Artigos
O Brasil não pode ser forte lá fora se continua fraco dentro de casa
Multimídia
João Cláudio Bacelar defende permanência da Câmara na Praça Thomé de Souza
Entrevistas
Diego Brito indica preocupação com frota e aponta “última milha” como desafio no trânsito de Salvador
bahiatursa
Após uma longa batalha judicial, entre a extinta Bahiatursa e o Sindicato dos Empregados em Empresas de Turismo (SETS), o antigo Centro de Convenções, localizado no bairro do Stiep, em Salvador, não será mais utilizado como garantia para quitar a dívida trabalhista do governo estadual, que ultrapassou R$ 49 milhões.
A juíza Mônica Sapucaia, da 34ª Vara do Trabalho de Salvador, cancelou a penhora e arresto do imóvel desde junho, e enviou comunicado ao 6º Ofício de Imóveis. Isso porque a ação coletiva em trâmite no Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) reconheceu o direito à progressão salarial aos trabalhadores envolvidos no processo.
O sindicato questionava na ação trabalhista o cumprimento, pelo governo estadual, do Plano de Cargos e Salários dos funcionários da Bahiatursa, antiga Empresa de Turismo da Bahia, referente ao período de 1990 a 2008. O órgão foi substituído na gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT) pela Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Sufotur).
Diversos acordos foram firmados entre os ex-funcionários da Bahiatursa e o Governo da Bahia. Alguns foram pagos por meio de precatórios e um deles foi no valor de R$ 176.532.525,60. Conforme o TRT-BA, os precatórios estão sendo emitidos e pagos.
Apenas o caso de um funcionário não foi resolvido, que envolve uma disputa entre herdeiros. Sendo assim, a juíza compreendeu que apenas esta situação não justificava a penhora do imóvel.
LINHA DO TEMPO
O imbróglio ganha um novo capítulo oito anos depois do desabamento parcial do prédio, ocorrido em 23 de setembro de 2016, ferindo três pessoas. O acidente ocorreu devido ao excesso de oxidação da estrutura e por falta de manutenção.
Neste período já havia uma promessa de leilão, porém o TRT-BA suspendeu a demolição diante da dívida do governo com os 160 ex-funcionários.
Cinco anos depois, em 2021, a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) autorizou a venda do antigo Centro de Convenções — o que também foi impedido por conta do processo de penhora.
O antigo Centro de Convenções da Bahia ocupa uma área de 153 mil m², sendo 57 mil m² de área construída e capacidade de 400 quilos por m².
Em meio ao imbróglio jurídico que culminou no anúncio do leilão do prédio que abriga o Arquivo Público da Bahia e a subsequente suspensão do pregão (saiba mais), o governador Rui Costa comentou o caso durante a entrega de reforma do Hospital Ana Nery, em Salvador, nesta quarta-feira (10).
"Olha, tem coisas que acontecem na Bahia que são surpreendentes”, disse o petista, em tom de indignação, ao ser questionado sobre a possibilidade do Arquivo Público ter que remover o rico acervo histórico do local.
Classificando o episódio como “absurdo”, Rui lembrou que o processo tem origem no governo de Antônio Carlos Magalhães e destacou que a dívida da Bahiatursa que acabou levando à alienação do imóvel decorre do projeto conceitual do pavilhão de feiras de Salvador e não de um projeto executivo, arquitetônico ou fundação.
“Em qualquer lugar do mundo que você vá, um projeto não passa de 5% do valor da obra. A dívida que está sendo cobrada é de R$ 50 milhões. Com isso você constrói hoje, com valores atualizados, um pavilhão de feiras”, argumentou, revelando que até os dias de hoje já foram pagos cerca de R$ 9 milhões da “suposta dívida” .
“Eu estou falando do que deveria ser, se fosse verdade, porque Antônio Carlos, quando estava vivo, nunca reconheceu essa dívida. Se fosse verdade, o valor do projeto seria 5% da obra. Se a obra hoje - valor atualizado - custa R$ 40 milhões, 5% de R$ milhões é quanto? R$ 2 milhões. E está se cobrando R$ 50 milhões para o povo da Bahia pagar”, questionou o governador, garantindo que não medirá esforços para contornar a situação.
“Então, eu não posso ter outra postura, senão determinar que a Procuradoria do Estado use todos os recursos, vá ao STF, ao CNJ, ao STJ, vá ao papa, faça tudo que seja possível para reverter esse absurdo”, declarou.
O início da semana foi de perplexidade para a sociedade baiana, que viu ser posto a leilão o prédio que abriga o Arquivo Público da Bahia (Apeb) (veja aqui). Situado no bairro da Baixa de Quintas, em Salvador, o imóvel foi construído em 1551, dois anos após a fundação da capital baiana, e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1949.
Após manifestação do Ministério Público, a Justiça concedeu uma liminar na noite da segunda-feira (8), suspendendo o pregão marcado para esta terça (9) (entenda aqui). A decisão se deu visando preservar o patrimônio histórico e cultural, visto que uma remoção intempestiva, sem um plano, poderia comprometer o material ali resguardado.
Neste sentido, o juiz George Alves de Assis, da 3ª Vara Cível de Salvador, determinou que a Fundação Pedro Calmon (FPC), responsável pela administração do Arquivo Público, elabore um planejamento de salvaguarda e remoção do acervo em um prazo de 60 dias.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da FPC, Zulu Araújo, que revelou ter sido informado do leilão “do mesmo modo que a sociedade em geral tomou conhecimento, por meio de publicação no Diário Oficial do Estado”, garantiu que sua gestão irá cumprir a determinação judicial, mas apontou uma série de questões técnicas que desaconselham a remoção do material no período estipulado na liminar. Além disso, ele garante que a FPC, assim como a Secretaria de Cultura da Bahia e o governo estadual não medirão esforços para que o prédio tombado siga sob sua tutela.
Segundo Zulu, a fundação foi surpreendida pela notícia porque a FPC tem um contrato de comodato para utilizar o imóvel, que está sob responsabilidade da Superintendência de Patrimônio, órgão incumbido de cuidar de todos os equipamentos de propriedade do estado. "Esta ação com relação ao imóvel vem de 1990, ou seja, quando ele estava sob a responsabilidade da Bahiatursa, e não tinha passado ainda para o comodato do governo do estado. Então, não cabia à Fundação Pedro Calmon fazer qualquer acompanhamento. Tanto isso é verdade, que quem está se pronunciando sobre a questão de ordem jurídica é a Procuradoria Geral do Estado, porque ela é que faz os acompanhamentos de todos os litígios judiciais que o governo tem tramitando, e não o órgão responsável pelo imóvel”, explicou o gestor, garantindo que caso o prédio estivesse sob guarda da FPC ele acompanharia, porque seria notificado pela Justiça, o que não foi o caso.
