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A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) aprovou em sessão desta terça-feira (19) a concessão da Comenda Dois de Julho ao cantor, compositor e multi-instrumentista Luiz Caldas, considerado o pai do axé music. A proposta foi apresentada pela deputada Fabíola Mansur (PSB).
Natural de Feira de Santana, Luiz Caldas lançou em 1985 o disco Magia, que marcou o início oficial do Axé Music, impulsionada pelo sucesso da canção Fricote. Aos 62 anos, o artista soma mais de uma centena de álbuns lançados e segue ativo em projetos musicais, incluindo a produção de um disco por mês desde 2013.
Na justificativa, Fabíola destacou que a honraria coincide com a celebração dos 40 anos do axé, gênero que revolucionou a música baiana e transformou o Carnaval de Salvador.
“Vamos reverenciar a importância desse movimento também na Assembleia Legislativa da Bahia, concedendo a ‘Comenda Dois de Julho’, maior honraria desta Casa, a Luiz César Pereira Caldas, nosso Luiz Caldas, o precursor do estilo musical. Axé Music desempenha um papel fundamental na cultura e na economia não só da Bahia, mas de todo o país. O ritmo, que completa 40 anos, ganhou força ao mesclar diversos estilos musicais, projetando nomes de artistas baianos nacional e internacionalmente”, escreveu Fabíola.
O projeto lembra ainda que a Câmara dos Deputados aprovou a criação do Dia Nacional da Axé Music, de autoria da deputada federal Lídice da Mata (PSB), a ser comemorado em 17 de fevereiro, data que remete ao primeiro Carnaval após o lançamento de Fricote.
A entrega da comenda será realizada em sessão especial da AL-BA, em data a ser definida pela Mesa Diretora.
O projeto lembra ainda que a Câmara dos Deputados aprovou a criação do Dia Nacional da Axé Music, de autoria da deputada federal Lídice da Mata (PSB), a ser comemorado em 17 de fevereiro, data que remete ao primeiro Carnaval após o lançamento de Fricote.
A entrega da comenda será realizada em sessão especial da AL-BA, em data a ser definida pela Mesa Diretora.
Em meio ao desabafo polêmico feito por Alinne Rosa que foi apontado como uma indireta para Saulo Fernandes, o cantor manteve a linha paz e amor nas redes sociais.
No Instagram, a mensagem do dia compartilhada pelo intérprete de 'Vú', fala sobre se cuidar, se amar e se fortalecer. O conselho dado por Saulo foi lido como uma resposta para a ex-Cheiro de Amor.
"Se cuide. Se abrace. Se conheça. Se fortaleça. Seja dona de você. Alimente seu coração. Com sua própria luz. Não entregue seu amor a ninguém. Ele é tudo que você tem", dizia a mensagem.
De acordo com especulações dos internautas, o desabafo feito por Alinne Rosa na última terça-feira (6), teria como motivação o Fortal, micareta de Fortaleza.
Isso porque, os dois artistas foram escalados para desfilarem no mesmo dia de festa, a sexta-feira. Saulo faz o retorno ao evento em um novo bloco, o 'Sai do Mei', após anunciar que não retornaria ao evento até que tivesse respeito com os artistas.
Nunca houve registros de uma forte amizade entre Alinne e Saulo, no entanto, os dois já dividiram palco quando o ex-Banda Eva convidou a cantora para se apresentar ao lado dele no Festival de Verão de 2015 em uma homenagem aos 30 anos do Axé.
A artista também já viveu um breve romance com o filho de Saulo, João Lucas, que terminou com indiretas e acusação de relacionamento abusivo.
O clima de festa nos bastidores do axé pelos 40 anos de história do movimento musical que moldou o Carnaval de Salvador não chegou nem a dar o "Cheiro" de paz e Amor em 2025.
Após o grande conflito do início do ano envolvendo Ivete Sangalo e Claudia Leitte, os protagonistas da vez são o cantor Saulo Fernandes e Alinne Rosa.
O ex-Banda Eva tem sido apontado como o destinatário de uma reflexão feita pela cantora nas redes sociais. Em vídeo compartilhado no Instagram, Rosa fala sobre uma pessoa que se veste de luz, "guru contemporâneo", mas que só faz o bem se tiver plateia.
"Você se veste de luz. Se diz do bem. Do? Do bem. Né? Não é só de bem quando tem plateia. Quando tem alguém assistindo, alguém pra filmar, postar, bater palma, pra te chamar de evoluído, iluminado, guru contemporâneo. Isso é discurso. É tão limpo, tão reto, tão elevado, tão espiritualizado, que chega a feder. É, fede mesmo. Porque mentira perfumada ainda é mentira", disse.
Para Alinne, a pessoa a quem ela se refere no vídeo tem um ego grande e suga a alma das pessoas com um discurso "de gratidão". A artista ainda afirmou que chegou a ser próxima de quem ela fala no vídeo, mas atualmente percebe que foi ingênua em acreditar nas palavras ditas por ele.
"Um ego vegano reciclável embrulhado em papel semente, mas ainda assim ego você prega com paixão prega, prega mesmo, mas só pratica quando não te custa nada. É um monge nas fotos, um vampiro nos bastidores, um vampiro desses que suga sua alma com discurso de gratidão sabe? E eu que um dia tentei te levar a sério, hoje eu me pego rindo não de você, mas de mim. Da minha ingenuidade ridícula de ainda achar que quem fala bonito é que é bom de verdade, é, tem gente que acredita, tem, tem que aplauda sua bondade de vitrine, mas eu vi, eu vi seu bastidor e nunca mais, nunca mais quis comprar o seu show."
De acordo com especulações dos internautas, a briga entre Alinne e Saulo tem relação com o Fortal. A cantora foi anunciada como uma das atrações da festa na sexta-feira, dia 25 de julho, e o ex-Banda Eva surpreendeu ao anunciar o retorno para a festa com um novo bloco, o 'Sai do Mei', que também irá desfilar na sexta.
O músico estava fora da festa após um protesto feito em 2019, no qual, de cima do trio elétrico, o cantor afirmou que faltava respeito com os artistas.
"A gente vai dar espaço para um monte de gente que quer participar. Falta um pouquinho de respeito. São outros interesses, são outras coisas. Muito obrigado por esses anos todos. Obrigado por essa passarela, essa avenida, que é um palco de oportunidade maravilhosa. Mas, não dá mais. Até qualquer dia. A gente se encontra em qualquer trio elétrico da vida."
Nas redes sociais, internautas se dividiram entre defender Saulo e ficar ao lado de Alinne. "O único santo no meio artístico de Salvador é Saulo. Os outros 'é um querendo engolir o outro'", comentou uma internauta. "Se tiver falando de Saulo é estranho... nunca vi ninguém falar sobre ele ser assim. Não é possível alguém enganar tanta gente", analisou outra. "Avisa a querida, que se for Saulo ela já perdeu essa discussão! Vai brigar sozinha, viu!? Nem na época que ela se relacionou com o João, que nada tem a ver com o pai, ela achou palco!", comentou uma terceira.
Do lado de Alinne, alguns internautas reforçaram o que foi dito pela cantora. "Mas ela não mentiu... o gratiluz de Saulo acaba quando apagam às luzes", escreveu um internauta. "Isso foi bem perceptível na pandemia", disse outra. "Faltou ela dizer não puxa bloco e nem pipoca na Barra, mas faz show no camarote mais caro do Carnaval. 'Aberto a pipoca'", comentou mais um em referência à folia de Salvador.
Um dos registros fáceis de achar de Alinne e Saulo, a quem os fãs atribuíram a mensagem, foi feito em 2015, quando a cantora foi convidada pelo cantor para participar de um show no Festival de Verão em homenagem aos 30 anos do Axé.
Além da ligação profissional, os dois também já dividiram uma relação fora dos palcos devido ao envolvimento rápido de Alinne com o filho do cantor, João Lucas.
O relacionamento não foi para frente e a ex-Cheiro de Amor fez revelações sobre o romance, afirmando ter vivido um relacionamento abusivo e também criticou o pai de João Saulo, na época.
"Eu discutindo isso com o último boyzinho que eu estava ficando e ele disse pra mim que o cara tava certo de ser casado dando em cima de mim no inbox. O que tem de bonitinho, tem de burrinho. E foi assim que não deu certo. Porque eu não sou obrigada a aceitar esse tipo de coisa. E é de família, porque ele disse que o pai é assim também. Mas eu não estou aqui para educar ninguém."
Assim como aconteceu com a polêmica envolvendo João Lucas, Saulo não se pronunciou sobre a suposta indireta de Alinne Rosa.
