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Obra de valorização do cabelo afro é grande vencedora do I PMCB

Por Ailma Teixeira

Obra de valorização do cabelo afro é grande vencedora do I PMCB
Guilherme Bertissolo e a filha, Aurora | Foto: Ailma Teixeira/ Bahia Notícias
Com o prêmio de R$ 5 mil reais, o gaúcho Guilherme Bertissolo foi o grande vencedor do I Prêmio de Música Contemporânea da Bahia, realizado nesta terça-feira (20), na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “Eu estou adorando o prêmio, foi muito bem organizado, está num nível internacional mesmo”, comenta. Assim como outras obras, a peça de Bertissolo foi inspirada na canção Fricote, de Luiz Caldas, mas com uma diferente conotação. Em "Cabelo (Fricotando)", o compositor fez uma reverência ao cabelo afro e, em especial, ao cabelo da ex-escrava e líder da Revolta dos Malês, Luísa Mahin. O chileno Héctor Garcés ficou com o terceiro lugar e o prêmio de R$ 1,5 mil reais. “Eu queria agradecer porque tem sido uma experiência muito boa e, em breve, nós vamos voltar para o Chile”, agradeceu ao apresentar sua obra. A peça de Garcés, "Pra que!", foi a primeira apresentada pelo Camará, o Conjunto de Câmaras da Ufba.

Já Caio de Azevedo, único finalista baiano, foi premiado com a com a segunda colocação e o prêmio de R$ 3 mil reais. Azevedo também levou pra casa o prêmio, que é na verdade a tarefa, de compor uma obra a ser apresentada pela Orquestra Sinfônica da Bahia. Com atenção disputada pelos admiradores e amigos, o baiano que percorreu a história da axé music e do axé, enquanto sincretismo religioso, conseguiu contar ao Bahia Notícias como se sentia com os prêmios conquistados. “É uma felicidade grande pra mim de estar com amigos, pessoas que eu gosto participando desse momento”, afirma.



Com a sincrética obra "Oya, Laudamus. O tempo, a Emersão" Azevedo conquistou o segundo lugar | Foto Ailma Teixeira/ Bahia Notícias

Além dos prêmios em dinheiro, os organizadores, Nathan Ourives e Patrick Andrews, e o maestro, Paulo Rios concederam menções honrosas aos músicos Emílio Le Roux, terceiro finalista, e Túlio Augusto, que ficou entre os compositores classificados. “Transformaram esse prêmio não numa competição, mas numa celebração”, define Rios. Na manhã desta quarta-feira (21), o Camará fará a leitura de mais cinco obras para seus compositores, na Faculdade de Música. A sexta obra, do estudante de música André Fidelis, foi a escolhida para ser apresentada ao fim da premiação. “Eu já tinha me contentado e feliz com a etapa de leitura que vai acontecer amanhã, então, fui pego de surpresa com a escolha". Com forte presença da percussão, Fidelis tentou passar o suingue da música baiana a partir da mistura de obras de Luiz Caldas e do maestro Heitor Villa-Lobos. “Eu tentei fazer algo que aproximasse essa maneira do músico popular tocar com o jeito do músico erudito, o que às vezes é difícil de fazer porque são universos aparentemente diferentes”, define.