Citando a “explicação muito detalhada” da PGE divulgada pela Secretaria de Comunicação nesta segunda-feira (8) (saiba mais), Zulu questiona a inclusão do prédio do Arquivo Público como pagamento de uma ação indenizatória da Bahiatursa. “Desde 2016 a Procuradoria tem tentado retirar o imóvel da ação, tendo em vista que seria inapropriado ele estar na ação porque ele é um bem tombado. E ele sendo um bem tombado, tem uma legislação própria que deixa muito claro que ele não pode ser alienado. Mas quem o alienou, o fez lá atrás, não indicando que ele era um bem patrimoniado, embora ele fosse patrimoniado desde 1949. Ou seja, eu não vou fazer nenhum juízo de valor, mas você há de convir que, no mínimo, é estranho que um imóvel tombado em 1949, em 2005 seja apresentado como bem de penhora e não se tenha atentado pra isso”, questionou Zulu Araújo, reafirmando que não há responsabilidade da FPC e da Secult com relação ao imbróglio no qual o prédio se encontra e reivindicando que haja uma correção nos trâmites jurídicos.
Citando “informações técnicas e políticas”, o gestor classifica a liminar que interrompeu o leilão como positiva por atender uma demanda do MP e “o reclamo da sociedade”, representada por manifestos de apoio de mais de 40 entidades de todo Brasil. No entanto, ele aponta que tal dispositivo não resolve todo o problema e tampouco é o pleito do governo, que é a retirada deste imóvel da ação. “Do ponto de vista técnico, nós temos ali 41,2 milhões de documentos, são 7 mil quilômetros de documentos. Movimentar uma documentação desta, sendo que boa parte dela está em torno de 300, 400 anos de existência, requer um cuidado, uma atenção extremamente grande. Pra você movimentar um acervo como esse, você tem que ter catalogação devida, armazenamento devido, acondicionamento devido, restauração devida e higienização devida. Porque tem documentos ali que se você não restaurar e não higienizar antes de movimentar ele simplesmente esfarela”, informou, salientando que uma operação desta natureza iria requerer “um tempo gigantesco”.
“O que posso calcular é o tempo que nós levamos para movimentar áreas desse acervo quando do restauro de dois anos que nós fizemos. Nós levamos de três a quatro meses pra movimentar uma área restrita do acervo dentro do próprio imóvel”, revelou o presidente da FPC, garantindo que as condições técnicas para retirar o acervo completo do prédio onde está localizado o Arquivo Público da Bahia e levá-lo a outro local com segurança exigiria muito mais tempo que o estipulado na liminar.
Diante da complexidade da situação, Zulu reitera que cumprirá a decisão judicial, mas garante que o governo da Bahia não desistirá de manter sob sua guarda o prédio. “A Fundação Pedro Calmon, a Secretaria de Cultura, a Procuradoria Geral do Estado, ou seja, o governo do estado da Bahia, tem a posição firme de que o acervo e o patrimônio arquitetônico devem continuar onde eles estão. E, neste sentido, nós vamos adotar todas as medidas que forem necessárias no campo político, administrativo, jurídico, para que isso seja assegurado. Porque, com isso, nós estamos assegurando a proteção do acervo documental, a proteção do edifício arquitetônico, e, consequentemente, a proteção do patrimônio cultural da Bahia”, declarou o gestor, afirmando que a decisão do governo é “lutar, brigar, em todas as instâncias” para que o acervo e o patrimônio sigam sob gestão estadual. “Nós não cogitamos abrir mão daquele edifício, como não cogitamos a remoção desse acervo, por conta dessas razões que acabei de te dizer do ponto de vista técnico”, justificou.
Ao agradecer publicamente o apoio da sociedade, que em sua visão reconhece a cultura como elemento importante para a memória do país e da Bahia, ele lembra que o Apeb guarda não apenas a memória do estado, mas a de todo Brasil. “Durante 214 anos, a cidade de Salvador era a capital do país. Parece que apagaram isso da história e que a capital só foi o Rio de Janeiro. Tudo que ocorre no Rio é nacional, então o Arquivo Público do Rio de Janeiro é nacional, e o nosso é arquivo da Bahia, embora o nosso seja mais antigo que o deles, que curioso, não é? Essas são as nuances desse desequilíbrio regional do Brasil. Nós somos a primeira capital do país, como é que esse acervo é baiano? Esse acervo é nacional, e diria mais, ele faz parte do arquivo colonial do Atlântico Sul”, pontou Zulu, citando a existência em seu acervo de documentos como os do Tribunal de Relação da Bahia, criado em 1609, que hoje é o Tribunal de Justiça da Bahia; dossiê da Revolta dos Búzios, de 1798; e passaportes de escravos do século XVI, para mensurar a importância do Apeb na salvaguarda da memória regional e do país.
Além do acervo histórico ali guardado, Zulu Araújo, que é arquiteto por formação, reforça o valor simbólico do prédio tombado pelo Iphan em 1949. “Como é que um bem que tem dois anos a menos da criação da cidade de Salvador pode sair da gestão do estado? Não há possibilidade neste aspecto, por isso mesmo nós estamos empenhados, vamos adotar todas as medidas necessárias pra que a gente mantenha”, argumentou. Ele relevou ainda que o Arquivo Público da Bahia, que no fim de 2020 passou por uma grande reforma (saiba mais), acaba de ser pré-selecionado por edital do BNDES e terá um orçamento de cerca de R$ 14 milhões para diversas intervenções, dentre elas serviço de segurança, proteção a incêndio, além de digitalização, restauração, catalogação e higienização de parte do acervo. “A gente foi selecionado devido à qualidade do projeto que a gente apresentou”, afirmou Zulu.
Após anúncio do leilão do prédio que abriga o Arquivo Público da Bahia(saiba mais aqui, aqui e aqui), a Secretaria de Comunicação da Bahia (Secom) divulgou uma nota da Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) para esclarecer o imbróglio judicial que teve início nos anos 1990. Diante do impasse, o governador Rui Costa garante que “adotará todas as medidas para que o imóvel, de inestimável valor histórico e cultural, retorne ao patrimônio público em propriedade plena, sem ônus algum”.
Em nota, a PGE afirma que o pregão se dá por conta de “ação ordinária movida pela a TGF Arquitetos Ltda ajuizada em 25/09/1990, em curso na 3ª Vara Cível da Capital, contra a Empresa de Turismo da Bahia S.A – Bahiatursa, em que se buscava receber indenização por serviços que teriam sido prestados na elaboração de projetos”, e explica que na época a instituição alegou a “inexistência de contratação” e afirmou tais projetos tinham sido apresentados espontaneamente.
