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Artigos

Italo Almeida
Medicina do Estilo de Vida: A Urgência de Ouvir o Corpo e Integrar Tratamentos
Foto: Juan Troesch/ Divulgação

Medicina do Estilo de Vida: A Urgência de Ouvir o Corpo e Integrar Tratamentos

Vivemos em um tempo em que o ritmo acelerado e a sobrecarga de funções nos afastam de nós mesmos. A pressa e o excesso de informações criam uma desconexão silenciosa com o corpo e, quando percebemos, sinais que poderiam ter sido um aviso se transformam em diagnósticos tardios. O caso recente da cantora Preta Gil ilustra bem essa realidade: sintomas como constipação e sangramentos foram ignorados por meses até que se confirmasse um câncer colorretal. A história dela não é exceção. Muitas pessoas, sem perceber, acostumam-se a conviver com dores, azia, fadiga, alterações de humor ou ansiedade, tratando apenas sintomas, sem investigar a causa.

Multimídia

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador

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A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, em entrevista ao Projeto Prisma, Podcast do Bahia Notícias, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

Entrevistas

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026

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Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias
O parlamentar afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que “as condições atuais são melhores do que há quatro anos”, quando o grupo foi derrotado pela chapa do Partido dos Trabalhadores, em 2022. 

axe music

Felipe Pezzoni e Emanuelle Araújo participam de homenagem aos 40 anos do Axé no Conversa com Bial
Foto: Reprodução / Instagram

O cantor Felipe Pezzoni, atual vocalista da Banda Eva, e a atriz e cantora Emanuelle Araújo, que também tem uma forte ligação com o Axé, participarão nesta terça-feira (5) do programa Conversa com Bial, que presta uma homenagem aos 40 anos do gênero musical que transformou a Bahia em um palco de celebração e conquistou o Brasil.

 

A edição especial vai ao ar às 23h30, no canal GNT, e logo depois do Jornal da Globo será exibida também na TV Globo. Em seguida, o episódio estará disponível no Globoplay.

 

Durante a conversa com o jornalista Pedro Bial, os artistas baianos relembram momentos importantes da história do Axé Music, compartilham bastidores de carnavais históricos e refletem sobre o impacto cultural do gênero.

 

O Axé Music, que celebrou quatro décadas em 2025, tem uma trajetória que atravessou gerações, redefiniu o Carnaval da Bahia e projetou a música baiana nacional e internacionalmente. Nascido nos anos 1980 a partir da fusão de ritmos como frevo, samba-reggae, ijexá e pop, o gênero revelou nomes como Luiz Caldas, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Banda Eva, Bell Marques, entre outros.

 

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Com dia nacional aguardando sanção de Lula, Axé Music espera reconhecimento como patrimônio imaterial em Salvador
Foto: Arquivo Pessoal/ Bianca Andrade

"Ando devagar porque já tive pressa…", opa, movimento musical errado. Esse, inclusive, já é considerado patrimônio cultural imaterial de Goiás em 2023, com um projeto de lei apresentado pelo ex-deputado Chico KGL (UB), que pediu pelo reconhecimento da música sertaneja como um patrimônio do estado.

 

O reconhecimento nacional da Axé Music deu um grande passo em direção a um final feliz no Senado. A proposta apresentada pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA) para a criação de um dia exclusivo para celebrar o movimento identitário da cultura baiana foi aprovada pelo Senado Federal.



Foto: Valter Ponter/ Secom PMS

 

A partir de agora, o caminho que será feito pelo Projeto de Lei (PL 4187/2024), que sugere o dia 17 de fevereiro como a data a ser marcada no calendário de forma oficial para celebrar o movimento musical, é aguardar pela sanção do Presidente da República.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias no início do ano, a deputada reforçou a importância do reconhecimento nacional de um movimento que conquistou o país nos anos 90, se tornando um dos principais estilos executado em todos os quatro cantos do Brasil.

 

Para se ter uma ideia do impacto, os grupos baianos que se dedicavam ao movimento Axé Music, chegaram a vender mais de um milhão de discos por ano, durante muitos anos, o auge do Axé. As informações são do estudioso e músico Jonga Cunha.

 

Foto: YouTube

 

"Nunca aconteceu isso no mundo, sobretudo por uma cidade. É sensacional, o Axé é uma coisa sensacional. Ter passado não é nada para se entristecer, é a história da vida", contou ao BN.

 

Para Lídice, a aprovação do PL é necessária para que o país entenda a grandeza do movimento iniciado em Salvador e a importância dele para a construção da identidade brasileira.

 

"O Dia Nacional da Axé Música vem no sentido de homenagear a música baiana. Num grande momento que foi nesse período mais recente, em que novos cantores e compositores se lançaram no espaço da música nacional. É um gênero que surgiu na década de 80 e que surge no Carnaval e lança muitos novos cantores, a exemplo daquele que foi considerado o pai da axé, que é Luiz Caldas, nós temos cantoras como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, a própria Margareth Menezes, que se lançaram nesse período e se tornaram nomes nacionais e internacionais com esse estilo musical."

 

De acordo com o músico do MUDEIdeNOME, o Brasil ainda não viu um movimento tão impactante quanto o Axé.

 

Foto: Victor Hernandes/ Bahia Notícias

 

"Dentro dos últimos movimentos musicais, nos dois últimos séculos no Brasil, foi o maior, o mais importante, o que varreu o país, porque além de ser um movimento musical, ele é um movimento social e econômico, um jeito de uma cidade totalmente africana no Brasil. De se comportar, de fazer festa, de dançar, de sair no meio da rua atrás de um caminhão, vestidos com o mesmo abadá. É um jeito baiano que varreu o país durante muito tempo. Então é assim, foi um movimento musical, um movimento social, um movimento econômico, um jeito de ser do baiano que tomou conta do país de forma muito aguda.”

 

Mas e no âmbito municipal e estadual? A quantas andam a movimentação pelo reconhecimento de um dos estilos mais característicos do Carnaval de Salvador?

 

ACELERA AÊ?
Em uma pesquisa feita pelo Bahia Notícias pelas proposições criadas por deputados estaduais após 19/01/2021 na Assembleia Legislativa da Bahia, só foi possível encontrar três proposições que citam o Axé Music, sendo elas: um Projeto de Resolução (PRS) para conceder a Comenda Dois de Julho ao cantor Bell Marques; um requerimento para a apreciação do PRS envolvendo Bell Marques; e uma moção de Aplauso ao Governo do Estado da Bahia pela escolha do tema do Carnaval de Salvador 2025 homenageando o Axé.

 

Foto: Enaldo Pinto/ Bahia Notícias

 

No âmbito municipal, a proposição mais recente foi feita pelo vereador André Fraga com projetos de indicação para o governador, Jerônimo Rodrigues, o prefeito Bruno Reis e o presidente Lula, para proceder com a transformação do Axé Music como patrimônio imaterial do Brasil.

 

O Projeto de Indicação reforça o papel do Axé na promoção e preservação das tradições musicais; culturais da região e a forma como o movimento se tornou um ícone da cultura brasileira; além de citar o potencial do Axé Music como atrativo cultural para impulsionar o turismo cultural na Bahia.

 

"Ao reconhecê-lo como patrimônio imaterial, estamos contribuindo para a salvaguarda de uma parte importante da identidade baiana. [...] Reconhecê-lo como patrimônio imaterial valoriza não apenas a herança cultural da Bahia, mas também seu impacto na formação da identidade nacional brasileira. Considerando que o Axé é uma fusão de várias influências culturais, incluindo a música afro-brasileira, o carnaval e o candomblé, reconhecê-lo como patrimônio imaterial contribui para a preservação e documentação dessas tradições musicais únicas."

