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saude mental
A farda pode até pesar no corpo, mas o peso maior é no psicológico. Cenas trágicas, confrontos armados, ameaças e uma permanente sensação de vulnerabilidade. O que parece até a descrição de um roteiro de filme é a dura realidade de muitos policiais brasileiros. Em estados como a Bahia, que lidera o ranking de mortes violentas no país, segundo o Atlas da Violência 2025, e tem a segunda polícia que mais mata, de acordo com o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a rotina de um profissional de segurança os mantém em estado de alerta constante. Essa pressão contínua tem consequências profundas — em 2024, o maior número de mortes entre policiais no Brasil foi por adoecimento emocional: 126 agentes tiraram a própria vida.
Dois incidentes em Salvador, que ganharam repercussão na mídia, ilustram o resultado da tensão cotidiana que esses profissionais enfrentam. Um dos mais recentes ocorreu na madrugada do dia 26 de julho deste ano, quando um policial militar foi apontado como suspeito de disparar, ao menos uma vez, nas imediações de um estabelecimento comercial no Rio Vermelho, um dos bairros mais boêmios da capital baiana. Na ocasião, não foram localizadas vítimas. Posteriormente, uma mulher procurou a delegacia relatando ter sido ferida por estilhaços durante o incidente.
Já em 2021, um outro episódio envolvendo um policial militar em "surto" mobilizou Salvador e resultou em uma morte. Armado com um fuzil, o soldado Wesley Soares Góes, de 38 anos, efetuou diversos disparos para o alto na região do Farol da Barra, um dos principais cartões-postais da cidade. Após cerca de 3 horas e meia de negociações com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), o PM acabou sendo baleado depois de atirar na direção dos agentes. Wesley, que era noivo e integrava a 72ª Companhia Independente da Polícia Militar havia pelo menos quatro anos, chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu aos ferimentos.
Policial militar que disparou tiros para cima na região do Farol da Barra | Foto: Reprodução / Redes Sociais | Alberto Maraux / SSP-BA
Apesar de terem contextos e intensidades diferentes, ambos os episódios sugerem sinais de desequilíbrio emocional ou comportamental por parte dos agentes envolvidos. O fato é que os casos que ganham manchetes são a ponta de um iceberg de um problema sistêmico e, muitas vezes, silencioso: o esgotamento psicológico dos policiais. A rotina, o medo e a falta de suporte adequado têm um custo que se manifesta de diversas formas, afetando a vida dos profissionais e a segurança da sociedade.
A saúde mental, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um estado de bem-estar que permite ao indivíduo enfrentar os desafios da vida, é um direito garantido pela Constituição Federal como parte do direito à saúde. Isso significa que o cuidado com o psicológico desses trabalhadores não é apenas desejável, é uma obrigação do Estado.
Ainda assim, quando se trata da saúde de quem arrisca a vida para proteger a população, o cuidado muitas vezes chega tarde — ou não chega. Atualmente, 49 psicólogos integram as iniciativas da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), realizando cerca de 1.200 atendimentos mensais. Com um efetivo de 31.657 policiais militares na Bahia, a média acaba sendo de um psicólogo para cada 646 profissionais.
O PESO DA FARDA
Diante desse cenário, especialistas alertam que o desgaste psicológico entre esses profissionais é cada vez mais preocupante. As consequências da exposição contínua a situações traumáticas sem suporte emocional adequado vão desde distúrbios de ansiedade, depressão e burnout até comportamentos impulsivos em serviço e, em casos mais graves, suicídio.
Atuando no atendimento a policiais na capital baiana, o psicólogo Kito Gois, especialista em psicopatologia, destaca que a profissão demanda um alto nível de vigilância, o que sobrecarrega o aspecto emocional.
“O corpo se adapta à tensão, mas a mente responde com sintomas que muitas vezes passam despercebidos ou, pior, são normalizados no ambiente de trabalho. Em Salvador, isso é ainda mais evidente quando consideramos as condições de enfrentamento em comunidades vulnerabilizadas, onde o risco de morte, o medo constante e a sensação de impotência criam um cenário de trauma acumulado”, explica Gois.
De acordo com o psicólogo, a maior parte dos que procuram atendimento ainda o faz por iniciativa própria. No entanto, essa busca quase sempre carrega o que ele chama de um “pedido silencioso de ajuda”. “[Eles] vêm desconfiados, muitas vezes sem saber direito como falar da dor, como se sentir fosse uma ameaça à identidade profissional. A farda pesa até no divã”, relata.
PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS E SINTOMAS
Além das tarefas cotidianas que exigem alto grau de responsabilidade e decisões rápidas, as longas jornadas de trabalho frequentemente relatadas por policiais contribuem para o surgimento da Síndrome de Burnout — conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Outro problema comum entre os profissionais da segurança pública é o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que pode aparecer pelo acúmulo de cenas violentas e situações extremas ao longo do tempo.
O psiquiatra Antônio Geraldo, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), frisa que o estresse é uma reação natural do organismo a estímulos externos, sejam eles negativos ou positivos, e ressalta que, em geral, é passageiro. Já o TEPT é um quadro psiquiátrico que pode surgir após a exposição a eventos traumáticos intensos, como confrontos armados, mortes violentas ou ameaças à própria vida, e se caracteriza por sintomas persistentes e debilitantes.
O médico ainda menciona que os sinais de alerta incluem sintomas intrusivos, como pesadelos, memórias e flashbacks, bem como a evitação persistente de coisas e lugares que remetam ao evento, distanciamento emocional, perda de interesse ou prazer em atividades que normalmente seriam prazerosas. A culpa, vergonha, insônia, hipervigilância e irritabilidade também entram na lista de indicadores. “Quando esses sintomas afetam o desempenho profissional, as relações interpessoais ou a qualidade de vida, é hora de buscar um psiquiatra”, orienta.
O TABU DA VULNERABILIDADE
O psicólogo Kito Gois chama atenção para o estigma que ainda cerca o cuidado com a saúde mental dentro das corporações. Segundo ele, é comum que agentes fiquem receosos de que a terapia seja interpretada como sinal de instabilidade ou incapacidade.
“Em uma cultura institucional que valoriza o controle, a força e a frieza, admitir sofrimento pode parecer uma ameaça à própria carreira. Isso faz com que muitos adiem a busca por ajuda até o limite, quando os sintomas já se transformaram em sofrimento grave. O problema é que, nesse ponto, o processo terapêutico costuma ser mais lento e doloroso”, menciona.
O preconceito enraizado nas estruturas policiais também contribui para que muitos servidores ignorem os próprios sinais de adoecimento, por medo de serem vistos como fracos ou despreparados.
Gois enfatiza que o ambiente institucional pode funcionar tanto como fator de proteção quanto como elemento agravante. Quando há suporte real, escuta ativa, espaços seguros para diálogo e acolhimento emocional, o colaborador se sente validado e menos isolado.
“Infelizmente, o que vemos com mais frequência é o oposto: ambientes hierárquicos rígidos, marcados por silêncio emocional, pouca política de saúde mental e muita cobrança. Isso gera medo, desgaste e, muitas vezes, afastamentos que poderiam ser evitados com uma cultura institucional mais humanizada”, avalia.
IMPACTO NA ATUAÇÃO POLICIAL
O psicólogo também destaca que um policial emocionalmente adoecido está mais suscetível a agir com impulsividade, cometer erros de julgamento e ter reações desproporcionais — o que coloca em risco não apenas a própria vida, mas a de toda a sociedade.
O psiquiatra acrescenta que uma saúde mental fragilizada tem influência direta no funcionamento do indivíduo no ambiente de trabalho. “Doenças mentais como ansiedade e depressão são altamente incapacitantes, e dados recentes mostram que o Brasil registrou quase meio milhão de afastamentos do trabalho por transtornos mentais. Os números também mostram que há um risco maior de suicídio, sendo essa, atualmente, a maior causa de mortes por policiais”, afirma o presidente da ABP.
Wesley Soares Góes foi baleado após atirar contra os agentes na Barra | Foto: Alberto Maraux / SSP-BA
Para Kito, o papel da psicologia nesse contexto é essencial, abrangendo tanto o cuidado individual quanto a atuação direta nas instituições. “Precisamos de políticas públicas que incluam a saúde mental como prioridade dentro das forças de segurança e de profissionais preparados para acolher essa categoria sem julgamento. Cuidar da mente de quem nos protege é, no fundo, uma questão de segurança pública”, indica.
AÇÕES DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
Procurada pelo Bahia Notícias, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou que possui programas institucionais voltados à saúde mental de seus agentes. Dentre eles, estão os atendimentos clínicos psicológicos individuais e em grupo, inclusive para familiares. A corporação promove ações preventivas como palestras, rodas de conversa e simpósios que visam fomentar o diálogo sobre saúde mental e valorização da vida.
Entre os principais programas está o de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar, voltado a agentes envolvidos em ocorrências com resultado morte. Nesses casos, o militar pode ser encaminhado a diferentes níveis de acompanhamento emocional. A corporação também adota protocolo específico para situações relacionadas ao suicídio, com foco na prevenção, manejo do comportamento suicida e posvenção.
As ações de apoio psicossocial são realizadas em todo o estado, de forma regionalizada. No sudoeste da Bahia, há clínicas conveniadas, que buscam atender os servidores que trabalham na região. Já o programa federal Escuta Susp, com atendimentos remotos, amplia o alcance do suporte aos policiais de municípios do interior.
O BN também solicitou à PM-BA os dados referentes às exonerações ocorridas na Bahia em 2024, incluindo informações sobre desligamentos voluntários, expulsões e demissões. No entanto, o órgão informou apenas o número de demissões: 38 ao longo do último ano.
PEDIR AJUDA É UM ATO DE CORAGEM
Se você é policial ou conhece alguém que atua na segurança pública e está passando por sofrimento emocional, procure apoio psicológico.
Disque 188 – Centro de Valorização da Vida (CVV), atendimento gratuito, 24 horas.
O convidado do podcast BN na Bola desta terça-feira (13) foi Guilherme Rend, meio-campista do Itabuna. Durante a conversa com Hugo Araújo e Thiago Tolentino, o atleta revelou ter lutado contra a depressão durante um momento da carreira em que se recuperava de uma lesão no joelho.
“Depois de tanto tempo, eu posso dizer que tenho alegria de jogar futebol novamente. Poucas pessoas sabem, mas eu tive problema de depressão depois da cirurgia de joelho. Fiquei bastante tempo mal, bem cabisbaixo. Fiquei muito mal, tive que buscar ajuda para tratar a saúde mental, procurei me tratar com psicólogos”, afirmou o jogador.
Rend ressaltou que, hoje, vive um momento bem diferente, onde reencontrou alegria em jogar futebol, não enxergando mais a prática apenas como sua profissão. O meio-campista também disse que os anos que teve no Vitória foram os melhores de sua carreira.
“Graças a Deus tudo isso passou e o momento atual é especial para mim. Estou cumprindo uma nova função, é uma felicidade muito grande voltar a jogar, tinha até comentado com o Rodrigo (Chagas) que ele recuperou a minha alegria em jogar futebol. Mas sem dúvidas, o melhor momento que tive em minha carreira foi no Vitória, pegando aquele período de 2020 até 2022, foram meus principais anos no profissional”, comentou.
O fã de esporte pode assistir a melhor resenha do futebol baiano no canal do Bahia Notícias no YouTube. Se inscreva no canal, compartilhe com os amigos e ative as notificações!
O ex-nadador brasileiro Bruno Fratus, medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio, foi nomeado Embaixador de Saúde Mental do Comitê Olímpico Internacional (COI). A indicação reconhece sua trajetória de superação, que foi marcada por lesões, desafios emocionais e reviravoltas dentro e fora das piscinas.