“A ação foi julgada procedente 26/12/1990, tendo sido realizado acordo entre as partes em 07/08/1991, que, entretanto, não teria sido cumprido, conforme alegação da parte autora. Iniciada a execução, a Bahiatursa, em 05/10/2005, ofereceu à penhora imóvel de sua propriedade identificado como Quinta dos Tanques, local onde localizado o Arquivo Público do Estado da Bahia. Com a extinção da Bahiatursa (Lei nº 13.204/2014) e suas funções assumidas pela Secretaria de Turismo, o Estado da Bahia ingressou na ação, representado pela Procuradoria Geral do Estado”, detalha.
Segundo o comunicado, o governo tem apresentado sucessivas manifestações no processo, com o objetivo de preservar o patrimônio público, mas não teve êxito. A PGE diz ainda que o leilão foi deferido pela Justiça, mesmo após o governo recorrer, e salienta que o pregão não é promovido pelo Estado, mas por ordem judicial.
“Deve ser destacado que, além do questionado fundamento da ação (contratação de projeto sem um único documento formal), os embargos à execução opostos à época identificam excesso no valor apresentado pelo autor, o que também foi desconsiderado pela justiça”, diz a nota, garantindo que “a despeito da gravidade da situação, lamentavelmente construída por sucessivos equívocos, que transformaram a alegada falta de pagamento de esboços de projetos em uma ação milionária, o Estado da Bahia, por decisão expressa do Governador Rui Costa, irmanado na indignação manifestada por instituições oficiais e da sociedade civil, adotará todas as medidas para que o imóvel, de inestimável valor histórico e cultural, retorne ao patrimônio público em propriedade plena, sem ônus algum”.
Titular da Secretaria de Turismo da Bahia (Setur), Maurício Bacelar afirmou que sua pasta não tem responsabilidade a respeito do débito que levou o prédio que abriga o Arquivo Público da Bahia a leilão (saiba mais).
“Olhe, é um débito da antiga Bahiatursa, que não tem relação nenhuma com a atual Secretaria de Turismo do Estado. A Bahiatursa foi extinta em 2018, e o que existe hoje é uma superintendência dentro da Secretaria de Turismo que tem o nome de Bahiatursa, por conta da tradição desse nome e da força da Bahiatursa como um nome turístico em relação à Bahia”, declarou o secretário, atribuindo à Secretaria da Administração da Bahia (Saeb) e à Procuradoria Jurídica o papel de administrar o patrimônio do estado.
Questionado sobre o impacto da venda do prédio histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para o turismo do estado, ele desviou de uma resposta direta e mencionou outras articulações do governo.
“Eu acabei de dizer que nós reativamos um protocolo de intenções de cooperação técnica com o governo português para aproveitamento de prédios históricos com fins turísticos. É óbvio que nós estamos com esse olhar, o governo da Bahia tem esse olhar de aproveitar os prédios históricos para serem aproveitados para fins turísticos. Um exemplo será a licitação do Palácio Rio Branco, que iremos fazer ainda agora neste mês de dezembro, onde vai ser transformado num grande hotel”, disse Maurício Bacelar.
Após recomendação do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), condicionando o apoio da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) a lives juninas ao cumprimento “de normas de gestão de recursos públicos e de segurança sanitária durante a pandemia da Covid-19” (saiba mais), o governo da Bahia descartou qualquer investimento do órgão voltado à realização de eventos virtuais para marcar as festividades tradicionais.
Ao Bahia Notícias, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou que “não há recurso previsto para realização de lives juninas pela Bahiatursa”. A Secom destacou ainda que o documento emitido pelo MP-BA trata de uma recomendação, e não de uma obrigatoriedade. “O MP não está determinando (até porque não pode fazer isso) que a Bahiatursa realize este investimento. Só recomenda que, caso haja investimento, que seja de acordo com as normas sanitárias”, pontua. Em 2020, o órgão, no entanto, desaconselhou que prefeituras contratassem artistas para lives (relembre aqui e aqui).
Com a proibição dos shows presenciais e sem aportes financeiros como o da Bahiatursa - órgão responsável por boa parte do apoio do governo estadual a eventos como o Carnaval e festas juninas - para apresentações online, muitos forrozeiros amargam o segundo São João em situação delicada.
Em abril deste ano, diante da previsão de que os festejos seriam cancelados novamente, alguns artistas relataram a conjuntura dramática do setor e cobraram “sensibilidade” do poder público na implementação de políticas compensatórias (relembre).
“Está havendo um grande descaso com a cultura de todos os lados. Eu não imaginei que os nossos governantes ficassem tão apáticos perante a parte cultural”, disse Zelito Miranda, à época, destacando ainda a importância do São João, enquanto patrimônio do Nordeste e do Brasil. “Tem raiz, tem um cabedal, tem uma história pra contar. É uma festa completa, tem tudo, comida, bebida, reza, santo, novena... O ciclo junino é muito rico culturalmente”, pontuou.
Sem deixar de levar em consideração a gravidade da pandemia e a necessidade de obedecer aos protocolos estabelecidos pela comunidade científica, o forrozeiro cobrou ações efetivas para apoiar os profissionais. “Nós vamos torcer e pedir juízo a esses governantes, que eles deem atenção a essa questão, porque, claro e evidente, a gente não pode passar dois anos de São João sem faturamento, sem trabalhar. Tudo bem, a gente segura um ano, um ano e meio, mas acredito que ninguém aguenta mais. A real é essa, está barra pesada”, declarou, admitindo como solução paliativa a adaptação das festas para o online. “Eu acho que tem que ter esse mundo virtual e o Estado e as prefeituras não podem mais ficar esperando para entrar nesse mundo virtual, porque é a arma que nós temos nesse momento”, afirmou.
Targino Gondim, por sua vez, classificou como “aterrador” o cenário, diante do segundo ano consecutivo de festas juninas canceladas. “Existem muitos, inúmeros artistas no Brasil todo e aqui na Bahia, que já sofrem durante esse tempo todo sem nenhum pouco de receita, só pedindo ajuda e sendo ajudado de diversas formas, mas sem nenhum tipo de dignidade, sem condição de exercer seu trabalho, sua profissão. E agora com essa notícia de cancelamento de São João, isso é horrendo”, avaliou.
A questão também tem preocupado prefeitos baianos. Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na Salvador FM, o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá, disse que a entidade já vinha buscando respostas. "Os cantores, principalmente os cantores regionais, têm passado por sérias dificuldades. Nós fizemos uma solicitação à Bahiatursa, para que houvesse o apoio do São João virtual, para que a gente, no mínimo, conseguisse ajudar esses cantores. Mas a Bahiatursa não vai conseguir financiar. A maioria dos municípios da Bahia não tem estrutura financeira para bancar um São João virtual. Então estamos brigando junto ao governo federal e ao governo do estado para que a gente apoie esses artistas", relatou.