Luiz Caldas, figura icônica do Carnaval de Salvador 2025, com múltiplas homenagens, compartilhou sua emoção em participar da festa, celebrando 75 anos do trio elétrico e 40 anos do Axé. Relembrando a história com os movimentos culturais, o cantor destacou que o reconhecimento pela sua contribuição é "impagável".
"Imagina a minha emoção e a minha alegria em estar num Trio Elétrico no ano 2025 comemorando 40 anos dessa minha invenção que deu régua e compasso pra tanta gente estar dançando e lançando sua carreira, fazendo muita música. Então pra mim é muito legal. Principalmente pelo fato de estar comemorando no Trio Elétrico, que é a invenção de Seu Dodô e Osmar, que também comemora 75 anos e foi o palco central para o nascimento desses movimentos culturais", declarou o cantor.
Ao ser questionado sobre a sensação de subir no trio e ver a multidão cantando suas músicas, Luiz Caldas afirmou: "Isso é impagável. Não existe cachê de dinheiro financeiro que possa pagar isso, porque é uma emoção muito grande. É muito legal você ser reconhecido pelo que você faz. No momento em que a gente está cantando e as pessoas estão ouvindo e dançando e cantando com a gente, não há esse relacionamento financeiro, e sim de amor, de cordialidade, de alegria. Então imagina minha alegria, é maravilhoso".
Durante os festejos no circuito no Campo Grande neste sábado (01), Armandinho, um dos maiores nomes da guitarra baiana, relembrou a importância do Carnaval para a música e os grandes artistas. Em entrevista ao Bahia Notícias, o músico compartilhou sua emoção em participar da festa, mesmo com a longa trajetória.
"O Axé 40 anos, esse movimento musical maravilhoso que levou para o mundo a música, o trio elétrico principalmente. E eu, 61 anos de trio elétrico. Porque desde os 10 anos de idade que eu estou nessa história aqui, porque é a minha paixão, é a minha vida, é a minha família. Estou aqui, Armandinho e Mãos Macias. Eternos Dodô e Osmar", declarou Armandinho.
Filho de Osmar, um dos criadores do trio elétrico, Armandinho destacou a relevância do legado musical que construiu ao longo dos anos.
"E a gente está como sempre fazendo a nossa música, levando a nossa alegria, a nossa história musical, história que não só pelas músicas que a gente fez que estão aí nas cabeças até hoje. Eu fiz 'Chame Gente' com Moraes, fiz 'Vida Boa' e Zanzibar com Falso Nilo. São músicas que estão presente nesse Carnaval. Além de todo um repertório, Viva Moraes Moreira e viva Dodô e Osmar", completou o músico.
Veja Armadinho na guitarra:
Armandinho celebra o Axé e legado no Carnaval de Salvador: "Eternos Dodô e Osmar"
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) March 1, 2025
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A cantora Katê, atualmente conhecida como Carla Wintor, voltou a estar nos holofotes falando sobre o axé. Convertida ao evangelho, a ex-vocalista do Voa Dois, fez novas declarações sobre o movimento musical que a tornou famosa e afirmou que canções que não louvam a Deus são “do diabo”.
Em entrevista a atriz Karina Bacchi, a artista afirmou que abandonou a carreira após uma experiência espiritual e que não se vê mais cantando no Carnaval.
“Deus falou para mim que não teria mais shows, mas eu continuei acreditando que músicas românticas, que não falam de empoderamento, traição ou embriaguez, não tinham nada demais. Até que minha visão mudou completamente.”
A artista conta que uma música do cantor Belo a fez perceber que as canções "seculares" não pertenciam ao mundo dela.
“A primeira frase que li foi essa: ‘O diabo lança suas doutrinas por música e suas artes, a arte que não passa pelo altar, não serve para mim. Tudo que não é do Espírito Santo não presta’”, contou.
Outra experiência citada por Katê foi assistindo uma série. “Estava passando um filme violento chamado Mad Max e eu pedi ao meu esposo para desligar a TV porque não era de Deus. Daqui a pouco, o homem no filme fala: ‘Que Sat… nos abençoe’. Fiquei tão chateada que aquela palavra foi dita dentro da minha casa. Comecei a orar e estou sempre vigiando o que assistimos”.
Em janeiro, a artista lançou a primeira canção da nova fase da carreira, a gospel. A faixa escolhida foi 'Hallelujah', em parceria com o grupo norte-americano Trybe Worship, com o coral brasileiro Back to Black e com a regência do maestro baiano Luciano Calazans.
O cantor Bell Marques revelou que não vai participar do tradicional arrastão de Quarta-feira de Cinzas no Carnaval de Salvador 2025. O anúncio chega após o artista participar duas vezes consecutivas do Tradicional desfile, que acontece um dia após o último dia de Carnaval. Nas duas últimas ocasiões, Bell estava realizando a abertura do desfile, seguido por outros artistas, a exemplo de Léo Santana, Carlinhos Brown e Danniel Vieira.
Questionado pelo Bahia Notícias, na noite desta quarta-feira (12), acerca do desfile sem cordas na Quarta de Cinzas, o músico indicou que dará uma pausa no arrastão, tendo em vista da agenda de shows e de blocos durante 6 dias consecutivos de Carnaval.
"Esse ano não vou participar. Eu estou com carnaval muito pesado, eu faço 6 dias de trio elétrico e depois eu faço três camarotes e logo na quinta-feira, pós carnaval eu viajo, eu faço quinta, sexta, sábado, domingo no Rio, Porto Seguro", respondeu ao BN após participação no show "Chame Gente", da Banda Dodô e Osmar.
O músico disse que “pulou” a participação na quarta-feira de cinzas para descansar e “respirar um pouco”.
“Então foi um carnaval muito pesado. Pulei a quarta-feira de Cinzas para poder respirar um pouco. […] Carnaval todos os anos para mim é um desafio muito grande. Eu nunca estou preparado para ele. Nunca me preparei para ele porque eu acho que ele tem que acontecer simplesmente. Tenho que subir num trio elétrico e fazer com que ele aconteça do jeito que eu sei fazer”, completou.
Para quem deseja ver o guitarrista em cima do trio elétrico, pode assistir Bell durante um dia do desfile de seus blocos, a exemplo do Bloco da Quinta no dia 27 de fevereiro, do Bloco Vumbora nos dias 28 e 29 (sexta e sábado de Carnaval) e no tradicional Camaleão, entre domingo, segunda e terça de Carnaval. O primeiro dia do bloco inclusive já está esgotado.
Veja a declaração abaixo:
Após 2 anos consecutivos, Bell Marques confirma ausência em arrastão na Quarta de Cinzas em 2025 para 'respirar um pouco' pic.twitter.com/WFHcPBKbcq
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) February 13, 2025
A cantora Katê dará um novo passo na música, desta vez em um outro estilo. Após se converter ao evangelho, a ex-vocalista do VoaDois fará a grande estreia nos palcos como cantora gospel em um projeto especial.
Com novo nome artístico, Carla Wintor, a baiana lançou nesta sexta-feira (20) a primeira canção da nova fase da carreira, 'Hallelujah', em parceria com o grupo norte-americano Trybe Worship, com o coral brasileiro Back to Black e com a regência do maestro baiano Luciano Calazans.
"Depois de quase quatro anos como missionária, de repente, estou aqui gravando um louvor em inglês pela primeira vez. O nome desse projeto se chama Hallelujah e eu jamais imaginei que eu pudesse compor uma canção em inglês", contou.
Katê, que vive nos Estados Unidos com a família, o companheiro Ben Wintor, que é missionário, e a filha Clara Wintor, revelou de onde veio a inspiração para a música.
"Quem me conhece sabe que eu ainda não tenho o inglês fluente, e eu fui fazer uma visita a Los Angeles, e quando eu estava em uma sacada de um apartamento eu pensei 'Senhor, o nome dessa cidade é Los Angeles e é por isso que eu vou adorar agora com os anjos nesse lugar'. Quando eu percebi, essa canção estava saindo dos meus lábios. Em sete dias o maestro Luciano Calazans tinha feito um arranjo belíssimo e uma orquestra gravou um arranjo extraordinário", disse.
O testemunho feito por Carla viralizou em 2023 nas redes sociais. Em vídeos, a artista afirmou estar feliz com a nova vida e condenou o Carnaval, festa que por anos ela se apresentou com o VoaDois e também na carreira solo.
"O que eu posso dizer é que quem conhece Jesus não quer Carnaval. Embora Deus ame milhões de pessoas que estejam lá, não é sobre o amor de Deus por nós, é sobre o nosso amor por ele. O Carnaval não foi uma festa criada para adorar Deus. E é nítido isso, embora tenha gente que não consiga enxergar isso com olhos espirituais. Eu não queria estar no Carnaval agora, não quero parecer hipócrita, eu só quero que vocês saibam que existe uma felicidade genuína."
