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A fim de aproximar o público da música erudita, I PMCB homenageia a axé music

Por Ailma Teixeira

A fim de aproximar o público da música erudita, I PMCB homenageia a axé music
Nathan Ourives e Patrick Andrews, idealizadores da premiação | Foto: Divulgação
A Reitoria da Universidade Federal da Bahia sedia na próxima terça-feira (20), às 18h, o I Prêmio da Música Contemporânea da Bahia. Organizada pelos músicos Nathan Ourives e Patrick Andrews, o prêmio vem com a proposta de homenagear os 30 anos da axé music comemorados em 2015 com a temática “Erudito com Axé”. “A gente tentou fazer esse projeto há alguns anos e fomos contemplados em 2014. Aconteceu um atraso na programação cultural e o projeto só ia poder ser realizado em 2015, então veio a calhar a comemoração dos 30 anos da axé music”, afirma Nathan Ourives, 31, doutorando em composição.
 
A complexidade da música erudita esteve diretamente ligada à proposta nada específica de junção com a axé. “A gente percebe a falta de público para a música de concerto, contemporânea, erudita em geral. A gente tentou utilizar esse link com a axé music para aproximar o público”, justifica. Na rigorosa seleção – as médias entre os finalistas vão de 7,67 a 8,18 pontos – avaliou-se grau de criatividade, originalidade, viabilidade de execução em cinco ensaios, maturidade técnica e clareza de escrita. Além, claro, da relação com a axé de livre grau e escolha dos compositores. “Tem sempre um rigor alto e cada compositor tem um gosto, uma visão da partitura diferente, então eles tiveram a possibilidade de criar de acordo com suas preferências”, explica Ourives.
 
Apesar de reverenciar à música baiana, apenas o primeiro finalista do prêmio é do Estado, fator bem visto pelos organizadores. “A gente vê com bons olhos ao perceber que a Bahia ainda atrai muita gente de fora. O peruano caiu aqui por questões pessoais, mas o chileno veio aqui pra estudar, ele procurou um professor daqui. Ele queria estudar na Escola de Música, ela tem uma tradição”. O segundo colocado é gaúcho, enquanto o terceiro e o quarto são peruano e chileno, respectivamente. “A melhor questão é fazer esse intercâmbio cultural”, destaca.
 
Com 14 compositores inscritos, Ourives acredita que a edição de estreia teve boa repercussão. “A gente achou um número muito alto se tratando desse tipo de música porque demos uma instrumentação complexa, porque a formação da Camará é específica”, defende. Dentre as obras habilitadas, 10 foram classificadas para a premiação. Os quatro primeiros finalistas, apresentados em série pelo Bahia Notícias, terão suas obras estreadas pelo Camará, o Conjunto de Câmaras da Ufba, regido pelo maestro Paulo Rios. As obras também serão gravadas e disponibilizadas digital e gratuitamente para todo o público. As outras seis peças classificadas serão lidas em ensaio aberto durante a premiação e uma delas será premiada com a estreia pelo Camará. O público presente ainda poderá votar nos compositores para eleger aquele que receberá a encomenda de uma obra a ser estreada pela Orquestra Sinfônica da Bahia.
 
Com patrocínio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), a premiação dará três prêmios em dinheiro, nos valores de 1,5 mil, 3 mil e 5 mil reais. Após a apresentação do Camará, o júri, formado por três músicos, vai definir o prêmio dentre as quatro obras finalistas. O evento será aberto a todo o público, com ingressos distribuídos por ordem de chegada no local. Por parte dos organizadores, outras edições da premiação serão realizadas. “A gente pensa em dar oportunidade aos compositores em início de carreira pra que eles tenham suas composições tocadas”, finaliza.