Aposentado desde o ano passado, Fratus vive atualmente nos Estados Unidos, onde atua como treinador. Em sua nova função, ele pretende usar a própria experiência para apoiar atletas que enfrentam dificuldades emocionais.
"Quero ajudar a espalhar a palavra para além dos atletas, para o resto do mundo. Nunca desista. Seja irritante, seja um incômodo, não desista", declarou ao portal Olympics.
Fratus relatou que enfrentou momentos graves de sofrimento psicológico durante a carreira, chegando a questionar se deveria continuar vivendo. O apoio da psicóloga Carla Di Piero foi fundamental para que ele reencontrasse equilíbrio e seguisse no esporte até conquistar o pódio olímpico.
A aposentadoria precoce também não foi fácil. Entre 2022 e 2024, passou por quatro cirurgias — três no ombro direito e uma no joelho esquerdo — e precisou abrir mão do sonho de disputar os Jogos de Paris.
"Eu queria competir em 2024 e 2028. Mas o corpo não acompanhou. Um dia, tive que tirar a cabeça da água porque simplesmente esqueci como nadar. Minha esposa disse: ‘Vamos lá. Acabou."
Agora fora das piscinas, Fratus afirma que o espírito competitivo permanece, mas está focado em usá-lo para transformar vidas por meio do esporte.
O Governo Lula avalia adiar a atualização da NR-1, norma que define diretrizes para a saúde no ambiente de trabalho e que passaria a incluir o tema da saúde mental. Não oficializado, o adiamento teria sido decidido após reunião do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com sindicatos patronais, que representam as empresas e vinham pressionando contra a mudança. As informações são do g1.
A NR-1 traz todas as diretrizes para garantir a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho. Com a atualização, ela passaria a incluir os riscos psicossociais, tornando-os equivalentes a acidentes de trabalho ou doença. Assim, o MTE passaria a fiscalizar as empresas, podendo, inclusive, aplicar multas caso fossem identificadas questões como metas excessivas, jornadas extensas, ausência de suporte, assédio moral, conflitos interpessoais, falta de autonomia no trabalho e condições precárias de trabalho.
A atualização da norma foi anunciada em agosto de 2024, quando o país teve o maior número de afastamentos do trabalho por saúde mental em 10 anos.
Além de pressão das empresas, o recuo teria sido motivado pela falta de estrutura do ministério para a implementação. O governo havia anunciado a medida pouco antes do balanço anual de afastamentos do trabalho ser divulgado, e deu um prazo de seis meses para que a norma passasse a valer.
As empresas teriam até o dia 26 de maio para se adaptar. No entanto, até esta quinta-feira (17), faltando um pouco mais de um mês para o prazo final, ainda não foi divulgada a cartilha que traz com clareza os detalhes do que precisa ser feito a tempo da cobrança.
As entidades alegavam que a medida acabava colocando sob a empresa a responsabilidade por problemas de saúde mental, que são globais; o gasto não previsto com profissionais de saúde mental; e faltou de clareza sobre a aplicação da norma;
Em 2024, segundo dados divulgados pelo g1, foram 472 mil afastamentos, contra 283 em 2023 – uma alta de 68%. O número contabiliza a lista de doenças de saúde mental que mais geraram concessão de benefícios por incapacidade temporária. Os dados do INSS permitem traçar um perfil dos trabalhadores atendidos: a maioria é mulher (64%), com idade média de 41 anos, e com quadros de ansiedade e de depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho.
Em um marco para a saúde mental na Bahia, foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (27) o Grupo de Atuação em Transtornos Alimentares da Bahia (GATAB), a primeira associação do estado voltada exclusivamente para o tema.
O evento de inauguração, realizado na Associação Baiana de Medicina, reuniu especialistas e representantes da área de saúde para celebrar a consolidação deste projeto que nasceu em 2022 como uma rede de apoio no WhatsApp.
A psiquiatra Ana Paola Robatto, presidente da associação, expressou sua emoção com a concretização deste projeto: "Hoje realizamos o sonho de apresentar à sociedade um grupo que une profissionais e dissemina informações qualificadas sobre transtornos alimentares. Nosso principal objetivo é melhorar o cuidado com esses pacientes".
A declaração foi recebida com entusiasmo pelos presentes, que reconhecem a importância da iniciativa.
Maria Emília Pimentel, vice-presidente do GATAB e psicóloga, reforçou a urgência da causa: "Estamos profundamente honradas em criar esta associação que vai profissionalizar o atendimento. Em nossa experiência, atendemos casos que chegaram a esperar 22 meses por tratamento".
Completando as manifestações, a hebiatra Isabel Carmen Freitas, professora da UFBA com três décadas de experiência no atendimento a adolescentes, destacou: "Como especialista, vejo no Gatab uma esperança concreta de oferecer acolhimento multidisciplinar para famílias e pacientes. Os transtornos alimentares exigem uma abordagem integrada e especializada, que finalmente teremos na Bahia".
A associação já anunciou suas primeiras ações, que incluem um programa de capacitação de profissionais com início previsto para maio. Para mais informações, siga o perfil no Instagram @gatab.
Atual presidente do Esporte Clube Bahia Associação, Emerson Ferretti, foi um dos convidados do novo episódio do videocast “O Amor na Influência”, produzido pela Wondery, estúdio de podcasts da Amazon. O programa, que foi ao ar na última terça-feira (5), às 19h30, abordou a vivência dos atletas LGBTQIA+ no esporte brasileiro.
Ex-goleiro com passagens marcantes por Bahia e Flamengo, Ferretti compartilhou sua trajetória no futebol, destacando os desafios de ter mantido sua sexualidade em segredo durante a carreira. No episódio, ele relata como essa experiência impactou sua saúde mental, levando-o a enfrentar a depressão no auge da profissão.
"Eu era goleiro da Seleção Brasileira Sub-20. Com 20 anos já era goleiro titular do Grêmio. Eu tinha o profissional cada vez tendo mais sucesso e ao contrário, a vida pessoal cada vez pior. O vazio aumentava porque quanto mais famoso eu ficava, mais difícil ficava para eu me relacionar. O desequilíbrio era grande e várias vezes eu tive episódios de depressão. A depressão levou a eu pensar em desistir da carreira, mesmo sendo goleiro de grandes clubes do futebol brasileiro. Algumas vezes pensei em desistir de jogar futebol para poder viver um pouquinho do lado pessoal", revelou o ídolo do Esquadrão.
"Eu acho que só consegui equilibrar isso agora, depois de falar (sobre a sexualidade). Quando a gente fala abertamente - e não foi nada programado a minha fala. Eu falei quando estava com 50 anos, né? Foi uma construção que demorou alguns anos até chegar a esse ponto de falar. Mas foi tão libertador, que hoje consigo viver plenamente", concluiu.
Além de Ferretti, o ginasta Rayan Dutra, especializado no trampolim e único atleta bissexual a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, também foi um dos convidados do podcast. Ele reforçaou a importância de referências LGBTQIA+ no esporte e citou nomes como Diego Hypólito e Arthur Nory como exemplos na ginástica brasileira.
"Quando eu era pequeno, tinha uma referência, que foi o Diego Hipólito e o Arthur Nory. Acho que na ginástica hoje em dia, a gente consegue ter atletas assumidamente LGBTs. Eu sou um atleta LGBT em atividade, mas a gente tem muito pouco ainda, sem que isso seja um problema", contou Dutra.
"Tem algumas modalidades que que talvez aceitem um pouco mais. O futebol não, ainda não. É um processo. Costumo dizer que o futebol anda dois passos atrás da evolução da sociedade. Hoje a gente já vê uma aceitação maior e temos até um governador assumidamente gay", disse Ferretti, complementando a fala de Rayan.
Em termos gerais, o episódio também discutiu questões de gênero na educação física e a percepção da comunidade LGBTQIA+ no esporte. O podcast “O Amor na Influência” é lançado semanalmente às terças-feiras em plataformas de streaming de áudio e no canal da Wondery Brasil no YouTube. Veja o episódio completo abaixo na íntegra:
Um corpo de um homem, 46 anos, foi encontrado boiando em um açude no povoado do Entrude, próximo à BR-116 Norte, em Serrinha, na tarde de quarta-feira (22). O homem foi identificado como Marcone de Araújo Nascimento e estava desaparecido desde a segunda-feira (20) e fazia acompanhamento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Segundo informações confirmadas pelo Calila Notícias, parceiro do Bahia Notícias, a Polícia Militar foi acionada e isolou a área até a chegada da perícia. O corpo foi encaminhado ao Departamento de Polícia Técnica para necropsia, que deverá apontar a causa da morte.
Um familiar da vítima, presente no local, relatou que Marcone apresentava problemas de saúde mental e estava em tratamento. As autoridades não descartam a hipótese de que a morte tenha sido um acidente, mas as investigações estão em andamento para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Uma pesquisa realizada pela CAUSE, em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA e PiniOn aponta que a palavra do ano de 2024, segundo a maioria dos brasileiros, é “ansiedade”. O termo desbancou outras palavras como “resiliência” e “inteligência artificial”.
A escolha da palavra do ano passou por um processo de duas etapas. Primeiro, um grupo de especialistas em comunicação e ciências sociais definiu cinco palavras que capturam as dinâmicas e preocupações do ano.
Em seguida, as palavras foram submetidas a uma pesquisa quantitativa com amostra representativa da população, a partir de dados do Censo 2022 do IBGE, que consultou 1.538 brasileiros de todas as regiões do país.
O termo liderou o levantamento com 22% das menções, seguido por “resiliência” (21%), “inteligência artificial” (20%), “incerteza” (20%) e “extremismo (4%).
SAÚDE MENTAL
Para a CEO do Instituo de Pesquisa IDEIA, Cila Schulman, “a ansiedade no brasil em 2024 não é apenas uma questão individual”. Para ela, a condição “está ligada a um contexto social mais amplo”, representado pelas “pressões do cotidiano moderno, o impacto das redes sociais e o ritmo acelerado das mudanças”. Tudo isso, segundo ela, gera “um ambiente de sobrecarga emocional e mental.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo, com 9,3%. Sintomas de ansiedade são: Náusea, vômito, diarreia, falta de ar, engasgo, sudorese, palpitações e frequência cardíaca acelerada, tensão muscular e aperto no peito.
O convidado do podcast BN na Bola desta terça-feira (5) foi o Gestor do Estrela de Março, Éder Ferrari. Durante a conversa com Hugo Araújo, Emídio Pinto e Thiago Tolentino, Éder citou alguns atletas do futebol profissional que passaram pelo Estrela de Março nas divisões de base e contou o trabalho psicológico que é feito com os jogadores do clube.
"O funil é muito estreito, então tem alguns meninos que apostamos muito e não vingaram no esporte. Tem que estar no lugar certo e na hora certa. Foi citado aqui o Matheuzinho do Vitória que estava no Ypiranga de Erechim e foram lá buscar. Tem alguns jogadores que ainda acreditamos pela esperança, talento e cabeça boa que tem. Dos que passaram pelo Estrela e vingaram no futebol profissional tem o Samuel, Lucas Ribeiro e o Marco Antônio. Na base tem muito mais e tenho fé que um dia estes caras estarão nos grandes cenários do futebol mundial", explicou Éder Ferrari.
Ao ser perguntado sobre o tema dos problemas de saúde relacionados a mente do atleta, como a depressão e a ansiedade.