O testemunho da artista foi apoiado por diversos artistas, entre eles Lincoln Senna, Tomate e Vina Calmon.
Falar de Axé Music sem citar a mudança social que o movimento, iniciado em 1985, promoveu para a capital baiana é esquecer da potência que a cultura tem na sociedade. Para Sarajane, um dos principais nomes da música baiana, é necessário reconhecer a importância do axé como um agente transformador.
Em entrevista ao Bahia Notícias, a veterana, que deu voz a uma das canções mais icônicas do movimento um ano após a criação do axé, ‘A Roda’, comemorar 40 anos de axé e mostrar para o mundo que a música baiana ainda vive, independente dos discursos pessimistas que tentam derrubar artistas da cena.
“A gente está falando da música baiana, desse movimento que foi tão importante para o turismo, para a cultura, empreendeu, trouxe muitos turistas do mundo inteiro. O Axé Music não é só uma música, ele teve todo um objetivo, um idealismo de jovens que quiseram mudar tudo isso aqui, trazer Salvador para uma cena muito maior. Na época os artistas tinham que sair daqui para fazer sucesso. Hoje a gente já não precisa tanto, precisa, mas não tanto. Então a gente está viajando pelo Brasil inteiro, cumprindo a agenda, não só de shows, mas de entrevistas, televisão, podcasts, jornais, enfim. A mídia está ajudando bastante.”
Para o site, a Sarajane ainda exaltou a nova cena. “Tem muita gente nova chegando bacana, um som novo, legal, que traz o nosso legado, misturando muita coisa bacana que tem para apresentar”, afirmou.
O encontro com a artista aconteceu durante o anúncio de um conjunto de ações para fortalecer as artes cênicas em Salvador, feito pela Prefeitura através da Fundação Gregório de Mattos.
Fundadora da Associação Criança na Arte Sarajane (Acasa), que funciona no bairro de Santo Antônio e promove a inserção social de crianças e adolescentes, com cursos profissionalizantes, oficinas de artes plásticas e música, Sarajane celebrou o incentivo a arte em Salvador.
“A arte abre caminhos para tantos jovens, tantas crianças. E Fernando Guerreiro vem fazer um trabalho muito legal, porque a coisa mais triste que a gente tem é quando um artista assume, vira gestor e não faz nada. E ele vem fazendo com excelência, assim como o Márcio Meirelles fez e tantos outros. Então assim, eu acredito muito no novo.”
Foto: Instagram
Para além do incentivo local, a cantora reforçou a necessidade de se repensar nas políticas públicas para cultura. “As pessoas têm mania de dizer que a Lei Rouanet ‘Ah, milhões para fulano, ciclano’. Não é assim, é apenas uma carta que a gente recebe e que muitas vezes é para o lixo porque a gente não consegue patrocínio. Então, eu acho que precisa ter mais políticas públicas, sim, acho que a Lei Rouanet precisa ser pensada, porque as empresas só querem patrocinar artistas de nome e tem muita gente boa que não consegue fazer o seu trabalho por isso”.
Sarajane, que ainda atua levando a própria música para shows ao redor do país, aproveitou o espaço para falar sobre a precarização de quem trabalha com a arte. Durante o discurso de apresentação das ações de valorização e fortalecimento das Artes Cênicas na FGM, Fernando Guerreiro citou episódios em que contratantes preferem convidar artistas para se apresentarem de graça, oferecendo apenas a visibilidade como “pagamento”.
A cantora pontuou a importância de enxergar a arte como uma profissão que precisa ser remunerada, apesar de todo amor que exista em produzir músicas, escrever peças, pintar quadros e por aí vai.
Foto: Bianca Andrade/ Bahia Notícias
“Muitas vezes a gente paga para trabalhar. Muitas vezes a gente recebe só a estrutura. A gente paga a nossa produção, nossa estrutura logística, tudo é pago, porque a gente precisa estar na cena, a gente precisa estar no palco, é nossa vida. E como o Fernando Guerreiro colocou, de forma muito inteligente, quando alguém pede ‘Você pode cantar, você pode encenar uma peça, falar uma poesia’ eles não pensam que pagamos boletos, que somos seres humanos, a gente precisa sobreviver, precisamos dos nossos direitos.”
O recado dado pela veterana foi de imposição por arte dos artistas para não deixar que as pessoas enxerguem a arte como algo barato e que não carece de investimento. “Os artistas precisam também se impor, porque muitas vezes trocam, fazem espetáculos por pouca grana, às vezes atravessando um colega, invisibilizando o outro colega. Muitas vezes para a gente estar ali a gente precisa se humilhar, não é fácil fazer cultura no país e na nossa terra”.
Após uma década de trabalho, o sonho do engenheiro de som Nuno Penna e da jornalista Maira Cristina de contarem a história da 'Casa do Axé' saiu do papel e ganhou Hollywood.
Nesta quinta-feira (7), o documentário 'WR Discos Uma Invenção Musical, de Maira Cristina e Nuno Penna, que conta a história do Estúdio WR, criado em 1975 pelo administrador e advogado Wesley Rangel, teve a pré-estreia no Los Angeles Brazilian Film Festival - LABRFF 2024.
Diretor do longa, Nuno chegou a dar uma entrevista no "tapete azul" do festival e celebrou a conquista de contar para o mundo a história de um dos espaços mais importantes para a criação do Axé Music às vésperas dos 40 anos de surgimento do movimento.
"Terminar esse filme de forma independente foi muito emocionante. Todo mundo quis fazer parte, todos eles têm um carinho muito grande pela WR porque foi onde eles começaram", afirmou Nuno sobre a participação dos artistas na produção.
O projeto, que a princípio tinha sido batizado com o nome 'Alegria da Cidade', uma referência a canção de Lazzo Matumbi, conta ainda com a colaboração de diversos nomes, como Jásio Velásquez, na direção de fotografia, Val Benvindo e Igor Penna na produção, Igor Caiê Amaral e Álvaro Ribeiro na montagem e David Júnior como colorista.
Foto: Registro cedido pela equipe do documentário
Ao Bahia Notícias no início do ano, Nuno falou sobre as dificuldades de produção, mas sobre o desejo de mostrar a energia que era estar na WR e fazer parte do "mundo mágico" dos bastidores da música baiana.
"A WR era um lugar que reunia pessoas para se fazer música. Ali foi o maior ponto de encontro musical que a gente já teve, mas isso foi uma época aqui em Salvador. Você tinha um lugar aglutinador, e isso possibilitou a criação de música. Era um lugar que unia todos os gêneros, o povo do axé com o povo do rock. Mais do que um estúdio, a WR era um lugar que centralizava os artistas. Acho que era muito de Rangel, ele era muito assertivo nisso e mudou a história da música com esse projeto".
SOBRE O ESTÚDIO WR
O estúdio fundado por Wesley Rangel nasceu no sexto andar do edifício A Tarde, em plena Praça Castro Alves em 1975. A princípio, a ideia era ser um espaço para gravarem comerciais para rádio e TV.
Com a mudança para um espaço maior no bairro da Graça, os sonhos de Rangel foram ampliados e ele iniciou a trajetória na música com uma banda de peso formada por Luiz Caldas (arranjos, guitarras e vocais), Cesinha (bateria), Carlinhos Marques (baixo e vocal), Alfredo Moura (Teclados e Arranjos), Carlinhos Brown e Tony Mola (Percussão), Silvinha Torres e Paulinho Caldas (vocais), que ficou conhecida como Acordes Verdes.
Desse grupo nasceu a Axé Music com o sucesso 'Fricote', presente no disco Magia, de Caldas. A partir de 1985, a WR se torna a casa dos artistas baianos abrindo espaço para nomes como Chiclete com Banana, Gerônimo, Sarajane, Zé Paulo, Margareth Menezes, Djalma Oliveira, Olodum, Ilê Ayê, Filhos De Gandhy, Muzenza, Banda Reflexus, Banda Mel, Banda Beijo, Banda Cheiro de Amor, Banda Pimenta Nativa, Asa De Águia, Banda Eva, Ara Ketu, Daniela Mercury, Timbalada, Netinho, Gilmelândia, Grupo É O Tchan, Terra Samba, Gang Do Samba, Harmonia do Samba, As Meninas, Ivete Sangalo, Babado Novo e mais.
Presentes no show de comemoração aos 50 anos do Ilê Aiyê na Conha Acústica, nesta sexta (1°), os representantes Russo Passapusso e Roberto Barreto ressaltaram a influência do Mais Belo dos Belos na musicalidade e representatividade na música baiana. Ao Bahia Notícias, os músicos afirmaram que “Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê”
“Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê. 50 anos de Ilê Aiyê e a gente está aqui fazendo essa celebração junto, trata-se de identidade, de a gente se reconhecer, entender exatamente o propósito da música em relação a tudo que a gente faz”, disse o vocalista e um dos representantes da banda, Russo Passapusso.