"A gente sabe que o governo do estado tá vivendo sérias dificuldades, porque a receita caiu nos municípios e caiu no estado. Mas seria um grande suporte nesse momento. Imagina um município pequeno, que gastava R$ 50 mil, R$ 100 mil no São João, que arrecada R$ 1 milhão. Ele não tem condições de dar esse suporte. Historicamente a Bahiatursa que vinha cumprindo com esse repasse ano a ano. Então os artistas estão pressionando os prefeitos, e os prefeitos não têm a receita pra fazer o evento sem o suporte da Bahiatursa. Eu acho que era importante esse financiamento, ia nos ajudar muito, mas o governo do estado, através da Bahiatursa, nos informa que não tem orçamento para a realização das lives", completou o prefeito de Jequié.
Apesar do anúncio de que não haverá investimento específico da Bahiatursa para a data, a Secom apontou como ações do governo neste sentido o Festival de Economia Solidária São João da Minha Terra, promovido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em formato virtual; e o Prêmio de Preservação dos Bens Culturais e Identitários da Bahia - Emília Biancardi, executado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), dentro do Programa Aldir Blanc Bahia, com apoio a 63 projetos que contemplam desde forró tradicional a quadrilhas juninas.
Em resposta às demandas apresentadas pelo setor de cultura e eventos, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou que a Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) condicione o repasse de recursos financeiros para que os municípios baianos realizem os festejos juninos de forma virtual a alguns critérios.
No dia 25 de maio, por iniciativa da Associação Baiana das Produtoras de Eventos (Abape), o MP-BA convocou uma audiência pública com representantes do Governo do Estado da Bahia, Prefeitura de Salvador e lideranças do setor cultural e de eventos, para falar sobre a insatisfação e a escassez de políticas públicas eficazes para ajudar o setor no enfrentamento da crise que já dura quase um ano e meio, por conta da pandemia do novo Coronavírus.
No início deste mês, o MP encaminhou um documento à Bahiatursa (clique aqui), recomendando que a instituição “condicione o repasse de recursos aos municípios para a realização de ‘lives’ de festejos juninos à observância de normas de gestão de recursos públicos e de segurança sanitária durante a pandemia da COVID-19”.
No texto, o MP destaca o caráter de tradição cultural dos festejos juninos, lembra da proibição dos eventos presenciais durante a emergência sanitária e mostra como alternativa as lives, “considerando que, à luz do momento pandêmico, convencionou-se realizar espetáculos artísticos, inclusive patrocinados pelo Poder Público, através de plataformas virtuais de transmissão audiovisual em tempo real” e “a natureza da atividade econômica desenvolvida pelos contratados para a realização destes eventos virtuais, e a necessidade de mitigar os efeitos da pandemia em todos os seus aspectos, inclusive os culturais”.
Em sua recomendação, o Ministério Público levou em consideração ainda propostas da União dos Municípios da Bahia (UPB) direcionadas à Bahiatursa “relativas à liberação de recursos públicos para a realização de ‘lives’ para os festejos juninos no ano de 2021, nas quais se propõe a utilização de formato ‘mais simplificado e menos burocrático que nos anos anteriores’”.
No documento, o MP condiciona a liberação da verba ao respeito às normas relativas à gestão de recursos público e aos protocolos sanitários vigentes durante a pandemia, além da “inclusão de mensagens educativas, intercaladas com as apresentações artísticas, que desincentivem as aglomerações e orientem a população nas medidas de enfrentamento à pandemia que podem ser tomadas pelos particulares”.
Estilizadas ou tradicionais, as quadrilhas não irão desfilar nos principais circuitos juninos deste ano. Em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) as cidades que sediam os festejos de São João, São Pedro e Santo Antônio tiveram suas comemorações suspensas por determinação do governo estadual. Algumas delas resolveram cancelar muito antes e se adiantaram em relação à decisão do governador Rui Costa (relembre aqui).
Em Cruz das Almas, no Recôncavo, gritos de “anarriê” também não serão escutados nas quadras. De acordo com Benedito Paiva, presidente da quadrilha Mistura Gostosa, a agremiação foi pega de surpresa pela pandemia. Com 80% dos preparativos prontos, ele conta que o enredo deste ano traria a história de uma garota que tem a vida arrasada por uma aposta do pai, que a "perde" em um jogo de azar.
"Íamos fazer uma viagem pelos jogos, a fé religiosa, a fé nos santos, mas tudo foi por água abaixo. Tínhamos as melhores expectativas. Havia um incentivo maior, estávamos dando alguns passos, íamos participar de concursos em mais de dez cidades do Recôncavo, no Sul do estado e pensávamos até em participar de competições em outros estados", relata o presidente da Mistura Gostosa, afirmando que apesar da não realização dos desfiles a agremiação não parou de fazer reuniões para "voltar com tudo" no próximo ano.
Semelhante à situação do grupo cruzalmense, a diretoria da Quadrilha Asa Branca, de Salvador, também continua trabalhando remotamente. A agremiação estava com 60% do projeto em execução e teve que parar quando viu que a pandemia não permitiria ao grupo seguir em frente. "Nosso processo de construção é dividido em cinco etapas e já tínhamos cumpridos três. No dia 13 de março a diretoria convocou assembleia extraordinária e suspendeu o trabalho por 15 dias, no dia 21 vimos que não daria para dar continuidade em decorrência da pandemia e suspendemos o nosso trabalho para o São João 2020", conta o diretor de marketing da quadrilha, Rarén Araújo. A Asa Branca tem em seu quadro mais de 200 colaboradores que auxiliam diretamente e indiretamente na execução dos trabalhos.
Foto: Caio Vinícius | Quadrilha Asa Branca
Conforme aponta o Fórum Permanente de Quadrilhas Juninas, a situação dos grupos baianos não difere das outras no resto do país, que paralisaram as suas atividades coletivas como ensaios, produções e apresentações. "Os trabalhos temáticos, ou seja, a construção dos espetáculos, foram guardados para 2021. Algumas atividades internas já tinham sido iniciadas, a exemplo da produção de figurinos, cenários, adereços, composições coreográficas e musicais, o que significa a compra de materiais diversos e a contratação de profissionais para a realização das mesmas", relatou Soiane Gomes, representante do fórum, ao Bahia Notícias.
Não há um número exato de agremiações na Bahia, mas só no último Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia, organizada pela Federação Baiana de Quadrilhas (FEBAQ) em parceria com a Bahiatursa, no ano passado, participaram 43 grupos que utilizam da linguagem artística popular - todos eles associados à FEBAQ.
O fórum reclama que as agremiações, mesmo as associadas, não tiveram nenhum plano emergencial de auxílio ou ações compensatórias pelos recursos investidos por parte da federação ou pelo poder público. Tudo o que tem sido feito para dar apoio aos integrantes das agremiações tem acontecido de maneira independente pelos próprios grupos.