 

Foto: Mateus Ross

 

O Bahia Notícias entrou em contato com o vereador André Fraga, responsável pela proposta de indicação. Ao site, o edil afirmou que iria solicitar o status atualizado do projeto.

 

“O Axé Music teve e ainda tem relevância cultural nacional, revelou grandes nomes, produziu grandes sucessos e embalou milhões de pessoas”, afirmou o vereador.

 

Para Fraga, o avanço do projeto apresentado por Lídice no Senado irá ajudar a proposta apresentada por ele em âmbito municipal e estadual. “Acho que contribuí, afinal é um reconhecimento nacional”.

 

Outros estilos musicais já conseguiram o feito em suas cidades, a exemplo do funk no Rio de Janeiro, o hip-hop em São Paulo. O que impede que o movimento baiano, que em 2025 celebrou 40 anos de história, receba o título? 

 

O processo para obter o título de patrimônio imaterial é burocrático e envolve diversas etapas de avaliação e aprovação em diferentes esferas governamentais. 

 

Para que uma manifestação cultural, como a Axé Music, seja reconhecida como Patrimônio Imaterial no Brasil, principalmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ela precisa seguir o seguinte caminho:

 

Já é de conhecimento público a importância do movimento para a cultura baiana e nacional. Desta forma, é necessário iniciar a fase de pesquisa aprofundada, levantando sua história, significados e práticas. Tudo é documentado, seja com fotos, vídeos, gravações ou entrevistas.

 

Foto: Divulgação

 

O passo seguinte é a elaboração de um dossiê detalhado, que é submetido ao Iphan. O instituto faz uma análise técnica da proposta e consulta a comunidade envolvida para garantir o apoio.

 

Se a avaliação for positiva, a manifestação é aprovada e inscrita em um Livro de Registro, e com isso o movimento passa a ser monitorado para a criação de ações para a salvaguarda do Axé, isto é, valorizar e assegurar que essa parte da cultura baiana seja transmitida para as futuras gerações.

 

O processo em busca do reconhecimento como Patrimônio Imaterial da Cidade de Salvador já é feito por outro estilo musical nascido na Bahia, o samba-reggae. 

 

O gênero teve registrado em 2024 um projeto de indicação na Câmara Municipal de Salvador pelo vereador Silvio Humberto (PSB), que voltou a ser movimentado em 2025.

 

E então, a fantasia do Axé será eterna para além de 'Baianidade Nagô', música de Evandro Rodrigues e um hino do Carnaval de Salvador, ou o nosso "Carnaval" terá um fim, como na música da banda de rock Los Hermanos e a nossa festa será sazonal, com uma quarta-feira de cinzas marcando o fim de mais um ciclo do movimento Axé Music a cada verão?

Senado aprova criação do Dia Nacional da Axé Music; texto segue para sanção de Lula
Foto: Reprodução

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (2), o projeto de lei que institui o Dia Nacional da Axé Music, a ser celebrado anualmente em 17 de fevereiro. A proposta, de autoria da deputada baiana Lídice da Mata (PSB-BA), já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados em fevereiro e agora segue para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

A data escolhida faz referência ao lançamento da música Fricote, de Luiz Caldas, em 1985, canção que é considerada o marco inaugural da Axé Music, movimento que transformou a cena musical da Bahia e ganhou projeção nacional e internacional nos anos seguintes. O termo “Axé Music” foi cunhado em 1987, dois anos após o sucesso da faixa.

 

Para Lídice da Mata, a criação da data representa o reconhecimento da importância histórica, cultural e social do gênero. “É uma celebração de um movimento que levou a música da Bahia para o mundo, com raízes negras profundas e forte impacto social”, declarou.

 

Em 2025, o gênero completa 40 anos de existência. A proposta tramitou em regime de urgência e foi relatada na Câmara pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), também baiano, tendo sido aprovada com 269 votos favoráveis.

 

Durante audiência pública realizada em 2023 pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, artistas, pesquisadores e especialistas ressaltaram o papel do axé como símbolo das expressões culturais negras no Brasil e motor da economia criativa baiana, especialmente no Carnaval.

Produções premiadas no Panorama de Cinema serão reprisadas neste final de semana em Salvador
Foto: Divulgação

O documentário “WR Discos - Uma invenção cultural”, de Nuno Penna e Maira Cristina e o curta-metragem Ymburana”, de Mamirawá com a co-direção de Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã, vencedores da Competitiva Baiana do XX Panorama Internacional Coisa de Cinema, serão reprisados no Cine Glauber Rocha, em Salvador, neste sábado (12).

 

A sessão que irá exibir os vencedores acontecerá às 18h, e os ingressos custam R$14 (inteira) e R$7 (meia-entrada). 

 

O filme de Nuno e Maira conta a história do WR - maior estúdio de gravação do Norte e Nordeste durante as décadas de 80 e 90 - e seu papel fundamental na criação de uma sonoridade nova para a música da Bahia.

 

No domingo (13), 18h, o espaço será dos premiados na Competitiva Nacional. O longa “Mambembe”, de Fábio Meira, transita entre a ficção e o documentário na retomada de uma filmagem de 2010 sobre um topógrafo errante e seu encontro com três mulheres de um circo mambembe. A sessão inclui a animação baiana “Como nasce um rio”, de Luma Flôres, que mostra a jornada de descoberta de uma mulher. 

 

O XX Panorama Internacional Coisa de Cinema aconteceu entre os dias 2 e 9 de abril, em Salvador e Cachoeira. O festival foi contemplado pelo edital Gregórios Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador - e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) - Ministério da Cultura, Governo Federal. 

 

O Panorama conta com apoio institucional do Centro Cultural Banco do Brasil Salvador e patrocínio do Instituto Flávia Abubakir e do Banco do Brasil, além de apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. 

Filme 'WR Discos' e documentário sobre 1ª médica negra do Brasil são destaques na premiação do Panorama Coisa de Cinema
Foto: Milena Palladino

O longa 'WR Discos - Uma Invenção Musical', de Nuno Penna e Maíra Cristina, se consagrou como um dos grandes campeões do XX Panorama Internacional Coisa de Cinema. A produção, que conta a história do estúdio de Wesley Rangel, que marcou a música feita na Bahia, foi exaltada pelo Júri Oficial como um dos destaques da Competitiva Baiana.

 

“Ao afirmar a potência do seu lugar e dos seus, e insistir, um estúdio de gravação em Salvador criou as condições para a invenção de uma música baiana que conquistou o mundo e deixou um legado inestimável para a cultura musical de todo um povo”, justificou o júri, afirmando que os diretores “reconstroem essa história desde dentro, dos bastidores”. 

 

Foto: Milena Palladino

 

Outra produção destaque na 20ª edição do festival foi o documentário 'Quem é essa mulher?', de Mariana Jaspe que resgata a história da baiana que foi a primeira médica negra do Brasil. O longa foi escolhido pelo Júri das Associações (Apan, APC e Autorais) e pelo voto popular em Cachoeira. 

 

“Pela direção precisa e inventiva que transforma uma investigação histórica em uma jornada cinematográfica de descobertas e revelações”, afirmou o júri. O filme ganhou ainda por melhor roteiro, escrito por Mariana Jaspe e Muriel Alves com a colaboração de Ricardo Gomes e Flávia Vieira. 

 

Entre os curtas da Competitiva Baiana, os destaques foram Ymburana (Mamirawá com a co-direção de Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã), escolhido pelo júri oficial; e Tigrezza (Vinicius Eliziário) vencedor da categoria pelo júri das associações e pelo voto popular em Cachoeira. 