Em sua fala, o músico ressalta ainda a relevância do bloco na atualidade: “Então assim, não é um processo de resgate, Ilê Aiyê não é passado, Ilê Aiyê tem pé no futuro. Quando a gente ouvir com cada vez mais atenção, a gente tem todo esse desmembramento que ensina pra gente até hoje no Baiana e diversos outros artistas que passaram por esse caminho. Então é raiz e é fruto”, conclui Russo.
O guitarrista Roberto Barreto, por sua vez, detalhou o histórico da evolução musical baiana atrelada aos blocos afro.
“Como o baiano tem isso muito presente e a gente tem visto isso nos depoimentos de todo mundo, quando tem falado dessa importância há 50 anos. Neguinho do Samba, Abral, Malê, tudo que veio depois e tudo que a gente conheceu como escola de percussão e do que é essa percussão de rua. Muitas influências, são muitas escolas de bateria dentro do Ilê Aiyê que vão se formando e que vão se ramificando até Cortejo Afro”, diz.
“Hoje acho que é uma celebração que é muito maior, é uma celebração que tem a ver com a história do Carnaval da Bahia, tem a ver com tudo que veio depois, tudo que você falar de indústria [musical], tem a ver com o Ilê Aiyê”, conclui Barreto.
NOVO PROJETO PARA 2025
Ao citarem os 40 anos do Axé, enquanto estilo musical, a banda promete uma “renovação” para o ano que vem e o lançamento de um novo projeto para 2025. “Acho que a gente vai entrar com a renovação, porque o Carnaval é sempre uma renovação. A gente está aqui celebrando um ponto de partida que permeia todo o processo de composição, de música, de encontros musicais, de criações, de tudo isso”, define Russo Passapusso.
“A gente, no Carnaval, a gente vai trazer muitas novidades, tá trabalhando há três anos pra isso. E vai ser um tema que com certeza vai fincar, nesses 40 anos, essa relação da música, do axé, de toda essa luta que a gente tem de celebração do samba reggae. O samba reggae é o futuro”, revela.
A teoria do Big Bang, uma das mais aceitas cientificamente para comprovar o início de tudo, pode ser utilizada como sinônimo para justificar o início de outras coisas, para além da criação do universo atual.
Em uma analogia à explosão que há cerca de 15 bilhões de anos deu origem ao que somos hoje, para se ter o que conhecemos hoje como ‘Axé Music’, foi necessária uma explosão em algum lugar da Terra, sendo a terra em questão, Salvador, mais especificamente o endereço da “casa do axé”, os estúdios do administrador e advogado Wesley Rangel (1950-2016), o Estúdio WR, criado em 1975, que foi berço do movimento revolucionário na música baiana.
E é a história deste local e de quem fez ele acontecer que o editor de áudio Nuno Penna e a jornalista Maira Cristina querem contar no documentário “Alegria da Cidade”, que vem sendo produzido com recursos próprios há mais de 10 anos, na esperança de fazer a fantasia, tão cantada por diversos intérpretes da música baiana em ‘Baianidade Nagô’, ser eterna.
“Eu tive a ideia de filmar, começar, na verdade, a registrar as pessoas mais velhas que fizeram parte da história da WR, porque eu sabia que eles estavam começando a ficar mais velhos e a gente ia perder um pouco a capacidade de, através deles, entender essa história. Na época, Rangel já estava diagnosticado com câncer, e eu comecei primeiro sem um roteiro, sem uma ideia definida de um documentário, pensei mesmo em começar a entrevistar as pessoas para ter esse registro”, conta Nuno.
Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade
A ideia surge, além de um desejo de marcar a história de um dos espaços mais importantes da música baiana, como uma forma de eternizar as próprias memórias de Nuno, que iniciou a carreira como editor de áudio nos estúdios de Rangel, com uma chance dada pelo produtor musical.
“Foi o meu primeiro trabalho e quando eu entrei, que vi aquela história eu fiquei fascinado. Eu entrei lá em meados de 98. Fiz a entrevista no dia do aniversário de Rangel, ele me deu uma carona até em casa e a gente foi conversando sobre a proposta de estágio. A WR me formou na prática, como grande parte dos operadores que trabalharam lá. A maioria da mão de obra era formada na prática, né? Eu não tinha conhecimento, mas tinha muita vontade.”
Ao lado de Maira Cristina, Nuno conta, através de depoimentos, imagens de arquivo e músicas que marcaram época, a história das mãos, vozes e cabeças pensantes responsáveis por grandes momentos da música baiana, como um dos discos mais importantes de Lazzo Matumbi, autor da canção que dá título ao documentário.
Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade
“Nuno me ligou em busca de uma pessoa para ser assessora de imprensa desse projeto, e como eu sou muito amiga, eu disse ‘Não quero ser assessora, quero fazer o roteiro’. Eu já conhecia a história, o estúdio e entendia um pouco também essa importância WR pra sonoridade da Bahia. Fora que uma coisa que eu achei muito forte no projeto foi essa ideia de falar no estúdio e de quem estava lá desde o começo”, conta a jornalista.
Para isso, a dupla foi atrás dos bastidores da canção, entre eles Nilton César Lacerda dos Santos, o baterista Cezinha, que tem papel importante em grandes álbuns da música baiana.
“A gente quis ouvir os músicos envolvidos nessas gravações. No documentário a gente tem um cuidado com essa coisa do técnico. Ouvimos os artistas, é claro, mas buscamos ouvir os músicos, os coristas, guitarristas, percussionistas, baixistas. Queremos a voz dessa galera que não está na frente, na capa do disco, mas que está ali nos créditos. Cesinha, que era baterista de Luiz Caldas na época do Acordes Verdes e que hoje toca com todo mundo, ele tem uma memória tão rica e entende tanto do axé, do negócio da criação como qualquer artista, entendeu? Mas de repente esse cara nunca foi ouvido.”
Em uma caminhada independente, Nuno e Maira conseguiram reunir depoimentos de figuras importantes para a “casa do axé” e de tantos outros ritmos para os quais Rangel abriu as portas ao longo dos anos, como reggae de Edson Gomes, o samba de Roberto Mendes, o forró de Zelito Miranda, o rock da Camisa de Vênus, mas brigam para fazer com que essa história consiga ser ouvida ao redor da Bahia e do Brasil.
“É muito cansativo você ter um documentário, que fala sobre, talvez, a maior revolução musical brasileira desde a Bossa Nova, e não ter tanto apoio. Isso, no sentido de que a música que nasceu aqui quebrou padrões muito consolidados, seja na forma, na técnica, seja no conteúdo. A Bahia se orgulha muito do 2 de julho, da independência, mas a independência musical para a Bahia só veio a partir de 85, foi quando a WR grava e consegue estourar no Brasil todo, tocar nas rádios um disco gravado e mixado aqui. Antes disso, qualquer artista que tivesse a pretensão de fazer qualquer tipo de música, seja rock, seja MPB, bossa nova, samba, ele não teria espaço na Bahia, seja para gravar, seja para depois de gravar conseguir com que essa música entrasse nas rádios. Porque havia toda uma estrutura pronta que estava no Rio-São Paulo. A WR foi o primeiro estúdio, fora do eixo Rio-São Paulo, a produzir música em escala e fazer sucesso a ponto de vender mais que artistas do eixo. Como é que essa revolução, que aconteceu aqui, não atrai pessoas que detém o poder de financiar essa história?”
Foto: Site Estúdio WR
Desde que o documentário começou a ser produzido, em 2013, até os dias atuais, Nuno conta que inscreveu o projeto em todos os editais do município, estado e federal, no entanto, não conseguiu ser contemplado.
“Hoje, a gente está partindo para um momento que é bater na porta das empresas para tentar algum financiamento, um patrocínio em troca de divulgação da marca. O nosso perfil foi criado justamente para que a gente consiga demonstrar de forma natural e orgânica a força que essa história tem, mostrar que esse filme tem uma força e que a gente vai conseguir ter uma visibilidade boa para alguma marca.”
O valor arrecadado será direcionado para o aprimoramento do material, para o pagamento das questões com direitos autorais e para a produção de um evento de lançamento para o projeto.
“Na montagem do filme. A gente usou algo em torno de 13 fonogramas, que são as músicas que já foram gravadas. A única regravação que a gente fez foi ‘Alegria da Cidade’, que dá título ao filme, mas o resto é basicamente fonograma. E a gente precisa pagar o direito para poder veicular e poder exibir o filme. Enquanto a gente não tiver esse dinheiro, o filme vai estar no HD aqui no estúdio. Fora que nós queremos fazer um lançamento digno desse material, convidar quem participou da produção, quem fez parte da história.”
