afirmou Saulo, em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Saulo aproveitou para exaltar a música da Bahia. Segundo ele, a tradicional percussão do estado, uma herança dos povos africanos que compõem a origem da população baiana, tem uma espécie de “antídoto” depois de dois anos de pandemia.

 

“Que bom que a gente está se encontrando hoje. A gente precisa dessa alegria. A música da Bahia tem o antídoto que a gente precisa no momento, de esperança, de luz, de força. A percussão da Bahia tem a maestria de fazer isso. Hoje é um dia maravilhoso”, comemorou o cantor.

 

Além de Saulo, também se apresentam na noite nesta quinta-feira no Wet’n Wild outras estrelas da música baiana, como Carlinhos Brown, Jau e Lincoln. As bandas Parangolé e Babado Novo completam a programação do dia.

 

Na sexta-feira (22), será a vez de Leo Santana, Durval Lelys, Timbalada, Rafa e Pipo, Tuca Fernandes e Filhos de Jorge animarem os foliões do Carnasal. Já no sábado (23), Bell Marques, Banda Eva, Psirico, Alexandre Peixe e Olodum encerrarão os dias de festa no Wet.

Marcia Castro lança single 'Ver a Maravilha' e anuncia novo álbum; veja clipe
Foto: Divulgação

A cantora baiana Marcia Castro lançou nas plataformas digitais, nesta quinta-feira (16), o single “Ver a Maravilha”. A música veio acompanhada ainda de um videoclipe, com roteiro e direção de Juh Almeida. 

 

De autoria do conterrâneo Teago Oliveira, líder da banda Maglore, a canção foi composta especialmente para a voz da artista. A produção musical de "Ver a Maravilha", assim como a de todo o álbum “Axé”, é feita a quatro mãos por Letieres Leite e Lucas Santtana. A direção artística é assinada por Marcus Preto.

 

A ficha técnica dessa faixa tem ainda André Lima nos teclados, Rafa Moraes nas guitarras, Bruno Marques no MPC e synth bass e Hudson, Ricardo Braga e Tiaguinho na percussão. O arranjo de sopros escrito por Letieres Leite é executado por João Teoria e Guiga Scott nos trompetes, Paulinho Andrade no sax alto, André Becker no sax tenor e Gilmar Chaves no trombone.

 

A lista de compositores das canções do disco “Axé” inclui nomes como Carlinhos Brown, Russo Passapusso (BaianaSystem), Emicida e Nando Reis, além da própria Marcia Castro.
 

 

Veja o clipe:

Inspirado no Axé e discursos marginais, baiano lança livro para custear doutorado em Lisboa
Foto: Tamires Maia / Divulgação

Nascido em Alagoinhas, no Agreste baiano, Adrião Filho (30) é formado em Direito, tem mestrado em Ciências Sociais, mas encontrou na poesia que lhe acompanha desde a infância a possibilidade de viabilizar o doutorado em Lisboa, Portugal.

 

Inspirado pela paisagem rural e o gosto pelas letras herdado do avô, o advogado e poeta lançou recentemente seu primeiro livro, “Redemoinho”, cuja renda será revertida para custear sua segunda incursão acadêmica na Europa. A primeira delas foi entre 2015 e 2018, quando, no intuito de se debruçar na pesquisa sobre estado de bem estar social, estudou o programa Bolsa Família em mestrado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, na França. 

 

Para concretizar aquela empreitada, ele reuniu as economias de mais de cinco anos de trabalho na Federação dos Comerciários, onde passou pelo cargo de assistente de administração, até conseguir uma vaga no setor jurídico, área de sua formação. 

 

Durante a experiência internacional, Adrião tinha sede de conhecimento e aproveitou todas as possibilidades, dentro e fora da Universidade. “Através do Mestrado eu pude descobrir que o Bolsa Família, querendo ou não, é um programa de viés neliberal de transferência de dinheiro, de nascimento, digamos assim, de direita, mas abraçado pela esquerda. E nesse meio de campo conturbado e não muito dado à reflexão, nós temos a direita chamando um programa cunhado nas escolas desta direita de comunista e esquerdista, e temos as esquerdas vendo o programa como seu, salvador das terras e dos céus”, explica o baiano, que a partir dos estudos visualizou com mais clareza a complexidade do cenário no Brasil. 

 


Adrião em um dos intervalos do Mestrado, enquantro trabalhava de babá cuidando dos irmãos Isaure e de Basile (o fotógrafo), que brincam em um parque em Paris | Foto: Arquivo Pessoal

 

 

Na França, quando aliava a pesquisa a serviços como babá e garçom, ele também despertou uma maior consciência de classe e a respeito dos direitos trabalhistas, já que o país é pioneiro na luta pela humanização das relações laborais. “Enquanto estudante de direito, atuei muito na área trabalhista. Foi interessante ver o cenário da legislação na França. Coisas simples mostraram como o zelo pelo cidadão traz uma resposta à saúde pública futura”, conta Adrião, lembrando um episódio no qual colegas mulheres da época em que servia mesas em uma creperia de Paris não podiam carregar insumos pesados, pois estudos indicavam que aquele tipo de atividade era agravante para a incidência de câncer no colo do útero.

 

Já ambientado, ao concluir os estudos, o pesquisador, advogado e poeta poderia seguir no país, após ser aprovado em um doutorado com um sociólogo especialista em pobreza. A realidade no Brasil, entretanto, abortou o projeto. Era outubro de 2018 quando ele resolveu “deixar o discurso” e partir para o concreto, retornando à terra natal para votar no segundo turno das eleições presidenciais. “Era uma questão de humanidade”, lembra. “Decidi voltar para o Brasil, não me arrependo, mas sigo chocado com o quão desumano, vil, perverso e pervertido o ser humano pode ser ao tratar temas tão sensíveis e importantes, como se fosse futebol”, avalia, em crítica frontal à polarização protagonizada pelos chamados “petralhas” e “bolsominions”.

 

De volta à casa, Adrião trabalhou por seis meses no escritório de advocacia do pai, chegou a pensar em enveredar na política como vereador, mas entendeu que a dureza da disputa eleitoral e a burocracia do ofício de operador das leis não lhe despertavam a mesma paixão que as artes. Em 2019 ele resolveu se mudar para São Paulo e viver com a namorada da época. Durante um ano, o baiano deu aulas de francês, até fez algumas petições para complementar a renda, mas se dedicou de corpo e alma às letras.

 


Adrião com o avô e o irmão recém-nascido, no avarandado da casa dos avós, próximo a Rafael Jambeiro, nos Dez Réis, onde ele escutava histórias passadas de geração a geração | Foto: Arquivo Pessoal

 

Foi naquele período, fruto das andanças pela capital paulista que nasceu o livro “Redemoinho”. O despertar surgiu pelas ruas do bairro de Santa Cecília, quando um taxista gritou para um morador de rua: “vá trabalhar, vagabundo!”. “O mendigo era conhecido na região, trabalhava com coleta seletiva. Aí ele deu risada, olhou para o taxista e falou assim: ‘rapaz, eu tenho endereço fixo, não devo ao banco não, eu sou livre, vá trabalhar você, vagabundo!’. Eu achei genial, o taxista deu risada, buzinou pra ele e seguiu”, conta o poeta. “E aí, eu falei: gente, tá aí! Tudo é uma questão de afeto, de acolhimento”, conclui o artista de discurso acelerado, revelando que vez por outra é incompreendido pelos amigos, mas diz ser bem interpretado pelos “ditos mendigos e os doidões”, que nunca lhe pediram que repetisse suas falas. “No final, o que importa é estar abraçado, é o diálogo estar fluindo alí”, conclui. 

 

O grande fio condutor da história, então, virou aquele morador de rua. “Ele me permite falar sobre os atores sociais marginalizados, falar dos discursos marginais, que falam de verdades da sociedade, me possibilita ser o observador, porque tudo passa por ele na rua. Ele me possibilita costurar a ideia de afeto e acolhimento. E aí eu falei: ‘temos aí um personagem’”, detalha Adrião Filho. 

 

Além da inspiração concreta das ruas, as tradições ancestrais também deram tom ao projeto. “Redemoinho foi girando, os orixás foram permitindo com muito axé, porque eles costuram todo esse novelo de redemoinhos que giram e giram. Escutando o ‘Obatalá - Uma Homenagem a Mãe Carmen’, encabeçado por Gil, eu pensei: é isso. Ela [Mãe Carmen] fala que terreiro é um espaço de acolhimento, um espaço de afeto, fala que não há hierarquia como lá fora, mas o respeito que forma hierarquia. Aqui todo mundo é pai, é irmão, irmã, filhos e filhas. E aí eu falei: é isso que é basicamente a mensagem de ‘Redemoinho’: acolhimento e afeto”, explica.