 

WR Discos e Ymburana ganharão um prêmio em dinheiro concedido pelo Instituto Flávia Abubakir, no valor de R$ 50 mil e R$ 10 mil, respectivamente. 

 

Os demais vencedores escolhidos pelos júris oficiais das competitivas Nacional e Baiana ganham prêmios em serviços oferecidos pelas empresas Mistika, Naymovie, Griot e MD Filmes, além do troféu do Panorama Internacional Coisa de Cinema. 

 

O Panorama Internacional Coisa de Cinema foi contemplado pelo edital Gregórios Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos - Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador - e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) - Ministério da Cultura, Governo Federal. 

 

O festival conta com apoio institucional do Centro Cultural Banco do Brasil Salvador e patrocínio do Instituto Flávia Abubakir e do Banco do Brasil, além de apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. 

 

CONFIRA LISTA COMPLETA DOS PREMIADOS

JÚRI OFICIAL

Competitiva Nacional 

Longa-metragem

  • Melhor Filme: Mambembe, de Fábio Meira
  • Melhor Direção: Milena Times por Ainda não é Amanhã
  • Melhor Roteiro: Bernard Lessa por O Deserto de Akin, de Bernard Lessa
  • Melhor Fotografia: Petrus Cariry por O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
  • Melhor atuação: Mayara Santos por Ainda não é Amanhã, de Milena Times
  • Melhor Montagem: Affonso Uchôa, Fabio Meira e Juliano Castro por Mambembe, de Fábio Meira
  • Melhor Direção de Arte: Juliana Lobo, por O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
  • Melhor Som: Marcos Lopes por A Queda do céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha

Curta-metragem

  • Melhor Filme: Como Nasce Um Rio, de Luma Flôres

Competitiva Baiana

  • Melhor longa: WR Discos - Uma invenção Cultural, de Nuno Penna e Maira Cristina
  • Melhor curta: Ymburana, de Mamirawá com a co-direção de Rômulo G. Pankararu e Maria K. Tucumã
  • Prêmio de Direção: DF Fiuza, por Palavra
  • Prêmio de Roteiro: Mariana Jaspe e Muriel Alves com a colaboração de Ricardo Gomes e Flávia Vieira, por Quem é Essa Mulher? De Mariana Jaspe
  • Prêmio de Fotografia: Gabriel Teixeira, por Na volta eu te encontro, de Urânia Munzanzu
  • Prêmio de atuação: Gilson Ferreira e Durval Braga, por Amor não cabe na sala, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira
  • Prêmio de Montagem: Igor Caiê Amaral, por Catadoras, de Dayse Porto
  • Prêmio de Direção de Arte: Alice Braz, por Meu Pai e A Praia, de Marcos Alexandre
  • Prêmio de Som: Dudoo Caribe, Nuno Penna e Danilo Duarte, por Na volta eu te encontro, de Urânia Munzanzu

Competitiva Internacional

  • Melhor Longa: Caminhando no Escuro, de Kinshuk Surjan (ÍNDIA, BÉLGICA, NLD)
  • Melhor Curta: Sal Marinho, de Leila Basma (LÏBANO E QAT)

JÚRI JOVEM
Competitiva Nacional

  • Melhor Longa: Ainda não é Amanhã, de Milena Times
  • Melhor Curta: Vollúpya, de Éri Sarmet e Jocimar Dias Jr.

Competitiva Baiana

  • Melhor Longa: Catadoras, de Dayse Porto 
  • Melhor Curta: Bárbara, de Vilma Carla Martins 

PRÊMIO CANAL BRASIL

  • Melhor Curta: Fenda, de Lis Paim

JÚRI DAS ASSOCIAÇÕES (APAN, APC, AUTORAIS)
Competitiva Nacional

  • Melhor Longa: O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel
  • Melhor Curta: Como Nasce Um Rio, de Luma Flôres

Competitiva Baiana

  • Melhor Longa: Quem é essa mulher?, de Mariana Jaspe  
  • Melhor Curta: Tigrezza, de Vinicius Eliziário

JÚRI POPULAR CACHOEIRA

  • Melhor Longa Baiano: Quem é essa mulher?, de Mariana Jaspe 
  • Melhor Curta Baiano: Tigrezza, de Vinicius Eliziário

PRÊMIO IGUALE (PanLab de Montagem)

  • Ama Mba’é Taba Ama, montado por Maurizio Morelli e dirigido por Gal Solaris e Nádia Akawã Tupinambá, ganhou recurso de acessibilidade (legendagem descritiva ou Libras).

PRÊMIO ATELIER RURAL (PanLab de Montagem)

  • Ópera dos Sapos, montado por Daniel Correia e Higor Gomes, e dirigido por Ulisses Arthur Bomfim Macedo, ganhou uma semana de pós-produção, com hospedagem no local. 

PRÊMIO PARADISO MULTIPLICA (PanLab de Roteiro)

  • O longa Colmeias (Bruna Laboissière) e os curtas Dois reais e um sonho (Isadora Lis) e Pra quando ela chegar (Antonio Victor Simas) ganharam uma consultoria pela Rede Paradiso Multiplica de Talentos

PRÊMIO AEXIB (Seminário de Exibição)

  • O último azul, de Gabriel Mascaro, tem exibição garantida em pelo menos 40 salas de cinema. 

PRÊMIO PROJETO PARADISO

  • O silêncio das ostras, de Marcos Pimentel, ganhou R$ 10 mil para investimento em distribuição
Para além do axé: 1ª exibição do filme 'WR Discos – Uma Invenção Musical' retrata magia dos bastidores da música baiana
Foto: Registro cedido pela equipe do documentário

Esqueça o glamour dos palcos retratados pelos grandes artistas ao falar da carreira. Os holofotes estão voltados para os bastidores da música. Quem faz o som acontecer é que protagoniza o documentário 'WR Discos – Uma Invenção Musical', que levou 12 anos para ser produzido e teve a primeira exibição em Salvador no domingo (6).

 

A produção, que foi premiada com uma menção honrosa no LABRIFF - Los Angeles Brazilian Film Festival, integrou a competitiva baiana de longa-metragem no XX Panorama Internacional Coisa de Cinema, e foi ovacionado pelo público que compareceu ao Cine Glauber Rocha para prestigiar a história do estúdio de Wesley Rangel, criado em 1975, ser contada.

 

Segundo Nuno Penna, diretor do longa, o foco do filme foi mostrar a ficha técnica dos maiores álbuns já gravados em Salvador. A produção é para quem gosta de música, da essência, do fazer musical e de quem sempre foi curioso para saber como roda a engrenagem das gravadoras e tem a sorte de ter um depoimento forte do criador de tudo, Wesley Rangel, que faleceu em 2016.

 

Nuno Penna e Maira Cristina, diretores do longa | Foto: Bianca Andrade

 

“Como eu trabalhei na WR, na verdade, eu estou contando a história para os meus colegas que fizeram aquela história. Então a carga emocional é muito maior. A gente fica bem nervoso, mas muito feliz também, porque foram 12 anos produzindo e agora eu acho que é o momento de celebrar, de encontrar os amigos, abraçar, e sentar e ver, e espero que curtir esse momento", contou o diretor ao Bahia Notícias.

 

O longa mostra como a WR mudou para sempre o jeito de produzir música na capital baiana através dos depoimentos de técnicos como Nestor Madrid, Vivaldo Menezes, produtores, músicos como Cesinha, Tony Mola, Carlinhos Marques, Silvinha Torres, Paulinho Caldas, que formaram a banda Acordes Verdes, além dos intérpretes dos grandes hits como Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Bell Marques, Luiz Caldas, Gerônimo, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Roberto Mendes e Olodum.