"É um tema complexo, porque precisamos remover da nossa mente que em outras épocas era diferente. No Estrela de Março utilizamos a nossa vivência, cursos e experiências que temos de longo tempo de trabalho. Gosto de me atualizar para saber o que os jovens estão gostando, porque eu preciso entender a mente deles. Não vai adiantar eu querer que o cara de 15 anos tenha a mesma mentalidade que eu tinha com 15 anos, o mundo era outro. É difícil, é um outro mundo. Tem que se ter muito cuidado com o que se trabalha no mental de uma criança ou adolescente desse, porque uma palavra mal dita ou uma atitude mal feita quando se vai liberar ou criticar um jogador, tem que se ter muito tato", declarou o profissional do Estrela de Março.
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Como um jogador dentro do campo, a ansiedade pode ser tanto aliada quanto adversária. Imagine-a como um zagueiro, peça fundamental na defesa, mas, quando fora do eixo, pode atrapalhar o rumo do jogo e impedir que o time progrida. A analogia pode também se atrelar a um goleiro, paralisado pelo medo, agarrando a bola com força excessiva. A ansiedade o impede de agir e a pressão da torcida com gritos ecoando dentro dos estádios amplificam ainda mais os temores.
O futebol é historicamente ligado a questões sociais e tem visto a saúde mental ganhar cada vez mais destaque nos debates envolvendo todos os atores do esporte. Essa junção de sintomas e analogias dentro do campo das quatro linhas se refletem ao caso de muitos jogadores que sofrem com problemas psicológicos dentro e fora de campo.
Um dos casos recentes é o do zagueiro Lyanco, do Atlético-MG, que revelou publicamente que enfrenta problemas de saúde mental. Em uma noite de celebração após a classificação para as semifinais da Copa Libertadores de 2023, o jogador compartilhou sua luta contra a síndrome do pânico, destacando o impacto tanto mental quanto físico. Lyanco enfatizou a importância do apoio psicológico e como as vitórias do time contribuem para seu bem-estar emocional.
Vídeo: Reprodução/Itatiaia Esporte
"Isso não é recente, venho enfrentando há bastante tempo. É algo muito sério e, muitas vezes, incompreendido. O que sinto não afeta só minha mente, mas também o corpo. Sinto que vou desabar a qualquer momento, que posso morrer”, desabafou.
"É um tema delicado. Muitos ainda acreditam que atletas são máquinas, incapazes de sentir emoções ou fragilidades", finalizou Lyanco em entrevista.
Para explicar sobre os fatores e sintomas que podem acarretar tal desequilíbrio psicológico no ambiente do futebol, o Bahia Notícias entrou em contato com João Ricardo Cozac, doutor em psicologia do esporte na USP e presidente da Associação Paulista de Psicologia no Esporte, que deu detalhes sobre os fatores atrelados ao campo emocional, contando sua experiência no cuidado de jogadores tanto de Série A, como Série B.
"Normalmente as crises de pânico têm a ver com um momento de fragilidade que o atleta está vivendo. Esse momento de fragilidade pode ter ou não conexão com o futebol. Pode ter a ver com causas extracampo, dificuldades no campo emocional ou familiar e muitas vezes a questão das redes sociais, eu tenho observado", avaliou.
Cozac destaca a importância de identificar e tratar os problemas de saúde mental no futebol. Ele aponta as redes sociais como um dos principais fatores que contribuem para o desequilíbrio emocional dos atletas, devido à pressão e ao julgamento constante. Ainda ao BN, o psicólogo do esporte também alerta para a necessidade de que os clubes ofereçam acompanhamento psicológico especializado aos jogadores, buscando profissionais externos quando necessário.
"Atendo muitos jogadores de futebol das Séries A e B e eu percebo que tem muita conexão com rede social. Às vezes o atleta não faz uma boa apresentação e não está num bom momento, acabando por ficar muito fixados no que as redes estão dizendo e no que a imprensa diz sobre o atleta", contou.
“É buscar um trabalho psicológico individual fora dos clubes. Não é recomendável que o psicólogo do esporte que trabalha no clube atenda clinicamente um jogador. É recomendável que o psicólogo do esporte que atua no clube identifique que o atleta está vivendo questões importantes que precisam de uma atenção mais individualizada e indique para um psicólogo clínico. Essa é a medida que a gente espera que os clubes tenham, uma equipe que tem o foco na equipe e que individualmente identificam atletas em sofrimento psíquico e emocional e possam encaminhá-los para um trabalho, clínico”, pontuou.
SAÚDE MENTAL AINDA É UM TABU ENTRE METADE DOS CLUBES DA SÉRIE A
Pesquisas recentes feitas por diversos veículos de comunicação revelaram que a maioria dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro não contam com psicólogos em suas equipes.
Ainda há resistência por parte de dirigentes, técnicos e até mesmo jogadores em relação à presença ou não do psicólogo no ambiente esportivo. Essa questão pode ser atribuída a diversos fatores atrelados à falta de compreensão sobre o papel do psicólogo, preconceitos associados à saúde mental e a busca por ajuda psicológica. Esse é um reflexo da sociedade em sua totalidade. Se ainda existem estigmas e equívocos no campo mais amplo, isso se reflete inevitavelmente nesse segmento também.
Uma cena que chocou o Brasil e destacou ainda mais a necessidade que os jogadores possuem de receber acompanhamento psicológico foi a de John Arias, do Fluminense. Campeão da Libertadores em 2023, o atacante celebrou bastante com a psicóloga do clube das laranjeiras.
“Hoje, eu sou feliz. Obrigado por tudo. O que eu sou hoje, você quem fez.”
— Sala12 (@OficialSala12) March 2, 2024
???? Jhon Arias para a psicóloga do Fluminense após o título da Libertadores
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“Hoje, eu sou feliz. Obrigado por tudo. O que eu sou hoje, você quem fez.”, comemorou.
No ano em questão, o colombiano havia perdido a sua avó e sofreu com quedas de rendimento em algumas partidas do Tricolor durante a temporada, mas acabou dando a volta por cima.
IMPACTOS NO DESEMPENHO
De acordo com a coordenadora de cardiologia do Hospital da Bahia, Tais Sarmento, não tratar e cuidar da ansiedade pode gerar impactos no desempenho e perfomance desses atletas.
“As doenças mentais, se não tratadas, podem ter impacto significativo na saúde e desempenho de qualquer profissional, entre eles os atletas,” explicou a especialista.
“A pressão por resultados e a competição podem gerar estresse, levando a condições como depressão e transtornos de ansiedade. Esses problemas podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, aumento da pressão arterial e de arritmias” completou.
“A falta de cuidado com a saúde mental pode ainda, afetar diretamente o desempenho dos atletas, prejudicando sua capacidade de concentração, tomada de decisões e preparação física. Portanto, é indispensável que os atletas recebam suporte psicológico adequado”, concluiu Tais.
Em Brasília, a universitária Milena Dias, estudante de jornalismo, destaca que optou por não participar de redes sociais. Ela acredita que, eventualmente, isso pode mudar, mas por enquanto, prefere não se envolver com o ambiente virtual, que considera separado da realidade e repleto de estereótipos e exposição excessiva. As informações são da Agência Brasil.
Por outro lado, Maria Eduarda Nestali, estudante de nutrição na capital federal, utiliza redes sociais como WhatsApp, Instagram e TikTok, mas com critérios rígidos sobre os conteúdos que consome.
Pesquisas indicam que o impacto da internet na saúde mental pode variar, com efeitos positivos e negativos dependendo do uso. Especialistas preocupam-se com o consumo excessivo de plataformas online e sua relação com transtornos mentais, como depressão e ansiedade.
A professora Irena Penha Duprat, da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), explorou essa questão em sua tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), intitulada "O Papel da Internet na Saúde Mental de Jovens Universitários e sua Relação com Ideação Suicida". Em sua pesquisa, Irena Duprat observou um aumento nos casos de problemas de saúde mental entre alunos em 2017 e 2018, incluindo tentativas de suicídio.
Para investigar, foram entrevistados 503 estudantes de seis cursos da área de saúde, que responderam a questionários sobre dependência de internet e ideação suicida. Aproximadamente 51% dos participantes foram classificados com algum nível de dependência da internet, desde leve até moderada e grave. A pesquisa revelou que 12,5% dos estudantes apresentaram ideação suicida.
Os resultados mostraram que a ideação suicida era mais prevalente entre estudantes com sintomas depressivos e altos níveis de ansiedade, e aqueles com dependência moderada ou grave da internet. A professora Duprat observou que a internet é frequentemente usada como uma forma de escape para problemas como depressão e ansiedade.
Além disso, a exposição em mídias sociais, como Instagram e Facebook, tem um impacto negativo na saúde mental, especialmente entre mulheres. A professora aponta que o conteúdo dessas plataformas pode gerar sentimentos de inferioridade e baixa autoestima, ao promover um ideal de beleza e felicidade frequentemente inalcançável.
O governo federal decidiu com representantes de empresas e de trabalhadores incluir a questão da saúde mental e de casos de assédio no ambiente organizacional dentre os critérios para o gerenciamento de riscos ocupacionais. A proteção psicossocial dos funcionários fará parte da Norma Regulamentadora Nº 1, principal termo que diz a respeito do gerenciamento de riscos das organizações.
A medida foi acertada nesta terça-feira (30) após reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, formada por integrantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que debate assuntos de segurança e saúde no trabalho.
Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Inspeção do Trabalho substituto do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) , Rogério Araújo, disse que, a partir da publicação das atualizações da norma, as empresas deverão identificar parâmetros psicossociais nos relatórios de gerenciamento de riscos, que são feitos periodicamente para o cumprimento das exigências de segurança do trabalho.
"Essa atualização é muito importante. As empresas terão que fazer a gestão desses ambientes de trabalho para evitar o adoecimento mental do trabalhador. O objetivo é evitar o excesso de sobrecarga de trabalho e dar atenção às questões do ambiente de trabalho saudável sem assédio e nenhum tipo de violência contra o trabalhador, seja assédio moral, sexual ou qualquer outra forma de assédio", explicou.
As novas diretrizes têm a expectativa de entrar em vigor nove meses após a publicação da norma. De acordo com o prazo de trâmite e aprovação interna, as mudanças têm a projeção de ser concretizadas no prazo aproximado de um ano.
Nesta quarta-feira (3), servidores do Ministério Público em todo o país promovem o Dia Nacional de Mobilização por Políticas de Saúde Mental no MP. A atividade, organizada pela Federação Nacional dos Servidores dos Ministérios Públicos Estaduais (FENAMP) e a Associação Nacional dos Servidores do Ministério Público (ANSEMP), marca um ano da publicação da Política Nacional de Atenção à Saúde Mental no Ministério Público pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Os servidores realizarão manifestações nos locais de trabalho usando as cores preto e amarelo, simbolizando o luto pelos colegas adoecidos e as campanhas por saúde mental. Além disso, levarão cartazes e balões amarelos para todas as repartições do Ministério Público Brasileiro, destacando a importância da saúde mental no ambiente de trabalho.
Apesar disso, muitas unidades ministeriais ainda não implementaram essa política essencial, e as entidades buscam avançar em políticas de combate ao assédio, um dos principais fatores de adoecimento no ambiente de trabalho.
A política foi desenvolvida após a Comissão de Saúde do CNMP divulgar o relatório final da pesquisa “Atenção à Saúde Mental de Membros e Servidores do Ministério Público: Fatores Psicossociais no Trabalho no contexto da pandemia de Covid-19”. De acordo com o relatório, 85,6% dos membros e 85% dos servidores estavam em risco de desenvolver Transtornos Mentais Comuns (TMC).
A política aprovada pelo CNMP prevê a criação de ambientes de acolhimento e escuta qualificada, bem como a instituição de comissões de prevenção a situações de risco à saúde mental, com participação de representantes classistas de membros e servidores.