 

Paralelo à obra literária, a ideia de seguir os estudos nunca morreu para o baiano, que por indicação de um amigo residente em Portugal, viu as portas se abrirem para o doutorado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Desta vez, a pesquisa é na área de Gestão de Patrimônio Imaterial, com o tema “Terreiros de Candomblé - Potências Socioeconômicas“, que casa com o livro e toda sua trajetória, tanto acadêmica quanto pessoal. 

 

“Eu vi a oportunidade e pensei que estava diante de um tema que é muito importante. Porque eu sempre falei isso: os marginais, via de regra, são os explorados. A gente pega a mulher, que sofre feminicídio, machismo, e a sociedade global vai da economia doméstica e faz trilhão no mundo e não é paga; você bota o Brasil, a sociedade foi construída pelos pretos, que são os marginais; os índios; os homossexuais que são abusados em toda estrutura. Estruturalmente você vai ver que os marginais são abusados, explorados, oprimidos e expropriados da possibilidade do ser”, conta Adrião, que a partir desta análise entendeu que os orixás “costuram todas as narrativas”, desde o livro até o doutorado. “O que é o terreiro na Bahia e em Salvador? É uma potência socioeconômica. Por quê? Na pandemia, a cidade de Salvador deixa de receber R$ 1,7 bilhão sem o Carnaval. O Carnaval da Bahia é diferenciado e é essa grande festa por quê? Porque, basicamente, se inspira na festa de terreiro, ou seja, no grande culto chamado festa, que é o grande presente que nos foi dado por Olodumare”, concluiu o poeta, destacando a contribuição social e econômica das religiões de matriz africanas, ainda que elas sejam marginalizadas. 

 

“Partindo do universo que se delimita e se expande dentro dos Terreiros de Candomblé, temos a pretensão de trabalhar com uma tese que gire em torno ‘Dos ganhos socioeconômicos que se advêm da implementação de políticas públicas de proteção ao patrimônio imaterial (fazendo uma imersão no universo da pretitude baiana), articuladas às proposições das convenções internacionais’. Enfim, a correta gestão do patrimônio imaterial tem o poder de preservar, valorizar e ampliar os bens que o compõem”, resume.

Ubunto e Barro unem ritmos da Bahia e de Pernambuco em nova faixa, 'Carne dos Deuses'

O baiano Ubunto e o pernambucano Barro se uniram para um estudo sobre o ijexá e suas influências com a sonoridade pop. Buscaram novas formas de marcar células, novos timbres de bateria eletrônica e encontraram uma mistura interessante de percussões com sintetizadores. O resultado do início dessa pesquisa é o single "Carne dos deuses", que chega nesta quinta-feira (3) às plataformas de música.

 

"Escutamos muita coisa e fomos tentando pensar como dialogar também com o que tem rolado hoje e principalmente sobre como encontrar as pontes entre o que eu venho fazendo e o que Ubunto vem desenvolvendo também", conta Barro. 

 

"É um ijexá moderno muito ligado ao Axé Music do fim dos anos 80, início dos 90. Vem também com esse gosto de verão que Pernambuco trazia nos anos 90 e para além da timbragem solar tem uma proposta de letra bastante amorosa e hedonista", acrescenta Ubunto.

 

Para Barro, os dois artistas têm um interesse recíproco sobre Bahia e Pernambuco. "De aprender mais nessa troca sobre como podemos crescer com as experiências das nossas cenas, pensando as conexões e a potência desses dois estados que compõem duas matrizes fundamentais para se pensar o Brasil", acredita.

 

As referências mais próximas, segundo a dupla, são grupos baianos como o Oludum e a Banda Mel, mas também pernambucanos a exemplo da Banda Versão Brasileira e da Banda Pinguim.

 

Culinária Musical reúne Tonho Matéria e convidados para homenagem ao Carnaval
Foto: Reprodução / A Tarde

O projeto Culinária Musical fará uma homenagem ao Carnaval de Salvador e à axé music neste domingo (9), a partir das 12, na Casa do Benin, no Pelourinho. Essa é a edição de 59 e terá como atrações o cantor Tonho Matéria e participações de Lucas Di Fiori (Olodum) e Marquinhos Marques (ex-Olodum). O cardápio terá pratos preparados pelo afrochef Jorge Washington. A tradicional Maxixada de Carne Seca e a conhecida Feijoada do Jorge serão os pratos feitos na ocasião. 

 

O evento também terá o desfile da grife Afrolook, criada por Ângela Duarte em 2018 com a proposta de vestir pessoas com identidade africana, divulgar a cultura afro brasileira e as religiões de de mesma matriz por meio da moda.

 

O acesso ao Culinária Musical custa R$ 20. Já o prato custa R$ 30 e R$ 15 (meia porção). Além da música e culinária, o público também vai ter acesso ao acervo afro-brasileiro da Casa do Benin, que promove em suas peças a relação entre a Bahia e o país da África Ocidental.

 

SERVIÇO
O QUÊ: 59ª edição do projeto Culinária Musical
QUANDO: 9 de fevereiro (domingo)
ONDE: Casa do Benin - Pelourinho
VALOR: R$ 20 (o acesso) e R$ 15 (prato)

Irmã de Silva 'vaza' trecho de música do cantor com Ivete Sangalo
Foto: Reprodução / Youtube

A irmã do cantor capixaba Silva, Lucilia Silva, publicou em sua conta no Instagram uma prévia do que seria a nova parceria do artista com a baiana Ivete Sangalo, nomeada como "Pra vida inteira" . O lançamento da canção estaria marcado para a próxima sexta-feira (10).

 

O registro de Lucilia não passou desapercebido por fãs de "Veveta". Uma página de fãs republicou um trecho do vídeo.

 

Dentre os trechos audíveis da música estão frases como "vou te beijar" e "vem comigo para além do suor do tambor". A melodia é embalada por arranjos típicos da axé music e o clipe deve ter imagens gravadas no Centro Histórico de Salvador (veja aqui).

 

Veja o registro: 

'O axé acabou', declara fundador da banda Eva em coletiva de 'Dija – Um Musical Inusitado'
Foto: Bahia Notícias / Lucas Arraz

Os músicos Jonga Cunha, Gilmelândia, Ramon Cruz e Dinho Barral se reuniram na tarde desta quinta-feira (31) para o lançamento de "Dija – Um Musical Inusitado", show que irá homenagear os 40 anos de carreira de Djavan (leia aqui). Na ocasião, os músicos aproveitaram para comentar um pouco da carreira e da expectativa para o Carnaval do próximo ano. "Eu acho que o axé acabou", declarou o músico Jonga Cunha sobre o futuro do estilo. "Quando eu falo que o axé music acabou não é uma coisa ruim. É como falar que a Tropicália acabou. O movimento do axé passou. Hoje temos uma música baiana pop percursiva pós-axé que é mais plural", completou Jonga. O percursionista, que estreia no dia 14 de setembro ao lado de Gilmelândia, Ramon Cruz e Dinho Barral em "Dija", também questionou o título dado a Luiz Caldas como pai do estilo tipicamente baiano. "O Luiz não tem autoridade para dizer que é o pai do axé. Antes do disco dele tinha gente fazendo músicas do estilo", declarou. Já para Gilmelândia, o movimento estaria em decadência por razões políticas: "O axé deixa as pessoas felizes. Hoje, politicamente, ninguém está interessado nisso. Quanto mais o povo está triste e com autoestima baixa, melhor". "Nossa música só tinha positividade", lembra a cantora.