 

Foto: Registro cedido pela equipe do documentário

 

A exibição do filme trouxe gosto de casa para o público, majoritariamente formado por quem ajudou a escrever a história ao lado de Rangel. No evento estavam presentes parte dos funcionários da WR, que se juntaram a família de Rangel e a equipe do documentário, formada por: Nuno, Maíra, Jásio Velásquez, Igor Penna, Igor Caiê Amaral, Álvaro Ribeiro, David Júnior, Juan Penna, Cristina Lima, Ana Luiza Penna, Rickson Bala, Marquinho Carvalho, Paulo Hermida, Og Marcelo, Claudio Moraes, Isaac Souto, Antonio Jorge, Tete Porto e a lembrança de Mina Ishikawa.

 

Sem spoilers sobre a produção, quem for assistir ao filme 'WR Discos – Uma Invenção Musical' ficará por dentro de como a mágica acontecia na música e terá noção de que a gravadora foi mais do que a "casa do axé". O estúdio de Rangel foi, por anos, a casa da música baiana, com portas abertas e oportunidade para quem quisesse entrar.

 

Nestor Madrid e Carlinhos Marques em debate pós-sessão | Foto: Bianca Andrade

 

Em meio aos depoimentos dos bastidores, as grandes estrelas da música se dividiram em falar sobre a generosidade de Rangel e em como alguns atos do empresário fizeram a diferença na carreira, a exemplo de Brown com a criação da Timbalada, e Bell, que revelou ter colocado uma cláusula no contrato do Chiclete para ter liberdade de produção, e, desta forma, gravar todos os discos da banda na WR, por acreditar que o estúdio era o único capaz de entregar a energia da música que ele queria passar.

 

No documentário, é dada a dimensão da WR para a música baiana para além do axé, abrindo espaço para a gravação de discos de reggae, todos de Edson Gomes, para o rock da Camisa de Vênus, o jazz do grupo Garagem, o samba-chula de Roberto Mendes e o forró temperado de Zelito Miranda.

 

É também mostrado como o estúdio em Salvador conseguia captar com a essência da música baiana e todas as suas nuances, algo que gravadoras ao redor do mundo não conseguiam fazer, a exemplo de um disco do Olodum que foi gravado nos Estados Unidos, no estúdio de Prince, mas finalizado em Salvador, nas mãos dos profissionais do estúdio de Rangel.

 

Foi o olhar de WR, que conseguiu desenvolver uma técnica específica para gravar a percussão baiana, permitindo que a música dos blocos afro fosse registrada de forma adequada e ecoada aos quatro cantos do mundo.

 

Diferente dos parques da Disney, que não pode mostrar os bastidores dos personagens para não estragar o encanto da terra mágica, no documentário, Nuno e Maíra conseguem mostrar nos 79 minutos de duração da película, como é possível a música continuar tendo o toque de mágica quando se dá voz a quem faz ela acontecer.

 

Foto: Bianca Andrade

 

Para Alexandre Rangel, filho do WR e da WR, ver a história do pai sendo contada nos cinemas mostra como a música baiana entrou para a história da música brasileira e impactou internacionalmente a indústria.

 

"É uma emoção gigante estar aqui com todo esse pessoal que fez junto com o meu pai essa história, que ajudou ele a desenvolver essa história. Eu também que estava lá nos bastidores com o Nuno e ter esse momento aqui é uma coisa indescritível. Meu pai não está aqui com a gente, mas eu sei que ele está lá em cima olhando por todos nós, vendo essa coisa que o carnaval, que o axé se tornou, essa coisa linda que atrai multidões do mundo inteiro, e saber que essa história está sendo perpetuada com esse filme me deixa muito feliz."

 

Sem rodeios, da mesma forma que o filme mostra a ascensão, traz também um panorama da queda, algo que aconteceu não só com a WR, como afetou também outros estúdios com a mesma proposta de Rangel. O momento, com ar melancólico, emocionou o público e levantou o questionamento sobre o cenário da música na Bahia atualmente. 

 

A WR segue funcionando e pulsando música, ainda que não esteja nos tempos áureos. Para os herdeiros de Rangel, o estúdio segue com o mesmo ideal do pai, abrir portas e dar oportunidades para quem quer fazer o nome na música.

 

"Realmente ele abriu portas. Ele abriu portas para todo mundo que queria, que tinha vontade de se expressar na música. A vontade dele era ter um espaço para qualquer expressão artística. Então, assim, o meu sonho, quem sabe, é abrir um espaço desse, onde todo mundo possa se expressar artisticamente, dançando, cantando, fazendo poesia, o que for. Porque ele fez isso para o Axé, e eu, como compositor, sei o quanto é bom ter alguém pra te estimular e fazer você conseguir chegar lá e divulgar seu trabalho", afirma Alexandre.

 

O filme 'WR Discos - Uma Invenção Musical' ainda busca financiamento para ser exibido em mais salas de cinema da Bahia. Nesta semana, a produção terá uma nova exibição dentro do Panorama Internacional Coisa de Cinema, no dia 08 de abril, na terça, às 18h, Sala Walter da Silveira.

 

“A gente está fazendo há 12 anos um filme. Então, quer dizer, é difícil, sem incentivo, sem grana, a gente bancando, as pessoas da equipe colando no projeto. Mas, assim, no final a gente vê que, mesmo assim, é possível a gente contar uma história importante para a Bahia, importante para a música da Bahia, para a música do Brasil. Está sendo muito importante mostrar esse projeto aqui no Panorama, mas a gente ainda precisa de mais incentivo para o cinema, para o audiovisual, sim, para que outras iniciativas como essa possam caminhar mais facilmente, porque a gente está mostrando no Festival, muitos amigos, muitos técnicos, pessoas que trabalharam na WR, pessoas da música vão ver. Mas a gente quer que mais pessoas assistam", afirmou Maira Cristina.

 

Ao Bahia Notícias, Maira e Nuno ainda revelaram que o projeto com o longa sobre a WR fez com que a dupla e outros integrantes do filme se empolgassem para contar novas histórias sobre a Bahia: "Tem história, mas aí é segredo. Espero que não tenha mais 12 anos. Espero que no ano que vem eu já lance outro. Com fé em Deus a gente vai conseguir".

 

Ah, apesar de não ser filme da Disney, assim como os longas de super-heróis da Marvel, a produção baiana tem uma cena pós-crédito. Não deixe o cinema antes do filme acabar! 

 

Vida longa a música baiana, a música preta da Bahia que deu origem a tudo que se faz por aqui, ao cinema independente e a quem ainda acredita na arte como agente transformador da sociedade, afinal, como já cantava Lazzo Matumbi e Margareth Menezes: 

 

"Apesar de tanto não, tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade. Apesar de tanto não, tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade." 

 

 

Ficha Técnica do filme - 'WR Discos – Uma Invenção Musical'
Produção Executiva: Nuno Penna
Dirigido por: Maira Cristina e Nuno Penna
Roteiro: Maira Cristina
Direção de Fotografia: Jásio Velásquez
Produção: Val Benvindo, Mina Ishikawa e Igor Penna
Montagem: Igor Caiê Amaral, Álvaro Ribeiro e Nuno Penna
Colorista: David Júnior
Mixagem: Nuno Penna
Trilha Sonora: Marquinho Carvalho
Som Direto: Juan Penna, Cristina Lima, Ana Luiza Penna e Rickson Bala
Fotografia adicional: Paulo Hermida, Og Marcelo, Claudio Moraes, Isaac Souto, Antonio Jorge e Tete Porto

Premiado nos EUA, documentário baiano que conta a história da WR Discos terá exibição especial em Salvador
Foto: Divulgação

O longa 'WR Discos – Uma Invenção Musical', dirigido por Nuno Penna e Maira Cristina, que conta a história do estúdio fundado por Wesley Rangel, que é considerado por muitos como o berço da Axé Music, terá uma sessão especial em abril.