Além disso, a pesquisa destacou que 50,1% dos respondentes relataram ter sido alvo de assédio moral, enquanto 27,1% sofreram violência psicológica no trabalho. Em resposta, os conselheiros Rodrigo Badaró e Jayme de Oliveira propuseram a criação das Comissões de Prevenção a Situações de Risco à Saúde Mental, que visam combater a violência, assédio sexual e moral, e discriminação no ambiente institucional.
Estas comissões, a serem estabelecidas em cada ramo e unidade do Ministério Público, terão a responsabilidade de abordar questões como violência, assédio moral e sexual, e discriminação, garantindo o sigilo nas investigações. As comissões utilizarão principalmente mecanismos autocompositivos, como negociação, mediação e conciliação, para buscar soluções consensuais e mediadas para os conflitos.
"A saúde mental dos servidores é uma questão urgente que precisa ser tratada com a seriedade que merece. O relatório da CES/CNMP revelou um cenário alarmante, e a falta de implementação efetiva da Política Nacional de Atenção à Saúde Mental só agrava essa situação. Nosso objetivo com esta mobilização é chamar a atenção para os riscos diários que nossos colegas enfrentam e pressionar por medidas concretas que possam realmente proteger e promover o bem-estar de todos os servidores do Ministério Público", ressalta Ticiane Natale, coordenadora Jurídica da FENAMP e integrante do Movimento Nenhum Servidor a Menos no MP-SP.
A FENAMP e a ANSEMP buscam sensibilizar o CNMP a aprovar a resolução que reforça o combate ao assédio no Ministério Público e chamar a atenção dos gestores para a importância de implementar políticas efetivas de saúde mental.
O Ministério da Saúde aumentou em 51% o auxílio concedido a pessoas com transtorno mental que ficaram internadas por longo tempo em hospitais psiquiátricos e de custódia. O valor que era de R$500 passará a ser de R$755. Por meio de nota, a pasta informou que a mudança é para favorecer a ampliação da rede de relações dessas pessoas que sofrem por alguma enfermidade mental.
"A estratégia busca favorecer a ampliação da rede de relações destas pessoas e o seu bem-estar, além de estimular o exercício pleno dos seus direitos civis, políticos e de cidadania, fora da unidade hospitalar", afirma a nota.
O benefício tem o objetivo de fomentar a reinserção social e bem-estar de pessoas que ficaram dois ou mais anos internadas ininterruptamente. O projeto é oriundo do programa De Volta para Casa, que já atendeu cerca de 8 mil pessoas em 20 anos, conforme dados do ministério no ano passado.
Além da iniciativa, outra estratégia criada foi um departamento para tratar sobre a saúde mental, voltado para retomar habilitação de novos serviços e recompor Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e dos Serviços Residenciais Terapêuicos (SRT).
Outra ação do órgão para ampliar o acesso ao cuidado da saúde mental é a construção de unidades de atendimento. O novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) projeta 150 novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todas as regiões do Brasil, possibilitando o atendimento de 13,4 milhões de pessoas.
Após a entrevista de Richarlison para a ESPN, onde explicou o estado de depressão que viveu depois da Copa do Mundo de 2022, o técnico do Tottenham, Ange Postecoglou, elogiou o brasileiro por ter falado sobre os problemas de saúde mental que enfrentou recentemente.
"Acima de tudo, os jogadores são seres humanos. O impacto é maior quando se trata de alguém importante, que está em uma posição na qual se supõe que não deveria ter problemas ou que pode ser percebido como um sinal de fraqueza se pedir ajuda ou apoio. Isso dá mais mérito", disse o treinador.
Richarlison comemorou recentemente a chegada da psicóloga Marisa Santiago à Seleção Brasileira, explicando que a terapia "salvou sua vida" após a crise que sofreu em 2023 pelas críticas a seu desempenho e diversos problemas pessoais.
"É importante a Seleção ter um psicólogo para ajudar os atletas. Só a gente sabe a pressão que sofre, não só dentro, mas também fora de campo", disse o atacante brasileiro em entrevista coletiva em Londres.
Neste sábado (30), Richarlison e o Tottenham visitam o Luton Town pela 30ª rodada da Premier League.
A cantora Majur se apresentou no Largo do Pelourinho no último dia do Carnaval no Centro Histórico, nesta terça-feira (13), ao lado de Nara Couto e Hiran, na parceria batizada de Projeto 03 Artistas.
Para o Bahia Notícias, a artista comentou sobre a parceria. "A gente é irmão e a música nos conecta e a partir disso a gente faz um show. É tudo cognitivo assim. A gente não tem nenhuma relação artística de só vamos pegar, vamos fazer o show e vamos cantar. Eu acho que as pessoas puderam sentir hoje, é algo que faz parte da gente, dessa essência da gente nessa troca da gente que é tão verdadeira. Então, foi muito feliz pra mim, primeiro, estar em casa, em Salvador, no Pelourinho, poder cantar as minhas músicas, Hiran cantando as dele, assim como Nara. Nós que somos três artistas tecnicamente novos da música aqui baiana e ter esse reconhecimento, ter o governador assistindo, foi uma coisa muito sensacional assim pra mim. Estou muito feliz de verdade de estar na minha casa nesse momento de carnaval que é tão importante também para visibilizar corpos, visibilizar a arte e a gente estar aqui nesse momento visibilizada", disse Majur.
Ela não descartou uma reedição da parceria. "Eu estou num misto de coisas, ao mesmo tempo. É uma grande confusão mental de mistura de felicidade, de esperança do que significa que vai acontecer mais vezes e pode acontecer outras vezes. Não quero que seja uma coisa pontual. Isso é muito importante de se dizer porque não é sobre o movimento que acontece no Carnaval e morre no Carnaval, numa festa, mas é algo que vai ficar de fato, adoraríamos fazer mais uma vez pra cantar quantas vezes forem necessárias nesta da cidade", afirmou.
Majur também comentou sobre a pausa que precisou fazer na carreira para cuidar da sáude no início deste ano. "As pessoas costumam dizer que eu sou uma deusa. Mas deuses também choram, deuses também oram, deuses também sentem e também são gente. Eu também sou gente, então eu precisei ser gente, eu estava sentindo coisas e precisava de um momento pra internalizar, pra pensar, pra sentir coisas dentro de mim. Por quê não dizer pras pessoas a verdade? Eu não consigo fugir da verdade, eu sou de Xangô, não vou mentir, então, sim, eu precisei e fui, e inclusive digo pra todas as pessoas, que façam isso, é importante cuidar da saúde mental, é importante estar bem consigo mesma pra estar bem com o mundo", alertou.
O mês de janeiro é dedicado à campanha de conscientização sobre a saúde mental no Brasil. O período foi criado pelo mês ser considerado o momento em que pessoas determinam metas e vivem diferentes emoções por conta da passagem do ano.
Os crescentes casos de doenças relacionadas à saúde mental também levaram a realização da campanha. A depressão, por exemplo, atingiu 11% da população brasileira durante 2022, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, com resultados da Pesquisa Vigitel.
O tema ganhou mais repercussão ainda após figuras públicas, a exemplo dos cantores Wesley Safadão, Lucas Lucco, Luisa Sonza e o atleta Diego Rosa, relatarem sofrer com enfermidades mentais.
Diferente do Setembro Amarelo, período destinado exclusivamente prevenção do suicídio, o Janeiro Branco retrata de modo geral as doenças mentais.
Segundo a psicóloga Ana Caroline, do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP), a campanha teve início após a Organização Mundial de Saúde (OMS) constatar que o Brasil é um dos países que mais possui problemas ocasionados à saúde mental.
“A campanha foi iniciada após a OMS identificar o Brasil antes de 2020, antes da pandemia de Covid-19, como um dos países mais depressivos e ansiosos. Na atualidade somado ao contexto da pandemia esse número tem aumentado muito. A gente percebe quando estamos falando de gestão de saúde pelo SUS, por exemplo que a atenção básica - porta de entrada de acesso da população brasileira, identifica muitos transtornos mentais”, explicou.
ACESSO AOS CUIDADOS
A especialista observou que pela falta de orientação à população, o período é considerado o “pontapé” para os cuidados com a saúde mental.
“A gente percebe justamente a necessidade de orientação da população para que desde logo comece a identificar esses sinais. [...] Janeiro Branco pode ser o pontapé do ano inteiro. Todo mês a gente precisa de atenção à saúde mental. Temos diferentes datas que chamam atenção para o autocuidado”, comentou.
A psicóloga pontuou também que além de consultas com especialistas da área, outros tipos de terapias podem contribuir para a recuperação da saúde mental no Brasil.
“A gente pode pensar desde a realização de atividade física, alimentação adequada e acesso à alimentação. Um ambiente de trabalho promissor, um ambiente de trabalho para trabalhar, pois o desemprego é uma agravante. Então você terá outros tratamentos também além da psicologia, da psicoterapia. Tem outros cuidados com saúde como quiropraxia, acupuntura médica e outros profissionais também, toda a linha de cuidado. Tudo isso colabora para o cuidado com a saúde mental”, revelou.
O Ministério Público estadual (MP-BA) ajuizou uma ação civil, nesta quinta-feira (14), requerendo a determinação da Justiça para a instalação de oito leitos de saúde mental no Hospital Regional de Juazeiro. A denúncia veio após a abertura de um inquérito civil para a apuração da falta de leitos em saúde mental no Hospital Regional de Juazeiro, considerando a oferta de suporte hospitalar estratégico para a assistência psicossocial e urgências.
A promotora de Justiça Rita de Cássia Caxias detalha as ações: “Apesar da informação de que havia processo para contratação de oito leitos psiquiátricos no Hospital Geral de Juazeiro, o referido certame não foi concluído e, portanto, a contratação dos leitos não foi efetivada, prejudicando a assistência especializada em psiquiatria do Município, região e Rede PEBA, que inclui os estados de Pernambuco e Bahia”, destacou.
Rita complementou que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) foi provocada a se manifestar sobre a temática, e encaminhou análise técnica da Diretoria de Gestão do Cuidado confirmando que o Hospital Regional de Juazeiro é o único hospital do município, sob gestão estadual, que possui perfil assistencial para implantação de oito leitos de saúde mental, conforme a legislação da Rede de Atenção Psicossocial. “No entanto, após concedido prazo para nova manifestação acerca do andamento da instalação dos leitos de saúde mental no hospital, a gestão estadual informou não mais haver previsão para implantação de leitos de saúde mental na unidade”, afirmou a promotora de Justiça.
Escolhida para integrar a mesa sobre saúde mental no Festival Internacional Liberatum Salvador, a cantora e compositora, Karol Conká, cobrou a necessidade de pautar o tema, ainda mais diante da exposição nas redes sociais. Ao lado de Kito Góes e Marcelo Zig, a curitibana fez parte da programação do evento neste sábado (4), no Centro de Convenções.
“É necessário falar sobre isso, porque a gente ainda vive em um sistema onde esse tipo de assunto não é levado tão a sério e é como se a gente não precisasse se aprofundar nesse tema”, defendeu.
Sobre o talk “Resiliência na era da conexão: cuidando da saúde mental em um mundo hiperconectado”, o psicólogo e analista de comportamento, Kito Góes, acredita que ao falar da temática é preciso também associá-la diretamente às garantias direitos e conquistas sociais do povo negro.
“Faço terapia há oito anos. Então, eu costumo dizer que a minha trajetória como alguém que faz terapia há tanto tempo contribui fundamentalmente para eu poder estar aqui hoje”, pontuou. “Nós jamais conseguiremos uma série de emancipações, sobretudo para nós pessoas negras, se a saúde mental não for um critério fundamental de todo o debate seja ele público ou privado”, reforçou.
Conhecido nas redes como Afrodeficiente, o filósofo, palestrante, provocador social e ativista, Marcelo Zig, acredita que o debate sobre saúde mental ainda é algo negado a pessoas com deficiência, ainda mais pessoas negras com deficiência, como ele.