‘Na verdade, o axé não existe enquanto gênero’, diz Roberto Barreto do BaianaSystem
Foto: Júlia Belas / Bahia Notícias

Roberto Barreto, guitarrista do BaianaSystem - uma das atrações do Rock in Rio 2017 -, falou sobre a rotulação da música produzida na Bahia, em entrevista ao G1, publicada nesta segunda-feira (7). Perguntado sobre o fato de no Sudeste a banda ser enquadrada como de axé, ele disse que o rótulo “não incomoda porque, na verdade, o axé não existe enquanto gênero”. O músico argumentou ainda que o público daquela região acaba enquadrando tudo como uma mesma coisa e deu alguns exemplos de seu ponto de vista. “Olodum é completamente diferente de Ivete. O que existe é um mercado de axé, que funciona diferente do mercado que a gente surgiu. Quando fazem essa referência ao novo axé, talvez seja por causa de elementos que usamos - das festas de largo, o entendimento do sound system como uma coisa popular, percussão, guitarra, samba… Lógico que tem elementos do que as pessoas conhecem como axé”, explica Beto Barreto. “Quando a gente tira esse peso, não se incomoda. A Bahia hoje está justamente numa fase de superar esse estigma do axé que ficou, muitas vezes como uma coisa pejorativa”, afirma, acrescentando que ainda nos dias de hoje a música baiana segue estigmatizada. “O mercado acabou ditando muito como as coisas aconteceram. Salvador sempre teve uma produção incrível e nunca parou de ter. Mas estamos em um período em que a música passa por uma transformação. O que chega às pessoas não é necessariamente o que vem da grande mídia. Elas conseguem conhecer o que está acontecendo no Pará, em Goiânia, Recife, Salvador… Com essa dimensão, dá para fugir um pouco dessa centralização”, disse o guitarrista do BaianaSystem.

Cinema oferece sessões gratuitas em Salvador

Cinema oferece sessões gratuitas em Salvador
Foto: Divulgação
Na próxima segunda-feira (6), o Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha terá sessões gratuitas. A promoção inclui “Moonlight – Sob a luz do luar”, filme vencedor do último Oscar e “Axé: Canto do Povo de Um Lugar”. Para participar é preciso reservar os ingressos através do site (veja aqui). A solicitação pode ser feita a partir desta sexta-feira (3). Cada pessoa pode adquirir até dois bilhetes. No momento da retirada é necessário apresentar o voucher, impresso ou no celular, na bilheteria do cinema, uma hora antes da sessão escolhida. Além do espaço localizado na Praça Castro Alves, o evento vai acontecer no Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo. Outros filmes disponíveis são: “Logan”, “Aliados”, “Manchester à Beira-Mar” e “Waiting for B”.
‘Domingo no TCA’ exibirá ‘Axé: Canto do Povo de um Lugar’ em 19 de fevereiro
Foto: Divulgação
O documentário “Axé: Canto do Povo de um Lugar”, com roteiro e direção de Chico Kertész, será exibido no dia 19 de fevereiro (domingo), às 11h, na Sala Principal do Teatro Castro Alves, com ingressos a preços populares através do projeto “Domingo no TCA”. Em cartaz desde 19 de janeiro, ofilme promove um resgate histórico do Axé Music, gênero musical que explodiu na Bahia a partir da década de 1980 com bandas, cantores e compositores locais produzindo canções voltadas para o Carnaval de Salvador.  Para abordar o assunto, Kertész entrevista nomes como Ivete Sangalo, Caetano Veloso, Daniela Mercury, Netinho, Saulo, Bell Marques, Cláudia Leitte, Luiz Caldas, Sarajane, Ricardo Chaves, Xandy e outros (relembre nossa crítica do filme). Os ingressos variam de R$ 1 (inteira) à R$ 0,50 (meia), e só poderão ser no dia da exibição, a partir das 9h, com acesso imediato do público a sessão.

Serviço
O QUÊ: Domingo no TCA apresenta “Axé: Canto do Povo de um Lugar”
QUANDO: Domingo, 19 de fevereiro, às 11h
ONDE: Teatro Castro Alves - Campo Grande
VALOR: R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia)
Caetano diz que funk carioca, sertanejo e 'restos da axé’ são nova Tropicália
Foto: Divulgação
Sempre polêmico, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso afirmou que "o funk carioca, o sertanejo universitário e os restos da axé music" seriam a nova Tropicália. O comentário se deu em entrevista concedida à BBC, para o documentário “Tropicália – Revolution in Sound”, que foi ao ar pela BBC Radio 4 e pelo Serviço Mundial da BBC, nesta quarta-feira (4). "Ontem fui ver um show da Anitta. Ela é muito boa, muito afinada", disse o músico, acrescentando que "o funk no Brasil hoje é uma coisa totalmente brasileira. E as letras, que às vezes são muito obscenas, ou ligadas ao narcotráfico e à bandidagem, ficaram cada vez mais criativas. Os efeitos sonoros também". 
Marcela Martinez lança EP com músicas autorais nesta quinta, em Salvador
Foto: Lay/ Divulgação
A cantora baiana Marcela Martinez lança, nesta quinta-feira (28), o seu primeiro EP autoral com quatro canções, batizado de “Sem Censura”. Com participações dos cantores Marcos Clemente e Bruna Barreto, o show será realizado no Portela Café, a partir das 22h, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A abertura fica por conta do DJ Roger N Roll.
 
“Considero uma liberdade da criação musical. Não tem classificação, não tem gênero. Vale o que vier. É um disco que conta com a direção do baixista Fernando Nunes que já tocou com Cassia Eller e toca com Zeca Baleiro. E arranjos de corda do maestro Luciano Calazans. As quatro músicas são de minha autoria. Apenas uma é em parceria com meu amigo Cajá. O meu EP é conceito de liberdade musical”, disse a cantora, em entrevista ao Bahia Notícias.
 
Multi-instrumentista, Marcela toca violão, guitarra e bateria. Ela despontou no cenário musical no ano de 2011 com a música de sua autoria “Meu Coração é Todo Seu”. Na época, a cantora trilhava pelo axé music. “Me afastei do Axé tem uns três ou quatro anos e entrei nas minhas raízes e compondo. Me encontrei musicalmente. Pode se dizer que o meu estilo é Pop Rock, mas você vai poder escutar uma orquestra por trás no meu EP. Uma música de amor. Um lado rock'n'roll e outro romântico. A gente brinca com os dois lados”, destacou.
 
Além das canções autorais, o repertório do show também possui clássicos do rock e da música popular brasileira. “Faço um trabalho com releituras do Barão, Cássia Eller... Tem muita coisa boa no show”, finalizou. Os ingressos para o lançamento são vendidos a R$ 20 reais no site Sympla (confira aqui) e R$ 30 reais no local do show.

 
Marcela Martinez lança EP "Sem Censura"
Abertura:
Dj Roger N Roll
Participação especial: Bruna Barretto e Marcos Clemente
Data: 28/01, quinta-feira
Local: Portela Café, Rio Vermelho
Horário: 22h
Ingressos: R$ 20 na internet; R$ 30 no local do show
Axé perde para MPB e gospel na preferência do público em Salvador, revela pesquisa
Foto: Divulgação
De acordo com uma pesquisa inédita que será apresentada nesta quinta-feira (19), durante o Seminário Hábitos Culturais em Salvador, a partir das 13h, no teatro do Sesc/Senac, o público soteropolitano prefere MPB e gospel a axé. O levantamento, com base nos critérios de representatividade do IBGE, foi conduzido pelo Datafolha e coordenado pela consultoria JLeiva Cultura & Esporte, e contou com mais de 80 perguntas a 601 moradores da capital baiana – abrangendo temas como frequência ao cinema, ao teatro, a museus, shows, bibliotecas e concertos, consumo de tecnologia e uso do tempo livre. Os resultados mostram, por exemplo, que MPB é o estilo musical predileto na cidade: 36% o mencionam, acima de gospel (23%), pagode (20%), samba (17%), axé (15%), romântica (15%), forró (13%), sertanejo (13%) e rock (12%). A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para cima e para baixo.
 
Serviço
O QUÊ: Seminário Hábitos Culturais em Salvador
QUANDO: Quinta-feira, 19 de novembro, das 13h às 17h30
ONDE: Teatro Sesc Casa do Comércio
QUANTO: Grátis / Inscrições no link http://www.jleiva.com.br/cultura-salvador-form 
Sem glamour, primeira edição de prêmio de música contemporânea celebra compositores
Nathan Ourives e Patrick Andrews | Foto: Ailma Teixeira/ Bahia Notícias
“Um prêmio chama mais atenção e é uma oportunidade ótima para mostrar que a Bahia produz música tão diversa que muita gente nem imagina”, foi assim que o maestro da Camará, Paulo Rios, definiu a importância do I Prêmio de Música Contemporânea da Bahia, realizado na noite desta terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Rios esteve à frente do Conjunto de Câmaras da Ufba que apresentou ao público cinco das dez obras premiadas nesta primeira edição.

Sem glamour, pompas nem grande público, o clima na premiação era de pura apreciação das obras. O mestrando em composição, Tharcísio Vaz, de 28 anos, aprovou a iniciativa. “A gente é muito carente de ter iniciativas como essa, que é uma parte muito importante do nosso aprendizado como músico, como compositor”, afirma. Vaz, que também dá aulas e compõe para trilhas sonoras, acredita que a premiação abre um espaço para os compositores. “É importante ter nossas peças tocadas, ainda mais num concurso, num prêmio que incentiva a produção. Porque a gente não só tem a oportunidade de escutar o que a gente faz, mas de trazer pessoas pra conhecerem”, explica. Nessa edição, Vaz não conseguiu inscrever nenhuma obra.