Foto: Registro cedido pela equipe do documentário Alegria da Cidade
Uma das boas notícias envolvendo o documentário ‘Alegria da Cidade’ é que em 2024 ele foi selecionado para um importante festival de cinema brasileiro, e a história começa a deixar o HD para ganhar as telas.
“Através desse perfil nas redes sociais estão chegando pessoas que estão ajudando, e colocando um pouco de energia nisso. A gente já conseguiu ser selecionado para um Festival importantíssimo. O nosso filme tem força, a história tem força para sair do papel e ganhar o Brasil, porque ele não interessa só a Bahia. A música baiana tem força no mundo todo e eu acho que essa história representa muito bem a nossa cultura.”
Com cerca de 90% do documentário já pronto, Nuno e Maira citam algumas figuras que ainda faltam ser entrevistadas para o documentário, mas pontua que a demora no lançamento se dá mesmo pela falta de verba de patrocinadores interessados em contar a história de uma das partes mais importantes da música baiana nas telonas.
“A gente não teve data, não teve tempo para entrevistar, por exemplo, uma mulher que conseguiu emplacar na música, quase igual a Luiz Caldas, e que era uma pessoa queridíssima do Chacrinha, que é a Sarajane, por exemplo. Ela explodiu junto com Axé, junto com o Luiz e que estava desde do comecinho da WR. Ela, que levou Cezinha para lá. Tem Margareth também, que é uma outra grande potência da nossa música e estourou mundialmente antes de todo mundo. Então, se conseguirmos eles a história fica ainda mais completa.”
Foto: Spotify/ Amazon/ iTunes
A história se fez ali, desde a gravação de grandes discos da música baiana que renderam ao Estúdio WR uma comparação à lendária Motown, aos desafios de registrar pela primeira vez a percussão baiana com uma técnica inovadora que permitisse transmitir com qualidade o som dos tambores, dos agogôs, dos atabaques e dos timbaus, ao incentivo para criação de projetos que mudariam o curso da cultura local, como a Timbalada.
“A WR era um lugar que reunia pessoas para se fazer música. Ali foi o maior ponto de encontro musical que a gente já teve, mas isso foi uma época aqui em Salvador. Você tinha um lugar aglutinador, e isso possibilitou a criação de música. Era um lugar que unia todos os gêneros, o povo do axé com o povo do rock. Mais do que um estúdio, a WR era um lugar que centralizava os artistas, as pessoas ligavam para lá para pedir o contato de outros músicos, ou chegava lá para encontrar alguém e produzir. O estúdio ainda existe, a parte física, mas o que a gente tinha antes dificilmente volta a acontecer. Acho que era muito de Rangel, ele era muito assertivo nisso e mudou a história da música com esse projeto.”
O endereço segue o mesmo, Rua Maestro Carlos Lacerda, na Avenida Anita Garibaldi, e é possível que se encontre alguns dos antigos rostos que por ali circularam e marcaram a história iniciada por Rangel, mas algo como foi a WR quando ela surgiu, dificilmente será encontrado em algum lugar, e por isso a importância de deixar a história marcada.
“O formato de se gravar música mudou muito com o tempo, e no documentário a gente traz um pouco disso, a derrocada da WR. O modelo de negócio para uma WR, como a gente teve na década de 80 e 90, eu não consigo ver até porque é outra coisa hoje. As músicas são outras, não tem a ver com a qualidade da música, não é questão de conteúdo, é a forma de se fazer.”
FICHA TÉCNICA DO DOCUMENTÁRIO ALEGRIA DA CIDADE
Produção Executiva: Nuno Penna
Dirigido por: Maira Cristina e Nuno Penna
Roteiro: Maira Cristina
Direção de Fotografia: Jásio Velásquez
Produção: Val Benvindo e Igor Penna
Montagem: Igor Caiê Amaral, Álvaro Ribeiro e Nuno Penna
Colorista: David Júnior Mixagem: Nuno Penna
A ex-participante do reality “A Fazenda” e atual vocalista da banda Cavaleiros do Forró, Kally Fonseca, viralizou mais uma vez nas redes sociais nesta quinta-feira (11), após ter o registro de uma participação no show de Claudia Leitte publicado pelo jornalista Lucas Pasin.
Visivelmente embriagada, Kally foi retirada do palco por ter se recusado a descer para que o show tivesse continuidade, durante a Festa do Gelo, em João Pessoa, na Paraíba. Claudia percebeu que a situação não seria contornada e retirou a cantora pelo braço, pedindo para que as pessoas a conduzissem para que ela não caísse e prometendo que a convidaria para cantar novamente durante o show, o que não aconteceu.
SE PASSOU? ???? Cantora de forró bebe demais e é expulsa do palco por Claudia Leitte
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) January 11, 2024
Saiba mais ?? https://t.co/ylQVlQsOFl pic.twitter.com/sWyO1AccNr
“Eu vou fazer um repertório, e quando chegar nessa música, eu te chamo de novo. Vá!”, pediu Claudia Leitte. “De novo?”, questionou Kally um pouco alterada. “Tu não quer mais cantar comigo não, é? Vai ficar mais bêbada? Já tá no ponto… Venha”, respondeu a cantora levantando a ex-Fazenda para descer do palco.
A cantora de forró já viralizou outras vezes nas redes sociais por este motivo, durante o reality “A Fazenda”, que foi ao ar em 2023 pela Record, ela protagonizou diversos momentos polêmicos e divertidos durante dinâmicas, festas e discussões dentro da casa.
A banda Ara Ketu, liderada pelo cantor Dan Mirada, agitou a Virada Cultural de São Paulo, na noite deste sábado (27). O show da banda baiana, que aconteceu na Arena Capela do Socorro, chegou a atingir a capacidade máxima do espaço.
O grupo que completou 43 anos de história neste ano, apresentou no repertorio do show, sucessos que marcaram a música baiana. t “Mal Acostumado”, “ Pipoca”, foram alguns dos hits embalados pela banda.
“Foi uma noite inesquecível. A sintonia entre o público e a banda vai ser algo que eu nunca vou esquecer. Eles já estavam na frente do palco esperando o show, cantaram todas e a gente sentiu muito carinho. Ficou na história”, disse Dan Miranda, que completa 5 anos no Ara Ketu em junho deste ano.
Além do Ara Ketu, nomes como Sandra de Sá, Mike Love, Karol Conká e Xanddy se apresentaram na mesma praça.
O cantor Saulo Fernandes comemorou, nesta quinta-feira (21), o retorno aos trios elétricos na Bahia. Atração desta noite no Carnasal, folia indoor realizada no espaço de festas do Wet’n Wild em Salvador, o artista demonstrou nervosismo e ansiedade por voltar a fazer carnaval, mesmo que fora de época.
Foto: @mateusross
“Está se aproximando o horário, eu vou me sentindo como se fosse a primeira vez. Emocionado, nervoso, como se eu não soubesse saber isso. Eu já não faço isso há muito tempo. Vai ser um dia incrível. A gente está voltando para um lugar em que a gente já foi muito feliz”, afirmou Saulo, em entrevista ao Bahia Notícias.
Saulo aproveitou para exaltar a música da Bahia. Segundo ele, a tradicional percussão do estado, uma herança dos povos africanos que compõem a origem da população baiana, tem uma espécie de “antídoto” depois de dois anos de pandemia.
“Que bom que a gente está se encontrando hoje. A gente precisa dessa alegria. A música da Bahia tem o antídoto que a gente precisa no momento, de esperança, de luz, de força. A percussão da Bahia tem a maestria de fazer isso. Hoje é um dia maravilhoso”, comemorou o cantor.
Além de Saulo, também se apresentam na noite nesta quinta-feira no Wet’n Wild outras estrelas da música baiana, como Carlinhos Brown, Jau e Lincoln. As bandas Parangolé e Babado Novo completam a programação do dia.
Na sexta-feira (22), será a vez de Leo Santana, Durval Lelys, Timbalada, Rafa e Pipo, Tuca Fernandes e Filhos de Jorge animarem os foliões do Carnasal. Já no sábado (23), Bell Marques, Banda Eva, Psirico, Alexandre Peixe e Olodum encerrarão os dias de festa no Wet.
A cantora baiana Marcia Castro lançou nas plataformas digitais, nesta quinta-feira (16), o single “Ver a Maravilha”. A música veio acompanhada ainda de um videoclipe, com roteiro e direção de Juh Almeida.
De autoria do conterrâneo Teago Oliveira, líder da banda Maglore, a canção foi composta especialmente para a voz da artista. A produção musical de "Ver a Maravilha", assim como a de todo o álbum “Axé”, é feita a quatro mãos por Letieres Leite e Lucas Santtana. A direção artística é assinada por Marcus Preto.