“Enquanto uma pessoa negra com deficiência falar sobre saúde mental é algo ainda bastante inusitado, inóspito, que a gente ainda tem uma invisibilidade muito violenta nas relações sociais, na ocupação dos espaços. Então, para que a saúde mental ainda se torne uma perspectiva para uma pessoa com deficiência, mais especificamente uma pessoa negra com deficiência, a gente precisa estar nos espaços e a gente precisa ocupar os territórios para que isso realmente se torne uma demanda pra gente e para a sociedade entender a nossa perspectiva também”.
A saúde dos professores não vai bem no Brasil. É o que aponta o livro Precarização, Adoecimento & Caminhos para a Mudança. Trabalho e saúde dos Professores, lançado nesta semana pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro). As informações são da Agência Brasil.
O livro foi lançado durante o V Seminário: Trabalho e Saúde dos Professores - Precarização, Adoecimento e Caminhos para a Mudança. Durante o seminário, os pesquisadores apontaram que, seja na rede pública ou na rede privada, os professores sofrem de um mesmo conjunto de males ou doenças, em que há predomínio dos distúrbios mentais tais como síndrome de burnout, estresse e depressão. Depois deles aparecem os distúrbios de voz e os distúrbios osteomusculares (lesões nos músculos, tendões ou articulações).
“Os estudos têm mostrado que as principais necessidades de afastamento para tratamento de saúde dos professores são os transtornos mentais. Quando olhávamos esses estudos há cinco anos, eles apontavam prevalência maior de adoecimento vocal. Mas isso está mudando. Hoje os transtornos mentais já têm assumido a primeira posição em causa de afastamento de professores das salas de aula”, disse Jefferson Peixoto da Silva, tecnologista da Fundacentro.
Segundo Frida Fischer, professora do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), entre os principais problemas enfrentados por docentes no trabalho está a perda de voz, a perda auditiva, os distúrbios osteomusculares e, mais recentemente, as doenças mentais. “Essas são as principais causas de afastamento dos professores”, disse, em entrevista coletiva.
Uma pesquisa realizada e divulgada recentemente pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) já havia apontado que muitos professores estão enfrentando problemas relacionados à saúde mental e que isso pode ter se agravado com a pandemia do novo coronavírus.
Violência
Outro problema que agravou a saúde dos professores é a violência, aponta Renata Paparelli, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Segundo ela, o adoecimento dos professores pode ser resultado de três tipos de violência: a física, como as agressões e tapas; as ameaças; e também as resultantes de uma atividade psicossocial cotidiana, como os assédios, por exemplo, relacionados à gestão escolar. Além disso, destaca, há também os episódios de ataques contra as escolas.
As consequências dessas violências, diz Renata, podem resultar tanto em um problema físico, tais como uma lombalgia ou lesão, quanto em uma doença relacionada a um transtorno de estresse pós-traumático.
“A escola não é uma ilha separada de gente. A escola está dentro de uma comunidade, está na sociedade e todos os problemas da sociedade vão bater lá na porta da escola. O tempo todo a escola reflete os problemas que existem na sociedade”, ressaltou Wilson Teixeira, supervisor escolar da Secretaria Municipal de Educação da prefeitura de São Paulo. “Então, a escola também pode ser promotora de violência. Uma gestão autoritária, por exemplo, pode causar sim adoecimento dos professores”, destacou.
Além da violência, a falta de recursos ou de condições apropriadas também contribui para que o professor adoeça. Isso, por exemplo, está relacionado não só à infraestrutura da escola como também aos baixos salários, jornadas excessivas e até a quantidade de alunos por salas de aula. “As doenças relacionadas ao trabalho estão diretamente relacionadas às condições de trabalho, aos recursos que os professores têm para a administração de seu cotidiano. Quando as condições de trabalho são precárias, tanto em infraestrutura quanto em recursos ou exigências, e quando existe um desequilíbrio entre o que o professor tem de fazer e aquilo que é possível ser feito dentro daquelas condições, as pessoas vão adoecer”, disse Frida Fischer.
Para Solange Aparecida Benedeti Penha, secretária de assuntos relativos à saúde do trabalhador da Apeoesp, parte desses problemas podem ser resolvidos com o fortalecimento das denúncias e também por meio de negociações entre os sindicatos e os governos. “Defendemos menos alunos nas salas de aula, professores valorizados e, consequentemente, isso vai trazer uma melhoria para a educação”, disse.
Para Jeffeson Peixoto da Silva, todas essas questões demonstram que é necessário que sejam pensadas políticas públicas voltadas também para o bem-estar dos professores. “A principal conclusão do livro é a questão das políticas públicas, a importância de termos políticas públicas e que sejam favoráveis às melhorias das condições de saúde e de trabalho dos professores. Medidas pontuais podem beneficiar alguns, mas temos no Brasil um número muito grande de professores, mais de 2 milhões, que vivem em regiões e situações diferentes, então as políticas públicas são aquelas capazes de abranger toda essa necessidade”, disse Silva.
O Brasil registrou as mais altas taxas de depressão em toda a América Latina. O país tem atualmente o maior número de pessoas diagnosticadas com a doença no continente, onde mais indivíduos receberam o diagnóstico em 2022 e mais pessoas irão desenvolver ao longo de suas vidas.
Os dados são de uma revisão de estudos que mapeou a prevalência da doença no continente, conduzida por estudiosos da Pontifícia Universidade Católica do Chile e publicada no The Lancet e divulgado pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
O estudo apontou que cerca de 12% das pessoas na América Latina apresentarão a doença ao longo da vida, enquanto no Brasil esse dado chega a 17%. Já a taxa de diagnóstico nos últimos 30 dias é de 5,48% no Brasil e, no continente, de 3,12%. No último ano, 8,11% dos brasileiros tiveram critérios diagnósticos para a depressão, em comparação com 5,3% na América Latina.
Já o número de brasileiros que atualmente sofrem com a doença está acima das estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que indicam cerca de 5% dos adultos do mundo.
“Embora tenhamos cuidado muito da metodologia, avaliando apenas estudos populacionais com mais de mil pacientes, baseados em diagnósticos clínicos de acordo com os sistemas de classificação e não em sintomas relatados, há muita diferença entre os estudos e entre os países”, explica a professora do departamento de Psiquiatria da Pontifícia Universidade Católica do Chile e uma das líderes do trabalho, Antonia Errázuriz, em entrevista à Agência Einstein.
No Brasil, segundo a especialista, a enorme maioria das análises teria sido feita em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, com uma população essencialmente urbana, onde a prevalência da doença é geralmente maior.
Já na Guatemala, por exemplo, há menos estudos, mas englobando também populações rurais, onde a incidência é menor. Já na Argentina, foi avaliado apenas um trabalho, que levou em conta pacientes da Grande Buenos Aires.
“Apesar disso, observamos que, no Brasil, especialmente nos grandes centros, há uma taxa mais elevada da doença do que no resto do continente”, ressalta a autora.
O Governo do Estado anunciou, nesta terça-feira (12), que pretende construir mais 24 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e unidades de acolhimento. Essas unidades, de acordo com o governo, vão começar a ser construídas em 2024. Elas são especializadas no tratamento e reinserção social de e pessoas com sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes, constituído por uma equipe multiprofissional.
As novas unidades serão construídas dentro do Programa de Fortalecimento do SUS no Estado da Bahia (PROSUS II), que está sendo elaborado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ao todo, de acordo com o governo da Bahia, dez Caps foram entregues na primeira fase do programa, entre os anos de 2019 e 2022. Todas essas unidades reforçam a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da Bahia que hoje conta com 327 Caps.
ASSISTÊNCIA INDÍGENA
Além destes centros, a Sesab anunciou a construção de 42 novas Unidades Básicas de Saúde e 38 novas Unidades Básicas de Saúde Indígenas (UBSi). “Todo esse investimento faz parte de uma estratégia de podermos ampliar ainda mais o acesso do cidadão à assistência à saúde. Dentro da perspectiva de ampliação da rede, estamos preocupados também com as questões de saúde mental”, aponta a secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana.
De acordo com a Secretária, o PROSUS tem como objetivo ampliar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde na rede de atenção do estado, através do fortalecimento da atenção primária, da descentralização e regionalização das ações de média e alta complexidade e interoperabilidade de dados em saúde para toda a rede SUS do estado da Bahia.
COMO TER ACESSO
Os Centros de Atenção Psicossocial podem atender aos pacientes por demanda espontânea ou mediante encaminhamento. A questão de saúde pode ser identificada inicialmente em uma unidade básica de saúde e posteriormente pode ser encaminhada para um Caps para criar plano terapêutico.
A pandemia do coronavírus trouxe uma preocupação extra em relação à saúde mental da população em geral. Em casos de necessidade de internação, a rede pública estadual tem capacidade de dar suporte à população baiana.
“Quando falamos no cuidado do Governo da Bahia na assistência à população, não esquecemos e nem iremos esquecer a atenção à saúde mental. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, houve um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo com a pandemia e é fundamental que possamos dar assistência a quem necessita de atendimento na rede pública”, declara a secretária da Saúde Roberta Santana.
Os hospitais vinculados à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em gestão direta ou indireta, possuem 246 vagas de internação em saúde mental, em unidades gerais (66) e em unidades especializadas (180) em Salvador no interior do Estado.
Em unidades gerais, os leitos estão distribuídos no Hospital Geral do Estado (8) e Professor Eládio Lassérre (4), em Salvador; Regional Costa do Cacau (08), em Ilhéus; Regional Piemonte do Paraguaçu, em Itaberaba (4); Regional da Chapada, em Seabra (4); Paulo Afonso (4); Geral Prado Valadares (12), em Jequié; e Crescêncio Silveira (22), em Vitória da Conquista.
Nas unidades especializadas, são 96 leitos no Hospital Juliano Moreira (HJM) e 30 no Especializado Mario Leal (HEML), ambos em Salvador, e 54 no Especializado Lopes Rodrigues (HELR), em Feira de Santana. As três unidades também dispõem de Emergência 24 horas, com 04 leitos no HJM, 08 no HEML e 11 no HELR. O HJM e o HELR ainda contam com lares abrigados, com 12 e 06 leitos, respectivamente.
Em 2024, Sesab ainda irá disponibilizar 20 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e quatro novas unidades de acolhimento psicossocial.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, assinou nesta segunda-feira (3) duas portarias que instituem a recomposição financeira para os serviços residenciais terapêuticos (SRT) e para os centros de atenção psicossocial (Caps), totalizando mais de R$ 200 milhões para o orçamento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) no restante de 2023. Ao todo, o recurso destinado pela pasta aos estados será de R$ 414 milhões no período de um ano.
O anúncio foi feito durante a 17º Conferência Nacional de Saúde, que acontece até a próxima quarta-feira (5) em Brasília. O evento reúne representantes da sociedade civil, entidades e movimentos sociais para debater temas prioritários para o sistema público de saúde, incluindo a saúde mental. O montante anunciado representa um aumento de 27% no orçamento da rede, no intuito de aumentar a assistência à saúde mental no Sistema Único de Saúde (SUS).
O repasse será direcionado para um total de 2.855 Caps e 870 SRT existentes no país. Todas as instituições, de acordo com o ministério, terão recomposição do financiamento e os recursos serão incorporados ao limite financeiro de média e alta complexidade de estados, do Distrito Federal e dos municípios com unidades habilitadas.
Nísia lembrou que, durante os encontros preparatórios para a conferência nacional, nos estados e municípios, surgiram dois pontos de consenso: o reforço do SUS e da democracia. “Nesse contexto, a saúde mental tem lugar especial”, destacou, ao citar retrocessos e o que ela mesma chamou de negacionismo identificados no país ao longo dos últimos anos.