 

A produção, que foi premiada com uma menção honrosa no LABRIFF - Los Angeles Brazilian Film Festival, marca presença no XX Panorama Internacional Coisa de Cinema e faz parte da competitiva baiana de longa-metragem, com exibição nos dias 6 e 8 de abril em Salvador e 5 em Cachoeira. Os ingressos podem ser adquiridos presencialmente no Cine Glauber Rocha e na Sala Walter da Silveira em Salvador, e no Cine Theatro Cachoeirano em Cachoeira.

 

O documentário, uma produção totalmente independente que levou mais de 12 anos para ser produzido, mostra como grandes nomes da música baiana, como Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Bell Marques, Luiz Caldas, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Roberto Mendes, Olodum e tantos outros nomes se juntaram no estúdio WR para criar a cena da axé music e transformar a música brasileira.

 

Com uma visão de bastidor, o documentário mostra através de músicas, imagens de arquivo e depoimentos de técnicos, artistas e do próprio Wesley Rangel, como o estúdio fez nascer em Salvador uma cena musical pulsante, rica e diversa, que refletia a identidade e a cultura do povo baiano. 

 

CONFIRA OS DIAS DE EXIBIÇÃO:
Sessões do filme WR Discos – Uma Invenção Musical
Dia 05/04 (sábado) às 17h - Cine Theatro Cachoeirano (Cachoeira) debate após a sessão
Dia 06/04 (domingo) às 20h – Cine Glauber Rocha (Salvador) debate após a sessão
Dia 08/04 (terça) às 18h – Sala Walter da Silveira (Salvador)

 

Ficha Técnica do filme - 'WR Discos – Uma Invenção Musical'
Produção Executiva: Nuno Penna
Dirigido por: Maira Cristina e Nuno Penna
Roteiro: Maira Cristina
Direção de Fotografia: Jásio Velásquez
Produção: Val Benvindo Mina Ishikawa e Igor Penna
Montagem: Igor Caiê Amaral, Álvaro Ribeiro e Nuno Penna
Colorista: David Júnior
Mixagem: Nuno Penna
Trilha Sonora: Marquinho Carvalho
Som Direto: Juan Penna, Cristina Lima Ana Luiza Penna e Rickson Bala
Fotografia adicional: Paulo Hermida, Og Marcelo, Claudio Moraes, Isaac Souto Antonio Jorge e Tete Porto

Banda Mel se une à OSBA para celebrar os 40 anos da Axé Music em Trancoso
Foto: @tayllafotos

O Teatro L’Occitane, em Trancoso, será palco de uma grande homenagem aos 40 anos de Axé Music no sábado (22). A 11ª edição do Festival Música, receberá um show especial da Banda Mel ao lado Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) no espetáculo Baile Concerto – 40 anos da Axé Music.

 

O espetáculo também terá participação de Daniela Mercury, Mário Soares e Manno Góes, que também assina direção do show, que será no Teatro L’Occitane, a partir das 19h30.

 

Durante o Carnaval de 2025, a Banda Mel consagrou na história da música baiana os sucessos "Baianidade Nagô" (Evandro Rodrigues) e "Prefixo de Verão" (Beto Silva). Elas foram eleitas as melhores músicas dos 40 anos da Axé Music - prêmios Band Folia, Bahia Folia e Correio Folia.

 

As canções serão apresentadas no Baile Concerto, assim como "Crença e Fé" (Beto Jamaica e Ademário) e "A Felicidade (Mensagem de Amor) (Christiano Minelonno /Dario Farina / G. De Stefani/ Versão: Manno Góes / Aloysio Reis).

 

O festival, realizado pelo Instituto Terravista, começou na última quarta (19) e encerra com o Baile Concerto. O evento une música erudita e popular e movimenta a cultura e o turismo do sul da Bahia. Além dos shows principais, há também a promoção de ações sociais, masterclasses e oficinas musicais.

Agora que o Carnaval acabou, onde encontrar o Axé em Salvador? Movimento some da agenda de shows na capital após a folia
Foto: Alfredo Filho/ Secom

O Axé Music é sazonal? A poeira da Quarta-Feira de Cinzas já foi varrida dos circuitos do Carnaval e agora só resta no folião a saudade de tudo o que foi vivido nos 6 dias oficiais de festa em Salvador.

 

Mas, e depois que o Carnaval vira lembrança, onde é que se escuta o Axé Music na capital baiana? Entre os 24 artistas analisados pelo Bahia Notícias no início do ano, de acordo com os dados fornecidos pelo YouTube Charts, o movimento é sim sazonal e faz a festa em fevereiro, época em que costuma acontecer o Carnaval.

 

A análise, feita no período de 12 de janeiro de 2024 a 12 de janeiro de 2025, ainda indicou que Salvador é a segunda cidade que mais ouve os artistas do movimento, colocando São Paulo como líder da lista. E a cidade no Sudeste do país costuma receber mais apresentações dos grandes nomes da música baiana do que a capital.

 

O único artista que foge à regra de ser mais ouvido durante o Carnaval é Carlinhos Brown, e muito pela associação do Cacique à MPB através dos Tribalistas, por exemplo.

 

É um fato: depois que a folia passa, Salvador entra na lista de cidades que só voltaram a ser visitadas pelos artistas do Axé Music no próximo verão. Pelo menos com seus grandes shows. 

 

“É natural que a música baiana seja mais procurada nesse período. É muito alegre, muito a cara de festa. Quando chega o verão, é natural que o consumo cresça. Aí, é igual o consumo de cerveja. É natural. Aí não tem nem o que discutir sobre isso. É natural que os cachês melhorem, que o número de show dobre, porque, quando chega o verão as pessoas ficam irresponsáveis, gastam o décimo terceiro na cerveja, na viagem, na praia, rebolando com a roupa branca que não tinha dinheiro para comprar, mas é isso”, afirma o músico e estudioso Jonga Cunha.

 

Foto: Célia Santos

 

A expectativa, no entanto, era que em 2025 o cenário fosse diferente, já que o movimento Axé Music completa 4 décadas. Após um Carnaval morno de homenagens a um dos responsáveis pela identidade do Carnaval de Salvador, a esperança era de eventos pontuais que celebrassem o marco e mostrassem que o Axé sobrevive para além de fevereiro.

 

O sentimento de continuidade da festa era ainda maior após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto de Lei 4187/24, de autoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que institui a data de 17 de fevereiro como Dia Nacional da Axé Music. Mas, aparentemente, tudo foi em vão.

 

Para se ter uma ideia do quanto Salvador não entra na rota de apresentações, os artistas tidos pela mídia como os grandes nomes do Carnaval quase não anunciam apresentações na cidade.

 

Em 2024, sem contar o Festival de Verão e o Festival Virada Salvador, eventos que acontecem no início e no final do ano, Ivete Sangalo não se apresentou em nenhum outro momento na capital baiana além do Carnaval. Bell Marques contabilizou três shows na capital: Festival de Verão, Festival Virada Salvador e o São João da Bahia.

 

Foto: Divulgação

 

Claudia Leitte só consegue ser exceção por ter apresentado ao público o novo show no Candyall Guetho Square, 'Soul D'Rua', que aconteceu no final do ano. Porém, mesmo com a novidade, a artista continuou pontuando 2 apresentações e duas participações especiais em outros shows de artistas locais.