Grupo Camará, regido pelo maestro Paulo Rios | Foto: Ailma Teixeira/ Bahia Notícias

O maestro, que voltou a Salvador só para a ocasião, compartilha a opinião do mestrando. “Pra mim, pessoalmente, é uma felicidade absurda porque eu tive toda a minha formação como compositor aqui. Participar de um prêmio de composição é algo maravilhoso, ver as peças dos meus colegas, dos meus amigos sendo bem trabalhadas”, comenta. Rios, hoje, vive no litoral do Piauí.
 
Com competidores e organizadores satisfeitos com a premiação, uma segunda edição do evento seria quase certa, mas é preciso financiamento do governo para se concretizar. “A gente pensou num projeto contínuo, que todo ano acontecesse, que a gente pudesse contemplar outras temáticas para formar público e a gente espera que isso aconteça”, explica Nathan Ourives, um dos organizadores da premiação. Ourives, ao lado de Patrick Andrews, pretende inscrever o projeto em editais públicos. Essa edição, sonhada pelos dois há anos, foi financiada pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia.

Obra de valorização do cabelo afro é grande vencedora do I PMCB
Guilherme Bertissolo e a filha, Aurora | Foto: Ailma Teixeira/ Bahia Notícias
Com o prêmio de R$ 5 mil reais, o gaúcho Guilherme Bertissolo foi o grande vencedor do I Prêmio de Música Contemporânea da Bahia, realizado nesta terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Eu estou adorando o prêmio, foi muito bem organizado, está num nível internacional mesmo”, comenta. Assim como outras obras, a peça de Bertissolo foi inspirada na canção Fricote, de Luiz Caldas, mas com uma diferente conotação. Em "Cabelo (Fricotando)", o compositor fez uma reverência ao cabelo afro e, em especial, ao cabelo da ex-escrava e líder da Revolta dos Malês, Luísa Mahin. O chileno Héctor Garcés ficou com o terceiro lugar e o prêmio de R$ 1,5 mil reais. “Eu queria agradecer porque tem sido uma experiência muito boa e, em breve, nós vamos voltar para o Chile”, agradeceu ao apresentar sua obra. A peça de Garcés, "Pra que!", foi a primeira apresentada pelo Camará, o Conjunto de Câmaras da Ufba.

Já Caio de Azevedo, único finalista baiano, foi premiado com a com a segunda colocação e o prêmio de R$ 3 mil reais. Azevedo também levou pra casa o prêmio, que é na verdade a tarefa, de compor uma obra a ser apresentada pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Com atenção disputada pelos admiradores e amigos, o baiano que percorreu a história da axé music e do axé, enquanto sincretismo religioso, conseguiu contar ao Bahia Notícias como se sentia com os prêmios conquistados. “É uma felicidade grande pra mim de estar com amigos, pessoas que eu gosto participando desse momento”, afirma.



Com a sincrética obra "Oya, Laudamus. O tempo, a Emersão" Azevedo conquistou o segundo lugar | Foto Ailma Teixeira/ Bahia Notícias

Além dos prêmios em dinheiro, os organizadores, Nathan Ourives e Patrick Andrews, e o maestro, Paulo Rios concederam menções honrosas aos músicos Emílio Le Roux, terceiro finalista, e Túlio Augusto, que ficou entre os compositores classificados. “Transformaram esse prêmio não numa competição, mas numa celebração”, define Rios. Na manhã desta quarta-feira (21), o Camará fará a leitura de mais cinco obras para seus compositores, na Faculdade de Música. A sexta obra, do estudante de música André Fidelis, foi a escolhida para ser apresentada ao fim da premiação. “Eu já tinha me contentado e feliz com a etapa de leitura que vai acontecer amanhã, então, fui pego de surpresa com a escolha". Com forte presença da percussão, Fidelis tentou passar o suingue da música baiana a partir da mistura de obras de Luiz Caldas e do maestro Heitor Villa-Lobos. “Eu tentei fazer algo que aproximasse essa maneira do músico popular tocar com o jeito do músico erudito, o que às vezes é difícil de fazer porque são universos aparentemente diferentes”, define.
A fim de aproximar o público da música erudita, I PMCB homenageia a axé music
Nathan Ourives e Patrick Andrews, idealizadores da premiação | Foto: Divulgação
A Reitoria da Universidade Federal da Bahia sedia na próxima terça-feira (20), às 18h, o I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia. Organizada pelos músicos Nathan Ourives e Patrick Andrews, o prêmio vem com a proposta de homenagear os 30 anos da axé music comemorados em 2015 com a temática “Erudito com Axé”. “A gente tentou fazer esse projeto há alguns anos e fomos contemplados em 2014. Aconteceu um atraso na programação cultural e o projeto só ia poder ser realizado em 2015, então veio a calhar a comemoração dos 30 anos da axé music”, afirma Nathan Ourives, 31, doutorando em composição.
 
A complexidade da música erudita esteve diretamente ligada à proposta nada específica de junção com a axé. “A gente percebe a falta de público para a música de concerto, contemporânea, erudita em geral. A gente tentou utilizar esse link com a axé music para aproximar o público”, justifica. Na rigorosa seleção – as médias entre os finalistas vão de 7,67 a 8,18 pontos – avaliou-se grau de criatividade, originalidade, viabilidade de execução em cinco ensaios, maturidade técnica e clareza de escrita. Além, claro, da relação com a axé de livre grau e escolha dos compositores. “Tem sempre um rigor alto e cada compositor tem um gosto, uma visão da partitura diferente, então eles tiveram a possibilidade de criar de acordo com suas preferências”, explica Ourives.
 
Apesar de reverenciar à música baiana, apenas o primeiro finalista do prêmio é do Estado, fator bem visto pelos organizadores. “A gente vê com bons olhos ao perceber que a Bahia ainda atrai muita gente de fora. O peruano caiu aqui por questões pessoais, mas o chileno veio aqui pra estudar, ele procurou um professor daqui. Ele queria estudar na Escola de Música, ela tem uma tradição”. O segundo colocado é gaúcho, enquanto o terceiro e o quarto são peruano e chileno, respectivamente. “A melhor questão é fazer esse intercâmbio cultural”, destaca.
 
Com 14 compositores inscritos, Ourives acredita que a edição de estreia teve boa repercussão. “A gente achou um número muito alto se tratando desse tipo de música porque demos uma instrumentação complexa, porque a formação da Camará é específica”, defende. Dentre as obras habilitadas, 10 foram classificadas para a premiação. Os quatro primeiros finalistas, apresentados em série pelo Bahia Notícias, terão suas obras estreadas pelo Camará, o Conjunto de Câmaras da Ufba, regido pelo maestro Paulo Rios. As obras também serão gravadas e disponibilizadas digital e gratuitamente para todo o público. As outras seis peças classificadas serão lidas em ensaio aberto durante a premiação e uma delas será premiada com a estreia pelo Camará. O público presente ainda poderá votar nos compositores para eleger aquele que receberá a encomenda de uma obra a ser estreada pela Orquestra Sinfônica da Bahia.
 
Com patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), a premiação dará três prêmios em dinheiro, nos valores de 1,5 mil, 3 mil e 5 mil reais. Após a apresentação do Camará, o júri, formado por três músicos, vai definir o prêmio dentre as quatro obras finalistas. O evento será aberto a todo o público, com ingressos distribuídos por ordem de chegada no local. Por parte dos organizadores, outras edições da premiação serão realizadas. “A gente pensa em dar oportunidade aos compositores em início de carreira pra que eles tenham suas composições tocadas”, finaliza.

Com obra sincrética, baiano celebra a axé music no I Prêmio da Música Contemporânea
Caio de Azevedo | Foto: Reprodução / Facebook
“Celebrar a euforia de culturas diferentes”, foi a razão que levou Caio de Azevedo, 22, a participar do I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia. Soteropolitano e mestrando em música pela Universidade Federal da Bahia, Azevedo é o primeiro finalista da competição. “Com essa proposta fantástica de juntar o axé com a música de concerto contemporânea, eu resolvi mergulhar nessa busca pra achar onde é que estaria essa outra música que seria a fusão entre as duas”, complementa. A premiação será realizada na próxima terça-feira (20), às 18h, na Reitoria da Ufba.
 