A ficha técnica dessa faixa tem ainda André Lima nos teclados, Rafa Moraes nas guitarras, Bruno Marques no MPC e synth bass e Hudson, Ricardo Braga e Tiaguinho na percussão. O arranjo de sopros escrito por Letieres Leite é executado por João Teoria e Guiga Scott nos trompetes, Paulinho Andrade no sax alto, André Becker no sax tenor e Gilmar Chaves no trombone.
A lista de compositores das canções do disco “Axé” inclui nomes como Carlinhos Brown, Russo Passapusso (BaianaSystem), Emicida e Nando Reis, além da própria Marcia Castro.
Veja o clipe:
Nascido em Alagoinhas, no Agreste baiano, Adrião Filho (30) é formado em Direito, tem mestrado em Ciências Sociais, mas encontrou na poesia que lhe acompanha desde a infância a possibilidade de viabilizar o doutorado em Lisboa, Portugal.
Inspirado pela paisagem rural e o gosto pelas letras herdado do avô, o advogado e poeta lançou recentemente seu primeiro livro, “Redemoinho”, cuja renda será revertida para custear sua segunda incursão acadêmica na Europa. A primeira delas foi entre 2015 e 2018, quando, no intuito de se debruçar na pesquisa sobre estado de bem estar social, estudou o programa Bolsa Família em mestrado na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, na França.
Para concretizar aquela empreitada, ele reuniu as economias de mais de cinco anos de trabalho na Federação dos Comerciários, onde passou pelo cargo de assistente de administração, até conseguir uma vaga no setor jurídico, área de sua formação.
Durante a experiência internacional, Adrião tinha sede de conhecimento e aproveitou todas as possibilidades, dentro e fora da Universidade. “Através do Mestrado eu pude descobrir que o Bolsa Família, querendo ou não, é um programa de viés neliberal de transferência de dinheiro, de nascimento, digamos assim, de direita, mas abraçado pela esquerda. E nesse meio de campo conturbado e não muito dado à reflexão, nós temos a direita chamando um programa cunhado nas escolas desta direita de comunista e esquerdista, e temos as esquerdas vendo o programa como seu, salvador das terras e dos céus”, explica o baiano, que a partir dos estudos visualizou com mais clareza a complexidade do cenário no Brasil.
Adrião em um dos intervalos do Mestrado, enquantro trabalhava de babá cuidando dos irmãos Isaure e de Basile (o fotógrafo), que brincam em um parque em Paris | Foto: Arquivo Pessoal
Na França, quando aliava a pesquisa a serviços como babá e garçom, ele também despertou uma maior consciência de classe e a respeito dos direitos trabalhistas, já que o país é pioneiro na luta pela humanização das relações laborais. “Enquanto estudante de direito, atuei muito na área trabalhista. Foi interessante ver o cenário da legislação na França. Coisas simples mostraram como o zelo pelo cidadão traz uma resposta à saúde pública futura”, conta Adrião, lembrando um episódio no qual colegas mulheres da época em que servia mesas em uma creperia de Paris não podiam carregar insumos pesados, pois estudos indicavam que aquele tipo de atividade era agravante para a incidência de câncer no colo do útero.
Já ambientado, ao concluir os estudos, o pesquisador, advogado e poeta poderia seguir no país, após ser aprovado em um doutorado com um sociólogo especialista em pobreza. A realidade no Brasil, entretanto, abortou o projeto. Era outubro de 2018 quando ele resolveu “deixar o discurso” e partir para o concreto, retornando à terra natal para votar no segundo turno das eleições presidenciais. “Era uma questão de humanidade”, lembra. “Decidi voltar para o Brasil, não me arrependo, mas sigo chocado com o quão desumano, vil, perverso e pervertido o ser humano pode ser ao tratar temas tão sensíveis e importantes, como se fosse futebol”, avalia, em crítica frontal à polarização protagonizada pelos chamados “petralhas” e “bolsominions”.
De volta à casa, Adrião trabalhou por seis meses no escritório de advocacia do pai, chegou a pensar em enveredar na política como vereador, mas entendeu que a dureza da disputa eleitoral e a burocracia do ofício de operador das leis não lhe despertavam a mesma paixão que as artes. Em 2019 ele resolveu se mudar para São Paulo e viver com a namorada da época. Durante um ano, o baiano deu aulas de francês, até fez algumas petições para complementar a renda, mas se dedicou de corpo e alma às letras.
Adrião com o avô e o irmão recém-nascido, no avarandado da casa dos avós, próximo a Rafael Jambeiro, nos Dez Réis, onde ele escutava histórias passadas de geração a geração | Foto: Arquivo Pessoal
Foi naquele período, fruto das andanças pela capital paulista que nasceu o livro “Redemoinho”. O despertar surgiu pelas ruas do bairro de Santa Cecília, quando um taxista gritou para um morador de rua: “vá trabalhar, vagabundo!”. “O mendigo era conhecido na região, trabalhava com coleta seletiva. Aí ele deu risada, olhou para o taxista e falou assim: ‘rapaz, eu tenho endereço fixo, não devo ao banco não, eu sou livre, vá trabalhar você, vagabundo!’. Eu achei genial, o taxista deu risada, buzinou pra ele e seguiu”, conta o poeta. “E aí, eu falei: gente, tá aí! Tudo é uma questão de afeto, de acolhimento”, conclui o artista de discurso acelerado, revelando que vez por outra é incompreendido pelos amigos, mas diz ser bem interpretado pelos “ditos mendigos e os doidões”, que nunca lhe pediram que repetisse suas falas. “No final, o que importa é estar abraçado, é o diálogo estar fluindo alí”, conclui.
O grande fio condutor da história, então, virou aquele morador de rua. “Ele me permite falar sobre os atores sociais marginalizados, falar dos discursos marginais, que falam de verdades da sociedade, me possibilita ser o observador, porque tudo passa por ele na rua. Ele me possibilita costurar a ideia de afeto e acolhimento. E aí eu falei: ‘temos aí um personagem’”, detalha Adrião Filho.
Além da inspiração concreta das ruas, as tradições ancestrais também deram tom ao projeto. “Redemoinho foi girando, os orixás foram permitindo com muito axé, porque eles costuram todo esse novelo de redemoinhos que giram e giram. Escutando o ‘Obatalá - Uma Homenagem a Mãe Carmen’, encabeçado por Gil, eu pensei: é isso. Ela [Mãe Carmen] fala que terreiro é um espaço de acolhimento, um espaço de afeto, fala que não há hierarquia como lá fora, mas o respeito que forma hierarquia. Aqui todo mundo é pai, é irmão, irmã, filhos e filhas. E aí eu falei: é isso que é basicamente a mensagem de ‘Redemoinho’: acolhimento e afeto”, explica.
Paralelo à obra literária, a ideia de seguir os estudos nunca morreu para o baiano, que por indicação de um amigo residente em Portugal, viu as portas se abrirem para o doutorado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Desta vez, a pesquisa é na área de Gestão de Patrimônio Imaterial, com o tema “Terreiros de Candomblé - Potências Socioeconômicas“, que casa com o livro e toda sua trajetória, tanto acadêmica quanto pessoal.
“Eu vi a oportunidade e pensei que estava diante de um tema que é muito importante. Porque eu sempre falei isso: os marginais, via de regra, são os explorados. A gente pega a mulher, que sofre feminicídio, machismo, e a sociedade global vai da economia doméstica e faz trilhão no mundo e não é paga; você bota o Brasil, a sociedade foi construída pelos pretos, que são os marginais; os índios; os homossexuais que são abusados em toda estrutura. Estruturalmente você vai ver que os marginais são abusados, explorados, oprimidos e expropriados da possibilidade do ser”, conta Adrião, que a partir desta análise entendeu que os orixás “costuram todas as narrativas”, desde o livro até o doutorado. “O que é o terreiro na Bahia e em Salvador? É uma potência socioeconômica. Por quê? Na pandemia, a cidade de Salvador deixa de receber R$ 1,7 bilhão sem o Carnaval. O Carnaval da Bahia é diferenciado e é essa grande festa por quê? Porque, basicamente, se inspira na festa de terreiro, ou seja, no grande culto chamado festa, que é o grande presente que nos foi dado por Olodumare”, concluiu o poeta, destacando a contribuição social e econômica das religiões de matriz africanas, ainda que elas sejam marginalizadas.
“Partindo do universo que se delimita e se expande dentro dos Terreiros de Candomblé, temos a pretensão de trabalhar com uma tese que gire em torno ‘Dos ganhos socioeconômicos que se advêm da implementação de políticas públicas de proteção ao patrimônio imaterial (fazendo uma imersão no universo da pretitude baiana), articuladas às proposições das convenções internacionais’. Enfim, a correta gestão do patrimônio imaterial tem o poder de preservar, valorizar e ampliar os bens que o compõem”, resume.