Tal falta de apoio tem trazido implicações negativas para o cenário artístico. Isso é o que explica Vilma Soares, presidente da Associação de Quadrilhas de Feira de Santana. "A realidade das quadrilhas de Feira é uma das piores, por falta de apoio do poder público e também empresarial elas estão cada vez mais extintas", explica. Este ano, a entidade voltaria a realizar uma competição anual, que estava sendo articulada desde janeiro, o "Arraiá de Santana".
Foto: Reprodução | "Arraiá de Santana", na quadra do Sesc Feira de Santana
O QUE ESTÁ POR VIR
Mesmo com a suspensão dos festejos, o sentimento geral dos representantes das quadrilhas que conversaram com o Bahia Notícias é de que a interrupção das apresentações e da preparação foi a melhor alternativa.
"Apesar da tristeza por não ter um São João, temos que ter responsabilidade com o próximo e entender que a vida vale mais do que o festejo. É preciso nos cuidar agora para estarmos juntos no futuro", contou Ráren, da Asa Branca, que vai realizar um festival solidário virtual no próximo dia 26 para arrecadar cestas básicas a serem destinadas aos seus brincantes.
O meio virtual como alternativa também foi escolhido pela Quadrilha Raízes do Iguape, que vai realizar uma live para falar sobre a sua história no próximo dia 30 de junho.
O QUE DIZ A BAHIATURSA
Procuramos a Bahiatursa. À reportagem, o órgão de fomento ao turismo do governo do estado admitiu não ter "uma verba destinada a este tipo de projeto". "No entanto, estamos atentos a solicitação do fórum [de quadrilhas] e estudando possíveis ajudas", acrescentou.
O São do Pelourinho de 2019 está superando as expectativas de público feitas pelos organizadores do evento. De acordo com Diogo Medrado, presidente da Bahiatursa, o Pelô tem recebido uma média de 35 a 40 mil pessoas por dia.
"Ontem, graças a Deus, a gente teve que fechar os portões das praças porque deu uma quantidade de público acima da média, os largos ficaram lotados", revelou Medrado.
Para conseguir equilibrar a quantidade de pessoas nos espaços do Pelourinho, nesta sexta-feira (21) estão sendo realizadas manifestações artísticas no Terreiro de Jesus com o intuito de atrair parte do público para mais um local.
A Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) contratou um show da cantora Amanda Santiago por R$ 90 mil.
O Resumo do contrato firmado com a Estrelar Produções e Serviços foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (21). Segundo a publicação, o show acontece neste sábado (23), em Salvador.
A Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) contratou o cantor Diego Vieira, pelo valor de R$ 40 mil, para se apresentar durante uma festa de pré-carnaval no Imbuí, em Salvador. A contratação foi via dispensa de licitação.
O artista foi uma das atrações do Marblockinho, que circulou pelo bairro, no último sábado (16). O bloco contou ainda com show do grupo Somos Cinco e participação de Filipe Escandurras. A camisa individual para participar da festa custou R$ 50, enquanto a casadinha foi vendida por R$ 90.
O contrato firmado entre a Bahiatursa e a Estrelar Produções e Serviços Eireli foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (20).
Presente nos festejos da Lavagem do Bonfim, nesta quinta-feira (17), o titular da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), Diogo Medrado, contou que o governo ainda não definiu suas ações para o Carnaval de Salvador este ano. “Mais uns 15 dias aí, a gente vai ter um planejamento mais efetivo do Carnaval”, afirmou Medrado.
O superintendente da Bahiatursa comentou ainda sobre a possível presença, ou não, do grupo BaianaSystem, que no ano passado foi uma das atrações do governo do estado no Carnaval de Salvador. “A gente não foi procurado pela produção da Baiana pra conversar sobre isso, mas o governo sempre olha com bons olhos a BaianaSystem, que é uma referência no Carnaval de Salvador, no Carnaval da Bahia”, disse Diogo, explicando que a movimentação para as contratações se dá das duas partes, tanto da equipe das bandas, quanto do governo. “Ano passado a gente procurou, esse ano eu estou começando agora as conversas de Carnaval, mas também a gente não foi procurado”, revelou.
Nos últimos anos o BaianaSystem esteve no centro de uma polêmica, porque alegou que a prefeitura de Salvador teria vetado a banda do Furdunço, por causa de questões políticas. A gestão municipal nega, alegando que a festa pré-carnavalesca não comporta atrações de grande porte. Também nesta quinta, durante a Lavagem do Bonfim, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, minimizou a polêmica e criticou as cobranças: "O ano passado foi a mesma coisa. Toda hora ficava me provocando pelas redes sociais. Na verdade, o pessoal quer fechar sua grade lá fora e quer que a gente fique antecipando se vai convidar ou não, é até meio chato, mas é isso mesmo" (clique aqui e saiba mais).
Este ano, dois fatores podem impactar a programação de São João na Bahia: o fato da festa cair em um fim de semana, dificultando a circulação das pessoas em tempo hábil; e a crise financeira, que implicou na redução de cerca de 35% do investimento da Superintendência de Fomento ao Turismo da Bahia (Bahiatursa). “Tem cidades pequenas do interior que se mantêm durante meses com os festejos juninos, com o movimento que a economia dá por conta das festas de São João, então é com certeza, senão a primeira, mas uma das principais festas que a gente tem no nosso calendário”, avalia Diogo Medrado, presidente da Bahiatursa, destacando o papel para a atividade turística e econômica do que considera a maior festa regional do Brasil. “A expectativa é que todo ano a gente cresça, porém no São João a gente tem um turismo muito interno, o próprio baiano circulando pela Bahia. E também esse ano tem o calendário do São João, que caiu no fim de semana, então a gente tem que ver o reflexo disso nessa movimentação”, pondera Medrado, revelando que em convênios firmados com 163 municípios no interior o investimento do governo é em torno de R$ 9 milhões, enquanto a programação oficial de Salvador contou com um aporte de R$ 3 milhões, divididos entre o Centro Histórico e o Subúrbio.
Show de Alceu Valença que aconteceria nesta sexta foi cancelado | Foto: Divulgação
Um outro ponto polêmico do calendário junino de 2018 foi o anúncio do cancelamento do show de Alceu Valença no Pelourinho, por falta de verba (clique aqui e saiba mais). “Foi primeiro a questão orçamentária. No ano passado a gente tinha reduzido o São João de quatro dias para três, e esse ano a gente, por remanejos orçamentários e por priorizar o São João também do interior, decidiu cortar da programação o dia 22, não o show de Alceu [Valença], mas as atrações das três praças”, explicou Medrado, destacando que a estratégia se deu independente do artista e que a iniciativa resultou em uma economia entre R$ 700 mil e R$ 800 mil, somando os custos não só de cachê, mas também de estrutura, iluminação, sonorização e produção. “No Pelourinho nós fazemos seis eventos ao mesmo tempo, que são as três praças da Secretaria de Cultura – Tereza Batista, Pedro Archanjo e Quincas –, e a Bahiatursa faz também o Terreiro de Jesus, o Largo do Pelourinho e a Sala de Reboco, que vai ser na Praça do Cruzeiro. Então, na sexta-feira nós tiramos estes três locais e mantivemos só as três praças tradicionais”, acrescentou.