Único finalista baiano, Azevedo acredita não ter como nascer em Salvador sem se relacionar com a axé music. “Ela está presente a todo tempo. A axé music é mais do que um ritmo musical, acho que ela é uma questão de pertencimento”, define. O compositor, que também é violoncelista e pianista, compôs “Oya, Laudamus: O Tempo, a Emersão”, uma obra que se propõe a percorrer a história do ritmo e da cultura envolta ao axé da Bahia. “Eu faço uma espécie de passeio por todos esses cantores. Gerônimo, Margareth, Ivete... Pra perceber que eles não são indivíduos isolados do axé, eles fazem parte do todo. Eu faço um catado de melodias e jogo tudo num caleidoscópio maluco da mente e esta aí a minha homenagem”, explica. Gerônimo, inclusive, inspirou o pseudônimo de Azevedo: Pseugerônimo, que nasceu a partir de uma brincadeira de amigos, justamente pela obra do finalista não se restringir à axé enquanto música.
 


Para aqueles não íntimos da música erudita, a peça de Azevedo pode muito bem parecer complexa. Segundo o próprio compositor, “ela transborda uma profunda empatia entre a relação e a personificação da axé music”. Azevedo criou um universo em que a cantora – integrante da Camará que interpretará a obra na premiação – será a personificação do ritmo. “Eu faço uma relação entre o carnaval e uma espécie de ressurreição, então, eu lido com o abismo entre o trio [elétrico] e a multidão. Uma relação de divindade, de procissão e do homem e do infinito”, elabora. Os instrumentos de corda e a própria cantora foram ressignificados pelo compositor como instrumentos de percussão. Outro ponto que Azevedo destaca é o sincretismo presente, inclusive, no próprio título da peça. “Oya é Iansã, Laudamus vem da liturgia católica, uma missa que diz ‘Te Deum Laudamos’, que significa ‘Louvai ao Senhor’, esclarece”.
 
Violoncelista da Orquestra Principal do Neojibá, Azevedo está em contato com a música de concerto o tempo todo. Em 2014, o jovem foi premiado no concurso Lindembergue Cardoso e já se apresentou com alguns grupos de câmaras, de cordas e mesmo na Reitoria, onde sua peça será apresentada. “O espaço é de uma tradição desse carnaval, dessa junção, dessa mistura de música contemporânea. Eu acho que a reitoria é o templo pra celebrar tudo isso”, admira. Agora, Azevedo concorre a um dos três prêmios em dinheiro, nos valores de 1,5 mil, 3 mil e 5 mil reais; e à encomenda de uma obra a ser estreada pela Orquestra Sinfônica da Bahia.
Resistência dos cabelos afro é tema de obra no I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia
Guilherme Bertissolo | Foto: Reprodução / Facebook
Com "Cabelo (Fricotando)", obra também inspirada na música da “nega do cabelo duro” – Fricote inspirou os trabalhos dos finalistas Héctor Garcés e Emílio Otero –, o gaúcho Guilherme Bertissolo, 31, é o segundo finalista do I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia, que acontece nesta terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). "Ela é uma homenagem ao cabelo afro. Se eu tivesse cabelo crespo, eu não pentearia ele, eu pensei muito nessa ideia de cabelo. Além de uma homenagem a todas as formas de resistência”, afirma. Bertissolo conta que já vinha estudando o cabelo crespo e descobriu a história de Luísa Mahin, escrava africana radicada no Brasil, que se tornou líder da Revolta dos Malês. Em meio às pesquisas, encontrou um poema de Luís Gama, filho de Luísa, em homenagem à mãe e o inseriu em trechos da sua obra. "É não só a todos os cabelos afros, mas ao cabelo afro da Luísa Mahin e essa forma de resistência que ela conseguiu operar no século XIX. A peça é um grito de libertação, um cabelo mais político”, defende.
 
Filho de músico, Bertissolo foi uma criança que sempre teve contato com a arte em casa, que brincava com os instrumentos. “Quando comecei a estudar, descobri o violão, primeiramente o erudito, e fui cada vez ficando mais emaranhado com esse universo”, comenta sobre a música contemporânea. Lá no Rio Grande do Sul, não conhecia tanto da axé music. “Eu me lembro, criança, de ver essas músicas todas da televisão, era um movimento de longe”, conta. Foi com uma espécie de memória dessa visão e conhecimento que o músico criou sua obra dentro da proposta de “Erudito com Axé” para a premiação. “Eu sou uma espécie de extraterrestre que acabou se apropriando do tema”, define.

 

 
Com mestrado e doutorado em Composição pela Ufba, Bertissolo já vive na capital baiana há oito anos. Aqui, ele desenvolveu outra paixão: a capoeira. "Lá no sul eu fiz um pouco de capoeira, mas era bastante misturada, o que se chama de capoeira contemporânea hoje em dia. Mas foi aqui na Bahia que eu entrei em contato com a Fundação Mestre Bimba, do Mestre Nenel, e, de seis anos pra cá, eu tenho treinado com eles", conta. Foi esse interesse pela cultura do Estado que o motivou a se inscrever na premiação. "Eu achei a iniciativa realmente fantástica, desde a temática, que é totalmente pertinente com homenagem aos 30 anos da axé a essa possibilidade da relação com a música de concerto. Eu fiquei muito intrigado com isso, foi tudo bem articulado", justifica. 
 
De várias bandas desconhecidas da adolescência, Bertissolo hoje toca na OCA – Oficina de Composição Agora, grupo de concertos que, comumente, se apresenta na Reitoria da Ufba. Como músico, toca contrabaixo elétrico, seu “instrumento do coração” e violão. Com alguns prêmios no currículo, Bertissolo se sente agraciado em participar do I PMCB. "É uma grande honra, eu fico muito contente e torço para que seja uma ação contínua e não pare esse ano". Além de ter "Cabelo (Fricotando)" entre as canções executadas, gravadas e distribuídas na premiação, o músico concorre à encomenda de uma obra a ser estreada pela Orquestra Sinfônica da Bahia, categoria de voto popular.
Inspirado no Fricote de Luiz Caldas, peruano é finalista do Prêmio de Música Contemporânea
Foto: Divulgação
Quando soube que a proposta do I Prêmio de Música Contemporânea da Bahia (PMCB) era unir a axé music com a música erudita, Emílio Otero, peruano de 45 anos, ficou confuso. "Vários colegas meus ficaram um pouco apreensivos, sem saber como era a mistura pra fazer uma espécie de fusão ou confusão entre uma coisa e outra. Ficou uma série de dúvidas porque, na verdade, era uma interpretação muito livre com o tema", desabafa. Sua interpretação, no entanto, pareceu adequada, já que Otero é o terceiro finalista da premiação, que acontece na próxima terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Como graduando da Faculdade de Música da Ufba, ele afirma que sabia do prêmio “antes mesmo de acontecer”. "Teve uma divulgação muito legal, um site muito bonito, muito claro. Eu fiquei sabendo pelo Facebook e na escola de música, também", conta. Da inscrição à composição de "Dança do Esquisito", foram várias pesquisas.
 
Otero ou Zé de Papel, pseudônimo usado pelo músico na premiação e na capoeira, buscou uma inspiração para além do estilo musical. "A minha obra é uma espécie de uma pequena biografia da axé music que começa antes do afoxé com a letra em iorubá, um pouco de referência ao axé [em referência à religiosidade afro-brasileira]. "Dança do Equilíbrio" se propõe a passar por toda a trajetória do ritmo baiano. "Minha música é como se fosse um universo em formação, é um pouco desconexa no início, tem referências meio soltas à cultura afro-baiana (...) Depois dessa passagem, a música começa a tomar forma e toma outros caminhos que o axé teve e no final eu entro num groove", detalha. Assim como a obra do quarto finalista, Héctor Garcés, a canção de Otero é inspirada na música Fricote, de Luiz Caldas, que ele classifica como polêmica. "É uma letra que hoje em dia é considerada um pouco politicamente incorreta", explica. 
 