O baiano Ubunto e o pernambucano Barro se uniram para um estudo sobre o ijexá e suas influências com a sonoridade pop. Buscaram novas formas de marcar células, novos timbres de bateria eletrônica e encontraram uma mistura interessante de percussões com sintetizadores. O resultado do início dessa pesquisa é o single "Carne dos deuses", que chega nesta quinta-feira (3) às plataformas de música.
"Escutamos muita coisa e fomos tentando pensar como dialogar também com o que tem rolado hoje e principalmente sobre como encontrar as pontes entre o que eu venho fazendo e o que Ubunto vem desenvolvendo também", conta Barro.
"É um ijexá moderno muito ligado ao Axé Music do fim dos anos 80, início dos 90. Vem também com esse gosto de verão que Pernambuco trazia nos anos 90 e para além da timbragem solar tem uma proposta de letra bastante amorosa e hedonista", acrescenta Ubunto.
Para Barro, os dois artistas têm um interesse recíproco sobre Bahia e Pernambuco. "De aprender mais nessa troca sobre como podemos crescer com as experiências das nossas cenas, pensando as conexões e a potência desses dois estados que compõem duas matrizes fundamentais para se pensar o Brasil", acredita.
As referências mais próximas, segundo a dupla, são grupos baianos como o Oludum e a Banda Mel, mas também pernambucanos a exemplo da Banda Versão Brasileira e da Banda Pinguim.
O projeto Culinária Musical fará uma homenagem ao Carnaval de Salvador e à axé music neste domingo (9), a partir das 12, na Casa do Benin, no Pelourinho. Essa é a edição de 59 e terá como atrações o cantor Tonho Matéria e participações de Lucas Di Fiori (Olodum) e Marquinhos Marques (ex-Olodum). O cardápio terá pratos preparados pelo afrochef Jorge Washington. A tradicional Maxixada de Carne Seca e a conhecida Feijoada do Jorge serão os pratos feitos na ocasião.
O evento também terá o desfile da grife Afrolook, criada por Ângela Duarte em 2018 com a proposta de vestir pessoas com identidade africana, divulgar a cultura afro brasileira e as religiões de de mesma matriz por meio da moda.
O acesso ao Culinária Musical custa R$ 20. Já o prato custa R$ 30 e R$ 15 (meia porção). Além da música e culinária, o público também vai ter acesso ao acervo afro-brasileiro da Casa do Benin, que promove em suas peças a relação entre a Bahia e o país da África Ocidental.
SERVIÇO
O QUÊ: 59ª edição do projeto Culinária Musical
QUANDO: 9 de fevereiro (domingo)
ONDE: Casa do Benin - Pelourinho
VALOR: R$ 20 (o acesso) e R$ 15 (prato)
A irmã do cantor capixaba Silva, Lucilia Silva, publicou em sua conta no Instagram uma prévia do que seria a nova parceria do artista com a baiana Ivete Sangalo, nomeada como "Pra vida inteira" . O lançamento da canção estaria marcado para a próxima sexta-feira (10).
O registro de Lucilia não passou desapercebido por fãs de "Veveta". Uma página de fãs republicou um trecho do vídeo.
Dentre os trechos audíveis da música estão frases como "vou te beijar" e "vem comigo para além do suor do tambor". A melodia é embalada por arranjos típicos da axé music e o clipe deve ter imagens gravadas no Centro Histórico de Salvador (veja aqui).
Veja o registro:
Que hino gostosinho????! Segundo a irmã de Silva, a parceria entre @SilvaOficial e @IveteSangalo será lançada nessa sexta, dia 10. Mais um prévia: pic.twitter.com/y0SzInTeQu
— Acesso Sangalo???? (@AcessoSangalo) 6 de janeiro de 2020
Os músicos Jonga Cunha, Gilmelândia, Ramon Cruz e Dinho Barral se reuniram na tarde desta quinta-feira (31) para o lançamento de "Dija – Um Musical Inusitado", show que irá homenagear os 40 anos de carreira de Djavan (leia aqui). Na ocasião, os músicos aproveitaram para comentar um pouco da carreira e da expectativa para o Carnaval do próximo ano. "Eu acho que o axé acabou", declarou o músico Jonga Cunha sobre o futuro do estilo. "Quando eu falo que o axé music acabou não é uma coisa ruim. É como falar que a Tropicália acabou. O movimento do axé passou. Hoje temos uma música baiana pop percursiva pós-axé que é mais plural", completou Jonga. O percursionista, que estreia no dia 14 de setembro ao lado de Gilmelândia, Ramon Cruz e Dinho Barral em "Dija", também questionou o título dado a Luiz Caldas como pai do estilo tipicamente baiano. "O Luiz não tem autoridade para dizer que é o pai do axé. Antes do disco dele tinha gente fazendo músicas do estilo", declarou. Já para Gilmelândia, o movimento estaria em decadência por razões políticas: "O axé deixa as pessoas felizes. Hoje, politicamente, ninguém está interessado nisso. Quanto mais o povo está triste e com autoestima baixa, melhor". "Nossa música só tinha positividade", lembra a cantora.
Roberto Barreto, guitarrista do BaianaSystem - uma das atrações do Rock in Rio 2017 -, falou sobre a rotulação da música produzida na Bahia, em entrevista ao G1, publicada nesta segunda-feira (7). Perguntado sobre o fato de no Sudeste a banda ser enquadrada como de axé, ele disse que o rótulo “não incomoda porque, na verdade, o axé não existe enquanto gênero”. O músico argumentou ainda que o público daquela região acaba enquadrando tudo como uma mesma coisa e deu alguns exemplos de seu ponto de vista. “Olodum é completamente diferente de Ivete. O que existe é um mercado de axé, que funciona diferente do mercado que a gente surgiu. Quando fazem essa referência ao novo axé, talvez seja por causa de elementos que usamos - das festas de largo, o entendimento do sound system como uma coisa popular, percussão, guitarra, samba… Lógico que tem elementos do que as pessoas conhecem como axé”, explica Beto Barreto. “Quando a gente tira esse peso, não se incomoda. A Bahia hoje está justamente numa fase de superar esse estigma do axé que ficou, muitas vezes como uma coisa pejorativa”, afirma, acrescentando que ainda nos dias de hoje a música baiana segue estigmatizada. “O mercado acabou ditando muito como as coisas aconteceram. Salvador sempre teve uma produção incrível e nunca parou de ter. Mas estamos em um período em que a música passa por uma transformação. O que chega às pessoas não é necessariamente o que vem da grande mídia. Elas conseguem conhecer o que está acontecendo no Pará, em Goiânia, Recife, Salvador… Com essa dimensão, dá para fugir um pouco dessa centralização”, disse o guitarrista do BaianaSystem.
Serviço
“Considero uma liberdade da criação musical. Não tem classificação, não tem gênero. Vale o que vier. É um disco que conta com a direção do baixista Fernando Nunes que já tocou com Cassia Eller e toca com Zeca Baleiro. E arranjos de corda do maestro Luciano Calazans. As quatro músicas são de minha autoria. Apenas uma é em parceria com meu amigo Cajá. O meu EP é conceito de liberdade musical”, disse a cantora, em entrevista ao Bahia Notícias.
Multi-instrumentista, Marcela toca violão, guitarra e bateria. Ela despontou no cenário musical no ano de 2011 com a música de sua autoria “Meu Coração é Todo Seu”. Na época, a cantora trilhava pelo axé music. “Me afastei do Axé tem uns três ou quatro anos e entrei nas minhas raízes e compondo. Me encontrei musicalmente. Pode se dizer que o meu estilo é Pop Rock, mas você vai poder escutar uma orquestra por trás no meu EP. Uma música de amor. Um lado rock'n'roll e outro romântico. A gente brinca com os dois lados”, destacou.
Além das canções autorais, o repertório do show também possui clássicos do rock e da música popular brasileira. “Faço um trabalho com releituras do Barão, Cássia Eller... Tem muita coisa boa no show”, finalizou. Os ingressos para o lançamento são vendidos a R$ 20 reais no site Sympla (confira aqui) e R$ 30 reais no local do show.
Marcela Martinez lança EP "Sem Censura"
Abertura: Dj Roger N Roll
Participação especial: Bruna Barretto e Marcos Clemente
Data: 28/01, quinta-feira
Local: Portela Café, Rio Vermelho
Horário: 22h
Ingressos: R$ 20 na internet; R$ 30 no local do show
Sem glamour, pompas nem grande público, o clima na premiação era de pura apreciação das obras. O mestrando em composição, Tharcísio Vaz, de 28 anos, aprovou a iniciativa. “A gente é muito carente de ter iniciativas como essa, que é uma parte muito importante do nosso aprendizado como músico, como compositor”, afirma. Vaz, que também dá aulas e compõe para trilhas sonoras, acredita que a premiação abre um espaço para os compositores. “É importante ter nossas peças tocadas, ainda mais num concurso, num prêmio que incentiva a produção. Porque a gente não só tem a oportunidade de escutar o que a gente faz, mas de trazer pessoas pra conhecerem”, explica. Nessa edição, Vaz não conseguiu inscrever nenhuma obra.