 

Em contrapartida, o pagode, ritmo inserido no movimento Axé, continua em alta mesmo após o Carnaval e com renovações no estilo musical. Em 2024, por exemplo, a Bahia contou com duas novidades: o Bloquinho, que fez sucesso com Rick Ralley na época do Black Stylle, e o naipe com Cirilo Teclas.

 

“A nova geração está sempre criando, então a gente está sempre buscando coisas novas”, contou Cirilo em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Foto: Mateus Ross

 

A agenda do pagode em Salvador acontece semanalmente na capital baiana, com atrações de menor porte, porém, sempre com algum show. Outro ritmo que domina Salvador após o Carnaval é o samba, que vem em uma crescente na cidade nos últimos 5 anos.

 

"Eu acho que o samba agora, com as redes sociais, está vivendo um momento diferente. Porque o samba sempre esteve presente da mesma forma de segunda a segunda em Salvador, porém agora, com as redes sociais, ele está tendo uma visibilidade que ele não tinha antes. Acho que a grande dificuldade hoje em Salvador é o capital. Você ter pessoas que abracem os eventos de samba da forma como eles merecem", afirma Samora Lopes, idealizador do Banjo Novo.

 

Foto: @ihr.pics/ @erifotografo

 

A prova da crescente do samba é o interesse de artistas do próprio axé investindo no estilo, como Léo Santana, que lançou o Paggodin, além de Ivete Sangalo, que em 2024 registrou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a marca ‘Ivete Samba’.

 

Nas principais plataformas de venda de ingressos em Salvador, o samba domina o ritmo dos shows que agitam a capital após o Carnaval, com eventos do grupo Botequim e labels já conhecidas como Samba de Quinta, Banjo Novo, Fragmentos do Samba, E aí Deu Samba, Quintal du Samba e Suco de Bahia.

 

No levantamento feito pelo Bahia Notícias nas plataformas Sympla, Partik, Ticket Maker, Bora Tickets e Ingresse, além do samba, o pop é o outro estilo com mais eventos na capital.

 

Entre as bandas de Axé com participação mais ativa em Salvador após o Carnaval estão Filhos de Jorge, Cheiro de Amor, Mudei de Nome, Timbalada, Jau, Luiz Caldas, Os Autorais, Alexandre Peixe e Jammil.

 

Foto: @ihr.pics

 

Se a questão é falta de público na cidade do Axé, a resposta de quem paga o ingresso para curtir a festa é o alto valor do ticket. 

 

Em entrevista ao Bahia Notícias em 2024, o empresário Marcelo Brito, da Salvador Produções, responsável por grandes eventos na capital baiana e pela gestão da carreira do cantor Léo Santana, indicou que a dificuldade de fazer eventos não é algo restrito à capital baiana e que é necessário considerar o poder aquisitivo do público ao planejar um evento.

 

Desta forma, a preferência do público é de pagar em um evento de artista que não costuma estar em Salvador o tempo inteiro.

 

Já o empresário Rodrigo Melo, da Pequena Notável, afirmou, na mesma entrevista ao Bahia Notícias, que após a pandemia foi necessário uma readequação da empresa ao mercado e um estudo melhor dos nichos que eles atendem. "A Pequena Notável trabalha com nicho de público, então a gente adequa as nossas atrações a esse público".

 

Foto: Mateus Ross

 

Para Melo, a queixa do público em relação aos valores do ingresso é justa e natural. "Todos reclamam de preço, é natural, independente de nicho".

 

A pergunta que fica, então, é: quando terão coragem de investir no Axé em Salvador após o Carnaval? E a esperança é uma resposta breve e positiva para os “órfãos” da folia depois que as cinzas da quarta-feira são sopradas pela cidade.

Na Antena 1, Tonho Matéria fala sobre apagamento de artistas nos 40 anos do Axé Music
Foto: Leonardo Almeida / Bahia Notícias

A celebração aos 40 anos do Axé Music no Carnaval de Salvador ligou um alerta para quem é da cena, o apagamento de nomes que ajudaram a construir o movimento responsável pela identidade da folia baiana.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na Antena 1, o cantor e compositor Tonho Matéria falou sobre a importância de reconhecer para além dos nomes que já recebem os holofotes ao longo de todo o ano e mostrar os bastidores da música.

 

"Quem é que tá por trás? Você tem uma cortina, mas alguém tá dando suporte, entendeu? E atrás da cortina você tem músicos, produtores, que é um conjunto de figuras importantes ali. A música é uma cadeira produtiva gigantesca", pontuou o músico.

 

Para o artista, a homenagem ao movimento musical poderia ter sido feita com um pouco mais de cuidado para valorizar todos os agentes do Axé. "Acho que deveria ter 6, 7 meses antes uma curadoria para fazer uma análise assim, quem foram as pessoas que participaram, que deram a contribuição, que construíram um cenário para que a música da Bahia tivesse realmente uma grande relevância".

 

Entre os citados por Tonho estava o cantor Netinho, que ficou de fora do Carnaval de 2025 por questões de saúde, mas antes de ser internado, não tinha fechado nenhuma apresentação em Salvador. "Ele foi quem revolucionou os shows na Bahia, trouxe cenários, trouxe propostas importantíssimas para aquele lugar e fez muitos artistas entenderem que precisariam fazer uma produção, uma luz bonita, um arranjo bom".

 

Tonho ainda fez uma outra crítica ao Carnaval de Salvador. No bate-papo, o músico pontuou a questão do horário de desfile dos artistas na festa, tópico que também foi queixa da cantora Alinne Rosa. Segundo o compositor, em alguns momentos, ele desfilou com o trio apagado.

 

"A gente precisa rever com toda a estrutura do carnaval. Quinta-feira mesmo, a gente faz o Bloco da Capoeira, que está marcado ali, ele saía às 18 horas, e disse, pô, meu horário era muito bom. Aí depois, eu sempre buscava apoio do trio, o trio nunca chegava no horário, então se chega no horário desligado, apagado, isso não é uma culpa minha, A culpa é da gestão do Carnaval, de quem promove o Carnaval. E isso termina nos complicando, desgasta."

Caldeirão com Mion exibe segunda parte do especial “40 anos de Axé”, gravado em Salvador 
Foto: Reprodução / Instagram

Embora o Carnaval tenha terminado, as celebrações pelos 40 anos do Axé Music continuam. Neste sábado (8), a partir das 14h30, o Caldeirão com Mion apresenta a segunda parte do especial “40 anos de Axé”, gravado na capital baiana.

 

 

A primeira parte do especial foi exibida no último sábado (1º), durante o terceiro dia de Carnaval em Salvador, em clima de grande festa.

 

A gravação foi realizada a convite de Carlinhos Brown, com Marcos Mion e sua equipe no Candyall Guetho Square. Além do cacique, o programa contou com a participação de artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Durval Lelys, Timbalada, Claudia Leitte, É O Tchan, Sheila Mello, Emanuelle Araújo, Tony Salles com Scheila Carvalho, Ricardo Chaves, Márcio Victor, Cortejo Afro, entre outros.

 

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Carlinhos Brown é criticado após declaração sobre racismo: "Só existe uma raça, que é a humana"
Foto: André Carvalho / Bahia Notícias

Carlinhos Brown voltou a amenizar a polêmica sobre racismo e intolerância religiosa no Carnaval de Salvador. Ao encerrar a folia no Arrastão da quarta-feira de cinzas, o cantor e compositor deixou para o público uma mensagem sobre união e respeito que viralizou na web.