“Um descaso com o sofrimento, agravado pela pandemia de Covid-19. A pauta de saúde mental é hoje discutida em todo o mundo. Não está referida só ao efeito da pandemia. Tem muito a ver com a solidão com que as pessoas vivem hoje, com o individualismo crescente que, muitas vezes, se manifesta na dificuldade de ter relações sociais, nisso que hoje se chama de efeito tóxico da comunicação só pelas redes sociais.”
Desde março, 27 novos Caps, 55 SRT, quatro unidades de acolhimento e 159 leitos em hospitais gerais – a maioria em estados do Nordeste – foram habilitados pela pasta. Os novos serviços estão localizados nos seguintes estados: Alagoas, Bahia, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Acre, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Este ano, o ministério criou o departamento de Saúde Mental, responsável pela retomada da habilitação de novos serviços e por iniciar estudos para a recomposição do custeio dos Caps e dos SRT. Segundo a pasta, diversos estudos acadêmicos reiteram que a ampliação da oferta de serviços comunitários em saúde mental diminui a demanda por hospitalização, assegurando mais qualidade de vida à população.
“A criação do departamento foi algo que nos dedicamos com afinco porque já vinha sendo apontado, durante a equipe de transição, com muita força esse tema. Acreditamos na sua importância. E é também um tema permanente nas discussões do Conselho Nacional de Saúde”, avaliou Nísia. As informações são da Agência Brasil.
Nos últimos 40 dias, três policiais militares em serviço foram mortos com tiros disparados por colegas de farda no estado de São Paulo, número que já é maior do que as duas mortes de PMs em confrontos com criminosos registradas no primeiro trimestre deste ano pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
No caso mais recente, ocorrido na manhã de segunda-feira (15), o capitão Josias Justi da Conceição Júnior, comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar de Salto, no interior paulista, e o 2º sargento Roberto Aparecido da Silva foram fuzilados por outro sargento, identificado até o momento somente como Gouveia. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.
Em abril, no dia 5, o sargento Rulian Ricardo foi morto com dois tiros, disparados por seu superior hierárquico, o capitão Francisco Laroca e o cabo Fabiano Rizzo, que atua como motorista dele. O assassinato ocorreu dentro de um batalhão da PM na zona sul da capital paulista.
Ambos os crimes ocorreram nos quartéis onde vítimas e autores trabalhavam e foram motivados, segundo apurado pelo Metrópoles, por discussões relacionadas à escala de trabalho. No caso ocorrido na capital, o sargento assassinado enviou áudios a um colega reclamando sobre isso.
O capitão e o sargento do interior foram fuzilados enquanto trabalhavam com documentos, em uma sala da 3ª Cia. do 50º Batalhão da PM. Já o sargento Rulian foi morto com tiros de pistola, um no pescoço e outro no tórax, nas dependências da 4ª Companhia do 46º Batalhão Metropolitano da PM, no Jardim Santa Emília, na zona sul paulistana.
O índice de suicídio entre jovens negros é 45% maior do que entre brancos, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Na faixa etária de 10 a 29 anos, a probabilidade chega a 50%. Este dado alarmante é apenas um dos indicativos de que a população preta está mais vulnerável aos sofrimentos psicoemocionais. Como então oferecer ferramentas para entender as origens e lidar com essas angústias que representam o limiar entre a vida e a morte de muitos?
Para as pesquisadoras na área de saúde mental de pessoas negras e criadoras dos projetos Pra Preto Ler e Pra Preto Psi, Bárbara Borges e Francinai Gomes, a resposta para tratar do problema está na adoção de estratégias de promoção de autoconhecimento e do fortalecimento do senso de comunidade. Elas discorrem sobre esta busca pelo bem-estar no livro Saber de Mim, lançamento da editora Almedina Brasi.
Ao adotarem a “escrevivência”, técnica cunhada pela escritora e linguista Conceição Evaristo para definir um estilo de escrita diretamente relacionado às vivências de quem escreve, as autoras conquistam proximidade com o leitor. Essa conexão aparece especialmente quando exploram temas densos que escancaram as feridas causadas pelas inúmeras formas de perpetuação do racismo.
A obra tem como ponto de partida a discussão sobre os prejuízos causados pela alienação racial, estabelecida quando o negro não se reconhece como tal para evitar cargas negativas relacionadas às experiências de ser uma pessoa de cor no Brasil. Segundo Bárbara e Francinai, esse processo alienante é incentivado principalmente pela exaltação da política de democracia racial, falsamente difundida no país.
As pesquisadoras destacam também o dilema da fraternidade entre negros, que costuma se dar apenas pela dor e sofrimento causados pelos episódios de preconceito que praticamente todos enfrentam. Para elas, é preciso encontrar outros pontos de conexão que permitam criar uma comunidade que experimente a esperança, coragem e união ao invés da humilhação, vergonha e tristeza.
O livro coloca em evidência situações que afligem especificamente pretos e pretas, como o fardo de representar toda a sua raça em cada ação e fala, justamente porque muitas vezes são sujeitos únicos nos lugares que ocupam, seja no ambiente profissional ou na convivência social. Esta imposição é experimentada desde a infância e produz adultos imersos em autocobranças, que dificilmente praticam a auto generosidade e autodeterminação.
Outro ponto de tensão que também produz sofrimento para os negros é a “obrigação” de ocupar espaços historicamente negados pelo legado colonial brasileiro. Apesar de extremamente importante, este movimento implica na perda da autonomia para estabelecer propósitos individuais e reconstruir o senso de comunidade. E mesmo no “topo”, ainda é preciso enfrentar as violências que se renovam e nem sempre são facilmente reconhecíveis.
No processo para elucidar as origens do desalento mental desta população, Bárbara e Francinai analisam os impactos negativos da romantização do amor e dos relacionamentos. Isso porque a ideia que temos hoje de romance foi construída por meio de um viés de branquitude: coloca os corpos negros no lugar de “não-desejados” ou “não-ideais” e aponta as pessoas brancas como o padrão a ser desejado sexual e romanticamente.
Saber de Mim faz ainda uma crítica à maneira como a saúde mental de negros e negras é tratada em clínicas e consultórios. As pesquisadoras defendem que a suposta neutralidade da escuta em psicologia reproduz violência e silenciamento. Para elas, é incabível que profissionais da área mantenham o posicionamento de que “sofrimento não escolhe raça” porque o pertencimento racial é fundamental para a estrutura da subjetividade, linguagem e posição no setting terapêutico.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou que o apoio psicológico às crianças e adolescentes nas escolas será uma das pautas prioritárias nas ações desenvolvidas pelo Departamento de Saúde Mental, que foi criado nesta gestão do Ministério da Saúde.
O anúncio é parte das medidas interministeriais adotadas pelo governo Lula para o enfrentamento e prevenção da violência nas escolas. Na última quarta-feira (5), um ataque brutal a uma creche provocou a morte de quatro crianças em Blumenau (SC).
Na quinta-feira (6), depois de participar da primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) criado para discutir esse tema, a ministra disse que o debate sobre a violência nas escolas é, também, um problema de saúde pública e que levará o tema à reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS) já na próxima semana.
“A violência tem sido considerada um problema de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde a década de 90. Esse é um tema do campo da saúde, mas ele muda as suas formas também. Por isso, a comunicação, por exemplo, é um componente fundamental para o enfrentamento desse problema”, disse a ministra.
Nísia também citou a proposta de aprimorar ações do programa Saúde na Escola, criado em 2003, na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Queremos fortalecê-lo nessa visão abrangente de promoção e de prevenção. E trabalhar com foco na juventude”, destacou a ministra.
“A reunião de hoje foi para indicações das equipes ministeriais, definição de reuniões e fechamento de um calendário. Nós temos projetos e este tema, de violência nas escolas, já era discutido, ainda mais depois do episódio de ontem em Blumenau”, acrescentou o ministro da Educação, Camilo Santana, depois do encontro.
Além dos ministérios da Educação e da Saúde, também participam do Grupo de Trabalho os ministérios da Justiça e Segurança Pública; dos Direitos Humanos e da Cidadania; das Comunicações; da Saúde; da Cultura; do Esporte; e a Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República. O Grupo de Trabalho Interministerial também poderá convidar para as reuniões representantes de outros órgãos e entidades da administração pública federal, de outras instituições públicas e da sociedade civil.
A carreira artística do baiano Bruno Masi ficou muito marcada pela trajetória nos vocais da Superfly, nos anos 2000, mas o audiovisual sempre foi sua praia, antes mesmo da banda. Agora, imerso na linguagem do cinema e no desejo de discutir questões sociais por trás da violência nas ruas, ele lançou a série “Ninguéns”, que estreou nesta semana e segue no ar às segundas-feiras, sempre às 20h30, na TVE Bahia.
“Na verdade, o audiovisual vem antes da música na minha vida. Eu estava me formando em Direito em 1995, 1996, mais ou menos, mas já era apaixonado por cinema. Eu ia para o Canadá para estudar lá, estava numa viagem de sair um pouco de Salvador. Fui para lá, estudei cinema, princípios do cinema, fotografia, toda parte técnica, de iluminação de cena, movimento de câmera, que ainda não era digital”, conta Masi, lembrando que na volta ao Brasil a ideia era trabalhar na área, porém, foi “pego no meio do caminho pela música”.
Bruno Masi entre duas paixões, o cinema e a música | Foto: Thais Laila | Divulgação
No novo projeto, mergulhando nas origens e com a assessoria científica do psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Ufba, Antônio Nery Filho, ele narra, em cinco episódios de 26 minutos, a rotina de pessoas em situação de rua na capital baiana, levantando discussões sobre temas como preconceito, violência e, sobretudo, o vício das drogas.
Bruno Masi explica que apesar da série ter sido finalizada agora, ela já vinha sendo desenvolvida há cerca de dois anos e meio, em parceria com a produtora executiva Thais Laila, que também assina o roteiro junto com ele. “A gente estava já profundo nele, porque já tinha feito várias entrevistas com Dr. Antônio Nery, já tinha feito um caminho de um trabalho que a gente gostaria, que seria um trabalho humano. Não seria um trabalho baseado em dados, em ‘tantas pessoas morrem’, ‘tantas pessoas usam cocaína’. Não, eu não queria números, eu queria a história de pessoas”, afirma o artista, que também é o responsável pela direção e finalização da obra. “Eu queria, obviamente, antes de mais nada, uma obra de arte audiovisual. E, como toda obra de arte audiovisual, é um corte. E eu gostaria que esse corte tivesse um olhar humano, tivesse um foco no usuário, nessas pessoas que são vulneráveis”, destaca.
Imbuída da ideia de retratar a realidade para além das estatísticas, a equipe procurou explorar a fundo o tema, amparada em estudos e nas entrevistas com os personagens. “A gente foi estudando redução de danos; a questão da guerra às drogas, o fracasso da proibição, e as consequências nefastas e violentas que isso gera; a falta de amor nas famílias, a falta de agregar na família, a violência familiar, que leva muitos jovens às ruas”, conta Masi, salientando que a ideia do projeto não é “vitimizar” ou “criminalizar” os retratados, mas sim estimular a reflexão sobre as políticas públicas e as melhores estratégias para lidar com a dependência química, que segundo ele, é um drama real que deveria ser encarado com uma questão de saúde pública.
As filmagens começaram no fim de 2018, entraram por 2019, até 2020, quando a equipe teve que parar, por causa da pandemia. O projeto não foi comprometido porque já haviam sido captadas cerca de 80% das imagens necessárias para concluir o documentário. Com a flexibilização dos protocolos, este ano, o projeto pôde ser retomado, mas muitas soluções também surgiram a partir de animação e recursos gráficos. O diretor conta que esta alternativa foi usada, por exemplo, para preencher cenas que poderiam soar muito agressivas, como no segundo episódio, quando um personagem conta que sua família o mantinha preso e que, levado a um manicômio, passou por torturas e eletrochoques. O trabalho de arte gráfica de “Ninguéns” é assinado por Igor Caiê.