Subúrbio terá show de Marília Mendonça | Foto: Daniel Pujol/ GOVBA
Os cortes afetaram ainda a programação do Subúrbio, que também teve suprimida a agenda do dia 22. “O governo do Estado, através da Bahiatursa, tradicionalmente, desde o primeiro ano do governo Rui, realiza o São João de Paripe, que é o do Subúrbio, e o São João do Pelourinho, que já é tradicional no calendário. A gente não criou esse evento novo”, salienta o gestor, explicando que o Centro Histórico prioriza a tradição, enquanto o palco do Subúrbio é aberto a estilos mais diversificados. Em 2017, Luan Santana e Aviões do Forró foram os destaques. Já este ano a sertaneja Marília Mendonça, que embolsou um cachê de R$ 250 mil para se apresentar no dia 24 de junho, é uma das atrações mais esperadas. “No subúrbio as atrações são mais ecléticas. A gente mantém o forró tradicional no Centro Histórico, com programação 90% de artistas da terra, e traz uma atração. Esse ano a gente tem Geraldo Azevedo no dia 23 e Elba Ramalho no 24”, pontua.
A Reginaldo Farias Produções Artísticas Ltda, responsável pela produção do filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, cobra uma dívida de R$ 500 mil da Superintendência de Fomento ao Turismo da Bahia (Bahiatursa), referente a uma cota de patrocínio para a realização do longa-metragem rodado em Salvador. De acordo com informações do jornal Correio, o ator, diretor e produtor Marcelo Faria afirmou que não fechou as contas do projeto por causa do atraso no pagamento da superintendência, que é vinculada à Secretaria de Turismo. “Cumprimos com todas as exigências do contrato, inclusive fizemos o lançamento nacional em Salvador, com a presença dos atores protagonistas, e a Bahiatursa ainda não cumpriu com a dela, o que está nos trazendo problemas com nossos fornecedores”, revelou. Ainda segundo a publicação, Marcelo Faria contou ainda que apesar das cobranças, um ano após a publicação do contrato no Diário Oficial, a situação ainda não foi resolvida. “Tenho ligado constantemente para o Diogo [Diogo Medrado, presidente da Bahiatursa] e ele nem me atende mais. Precisamos receber”, relatou o artista. O secretário de Turismo, José Alves, informou que sabe da pendência, mas que ela será resolvida pela Bahiatursa que tem orçamento próprio. O Bahia Notícias procurou a assessoria do órgão, mas até então não teve resposta.
A Bahiatursa, responsável por promover o São João do Pelourinho, confirmou a participação de Alceu Valença no São João do Pelourinho, no dia 22 de junho, no Terreiro de Jesus. O artista pernambucano, assim como Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, figurava uma lista não oficial da programação, que terá ainda show do Trio Nordestino, no dia 23 de junho (clique aqui). As apresentações fazem parte do São João da Bahia, que acontece de 22 a 24 de junho no Largo do Pelourinho, Terreiro de Jesus, Cruzeiro de São Francisco e praças Tereza Batista, Quincas Berro d’Água e Pedro Archanjo, além de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
O Trio Nordestino, que em 2018 celebra 60 anos de fundação, é uma das atrações confirmadas no São João do Pelourinho, promovido pela Bahiatursa. Em entrevista ao Bahia Notícias, Beto Sousa, Luiz Mário e Jonas Santana, músicos da atual formação, revelaram que irão se apresentar no dia 23 de junho. Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Alceu Valença também estão entre as possíveis atrações, embora ainda não tenham sido anunciados oficialmente.
Saiu no Diário Oficial do Estado, nesta sexta-feira (11), a publicação do contrato de patrocínio no valor de R$ 84 mil para a realização da edição 2017 da Festa da Boa Morte, que acontece entre 13 e 17 de agosto, no município de Cachoeira. O apoio financeiro foi firmado pelo secretário de Turismo da Bahia, José Alves Peixoto Junior, após denúncias de que a tradicional festa, tombada como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, poderia não ter continuidade, por atrasos no pagamento da edição 2016 e falta de patrocínio para este ano (clique aqui e saiba mais). Em meados de julho, o organizador da festividade, Valmir Pereira, e o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos de Oliveira, se reuniram para acertar o apoio do governo da Bahia ao evento. Na ocasião, o Ipac se comprometeu a auxiliar na regularização da documentação da Irmandade da Boa Morte e em ajudar o evento a tornar-se autossustentável. Ficou acertado também que a Bahiatursa, responsável pelo patrocínio em 2016, quitaria a dívida de R$ 70 mil (clique aqui).
Após a denúncia de que a tradicional Festa da Boa Morte corria o risco de não acontecer este ano, por falta de patrocínio e do atraso no pagamento da Bahiatursa referente ao ano de 2016 (clique aqui e saiba mais), o Governo do Estado anunciou que apoiará o evento, que acontece em agosto na cidade de Cachoeira. A decisão se deu após uma reunião realizada nesta terça-feira (11), entre o organizador da festividade, Valmir Pereira, e o diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), João Carlos de Oliveira. "A Festa da Boa Morte é um Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010. Além da relevância mística e cultural, é uma manifestação que estimula o turismo e o diálogo internacional na região do Recôncavo, com visitas anuais de centenas de pesquisadores e turistas de todo o mundo", afirmou Oliveira, informando que o Ipac assinará um convênio com a ONG Preservar, para pôr em ordem a documentação da Irmandade da Boa Morte, que está em situação irregular. Durante o encontro ficou acertado também que o órgão ajudaria a organização da festividade a buscar maneiras de se manter. "Na reunião buscamos também formas da Boa Morte se tornar autossustentável; a ideia é realizarmos oficinas, palestras, vendas de livros, comercializar objetos referentes à festividade e o IPAC pode nos auxiliar coma sua expertise", explicou Valmir Pereira, que organiza o evento há 22 anos. Já a Bahiatursa, que anteriormente atribuiu à Secretaria da Fazenda a responsabilidade da quitação do patrocínio referente a 2016, garantiu que o pagamento será realizado até o dia 18 de julho.