Grupo Camará, regido pelo maestro Paulo Rios | Foto: Ailma Teixeira/ Bahia Notícias
Com competidores e organizadores satisfeitos com a premiação, uma segunda edição do evento seria quase certa, mas é preciso financiamento do governo para se concretizar. “A gente pensou num projeto contínuo, que todo ano acontecesse, que a gente pudesse contemplar outras temáticas para formar público e a gente espera que isso aconteça”, explica Nathan Ourives, um dos organizadores da premiação. Ourives, ao lado de Patrick Andrews, pretende inscrever o projeto em editais públicos. Essa edição, sonhada pelos dois há anos, foi financiada pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia.
Já Caio de Azevedo, único finalista baiano, foi premiado com a com a segunda colocação e o prêmio de R$ 3 mil reais. Azevedo também levou pra casa o prêmio, que é na verdade a tarefa, de compor uma obra a ser apresentada pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Com atenção disputada pelos admiradores e amigos, o baiano que percorreu a história da axé music e do axé, enquanto sincretismo religioso, conseguiu contar ao Bahia Notícias como se sentia com os prêmios conquistados. “É uma felicidade grande pra mim de estar com amigos, pessoas que eu gosto participando desse momento”, afirma.
Com a sincrética obra "Oya, Laudamus. O tempo, a Emersão" Azevedo conquistou o segundo lugar | Foto Ailma Teixeira/ Bahia Notícias
A complexidade da música erudita esteve diretamente ligada à proposta nada específica de junção com a axé. “A gente percebe a falta de público para a música de concerto, contemporânea, erudita em geral. A gente tentou utilizar esse link com a axé music para aproximar o público”, justifica. Na rigorosa seleção – as médias entre os finalistas vão de 7,67 a 8,18 pontos – avaliou-se grau de criatividade, originalidade, viabilidade de execução em cinco ensaios, maturidade técnica e clareza de escrita. Além, claro, da relação com a axé de livre grau e escolha dos compositores. “Tem sempre um rigor alto e cada compositor tem um gosto, uma visão da partitura diferente, então eles tiveram a possibilidade de criar de acordo com suas preferências”, explica Ourives.
Apesar de reverenciar à música baiana, apenas o primeiro finalista do prêmio é do Estado, fator bem visto pelos organizadores. “A gente vê com bons olhos ao perceber que a Bahia ainda atrai muita gente de fora. O peruano caiu aqui por questões pessoais, mas o chileno veio aqui pra estudar, ele procurou um professor daqui. Ele queria estudar na Escola de Música, ela tem uma tradição”. O segundo colocado é gaúcho, enquanto o terceiro e o quarto são peruano e chileno, respectivamente. “A melhor questão é fazer esse intercâmbio cultural”, destaca.
Com 14 compositores inscritos, Ourives acredita que a edição de estreia teve boa repercussão. “A gente achou um número muito alto se tratando desse tipo de música porque demos uma instrumentação complexa, porque a formação da Camará é específica”, defende. Dentre as obras habilitadas, 10 foram classificadas para a premiação. Os quatro primeiros finalistas, apresentados em série pelo Bahia Notícias, terão suas obras estreadas pelo Camará, o Conjunto de Câmaras da Ufba, regido pelo maestro Paulo Rios. As obras também serão gravadas e disponibilizadas digital e gratuitamente para todo o público. As outras seis peças classificadas serão lidas em ensaio aberto durante a premiação e uma delas será premiada com a estreia pelo Camará. O público presente ainda poderá votar nos compositores para eleger aquele que receberá a encomenda de uma obra a ser estreada pela Orquestra Sinfônica da Bahia.
Com patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), a premiação dará três prêmios em dinheiro, nos valores de 1,5 mil, 3 mil e 5 mil reais. Após a apresentação do Camará, o júri, formado por três músicos, vai definir o prêmio dentre as quatro obras finalistas. O evento será aberto a todo o público, com ingressos distribuídos por ordem de chegada no local. Por parte dos organizadores, outras edições da premiação serão realizadas. “A gente pensa em dar oportunidade aos compositores em início de carreira pra que eles tenham suas composições tocadas”, finaliza.
Para aqueles não íntimos da música erudita, a peça de Azevedo pode muito bem parecer complexa. Segundo o próprio compositor, “ela transborda uma profunda empatia entre a relação e a personificação da axé music”. Azevedo criou um universo em que a cantora – integrante da Camará que interpretará a obra na premiação – será a personificação do ritmo. “Eu faço uma relação entre o carnaval e uma espécie de ressurreição, então, eu lido com o abismo entre o trio [elétrico] e a multidão. Uma relação de divindade, de procissão e do homem e do infinito”, elabora. Os instrumentos de corda e a própria cantora foram ressignificados pelo compositor como instrumentos de percussão. Outro ponto que Azevedo destaca é o sincretismo presente, inclusive, no próprio título da peça. “Oya é Iansã, Laudamus vem da liturgia católica, uma missa que diz ‘Te Deum Laudamos’, que significa ‘Louvai ao Senhor’, esclarece”.
Otero ou Zé de Papel, pseudônimo usado pelo músico na premiação e na capoeira, buscou uma inspiração para além do estilo musical. "A minha obra é uma espécie de uma pequena biografia da axé music que começa antes do afoxé com a letra em iorubá, um pouco de referência ao axé [em referência à religiosidade afro-brasileira]. "Dança do Equilíbrio" se propõe a passar por toda a trajetória do ritmo baiano. "Minha música é como se fosse um universo em formação, é um pouco desconexa no início, tem referências meio soltas à cultura afro-baiana (...) Depois dessa passagem, a música começa a tomar forma e toma outros caminhos que o axé teve e no final eu entro num groove", detalha. Assim como a obra do quarto finalista, Héctor Garcés, a canção de Otero é inspirada na música Fricote, de Luiz Caldas, que ele classifica como polêmica. "É uma letra que hoje em dia é considerada um pouco politicamente incorreta", explica.
Composição de Otero para um solo de clarineta
Em Salvador desde o ano passado, quando se mudou para fazer um mestrado em Composição na Ufba, Garcés conta que se inscreveu no prêmio pela proposta de união entre o erudito e o axé. “Eu cheguei aqui interessado na cultura, na essência afrodescendente, e eu já estava um pouco envolvido nesse ambiente da composição da música”, conta. Lá no Chile, Garcés já conhecia um pouco da música baiana, “mas nem sabia que isso era axé”. Já a música erudita fez parte da sua formação. “Minha formação como músico tem a ver com o erudito. Eu comecei na música popular com o rock, mas com o estudo, a composição, eu passei a ter essa influência com o mundo erudito”, explica. Autodidata, Garcés toca violão, piano - que considera “bem necessário pra quem faz composição”-, e baixo, que tocou em pequenas bandas de rock no Chile. A composição surgiu como experimentações, foram as primeiras criações do músico em meados dos anos 1990, que se desenvolveu quando ele iniciou seus estudos de poesia escrita.
Garcés com o maestro Cirilo Vila | Foto: Milena Bahamonde
Idealizada pelos músicos e especialistas em composição, Natan Ourives e Patrick Andrews, a premiação, que é aberta ao público, entregará três prêmios em dinheiro nos valores de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 1,5 mil reais. Além disso, os finalistas, dentre eles Garcés, terão suas obras gravadas e distribuídas digital e gratuitamente e a categoria de voto popular premiará o compositor escolhido pelo público com a estreia de sua obra pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Veja o vídeo do concerto "Instrucciones para Bordar una Arpillera" em que Garcés participou:
Os cantores gravaram "Nossa Gente" no disco "Tropicália II":

Cristiano chegou a mostrar uns golpes de capoeira para convencer os jurados | Foto: Reprodução

Uma moqueca de arraia garantiu a classificação do baiano no Masterchef Brasil | Foto: Reprodução

O baiano integra o time de 18 concorrentes que entraram na segunda edição do Masterchef Brasil | Foto: Divulgação

Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça são os jurados do programa apresentado por Ana Paula Padrão | Foto: Divulgação

Lucas é um dos melhores amigos de Cristiano no Masterchef | Foto: Reprodução
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— Reality Social (@RealitySocial) 8 julho 2015

Tatau e Márcia Castro fizeram dueto durante a cerimônia / Foto: Beto Jr. / Ag Haack / Bahia Notícias
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Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.