Composição de Otero para um solo de clarineta
 
Na Bahia há quase 18 anos, Otero admite que a relação que mantém com o axé é "às vezes ruim, às vezes boa". "Eu acho que enquanto gênero, [o axé] já viveu os seus melhores anos, do ponto de vista da indústria musical", opina. A relação que o músico faz questão de destacar é com a capoeira e um pouco com o candomblé também. "O axé que eu acho muito importante porque foi o que deu origem ao termo. Na minha peça, eu amplio um pouco, como se fosse 30 anos em muitos séculos de música", esclarece. Já com a música erudita, a relação vem desde a sua formação. "Eu tenho uma relação muito longa com a música erudita. Eu não gosto muito dessa palavra, que é um pouco polêmica no mundo da música contemporânea, mas que se usa muito por falta de opção melhor. Porque erudito seria uma coisa muito estudada, meio elitista de um ponto de vista intelectual e, na verdade, é uma música mais livre de gêneros", explica. Com estilo definido como eclético, Otero afirma que é justamente o erudito seu estilo preferido de tocar. 
 
Mesmo não sendo um instrumentista que costuma se apresentar, o músico toca clarineta, violão e piano. "Eu toco pra mim, estudo para saber um pouco dos instrumentos, em geral", simplifica. Ainda assim, já teve composições suas - talento que desenvolveu em 2011, num curso de extensão na faculdade - em eventos, concursos, editais e até mesmo tocadas pela Orquestra Sinfônica da Ufba. Na noite de entrega do I PMCB, Otero terá sua obra "Dança do Esquisito" apresentada, gravada e distribuída digital e gratuitamente para todo o público.
Chileno está entre os quatro finalistas do I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia
Foto: Divulgação
O chileno Héctor Garcés, de 35 anos, é um dos quatro finalistas do I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia, que acontece na próxima terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), às 18h. A premiação tem como grande homenageada a Axé Music e seus 30 anos, com o tema  “Erudito com Axé”. Sob o pseudônimo de “Saudade”, Garcés participa da premiação com a obra “Pra que!”, inspirada nas melodias de “Balancê”, famosa na voz de Gal Costa nos final dos anos 1970 e “Fricote”, canção de Luiz Caldas que ele conheceu em versão chilena. 
 
Em Salvador desde o ano passado, quando se mudou para fazer um mestrado em Composição na Ufba, Garcés conta que se inscreveu no prêmio pela proposta de união entre o erudito e o axé. “Eu cheguei aqui interessado na cultura, na essência afrodescendente, e eu já estava um pouco envolvido nesse ambiente da composição da música”, conta. Lá no Chile, Garcés já conhecia um pouco da música baiana, “mas nem sabia que isso era axé”. Já a música erudita fez parte da sua formação. “Minha formação como músico tem a ver com o erudito. Eu comecei na música popular com o rock, mas com o estudo, a composição, eu passei a ter essa influência com o mundo erudito”, explica. Autodidata, Garcés toca violão, piano - que considera “bem necessário pra quem faz composição”-, e baixo, que tocou em pequenas bandas de rock no Chile. A composição surgiu como experimentações, foram as primeiras criações do músico em meados dos anos 1990, que se desenvolveu quando ele iniciou seus estudos de poesia escrita.


Garcés com o maestro Cirilo Vila | Foto: Milena Bahamonde

Apesar do pouco tempo no Brasil, não será a primeira apresentação do finalista. Garcés já apresentou algumas composições em um projeto do Museu de Arte da Bahia, em abril deste ano. No dia 20, Saudade - pseudônimo escolhido por ser um sentimento permanente em sua vida – verá sua obra apresentada pelo Camará, o Conjunto de Câmara da Ufba, sob regência do maestro Paulo Rios. “Eu sinto um pouco de saudade da minha terra, da minha família, mas também sinto saudade antecipada do que vou deixar aqui porque ano que vem eu já volto para o Chile”, esclarece.
 
Idealizada pelos músicos e especialistas em composição, Natan Ourives e Patrick Andrews, a premiação, que é aberta ao público, entregará três prêmios em dinheiro nos valores de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 1,5 mil reais. Além disso, os finalistas, dentre eles Garcés, terão suas obras gravadas e distribuídas digital e gratuitamente e a categoria de voto popular premiará o compositor escolhido pelo público com a estreia de sua obra pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Veja o vídeo do concerto "Instrucciones para Bordar una Arpillera" em que Garcés participou
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Caetano e Gil se apresentarão com Olodum em homenagem aos 30 anos do axé
Foto: Divulgação
Caetano Veloso e Gilberto Gil, que estão em turnê europeia juntos, irão se apresentar com o Olodum no programa “Globo de Ouro”, exibido pelo canal Viva. De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, os amigos baianos subirão ao palco do Teatro Castro Alves para cantar “Nossa Gente”, em homenagem aos 30 anos do axé. 

Os cantores gravaram "Nossa Gente" no disco "Tropicália II":
Ex-dançarino de axé, baiano se destaca entre finalistas do Masterchef Brasil
Foto: Divulgação
Logo de cara, ele apresentou aos jurados do Masterchef Brasil toda a sua baianidade. Ganhou o avental branco após preparar uma moqueca de arraia e ainda precisou dar uns golpes de capoeira para convencer os chefs de que merecia entrar para o programa. O agente de trânsito Cristiano Oliveira tem 37 anos, nasceu em Salvador, mas ainda criança mudou-se para Porto Seguro com a família, com quem despertou o olhar para a cozinha. Quando sua mãe tinha uma banca de doces e salgados ele gostava de acompanhar a preparação, e o interesse cresceu ainda mais depois que os pais abriram um barzinho de petiscos bem ao estilo baiano. “Aí eu fui aprendendo. Eles faziam mocotó, buchada, aquelas comidas fortes. Sempre fui vendo, e aí acho que por volta de 14 ou 15 anos eu fui para São Paulo”, conta Cristiano, que saiu de casa para dançar axé, junto com outros amigos de Porto Seguro.
 

Cristiano chegou a mostrar uns golpes de capoeira para convencer os jurados | Foto: Reprodução
 
Na capital paulista, a necessidade o fez desenvolver suas habilidades, após muitas tentativas e outros tantos desastres culinários.  “A necessidade fez com que eu tivesse que cozinhar. Quando um amigo nosso estava, a gente tinha comida banquete, porque ele cozinhava muito. E quando ele não estava, a gente tinha que se virar. Um dia o arroz empapava, no outro dia queimava, e assim eu fui aprendendo, no dia-a-dia, por necessidade mesmo”, lembra Cristiano, sobre os mais de três anos em que viveu fora da Bahia. Depois desta experiência ele retornou a Porto Seguro, onde seguiu cozinhando despretensiosamente para os amigos, dentre eles Julia, que o motivou a participar do Masterchef.
 
“Ano passado eu assisti o programa todo, praticamente. E aí minha amiga Julia falou para me inscrever. Um dia, fui na casa dela fazer uma moqueca de arraia com camarão seco e ela filmou, tirou as fotos e fez a inscrição. Eu estava trabalhando de agente de trânsito, e já no fim de dezembro a menina ligou, perguntando se eu queria participar mesmo do Masterchef. Ela gostou do vídeo e perguntou se eu queria ir para São Paulo para fazer a seletiva, em janeiro”, disse Cristiano, que de tão emocionado nem prestou atenção nos detalhes e dificuldades do desafio. Ele precisava bancar a viagem e a estadia na capital paulista. A solução veio mais uma vez com os amigos. Um deles deu as passagens aéreas e os demais fizeram uma rifa para garantir a presença do ex-dançarino na seletiva do reality show culinário.
 

Uma moqueca de arraia garantiu a classificação do baiano no Masterchef Brasil | Foto: Reprodução

 
Apesar de estar empolgado com a notícia, Cristiano preferiu ficar cauteloso. “Eu pensei, vou fazer a seletiva, sei lá se vou ser chamado, nem vou ficar com expectativa, pAra não ficar decepcionado. Aí nem fiquei mesmo, nem fiquei esperando nem nada. Mas em março a produção ligou novamente. Ela disse que fui aprovado e perguntou se eu queria ir. Depois que fui para uma seletiva que tinha 13 mil inscritos e fui tirando gente, então falei: ’ agora é que vou mesmo’. Em março fui para a seletiva, que tinha 75 pessoas, e aí já foi para a prova do avental direto, entre os 35. E começou assim a história”, contou o concorrente, que entrou como um dos 18 classificados do Masterchef e viveu polêmicas ao duelar com Iranete, outra competidora baiana.
 

O baiano integra o time de 18 concorrentes que entraram na segunda edição do Masterchef Brasil | Foto: Divulgação
 
Cristiano se destaca pela simplicidade e tem conquistado os jurados, principalmente Paola Carosella. Vez por outra a chef argentina o elogia e enaltece a “alma” dos pratos preparados por ele, que vem demonstrando evolução desde o início da competição. Ele é simples e curioso, aproveita todas as dicas dos chefs e as aulas que os concorrentes recebem de uma professora do Senac, para incrementar o seu talento natural. “Eu presto muita atenção, porque na verdade eles são chefs e a gente é amador, então tudo que é dica a gente tem que absorver. Ana Paula Padrão [apresentadora do reality] até conversou comigo, falando que eu fico atento mesmo quando não participo das provas. E eu digo que tenho que prestar atenção, porque preciso aproveitar tudo”, disse o agente de trânsito.
 