Tombada como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, a tradicional Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, realizada no mês de agosto, em Cachoeira, no Recôncavo baiano, pode não acontecer este ano. De acordo com informações de Ronaldo Jacobina, no Correio, o evento está ameaçado por falta de apoio financeiro, já que a Bahiatursa (Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia) não confirmou o patrocínio para este ano e sequer pagou os R$ 70 mil destinados à edição de 2016. Segundo o colunista, os organizadores da festa religiosa estão preocupados, pois esta verba é necessária para cobrir as despesas como contratação de banda, orquestra e filarmônica. De acordo com a publicação, a Bahiatursa admite a pendência e o diretor-superintendente, Diogo Medrado, afirma que a dívida foi repassada para Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz), que deveria quitá-la. A Sefaz, por sua vez, diz que não recebeu a demanda da Bahiatursa e que o órgão tem autonomia para realizar o pagamento.
As festas juninas realizadas este ano, na capital e interior da Bahia, custaram aos cofres públicos do Estado mais de R$ 13 milhões, entre edital (R$ 6,5 milhões) e dispensas de licitação (R$ 7.431.000). O número foi calculado pelo Bahia Notícias, a partir dos valores repassados por meio de seleção pública, somados aos dados publicados pela Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), em cinco edições do Diário Oficial do Estado, desde as versões de 21 e 23 de junho até este sábado (1º) (veja aqui) e esta quarta-feira (4) (clique aqui), dentro do projeto “São João da Bahia e Demais Festas Juninas 2017”. Nesta quarta, mais R$ 139 mil foram registrados para o pagamento de cachês em Salvador, Conde e São Sebastião do Passé. Este último, em números absolutos, foi o segundo município que mais recebeu verbas da Bahiatursa para a realização de suas festas: R$ 900 mil, para 21 shows. Se a verba fosse dividida para os pouco mais de 45,6 mil habitantes de São Sebastião do Passé - de acordo com o censo do IBGE de 2016 -, o investimento do Estado seria de quase R$ 20 mil por pessoa da cidade, que é gerida pelo prefeito da base do governador, Dr. Breno (PSD). Salvador ficou em primeiro lugar na lista de cidades apoiadas pela Bahiatursa: só na capital, 53 atrações somaram investimento de R$ 2,438 milhões em cachês. Itabuna ficou em terceiro lugar, com R$ 310 mil para três apresentações. Valença, teve investimento de R$ 215 mil por cinco shows; e Ilhéus, R$ 195 mil para contratar três apresentações. O Bahia Notícias procurou a Bahiatursa para questionar qual foi o critério para a escolha dos municípios beneficiados, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.
Confira a lista das cidades que, até então, receberam verbas da Bahiatursa por inexigibilidade de licitação:
Salvador: R$ 2.438.000 (53 shows)
São Sebastião do Passé - R$ 900 mil (21 shows)
Itabuna - R$ 310 mil (3 shows)
Valença - R$ 215 mil (5 shows)
Ilhéus - R$ 195 mil (3 shows)
Santo Antônio de Jesus - R$ 185 mil (3 shows)
Itaparica - R$ 175 mil (5 shows)
Muniz Ferreira - R$ 175 (4 shows)
Ibicuí - R$ 157 mil (4 shows)
Eunápolis - R$ 150 mil (1 show)
Irecê - R$ 150 mil (1 show)
Cairú - R$ 145 mil (3 shows)
Conde - R$ 134 mil (3 shows)
Jequié - R$ 130 mil (1 show)
Ipiaú - R$ 120 mil (1 show)
Maracás - R$ 100 mil (2 shows)
Brejões - R$ 85 mil (2 shows)
Iaçu - R$ 85 mil (2 shows)
Mucugê - R$ 80 mil (1 show)
Ibicoara - R$ 50 mil (1 show)
Araci - R$ 50 mil (2 shows)
Maraú - R$ 50 mil (1 show)
Tanque Novo - R$ 50 mil (1 show)
Planaltino - R$ 50 mil (1 show)
Senhor do Bonfim - R$ 45 mil (2 shows)
Utinga - R$ 40 mil (1 show)
Laje - R$ 40 mil (1 show)
Simões Fiho - R$ 35 mil (1 show)
Candeiras - R$ 35 mil (1 show)
Jussiape - R$ 35 mil (1 show)
Entre Rios - R$ 30 mil (1 show)
Amargosa - R$ 25 mil (1 show)
Coração de Maria - R$ 20 mil (1 show)
Ouriçangas - R$ 20 mil (1 show)
Aratuipe - R$ 18 mil (1 show)
TOTAL: 38 municípios – R$ 7.431.000
A Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) publicou, nesta terça-feira (4), no Diário Oficial do Estado, uma segunda lista de contratos firmados com artistas que se apresentaram nas festas juninas da Bahia, por dispensa de licitação (clique aqui). Somando-se aos R$ 3.139.500 já registrados anteriormente (clique aqui), a pasta pagou mais R$ 940 mil em cachês para shows em 10 municípios do interior. A cidade com o investimento mais generoso nesta segunda lista foi São Sebastião do Passé, que ganhou R$ 350 mil para pagar por apresentações de Passa Pé (R$ 35 mil), Fernando Ferraz (R$ 50 mil), Maíra Cajé (R$ 50 mil), Diego Vieira (R$ 50 mil), Kimimo do Forró (R$ 50 mil), Astros do Forró (R$ 50 mil), Cida Martinez (R$ 35 mil) e Vanera e Banda (R$ 30 mil). Na lista anterior a cidade já havia recebido apoio para custear shows de Rode Torres (R$ 50 mil), Amanda Santiago (R$ 50 mil), Jheovanne (R$ 40 mil), Genard (R$ 25 mil) e Universo Kids (R$ 25 mil). Outros municípios beneficiados foram Laje Muniz Ferreira, Jussiape, Brejões, Tanque Novo, Cairú, Simões Filho, Eunápolis e Valença.
Veja a lista publicada no DOE desta terça-feira (4), com as cidades, artistas e valores pagos pela Bahiatursa:
R$ 40 mil - Kiko Salli - Brejões
R$ 45 mil - Kartlove - Cairú
R$ 150 mil - Bell Marques - Eunápolis
R$ 35 mil - Menina Forrozeira - Jussiape
R$ 40 mil - Kiko Salli - Laje
R$ 50 mil - Norberto Curvelo - Muniz Ferreira
R$ 35 mil - Menina Forrozeira - Muniz Ferreira
R$ 60 mil - Trio Forrozão - Muniz Ferreira
R$ 35 mil - Passa Pé - São Sebastião do Passé
R$ 50 mil - Fernando Ferraz - São Sebastião do Passé
R$ 50 mil - Maíra Cajé - São Sebastião do Passé
R$ 50 mil - Diego Vieira - São Sebastião do Passé
R$ 50 mil - Kimimo do Forró - São Sebastião do Passé
R$ 50 mil - Astros do Forró - São Sebastião do Passé
R$ 35 mil - Cida Martinez - São Sebastião do Passé
R$ 30 mil - Vanera e Banda - São Sebastião do Passé
R$ 35 mil - Nando Borges - Simões Filho
R$ 50 mil - Filomena Bagaceira - Tanque Novo
R$ 50 mil - Valença Junina 2017 - Valença
No DOE desta terça (4), a Bahiatursa retificou a publicação sobre o contrato firmado com Teus Santos na cidade de Entre Rios, em 1º de julho. No sábado (1º) constavam dois shows do artista no mesmo dia e no mesmo município, com cachês nos valores de R$ 30 mil e R$ 90 mil. Já o texto atualizado consta o pagamento de R$ 30 mil por uma apresentação.
