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Superexposição nas redes prejudica saúde mental de influenciadores digitais, diz psicólogo

Por Laiane Apresentação

Superexposição nas redes prejudica saúde mental de influenciadores digitais, diz psicólogo
Foto: Marcello Casal jr / Agência Brasil

Você pode pensar que existem muitos pontos positivos em ser um influenciador digital. Ganhar “mimos”, vida glamourosa, parcerias com marcas famosas e até mesmo a chance de um dia ser chamado para algum reality show… No entanto, existe o lado negativo na superexposição de si nas redes sociais.

 

Com a repercussão do vídeo do youtuber Felca sobre adultização de crianças nas redes sociais, muito se discutiu sobre a superexposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. 

 

Porém, a exposição sem limites também pode ser prejudicial a adultos. Com o “boom” de influenciadores, a exposição das pessoas passou a crescer nas plataformas sociais. 

 

Uma pesquisa do DataReportal, em 2024, apontou que brasileiros gastam em média 9h e 13 minutos por dia conectados, sendo a segunda população com maior tempo diário gasto online. 

 

O tema ainda é muito novo, porém as consequências já estão sendo debatidas por profissionais de saúde mental. Segundo o psicólogo Matheus Dias, a superexposição pode se tornar nociva. 

 

“Existe uma pressão constante para os influenciadores por performance, por relevância, para manter o engajamento. E isso acaba colocando eles em um estado permanente de alerta. A rotina, por exemplo, por si só já pode ser uma geradora de estresse crônico”, explica o psicólogo. 

 

Dentre os prejuízos para a saúde mental estão sintomas de ansiedade - como transtornos de ansiedade generalizado ou social -, crises de autoestima, sensação de esgotamento, uma dificuldade em separar a vida pessoal da profissional. Além de viver um estado de conservação contínua. 

 

“É um estado psíquico onde o influenciador vai estar sempre avaliando como ele será percebido pelos outros. O que pode acabar inibindo tanto a espontaneidade dele, como até gerando uma desconexão da própria identidade do influenciador. Ele não vai conseguir diferenciar o que é ele e o que é aquela persona que ele cria para as redes sociais”, detalhou. 

 

Para o psicólogo, também é comum o surgimento de uma dependência emocional do influenciador com o reconhecimento online, os likes, os comentários positivos e os compartilhamentos. Essas interações virtuais tornam-se uma espécie de validação, que pode provocar um impacto na saúde dessa pessoa, caso os comentários se tornem negativos. 

 

Esses influenciadores, dependentes de uma resposta positiva vinda de seus seguidores, podem desenvolver baixa autoestima, perda do prazer nas atividades e medo de eventos presenciais, preferindo evitar interações reais. 

 

Para Dias, o ideal é que os influenciadores que estiverem passando por situações parecidas, procurem apoio psicológico. 

 

“Com apoio psicológico eles podem buscar estratégias de autocuidado, principalmente em relação à própria autoestima. Quando eles desenvolvem uma boa autoestima, quando eles têm uma autoestima elevada, eles tendem a sentir menos a pressão da internet, a pressão por likes, e também refletir sobre os próprios limites”, recomenda. 

 

Reconhecida desde 2022 como profissão pela Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), os influencers trabalham nas redes produzindo conteúdos, engajando audiências e promovendo marcas. Muitos acabam criando suas próprias marca ou investindo em carreira como cantor ou ator.

 

Muitos foram os influenciadores ou figuras públicas que precisaram “dar um tempo” de seus perfis para priorizar a saúde mental. Dentre eles, está o humorista Whindersson Nunes, a cantora internacional Selena Gomez e, um dos casos de maior repercussão, a ex-BBB Vanessa Lopez. 

 

A ex-BBB precisou de algumas semanas longe das redes sociais após ser diagnosticada com um quadro de psicose aguda durante sua experiência no reality show “Big Brother Brasil”. No programa, os participantes são gravados 24 horas por dia e avaliados pelo público do lado de fora. 

 

Vanessa desistiu de sua participação no programa e chegou a comentar em entrevistas posteriores sobre sempre ter se sentido submetida a julgamentos alheios na internet. “Tudo que eu já vivenciei com a internet, todas as opiniões e julgamentos que as pessoas tiveram sobre mim, com certeza foram dores minhas que vieram à tona lá dentro, isso eu não tenho dúvida", a influenciadora afirmou ao Fantástico. 

 

Uma das principais estratégias, segundo Matheus, para que influenciadores protejam sua saúde mental é trabalhando sua autoestima. Além disso, definir limites como filtrar comentário e bloquear palavras ofensivas também pode ajudar. 

 

CUIDADOS DE SEGUIDORES
Não são só os influenciadores que estão vulneráveis a exposição nas redes. Seus seguidores também precisam ter cuidado. Acompanhar com tanto afinco seus influencers favoritos pode provocar uma constante comparação com a vida deles. 

 

Conforme o psicólogo, o consumo intenso desse conteúdo pode impulsionar compras desnecessárias, criando a sensação de insuficiência. Além de padrões irreais em relação à estética, sucesso e estilo de vida, dependendo de quem acompanhe. 

 

Dias pontuou ainda que muitas das pessoas que consomem em excesso influenciadores digitais costumam não ter outras formas de lazer para além das redes sociais. “Talvez esse seja o único momento de lazer que essa pessoa específica tem durante a semana. E a gente entra numa problemática muito grande em relação ao desenvolvimento social e econômico do país”, afirmou. 

 

Para esses internautas, o psicólogo recomenda se questionar: “Por que eu estou seguindo essa pessoa?” ou “O que essa pessoa tem de importante a agregar em minha vida?”.

 

O influenciador, que ganha com base em seu engajamento e contato com os seguidores, não vai impor esses limites. É o seguidor que precisa questionar o que consome e o que ganha com isso.