A participação no programa já trouxe mudanças em sua vida. Surgiram propostas de trabalho e a recente fama. Cristiano, que é reconhecido como o “baiano do Masterchef”, lida bem com tudo isso e acha o maior barato a interação com o público. “Na minha cidade em si tudo bem, eu já esperava o reconhecimento porque é pequena, então todo mundo conhece todo mundo. Mas em São Paulo é muito surpreendente ver o assédio que eu vejo aqui. Dentro do metrô eu vou andando e o povo me reconhece. É bom para caramba, melhor impossível. Agora mesmo, eu estou na porta do mercado com Lucas, outro participante do Masterchef que fiquei muito amigo, e passou uma pessoa que já cumprimentou e falou: ‘ah, olha o baiano ali, é ele!’. Está bom, não posso achar ruim não, porque está bom. E eu digo a você: acho que vai ficar melhor ainda”, conta. 
 

Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça são os jurados do programa apresentado por Ana Paula Padrão | Foto: Divulgação
 
Mas não foi somente sua vida na gastronomia que mudou com a participação no reality show. As gravações do programa possibilitaram uma reaproximação com sua filha adolescente, que vive em São Paulo. “Só nesse fato de eu ter reencontrado minha filha de novo já é uma coisa muito boa. Ela já saiu comigo, a gente está se falando, estamos saindo e essa semana vamos sair de novo”, conta Cristiano, que tem aproveitado o momento favorável, mas já começa a pensar e investir no futuro. Após ter abandonado os estudos por uma década, ele decidiu voltar à escola e ao final de 2015 deve concluir o 3º ano. “Eu quero fazer faculdade de gastronomia. Então voltei a estudar por causa disso. O nome do programa é Masterchef, mas a gente não sai chef de cozinha. Para isso tem que estudar muito. São coisas que eu preciso aprimorar, aperfeiçoar. E agora em São Paulo aproveito a oportunidade para ir aos restaurantes dos chefs, fazer curso e ir pegando conhecimentos”, revela Cristiano.
 
Enquanto o programa não termina, ele segue a rotina entre Porto Seguro e São Paulo, aproveitando para visitar concorrentes e novos amigos. Durante a competição, Cristiano se desentendeu com alguns, mas estreitou laços com outros. “Eu sou baiano e por ser baiano sou meio cismado. Tenho minhas convicções, minhas coisas, e eu cismo fácil. Mas também se eu gostar já era. O Lucas é muito meu amigo. Tanto que eu vim visita-lo e estou aqui na terra dele, na casa dele. A Jiang é minha amiga, a Carlinha é muito minha amiga, a Sabrina, o Gustavo, comandante Hamilton, a Cassinha, que foi uma das primeiras a sair. E tem mais: o Marcão, Murilo e até Iranete. A gente teve no programa uma briga, mas já está tudo tranquilo, tudo beleza”, contou o agente de trânsito, revelando ainda as pessoas que tem menos afinidade. “Eu falo com todo mundo, mas a Patrizia mesmo, que saiu já, eu não tenho contato. A Izabel também. Ela fica procurando falar, mas eu não fui, meu santo não bateu e não deu. Mas o resto falo com todo mundo”, conta. 
 

Lucas é um dos melhores amigos de Cristiano no Masterchef | Foto: Reprodução
 
Cristiano não poderia deixar de falar sobre seu desentendimento com a conterrânea Iranete, que iniciou a rivalidade ao designar um ingrediente complicado para ele, o tucupi, e afirmar que não havia espaço para dois baianos na competição. Ele deu o troco logo em seguida ao escolhê-la para abrir uma massa fresca com um rolo e não com o cilindro, que tornaria a tarefa mais prática. Com o sangue frio e a superação das desavenças, ele reavaliou sua atitude.  “Na verdade, dar o rolo para ela foi um negócio fácil, porque ela sendo uma pessoa mais velha, ela abria até com uma garrafa. Talvez se ela tivesse ficado com o cilindro ela não tinha acertado. Se em vez de jogar com o coração eu tivesse jogado com a cabeça, tivesse dado o rolo para uma pessoa mais forte, talvez seria melhor, mas tudo bem, na hora não deu não”, disse o baiano, que se reconciliou com a conterrânea no último programa e selou a paz com uma dança de forró.
Se com os colegas competidores ocorreram faíscas, com os jurados Henrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin, Cristiano é só elogios. “A relação com os chefs, pelo menos comigo, é a melhor possível. Na verdade, eles não podem ficar de pegar na mão, não sei o que, porque aí os outros participantes podem ficar com o lance do ciúme. Mas os três são ótimos. A Paola é mais séria, mas é uma pessoa do bem, que passa pela gente antes de entrar e dá bom dia, fala e tudo. O Jacquin também fala, dá bom dia cozinheiros, e tal. O Fogaça é o mais brincalhão, que passa, pega na mão e fala”, conta o baiano, sem deixar de declarar a sua admiração pela apresentadora do programa. “Ana Paula Padrão eu não tenho palavras. A gente olha na televisão e acha que vai ser uma coisa. Eu achava, ficava naquela coisa: 'será que ela é metida'? Mas rapaz, que mulher sensacional! Aquela ali eu mesmo não tenho nem o que falar, ela é muito gente boa e ajuda todo mundo. Até nas contagens dela você vê, os 10 segundos parecem que são 30, porque ela ajuda”, derrete-se. “Eles são demais, fantásticos. É uma experiência que não sei se vou ter outra igual na vida. É muito, muito, muito bom!”, conclui o baiano, que é um dos 10 finalistas da segunda edição do Masterchef Brasil.
Edson Gomes chama Bob Marley de 'babaca' e diz que tinha 'rivalidade idiota' com Sine Calmon
Foto: Marcio Reis | Ag Haack / Bahia Notícias
O músico baiano Edson Gomes fez comentários ácidos em entrevista à revista Muito do jornal A TARDE deste domingo. Ele começou dizendo que Bob Marley, um ícone do reggae no mundo, “é um babaca” e, explicou os motivos da declaração. “Veja, é meu cantor preferido no lado social. Mas, quando você busca a linha filosófica, só diz besteira. É um palhaço. E não sou apenas eu que digo isso. Quem estuda Bob Marley sabe”, disse o reggaeman baiano. Mas as críticas não ficaram por ai, ele disparou também contra a música baiana. “Sempre fiz música para passar uma mensagem. É diferente do axé, que nunca quis dizer nada. Eles quiseram apenas fazer fortuna, enganar as pessoas”, pondera Edson Gomes, acrescentando que “Não escuto música baiana. O que eles têm de bom é essa estrutura de gravação, distribuição de shows. Nas músicas, optam pelo vazio”, completa o polêmico músico, que em entrevista ao Bahia Notícias já disse ter criado termo “sofrência” e que novo estilo “induz a tomar veneno de rato”. Para equilibrar com o conteúdo ácido das declarações, o músico falou sobre seu futuro e admitiu arrependimento. “Gastei uma parte da minha vida artística numa rivalidade idiota com Sine Calmon. Disputávamos espaço e público. E tudo era bobagem”, disse Edson Gomes. Por telefone Sine Calmon respondeu de maneira descontraída. “É mais ou menos o que existe hoje com Ivete Sangalo e Claudia Leitte. Ele é Vitória. Eu sou Bahia. Mas nos gostamos. Ele é uma referência como artista”, disse Calmon.
Vencedor do prêmio 'sucesso do carnaval', Tatau diz que axé 'não é estilo questionável'
Tatau foi premiado no Troféu Dodô&Osmar /Foto: Beto Jr./Ag. Haack/Bahia Notí
Tatau subiu ao palco da Sala Principal do Teatro Castro Alves na noite desta terça-feira (31), substituindo Márcio Victor, que não pôde comparecer à cerimônia do Troféu Dodô&Osmar. O ex-vocalista do Araketu, que é compositor de “Tem Xenhenhem”, recebeu o troféu na categoria “Sucesso do Carnaval” no lugar do amigo do Psirico, e chegou a cantar alguns versos do hit. “A sensação é que não fiquei fora do carnaval. É uma coisa impressionante”, disse Tatau, que em 2015 não tocou no carnaval de Salvador ao receber o prêmio. “Eu, que fiz esse ano o carnaval totalmente fora, em outras cidades. Isso me deu espaço para mostrar a música da Bahia e mostrar que é uma música preferida ainda lá fora. Foi muito importante a gente ter levado nosso carnaval pra lá e saber que meu nome estava reverberando aqui na minha terra.Terminou o carnaval e as pessoas continuaram falando. É como se eu tivesse participado do carnaval, e participei de forma efetiva, porque a musica ‘Tem Xenhenhem’ foi muito bem executada e trabalhada por Psirico, por Márcio, eu só tenho que agradecer a todo mundo”, completou. 
 