(clique para ampliar a imagem)
Com a correção no pagamento para Teus Santos, o valor da primeira lista cai para R$ 3.049.500. Deste modo, os valores publicados, tanto no DOE no último sábado (1º) como nesta terça-feira (4), totalizam 3.989.500, que não fazem parte do edital de seleção pública realizado pela Bahiatursa, que distribuiu mais de R$ 6,5 milhões entre 87 municípios baianos para auxiliar nos festejos juninos (clique aqui).
O investimento do governo baiano com o pagamento aos artistas que animaram as festas juninas, na capital e interior, somou o valor de R$ 3.139.500. Os números e os contratos firmados com inexigibilidade de licitação, pela Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), foram divulgados na edição de sábado (1º) do Diário Oficial do Estado (clique aqui e confira a publicação). Aviões do Forró e Matheus e Kauan que tocaram, respectivamente, nos municípios de Itabuna e Irecê, receberam os maiores cachês, no valor de R$ 150 mil cada. O forrozeiro Dorgival Dantas ficou logo atrás, tendo recebido R$ 130 mil por um show em Jequié. O terceiro maior cachê é de Léo Santana, que recebeu R$ 120 mil para tocar em Ipiaú. Outro cachê com três dígitos foi para Saulo, que se apresentou em Salvador por R$ 100 mil. O mesmo valor foi pago por cada um dos shows que Simone e Simária fizeram no interior baiano: um em Ilhéus e outro em Ibicuí. Confira a tabela completa organizada por artistas (veja aqui), valores de cachê (veja aqui) e cidades que receberam os shows (veja aqui). Os valores publicados no DOE deste sábado não fazem parte do edital de seleção pública feito pela Bahiatursa, que distribuiu mais de R$ 6,5 milhões entre 87 municípios baianos para auxiliar nos festejos juninos (relembre aqui).
O Festival de Cultura Brasileira – Lavagem de La Madeleine, realizado anualmente em Paris (França), pode não ter sua edição de 2017, por falta de pagamento da Bahiatursa - Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia. “Há um mês recebemos uma carta da Prefeitura de Paris, informando que se a Associação não pagar os débitos com os fornecedores da última edição 2016, infelizmente os acordos de parceria não poderão ser renovados, situação que põe fim a 16 anos de trabalho e conquista”, informou Roberto Chaves, presidente da Associação Viva Madeleine, acrescentando: "Até o momento, oito meses após a realização do evento, a Associação não recebeu o aporte acordado com a Bahiatursa". Além do órgão de fomento ao turismo do Governo do Estado da Bahia, que há dez anos é um dos patrocinadores do evento, a Lavagem de La Madeleine tem apoio de instituições como Unesco, Embaixada do Brasil na França, Apex Brasil, Embratur, Prefeitura Municipal de Salvador, Rede Bahia, Rede Globo, Jornal A Tarde, Prefeitura Distrital de Paris, Galeries Lafayette, Air Europa. Ao longo de sua história, para celebrar a cultura brasileira e, em especial, a baiana, a partir da réplica da Lavagem do Bonfim, o festival já recebeu artistas como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Preta Gil, Jau, Jota Velloso, Teresa Cristina, Amanda Santiago, Márcia Freire, Carlinhos Brown, Margareth Menezes e Mariene de Castro. No ano passado, com o tema “Sua majestade, o Samba”, o festival teve a participação do secretário de Cultura da Bahia, Jorge Portugal e do cantor e compositor Roberto Mendes. Por meio de sua assessoria de comunicação, a A Bahiatursa informou que a verba "já está no cronograma de pagamento, aguardando liberação".
Em 2017, o São João da Bahia, que ainda nem começou, está sendo alvo de várias críticas de artistas e anônimos. Após campanha de forrozeiros contra o domínio de sertanejos na tradição nordestina (lembre aqui), agora é a vez das comunidades se mobilizarem contra o fim do São João nos bairros. Neste ano a única localidade contemplada com a festa foi Paripe, que irá ostentar nomes como Luan Santana e Saulo, enquanto outras regiões não receberam nenhum investimento. O vice-presidente da Câmara de Turismo da Baía de Todos os Santos, Moisés Cafezeiro, reclama: “Não é justo que os outros bairros fiquem a ver navios”. Segundo Cafezeiro, a festa nos bairros era uma tradição aprovada por antigos governos. “A festa da Ribeira está na 31ª edição, fazemos desde a época do antigo ACM, passando por Paulo Souto, Imbassahy e Wagner, todos os governos estaduais e municipais sempre deram apoio”. Em conversa com o Bahia Notícias, Moisés disse que a associação realizou reunião com o secretário estadual de Turismo, José Alves, há quatro meses, sem sucesso. “Quando a gente cobra só dizem: ‘Tá no colo do governador [Rui Costa], o homem que decide’. Eu não acredito nem que Rui saiba disso, queremos que olhe para nós”. No bate-papo, o líder comunitário afirmou já ter conseguido R$ 10 mil para a festa na Ribeira, contando com a solidariedade popular e o apoio de empresários, inclusive do Conselho Baiano de Turismo. “Com o dinheiro investido em Paripe fariam a festa de 10 bairros, mas não quero desmerecer o bairro, eles são merecedores, mas outros bairros como Cajazeiras, Itapuã, Liberdade e a Ribeira também precisam”. Sobre os recursos Cafezeiro completa: “A gente precisava de uns R$ 30 mil, para pagar as taxas da Sucom, Limpurb, PM, uso do solo e tal, é muita taxa e custa caro, não querem isentar a gente nem disso. Eles podiam dar pelo menos dinheiro para o som, as atrações e montar as barracas”, ponderou. O evento já tradicional entrou para o calendário baiano e já era esperado para os faziam algum tipo de comércio no local. “O pessoal da Associação de Doceiras de Itapagipe já está me procurando, elas trabalham no Mercado Iaô também e vendem quitutes no São João todo ano”. Apesar de ainda estarem buscando o diálogo para manutenção da festa, Moisés diz que um protesto pode ser realizado caso o auxílio financeiro não seja disponibilizado pelo governo. “Vamos botar um jegue na frente do Palácio de Ondina”, prometeu.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luiz Inácio Lula da Silva
"O meu time não tem medo de brigar. Se for preciso brigar, a gente vai brigar. Mas antes de brigar, a gente quer negociar".
Disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre as negociações com Donald Trump para o fim do tarifaço.