EPISÓDIOS
O primeiro episódio da série explora a história de três personagens principais, tendo como pano de fundo o papel dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), a política de redução de danos e o trabalho do Centro de Estudos e Terapia de Abuso de Drogas (Cetad), da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
O segundo conta a trajetória de “Os Incênicos”, grupo de teatro formado por usuários dos Caps. Nesta parte, o projeto discute a saúde mental, as drogas administradas para este grupo e a arte como ferramenta de cura. O episódio explora ainda como a saúde mental e a estigmatização podem levar as pessoas às ruas.
Terceiro episódio de "Ninguéns" aborta trabalho social desenvolvido na Igreja da Santíssima Trindade | Foto: Divulgação
No terceiro, por sua vez, a produção conta a história da Igreja da Santíssima Trindade, localizada na Cidade Baixa, onde é desenvolvido um trabalho social com a comunidade. “O irmão Henrique é um missionário que tem uma história linda. A gente conta a história dele e do lugar, da comunidade que ele criou, onde moradores de rua podem dormir, comer…”, conta Bruno Masi. O quarto episódio, por sua vez, tem como foco os artistas de rua e o uso de substâncias psicoativas.
Fechando a série, o quinto episódio é sobre o Movimento Nacional População de Rua e o papel de sua fundadora, Maria Lúcia Pereira, falecida em 2018. Uma das personagens entrevistadas é Sheila Maloca, ex-moradora de rua e filha adotiva de Maria Lúcia.
Confira o trailer da série baiana:
Dirigido por Fabio Vidal, que assina o roteiro junto com Edson Bastos, Henrique Filho e Inajara Diz, o documentário “Visitas de Helisleide Bomfim” será lançado na próxima terça-feira (18), marcando o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
O filme, que aborda temas como saúde mental, depressão, autocuidado e a arte como suporte de cura, vai ao ar no canal do Território Sirius no YouTube (youtube.com/territoriosirius), às 10h.
Na produção, a atriz Helisleide Bomfim visita quatro integrantes do grupo de teatro “Os Insênicos”, formado por usuários de Centros de Atenção Psicossocial (Caps), conduzido há mais de dez anos pela atriz e psicóloga Renata Berenstein. Nas entrevistas, os atores Sônia Ferreira, Anderly Oliveira da Cruz, Lívia Sousa e José Raimundo dos Santos compartilham seu cotidiano, memórias, ideias e falam sobre a militância antimanicomial.
O documentário amplia o universo de “Ecoando Helisleide Bomfim”, outra obra lançado em 2020, na qual a artista revelou ideias, comportamentos, atuação e seu histórico como usuária de Caps, militante da causa antimanicomial e integrante de “Os Insênicos”.
Além da exibição do documentário, o projeto prevê ainda lives com convidados. No dia 17, às 17h, Helisleide e Fabio Vidal recebem Lívia Sousa e Anderly Oliveira da Cruz, atrizes que participaram do documentário, junto com Renata Berestein, diretora do grupo “Os Insênicos”.
Já no dia 24 de maio, às 17h, as convidadas são Edna Amado, assistente social, militante antimanicomial e coordenadora do Núcleo de Estudos Pela Superação dos Manicômios; e Carla Geline Campos, psicóloga, redutora de danos, profissional da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) em Camaçari e coordenadora do Fórum Municipal de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas de Salvador.
Com uma narrativa tragicômica e debate sobre saúde mental, o espetáculo teatral “Alimentando as Feras” fica em cartaz até esta quarta-feira (21), no Youtube da Carambola Produções (clique aqui).
Escrita pela atriz Aícha Marques, a montagem tem classificação indicativa de 18 anos e narra a história de três mulheres com borderline, transtorno mental caracterizado por humor, comportamentos e relacionamentos instáveis.
Com perfis e histórias de vida bem diferentes, elas se encontram em uma sala virtual para sessão de terapia em grupo. Ao perceberem que o psicanalista não aparece, o trio resolve fazer a sessão sem ele, e acabam fazendo um mergulho em temas como autoflagelo, TOC, cleptomania, ansiedade, depressão, compulsão em sexo, consumismo e corrupção.
A direção é de Sofia Federico e o elenco é formado por Evelin Buchegger, Mariana Moreno e a própria Aícha Marques.
Kurt Cobain, vocalista do Nirvana morto em 1994, lançou uma nova música, "Drowned in the Sun". Disponibilizada nesta segunda-feira (5), a faixa póstuma foi feita através de inteligência artificial e faz parte de um projeto chamado "As Fitas do Clube dos 27".
A ação acontece no mesmo dia que Cobain completaria 27 anos e é realizada pela organização Over The Bridge. O termo que designa a campanha reflete sobre a situação de artistas que morreram aos 27 anos devido ao uso excessivo de drogas pela pressão da fama.
Segundo o Uol Splash, para criar a música, os idealizadores usaram um computador que analisou diversas canções da banda. O recurso usado foi a IA (Inteligência Artificial) Google Magenta, segundo a revista britânica NME.
Um outro programa foi usado para criar a letra. Somente a voz foi de um humano: Eric Hogan, cover do artista e vocalista na banda Nevermind: The Ultimate Tribute To Nirvana. O projeto ainda tem faixas de Amy Winehouse, Jimi Hendrix e Jim Morrison.
"E se todos esses músicos que amamos tivessem suporte de saúde mental? De alguma forma, na indústria musical, [a depressão] é normalizada e romantizada. Sua música é vista como um sofrimento autêntico", disse Sean O'Connor, membro do conselho de diretores da Over The Bridge, em entrevista à norte-americana Rolling Stone.
Em cartaz em temporada virtual, o solo “O Último Capítulo” faz mais duas apresentações, nos dias 24 e 31 de março, com transmissão a partir das 20h, no canal oficial do grupo Toca, no Youtube (clique aqui). A montagem narra a tragicômica história de Matias Deodato, um estudante de direito que planeja dar um fim à sua existência ao vivo, transmitindo nas redes sociais reflexões sobre o sentido da vida, enquanto passeia entre os cômodos da casa em que cresceu.
Realizado dentro do projeto “Última Live”, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), além do espetáculo teatral, a iniciativa prevê bate-papos com psicoterapeutas e voluntários do CVV.
Mediado pelo ator Danilo Cairo, o debate do dia 24, realizado após apresentação, terá a participação da psicóloga Luana Lima, que utiliza o fundo cômico da trama para aprofundar entendimentos sobre “A juventude e a expressão do mal estar na atualidade”. No mesmo encontro, o psicoterapeuta Rocha Júnior abordará o tema “Vida: do virtual ao real – Estudo, Trabalho e Afetos”.
Um estudo divulgado no podcast “Where Is My Mind?”, de Niall Breslin em parceria com o Spotify, revela que 89% dos participantes da pesquisa melhoraram a saúde mental após começar a tocar um instrumento musical. Para testar a teoria, Breslin comprou 400 ukuleles e os ofereceu a pessoas que vinham sofrendo com problemas de saúde mental.
Elas aprenderam a tocar “Home”, música do Edward Sharpe and the Magnetic Zeros, e a apresentaram em conjunto, sendo que 56% dos participantes disseram se sentir relaxados enquanto tocavam ukulele. Além disso, 48% se sentiram satisfeitos, 43% revelaram que sentiram “paz de espírito” e cerca de um terço dos novos músicos afirmaram que tocar música fez com que eles encontrassem “uma sensação de terem um propósito na vida”.
Com quatro meses da pandemia no Brasil, muito se fala em saúde mental e nos gatilhos que o isolamento social e o contato com a morte podem despertar nas pessoas. Estes assuntos, no entanto, ainda são tabu para boa parte da sociedade, e o senso comum segue carregado de mitos e preconceitos. Motivado não apenas pontualmente por esta realidade provocada pela disseminação da Covid-19, mas tendo percebido há anos uma lacuna no entendimento a respeito dos transtornos mentais, o diretor carioca Anderson Corrêa lança, no dia 12 de agosto, às 23h35, no Discovery Channel, a série documental “Linha Tênue”.
“A história começou em 2014 e eu fui filmar em 2018 e 2019. Porque a gente faz o Big Brother, eu fiz em 2018, e quando saí veio o recurso para eu filmar. Eu tinha a opção de ficar na Globo ou de filmar meu documentário, que é meu roteiro, minha história e minha criação. Aí eu optei por contar minha história e a gente foi filmar em 2018 e 2019, editamos tudo em 2019 e agora o Discovery está lançando”, explica Anderson, sobre o longo caminho até a conclusão do projeto, que está sendo traduzido para o espanhol e será exibido, além do Brasil, também para toda América Latina.
“O que me motivou foi que eu vi a necessidade do ser humano, enquanto um todo, saber mais e entender mais da questão dos transtornos, das doenças mentais mais abrangentes no mundo e que estão entre nós. A depressão, síndrome do pânico, o TOC, as pessoas que acabam tendo esse tipo de transtorno e acabam fugindo da realidade, uma compulsão sexual, os transtornos alimentares…”, conta o diretor, destacando, no entanto, que a ideia não é ser mais uma produção fria e técnica, mas sim uma obra de fácil assimilação, mesclando relatos de personagens e explicações de especialistas com linguagem acessível.
“É um documentário que leva a informação para todo tipo de pessoa, da classe A, B ou C. Tanto um jovem de 17 anos bem humilde vai entender do que se fala, como uma pessoa expert, de 60 anos, de uma classe social alta e que teve estudo. O ‘Linha Tênue’ vai abranger a humanidade, vai chegar na casa de todo mundo e é de fácil entendimento”, afirma o diretor, lembrando que o conteúdo é voltado não só para quem convive com um transtorno mental, mas também para familiares e amigos destas pessoas e ainda para quem tem curiosidade sobre o tema. “Vendo que não tinha material viável que chegasse ao público em geral, para todo mundo entender, eu falei: ‘falta isso!’. A humanidade é carente de informação. Eu pensei que estava faltando o acolhimento, porque muitas vezes você não tem depressão, mas a sua mãe tem e você entra no mesmo estado dela. Uma pessoa com a mãe deprimida, num estado gravíssimo, a família fica abalada. Uma pessoa que tem uma filha com anorexia em casa, a família fica abalada vendo ela se degradar”, argumenta.
Anderson Corrêa idealizou o projeto em 2014, começou a filmar em 2018 e concluiu em 2019 | Foto: Divulgação
Outro ponto destacado pelo diretor foi a necessidade de desmontar os mitos em torno dos transtornos psicológicos, muitas vezes associados à fraqueza ou à futilidade de uma classe social privilegiada. “Queremos desmistificar [a visão de] que nessa questão de depressão a pessoa não quer nada com a vida e está dizendo que está deprimida, porque se tivesse uma roupa pra lavar ela não estaria daquele jeito. Não! A depressão mata, é uma doença insidiosa, que leva a pessoa ao fundo do poço até chegar ao suicídio”, alerta o diretor. Para exemplificar a gravidade dos problemas da mente e destacar a importância de tratá-los com seriedade e com auxílio de profissionais, ele lembrou uma fala da psiquiatra Alexandrina Maleiro no documentário: “A pessoa sai para o trabalho calada, dá tchau para o seu familiar com sorriso no rosto, vai trabalhar, faz as suas atividades e ao voltar pra casa sobe no último andar e se joga de um prédio”.