 

Na ocasião, o artista pediu para que as pessoas entendessem que só existe uma raça. A declaração foi dada por Brown durante o padê, cerimônia do candomblé feita pelo cantor antes de iniciar o desfile.

 

"É de extrema importância o que o axé está dizendo nesse momento: que só existe uma raça, que é a humana. Não existe a ideia de que tem uma raça e que tem outra, não existe uma raça que seja maior que a outra porque só tem a raça humana, vigiada pelos extraterrestres, que são espíritos de luz que querem nos conduzir a momentos de crescimento humano.”

 

O discurso de Brown também é repetido na música 'Nega Meiguice', aposta do artista para a folia no trecho: "Sua alma não tem cor".

 

Na web, o artista chegou a ser apelidado de Morgan Freeman, pelo veterano ter um discurso semelhante, que também é criticado pelo público. "Mas ele é parente da Rainha Elizabeth, vocês esperavam o quê?", disse um internauta relembrando a postagem feita pelo artista sobre a morte da rainha. "Eu jurava que ele era mais inteligente que isso", escreveu outra.

 

Brown já tinha sido criticado na abertura do Carnaval de Salvador por receber Claudia Leitte no evento após toda polêmica envolvendo a artista e a mudança na letra da música 'Cata Caranguejo', na qual ela substituiu Iemanjá por Yeshua.

Margareth Menezes fala em continuidade do Axé: "Acabar não acaba, a gente transforma"
Foto: Victor Hernandes / Bahia Notícias

Com 40 anos do Axé Music completados este ano, Margareth Menezes, Ministra da Cultura e cantora, comentou sobre o futuro do ritmo musical baiano, em entrevista ao Bahia Notícias, durante o sábado (1) de carnaval, em Salvador.

 

"A Bahia tem uma construção muito particular de sua música pela própria diversidade de nosso povo de nossa cultura, então acabar não acaba, a gente transforma, as gerações novas chegam. Assim como a tropicália, todos os grandes movimentos se fixam e o que vem depois é uma liberdade dos novos artistas de proporem outras coisas. O Axé como movimento está consagrado, não tenho duvida nenhuma disso", afirmou a gestora federal.

VÍDEO: Brown convida Daniela Mercury na abertura do Carnaval e decreta: “O canto dessa cidade é negro e miscigenado”
Foto: Fábio Meneses / Bahia Notícias

O percussionista e anfitrião da abertura do Carnaval, Carlinhos Brown, convidou a cantora Daniela Mercury para compôr a apresentação de abertura do Carnaval de Salvador 2025, no circuito Osmar, no Campo Grande, nesta quinta-feira (27). No local, também se apresentam a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a banda Olodum. 

 

 

Em seu dueto no clássico escrito por Brown, “O Canto da Cidade”, o Cacique garantiu: “Sim, o canto dessa cidade também é dela, porque o canto dessa cidade é negro e também é miscigenado”, afirmou. 

 

Com direito a coro popular, o hit de 1992 foi aclamada pelos foliões que acompanharam a apresentação no Campo Grande.

VÍDEO: Carlinhos Brown “abre caminhos” para o Carnaval de Salvador e defende: “O melhor Carnaval é o do Brasil”
Foto: Fábio Meneses / Bahia Notícias

O cantor Carlinhos Brown realizou, nesta quinta-feira (27), a sua primeira “abertura de caminhos” antes da abertura oficial do Carnaval de Salvador 2025, no circuito do Campo Grande. Com seu tradicional ritual, Brown realizou um despacho e banho de pipoca nas ruas do circuito, antes da festa marcada para às 15h30. 

 

 

Em entrevista coletiva nesta quinta, Brown comemorou ainda os 40 anos do movimento Axé Music em meio aos preparativos da sua apresentação na abertura do Carnaval. O percussionista, conhecido por ser um dos maiores contribuidores do movimento e acumular hits na folia momesca, relembra o início do movimento.

 

“O Axé nasce há 40 anos, especialmente ali sobre a pujança do disco Magia de Luiz Caldas, e, dessa forma, elegeu outros nomes, outros desejos, outros estilos, esses que a partir dos anos 80 encontramos uma unidade, um coletivo, para dar força a tudo que nós somos. Os anos 90 foi de extrema importância, ao ir o tempo em que as mulheres passaram a liderar mais e, diga-se de passagem, foi Sarajane, quem proporcionou e abriu os ouvidos das pessoas do Brasil inteiro”, disse. 

 

Foto: Fábio Meneses / Bahia Notícias

 

Ao falar sobre a potência do Carnaval baiano, o artista defende que a força da folia momesca toma o Brasil inteiro, respeitando as peculiaridades de cada estado. 

 

“Estamos aqui, unidos em torno da alegria, da música, de dizer como é possível realizar essa festa de multidão para o Brasil inteiro. E em especial, sempre deixo claro, o melhor carnaval é o carnaval do Brasil. A Bahia faz do seu jeito, o Recife faz do seu jeito, o Rio faz do seu jeito, cada um faz do seu jeito”, destacou.

Câmara aprova projeto que cria o Dia Nacional da Axé Music a ser comemorado na data de 17 de fevereiro
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados aprovou, na sessão desta terça-feira (25), por 269 votos a favor e 136 contra, o projeto de Lei 4187/24, de autoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que institui a data de 17 de fevereiro como Dia Nacional da Axé Music. O projeto segue agora para ser votado no Senado Federal. 

 

Na sua proposta, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) afirma que a definição da data é um reconhecimento justo para um movimento que desempenha papel fundamental na cultura e na economia do país. A data foi escolhida por ter sido o dia do lançamento da música “Fricote”, de Luiz Caldas, que marcou o nascimento do Axé como movimento musical e cultural. 

 

Os líderes de oposição tentaram tirar o projeto da pauta de votação. O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), apresentou requerimento pela retirada de pauta. Deputados de oposição alegaram que a proposta não "tem importância para o povo brasileiro", e que outras proposições mais urgentes deveriam ser apreciadas.

 

Lideranças de partidos governistas defenderam a importância da data e de se homenagear os profissionais que atuam na Axé Music. O deputado José Rocha destacou a importância da Axé Music como movimento gerador de renda e de empregos, e defendeu a sua aprovação. Com apoio inclusive do governo, o requerimento acabou sendo derrotado, com 266 votos contrários à retirada, e 138 votos a favor.

 

Em seu relatório, o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) destacou a relevância da Axé Music para a formação da identidade nacional e sua contribuição para o cenário musical em todo o mundo. Para ele, a aprovação do projeto representa uma vitória justo quando está sendo celebrado 40 anos da Axé Music, que representa a força, a alegria e a diversidade do povo baiano e brasileiro. 

 

"Eu me sinto honrado em poder relatar esse projeto da deputada Lídice, que é o reconhecimento dessa trajetória de 40 anos da Axé Music, essa explosão cultural, este caldeirão cultural que se beneficiou de toda a produção histórica da cultura baiana. E fez essa mistura de ritmos, expressando a identidade da Bahia, do Brasil e do mundo. Então, a Axé Music tem essa dimensão, de ser algo também libertador, que surgiu depois da ditadura militar, uma espécie de grito de libertação, e que incorporou todas as manifestações anteriores dos blocos afros, dos blocos de rua", afirmou o deputado baiano em conversa com o Bahia Notícias.

 

O deputado baiano falou ainda da importância que a Axé Music representa para o carnaval baiano e em muitas outras cidades do país.

 

“A axé music está em todos os lugares. Ainda essa semana eu vi blocos puxados por baianos, com multidões em todos os lugares, em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, no interior, enfim, é. E a Bahia, 100 % Todos ficam olhando para o Carnaval da Bahia, porque é ali que há a renovação, há, há o lançamento de músicas novas de é atualização do axé, portanto. É o Carnaval, é cada ano melhor. E esse ano será, sem dúvida nenhuma, no patamar mais elevado”, completou Daniel Almeida.