Tatau e Márcia Castro fizeram dueto durante a cerimônia / Foto: Beto Jr. / Ag Haack / Bahia Notícias
 
Tatau, que durante a cerimônia fez um dueto com Márcia Castro, cantando "Beija-flor" e "Toneladas de desejo", em homenagem aos 30 anos da Axé Music, falou ainda sobre a importância e a longevidade do ritmo. “Eu digo que o Axé é uma instituição. São 30 anos, uma construção de muito suor, muita cumplicidade e muita amizade. As pessoas falam muito, mas é um ritmo amigo. A gente se encontra e é sempre falando bem, lembrando das coisas boas. O Axé, na verdade, não é um estilo questionável, acho que é um estilo que não precisa ninguém falar mais nada no sentido de questionamento, porque 30 anos é uma grande resposta para tudo isso”, afirmou o músico.
Adelmo Casé novo momento da música baiana e participação no Camarote Bar Brahma
Foto: Divulgação
O cantor Adelmo Casé foi um dos convidados para participar do lançamento do Camarote Brahma, na última segunda-feira (26). Casé se apresenta no camarote em duas noites, sendo elas o dia 12 de fevereiro, com o projeto Alavontê, e no dia 16, com a banda Negra Cor. Durante o evento, o cantor falou sobre o cenário musical baiano e criticou a falta de renovação. Segundo o artista, o mercado passou por uma mudança brutal com a ascensão do sertanejo devido à capacidade que tem de não só influenciar, mas, também, renovar os seus artistas, ao contrário do que vem acontecendo com a música na Bahia. “Não houve essa renovação na música baiana. Não quero julgar quem foi culpado, mas artistas novos sempre vêm enfrentando dificuldades para entrar no mercado”, criticou. O músico falou ainda sobre a  música baiana já estar em crise há um tempo e que a situação só vem piorando, forçando a necessidade de mudanças para que consiga voltar a atingir as pessoas. Para isso, o cantor acredita que é preciso parar de repetir formulas, uma vez que a linguagem está mudando. “É preciso ter mais atenção na qualidade musical e não mais viver de passado. É hora de virem novos artistas. O Baiana System é um exemplo, fazendo um som que não tem um tambor na frente, mas tem uma essência baiana”, explicou.  Casé ainda chamou atenção para o rock baiano, como o da banda Cascadura, que tem boa qualidade mas não recebe apoio. “Eu fico vendo isso, é necessário trazer de volta a nossa essência musical” concluiu.
Pesquisador Nelson Cadena lança livro sobre história do Carnaval da Bahia nesta quinta-feira
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
O pesquisador e jornalista Nelson Varón Cadena lança, nesta quinta-feira (13), no Red River Café (Rio Vermelho), o livro “História do Carnaval da Bahia - 130 Anos do Carnaval de Salvador”. A noite de autógrafos será das 18h30 às 21h. De acordo com Cadena, a obra de 280 páginas remonta as origens do Carnaval da Bahia (fincadas nos séculos XVI e XVII) e percorre os elementos rituais de raízes que mais tarde influenciaram o surgimento de blocos e batucadas; faz uma incursão pelo entrudo de rua e entrudo de salão; registra os primeiros bailes de máscaras e as músicas de época de influência eslava, portuguesa e italiana e conta o papel da mídia como agente repressor do carnaval espontâneo de rua.
 
O autor também sinaliza na obra as proibições do poder público aos grupos de origens afros; destaca o surgimento do carnaval dito “civilizado” inspirado nos carnavais da Europa, a partir de 1884, por decreto e daí por diante o surgimento dos clubes carnavalescos com enredos temáticos e dos afoxés a partir de 1895. O livro lista cerca de 50 clubes carnavalescos apenas no século XIX. Cadena faz uma incursão pela estética e a discografia específica de Carnaval e narra o processo que resultou no Axé Music e no modelo atual do carnaval das estrelas.
Banda Suinga lança primeiro álbum em formato digital nesta quinta-feira
Foto: Nathália Miranda/ Divulgação
Após três anos na estrada, a banda baiana Suinga lança nas plataformas de rádio digitais, nesta quinta-feira (21), seu primeiro álbum. "Recomeço", além de ser também o título da canção que encerra o disco, representa as novas possibilidades para a sonoridade do grupo, que em três anos emplacou hits como “Sorvete de Cajá”, “Tonho Miserê” e “Pepeu no Mar”. As letras despojadas e as referências ao cotidiano da cidade de Salvador continuam lá, além da irreverência de Fox, vocalista, com seu visual que tornou a banda um sucesso desde seu surgimento.
 
“Recomeço” conta com 11 faixas inéditas, algumas já conhecidas do público como “A Maré tá Boa”, “Sacolão” e a faixa-título. Lançado em formato virtual, o disco estará disponível para audição online gratuita em plataformas digitais de rádio e de distribuição de música, tais como Grooveshark, Deezer e Rdio. A ideia é liberar para audição em streaming e colocar o disco à venda em lojas como iTunes e Amazon, incialmente sem liberar o CD para download gratuito.
 

Coluna Ildázio Jr.: Réquiem, o astral acabou!

Coluna Ildázio Jr.: Réquiem, o astral acabou!
A saída do cantor Bell Marques do Chiclete com Banana e a cegueira de marketing dos empresários do axé music são alguns assuntos tratados na coluna de Ildázio Jr., que acredita em uma perda tanto para a banda quanto para o cantor. "De nada adianta Washington se juntar com seus filhos, imaginando um futuro promissor, porque a banda numérica deixa a desejar em todos os aspectos. De nada adianta também Waldemar, Wilson e Rey colocarem um clone de Washington no que restou, pois o mercado não vai acatar de bom grado e as inevitáveis comparações destruirão qualquer tentativa de maior sucesso do ex ou sei lá o quê novo Chiclete!" Mas a crítica não é direcionada apenas à família Marques. Ildázio diz que o modelo de negócio do axé se foi porque não teve planejamento para uma renovação do quadro artístico e de adequação do produto. Confira a coluna na íntegra!
Globo proíbe axé na trilha sonora de 'Gabriela'
Na trilha sonora do remake de "Gabriela", que estreia na Rede Globo no dia 19 de junho, não  haverá espaço para as músicas de axé. Mesmo sendo a Bahia  o cenário e Ivete Sangalo, musa do ritmo, uma das atrizes da trama, a emissora fez uma proibição expressa para que não fosse colocada nenhuma canção de axé na trilha sonora. No entanto, alguns ícones da música baiana e brasileira marcarão presença com suas músicas. Dentre eles estão   no elenco, terá músicas de axé. No lugar disso, haverá músicas de Maria Bethânia, Gal Costa, Dorival Caymmi, Caetano Veloso e da própria Ivete, mas em outros ritmos. Os baianos Harildo Déda, Carlos Betão, Aicha Marques, Frank Menezes e Emanuelle Araújo são alguns dos nomes que compõem a lista de 11 atores de "Gabriela". Com informações da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Não sei quem o Ferragamo vai escolher pra vice, mas "haverá sinais". Porém, é importante que ele perceba rápido o que está acontecendo além da balança, pra não tomar mais um tiro no pé. Já no caso de Rolando Lero, nem todos os sinais o convencem da falta de apoio que enfrenta. Até o Molusco se preocupou mais em elogiar o Doido. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Jaques Wagner

Jaques Wagner
Foto: Mauricio Leiro / Bahia Notícias

"Tá igual a mandacaru, que não dá sombra nem encosto".

 

Disse o senador Jaques Wagner (PT) rebateu as críticas feitas pelo o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

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Terceiro Turno: Conflitos internos expõem racha no PT e União Brasil na Bahia

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Arte: Paulo Vitor Nadal
De lado opostos na política, o PT e o União Brasil da Bahia estão passando por dias turbulentos. Disputas internas expuseram conflitos entre os caciques das duas legendas, às vésperas da campanha eleitoral municipal de 2024.

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