Em dez episódios, com a participação de especialistas e personagens - famosos e anônimos-, “Linha Tênue” descortina os meandros da depressão, transtorno alimentar, dependência química, compulsão sexual, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno delirante, transtorno de personalidade, do hábito, do humor e de ansiedade. Para auxiliar o trabalho de Anderson, que assina criação, roteiro e direção da série, a psicóloga Maria Zilda, psicanalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi a responsável pela supervisão de conteúdo.
Dentre os depoentes que aceitaram o desafio de contar suas histórias, de maneira voluntária, estão a atriz Claudia Lira, que relata sua luta contra a compulsão alimentar, percebida aos 14 anos, quando vivia na Argentina; e o músico Rodrigo Santos, ex-baixista do Barão Vermelho, que narrou seu caso de dependência química e a experiência de quase morte. Tendo vencido o vício em cocaína e álcool, ele hoje está longe das drogas e ministra palestras para dividir com as outras pessoas sua história de superação.
Rodrigo Santos, ex-baixista do Barão Vermelho, relata sua luta e a vitória contra a dependência química | Foto: Divulgação
O primeiro episódio da série, no entanto, traz o caso da modelo Núbia Oliver, que até hoje trata um quadro severo de depressão. “Não tenho depressão ocasional e, sim, um cérebro que é doente, que preciso acompanhar com médico e sem burlar os medicamentos”, explica Núbia, que além do acompanhamento com psicólogo e psiquiatra, alia exercício físico, meditação e busca autoconhecimento para aliviar os sintomas.
Apesar dos corajosos relatos colhidos na série, Anderson Corrêa revela que foi trabalhoso encontrar pessoas dispostas a falar publicamente sobre questões tão delicadas. “Os médicos e profissionais foram mais fáceis, difícil foi o depoente que se propôs a contar, a abrir a história de sua vida. Mas esses depoentes estavam na mesma vibe que a minha, eles falaram: ‘não, se é para ajudar o outro e desmistificar os preconceitos, eu quero participar’”, conta o diretor. “Agora, eu tive pessoas com resistência, tive artistas que não quiseram; tive políticos que chamei e não quiseram; empresários conhecidos que sofrem deste mal até hoje; cantor de pagode famosíssimo que a gente falou, ele disse que ia fazer e depois que não ia fazer mais; jogador de futebol que está no alcoolismo... Tudo isso foi falado, mas eles falavam que sim, mas depois tinha aquela resistência”, lembra.
No fim de tudo, entre o que se fala e o que se cala, a série “Linha Tênue” pretende superar tabus e apontar para um horizonte de esperança. “Meu objetivo é que dê um colo, um acolhimento para as pessoas que vivem isso, não só as vítimas, mas as famílias. Quero mostrar que há superação e que bonito é você não esconder a sua doença e sim você falar, dividir, compartilhar, para tratar”, explica Corrêa.
Confira o trailer da série, que estreia no dia 12 de agosto no Discovery Channel:
"Eu executei esse projeto que se chamava 'Em cena, insanidade', que era uma oficina de teatro para usuários dos CAPS [Centros de Atenção Psicossocial] e que, no final desse processo de três meses, a gente conseguiu montar um espetáculo. O projeto nasceu daí, foi uma experiência super rica, construímos um vínculo entre o grupo que foi o que desencadeou nosso desejo de continuar mesmo depois do edital". A fala da atriz e psicóloga Renata Berenstein dá as coordenadas do que foi o início da trajetória de dez anos do grupo de teatro "Os Insênicos". Fundada em Salvador, a trupe é composta por atores usuários do serviço de saúde mental.
Renata atua desde o início como diretora do grupo. Ela contou ao Bahia Notícias que teve que dar passos difíceis para a promoção da arte e garantir a existência de um coletivo que ultrapassa as barreiras do preconceito. Atualmente, a equipe conta com 15 pessoas.
Os Insênicos em ensaio na Casa do Benin | Foto: Reprodução / Instagram
"Eu sou graduada em psicologia e já no final da minha graduação foi um momento em que a Secretaria de Cultura lançou um edital voltado para cultura e direitos humanos. Na epoca eu já trabalhava com teatro, tinha uma companhia, atuava como atriz e isso me deu o start para fazer uma proposta de saúde mental e teatro. Me submeti na época ao edital e fui premiada", contextualiza a diretora sobre o início dos Insênicos.
A junção entre o conceito de insanidade e tudo aquilo que gira em torno da encenação deu sentido para o nome do primeiro espetáculo a ser montado. Este, aliás, é justamente o mesmo que batiza o grupo: "Insênicos".
Entre os atores dirigidos por Renata despontaram talentos como Elisleide Bonfim, indicada ao Prêmio Braskem deste ano pela atuação no espetáculo Holocausto Brasileiro (relembre aqui). O convite para a atriz participar do espetáculo que rendeu a indicação para a maior premiação do teatro baiano surgiu de uma intenção de promoção de um espaço de troca sobre o percurso da saúde mental e o próprio debate da reforma psiquiátrica.
"No processo de seleção de atores eles [os organizadores do espetáculo Holocausto Brasileiro] abriram para que os atores dos Insênicos também fizessem e Elisleide foi selecionada naquele momento", disse Renata, que revelou estar animada e orgulhosa com a conquista, que é individual, mas também coletiva.
Elisleide (de azul) em Holocausto Brasileiro | Foto: Divulgação
O trabalho junto aos integrantes fez desencadear processos artísticos diversos. Gilvan, um outro integrante, é um dos exemplos citados pela diretora. Ele é morador de Coração de Maria, no interior do estado, e desenvolve o trabalho de palhaço, oficinas de teatro e animações de festa.
Para além do "ganhar o pão" com a arte, Renata revela que muitos dos membros, antes afastados dos seus espaços de labor, puderam retornar graças à participação no grupo. "Tem gente que voltou a dirigir táxi, a trabalhar como pedreiro e outras carreiras que economicamente dão um retorno para eles", disse. Vários dos "insênicos" já viveram momentos de internação em hospitais psiquiátricos, chegando a sofrer abusos e hospitalizações que perduraram por até três décadas.
Apesar dos percursos distintos de vida dos participantes, o teatro, mais especificamente "Os Insênicos", tem uma importância clínica e política para eles. Além do fator visibilidade. "Vai no sentido oposto de que a gente faz normalmente no cuidado à saúde mental, que é esconder, de colocar na internação. Então é um ato político, nesse sentido, e estético, porque os espetáculos que surgem da interação deles são super ricos", revela Renata Berenstein.
O grupo na montagem de Quem Está Aí? | Foto: Reprodução / Instagram
Em atividade durante todo o ano, o grupo se reúne semanalmente, às quintas-feiras, na Casa do Benin, no Pelourinho. Desde a fundação, além do primeiro, já foram montados os espetáculos "Cidade em Versos" (2011), "Balada de Amor" (2013) e "Quem Está Aí?" (2017). Além disso, foram feitas apresentações em universidades, congressos e aberturas de eventos, e outras ações são feitas para arrecadar fundos.
Agora, com a chegada dos dez anos, uma campanha de financiamento foi lançada. O propósito é custear um conjunto de ações, dentre elas a realização de duas rodas de conversa, ensaios abertos e a montagem de outra peça. A colaboração pode ser feita através da plataforma Catarse (clique aqui). A meta é arrecadar R$ 50 mil.
No início de abril, foi informado por um site que a cantora Britney Spears teria ingressado em uma clínica de saúde mental por causa do estresse causado pelo estado de saúde do pai, Jamie Spears (veja aqui). A decisão fez com que a cantora tivesse que cancelar os shows de sua nova residência em Las Vegas. Nesta terça-feira (16), uma nova versão sobre a internação de Britney surgiu.
Segundo informações da jornalista estadunidense Tess Barker, do jornal The Guardian, Spears pode ter sido internada na clínica contra sua própria vontade. A informação levou os fãs a subirem a Hashtag #FreeBritney, que chegou aos Trending Topics mundiais do Twitter.
Segundo o site Diário de Pernambuco, em 2007, após a cantora agredir um paparazzi ela ficou sob tutela judicial do pai e do advogado Andrew Wallet. Desde o ocorrido, ela não tem controle sobre diversas decisões profissionais e pessoais. Os responsáveis por Spears ainda exigem que ela tome um medicamento para distúrbios psicológicos.
Um advogado que trabalhava na firma de Wallet revelou, nesta semana, à jornalista Tess Barker que a tutela da cantora tem sido complicada nos últimos anos. De acordo com ele, Britney começou a demonstrar uma forte intenção de acabar com a intervenção judicial e parou de tomar os medicamentos prescritos. Esse pode ter sido o fator que resultou na internação forçada pelo pai, seu principal tutor.
O palácio de Kensington anunciou, nesta quarta-feira (10), que o príncipe Harry e a apresentadora americana Oprah Winfrey estão trabalhando juntos para criar uma série documental sobre saúde mental. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, a atração será transmitida pela Apple.
Em nota, o príncipe afirmou que a série busca compartilhar "histórias de personalidades fora do comum que resistiram às situações mais difíceis, para permitir uma melhor compreensão de nós mesmos e de nosso entorno", e que está "incrivelmente orgulhoso" de trabalhar com Oprah Winfrey. Ainda não há informações sobre quantidade de episódios ou data de estreia.
Junto com seu irmão William e a esposa dele, Kate, Harry lançou em 2017 o “Heads Together”, iniciativa voltada para arrecadar fundos, apoiar projetos relativos às doenças mentais e a luta contra a estigmatização das pessoas afetadas.
Seriamente estressada por conta da saúde debilitada do pai, Britney Spears decidiu se internar voluntariamente em uma clínica de saúde mental, onde deve permanecer por 30 dias.
De acordo com o site TMZ, a artista cancelou uma série de shows e resolveu dar uma pausa na carreira após Jamie Spears passar por duas cirurgias para corrigir problemas devido à ruptura do cólon no final do ano passado.
Segundo uma fonte da revista Enterteinment Weekly, a doença do pai afetou muito a cantora. “Teve um custo para ela. Ele quase morreu e passou por outra cirurgia há algumas semanas. Ele não está bem. Os dois são muito próximos, mas não tem nada dramático com ela - ela apenas entendeu que precisa ter tempo para se cuidar", disse.
Em uma postagem no Instagram, nesta quarta-feira (3), a cantora publicou uma imagem com a frase "Apaixone-se por tomar conta de você mesmo, de seu corpo, mente e espírito", seguido da legenda "todos precisamos de uma tempinho para nós". Desde 2008, após sofrer um colapso nervoso, Britney Spears é tutelada legalmente pelo pai.
Kesha decidiu lançar um documentário que mostra os bastidores da gravação do seu último álbum “Rainbow”. De acordo com o site Elle, música não será o único assunto abordado no longa. Em “Rainbow – The Film”, a cantora irá falar sobre sua saúde mental e declarou em trailer: “Depressão, ansiedade e doenças mentais são coisas sobre as quais todos nós precisamos falar mais, e não é vergonha nenhuma pedir ajuda”. “Tomar a decisão de trabalhar seus problemas é a coisa mais corajosa que você pode fazer”, completou. Além disso Kesha irá falar sobre o processo de produção do terceiro disco, que foi lançado após a batalha judicial contra o produtor Dr. Luke, que assinou os primeiros álbuns da cantora. Kesha acusou Luke de estupro e abuso psicológico, mas perdeu o processo. Em “Rainbow – The Film”, a cantora irá falar sobre sua saúde mental e declara: “Depressão, ansiedade e doenças mentais são coisas sobre as quais todos nós precisamos falar mais, e não é vergonha nenhuma pedir ajuda”. “Tomar a decisão de trabalhar seus problemas é a coisa mais corajosa que você pode fazer”, completou. O documentário será lançado no dia 10 de agosto pela Apple Music.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.