 

Já a deputada Lídice da Mata, autora da proposição, ressaltou, em conversa com o BN, a importância da Axé Music como fenômeno que projetou diversos artistas baianos para o Brasil e o mundo. 

 

"Para a Bahia é muito importante esse movimento da Axé Music, porque ele modificou o perfil do Carnaval baiano e deu notoriedade a esse Carnaval, fazendo com que a música chamada baiana chegasse a muitos cantos do Brasil e do mundo. Hoje temos Carnaval fora de época no Nordeste inteiro com o modelo do Carnaval da Bahia, com as músicas do Carnaval da Bahia. E isso, além de manifestação de cultura, é também renda, emprego para os nossos compositores, para os nossos trabalhadores da cultura. E é importante esse reconhecimento", disse a deputada.

 

Durante a discussão do projeto, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também defendeu a aprovação do projeto. Segundo a deputada baiana, a Axé Music é uma das manifestações culturais no Brasil, e que há 40 anos encanta multidões com um ritmo que envolve a população tanto em Salvador como em todo o Brasil.

 

"Aqui nós temos tido uma série de definições de dias de homenagem. Está homenageada a música clássica, a música gospel, o samba. Esta é mais uma homenagem aprovada na Comissão de Cultura. Não há por que omitirmos a necessidade de fazer esses marcos relacionados a manifestações. O carnaval já começou em Salvador. Há 40 anos, artistas se renovam, empregos são gerados, trabalhadores da coxia dos palcos são empregados. É um movimento importante, que precisa ser registrado", disse a deputada Alice Portugal.

 

O projeto da deputada Lídice havia sido votado inicialmente na Comissão de Cultura da Câmara. A Comissão realizou uma audiência pública no mês de novembro do ano passado para debater a importância do reconhecimento ao movimento musical, e reuniu diversos artistas, como Daniela Mercury, Sara Jane, Carlinhos Brown, além da ministra da Cultura, Margareth Menezes. 
 

Axé Music: Conheça a origem do ritmo que completa 40 anos
Luiz Caldas

O Axé Music, ritmo que compõem as principais músicas do Carnaval, surgiu na Bahia na década de 1980, em meio à folia da cidade de Salvador. O ritmo traz uma mistura de diversos estilos com traços provenientes do próprio estado ou com origem africana. 

 

Até a década de 1980, o Carnaval da capital baiana, que já era bastante conhecido, era conduzido por sons diversos, incluindo samba de roda, merengue e os do frevo recifense, sem o nascimento do ritmo que lidera as folias de Salvador atualmente.  

 

O Axé, inicialmente sem o termo “music”, teve como berço o bairro nobre da Graça, na capital baiana, em banda formada por jovens, encabeçada por Toninho Lacerda para o estúdio WR, comandada pelo produtor Wesley Rangel. 

 

Entretanto, o ritmo só se tornou conhecido, no Brasil todo, com a canção “Fricote”, do álbum “Magia”, lançado em 1985, de Luiz Caldas. Essa foi a primeira canção do artista que alcançou o âmbito nacional.

 

“Gravamos no final de 1984, e logo depois viajei aos Estados Unidos para comprar discos e revender nas rádios de São Paulo. Cheguei no final de janeiro para fevereiro, e o disco de Luiz Caldas já era sucesso nacional”, disse Wesley Rangel, dono do estúdio WR.

 

O termo “Music” só foi adicionado no ano de 1987, visando representar a universalidade do ritmo. O nome foi sugerido pelo jornalista Hagamenon Brito. Segundo ele, que se declarava roqueiro e cobria pautas relacionadas à música, estranhou o ritmo novo e sugeriu o complemento, de forma irônica. 


“Eu acrescentei o music porque já tinha o termo som music, o reggae music. Então eu acrescentei de forma pejorativa, achando que aquele som que tinha a pretensão de ganhar metade do planeta, jamais conseguiria se tornar algo realmente forte e tão grande. Quebrei a cara, porque o negócio de fato se tornou muito grande”, disse o jornalista.

 

Até o fim da década de 1980, diversos nomes do Axé Music cresceram, sendo famosos até hoje, como Banda Mel, Olodum, Chiclete com Banana, Araketu, Banda Eva, Timbalada, Asa de Água e Babado Novo.

 

Nos anos de 1990, Netinho e Daniela Mercury foram grandes nomes ligados ao ritmo baiano. A cantora, em 1992, chegou a fazer um show para 30 mil pessoas na avenida Paulista, em São Paulo. Além disso, fez o lançamento do disco “O Canto da Cidade”, que acabou por vender mais de 3 milhões de cópias ao redor do mundo.

Pai do Axé: Luiz Caldas fará abertura do Carnaval de Salvador pelo Governo da Bahia no Campo Grande
Foto: Márcio Santos / Divulgação

Luiz Caldas será o responsável pela abertura oficial do Carnaval de Salvador pelo Governo do Estado.
 

O artista, considerado pai da Axé Music, irá se apresentar em um trio elétrico para o folião pipoca na quinta-feira (27), no circuito Osmar (Campo Grande).

 

O desfile do veterano está previsto para iniciar às 18h.

 

"É uma honra fazer a abertura do maior carnaval de rua do mundo, e é uma alegria ainda maior poder viver esse momento histórico em que comemoramos tudo aquilo que eu tive o prazer de viver e criar há quarenta anos atrás, e que vamos repetir agora, com essas comemorações dos quarenta anos da Axé Music", afirmou Caldas.

 

Seguindo a tradição, o artista terá parte da agenda voltada para o folião pipoca em trios independentes. Luiz Caldas está confirmado com pipoca no Circuito Barra nos próximos dias 2 e 4 de março, e também fará camarotes, além de um show fora da Bahia.

 

"O pessoal que curte meu som sabe que vai encontrar um repertório super variado, muito eclético, muito dançante, então a gente vai se divertir muito juntos", completou.

 

SERVIÇO

Carnaval de Luiz Caldas 2025
Quinta-feira (27/02)
Abertura do Carnaval – Circuito Campo Grande, Salvador  

 

Sábado (01/03)
Pipoca – Barra dos Coqueiros, Sergipe  


Domingo (02/03)
Pipoca – Circuito Barra, Salvador  

 

Segunda-feira (03/03)
Camarote Planeta Band  


Terça-feira (04/03)
Pipoca – Circuito Barra, Salvador

Câmara aprova urgência para criar o Dia Nacional da Axé Music; Lídice e Daniel Almeida destacam homenagem
Foto: Bruno Spada (Câmara dos Deputados) / Edu Mota - Brasília

Foi aprovada na sessão plenária desta terça-feira (18), na Câmara dos Deputados, a urgência para votação do projeto que propõe a criação do Dia Nacional da Axé Music. Com a urgência, o projeto agora deve ser analisado na sessâo desta quarta (19). 

 

A proposição, de autoria da deputada Lídice da Mata (PSB-BA), prevê que o dia 17 de fevereiro seja considerado o Dia da Axé Music. Segundo a deputada baiana, a data foi escolhida por ter sido o dia do lançamento da música “Fricote”, de Luiz Caldas, que marcou o nascimento do Axé como movimento musical e cultural. 

 

A Axé Music foi reconhecido como um estilo que mistura vários elementos musicais como samba, reggae, rock, além de conjuntos instrumentais e vocais de origem africana. O movimento musical revelou artistas como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, entre tantos outros, e completou 40 anos nesta segunda-feira, dia 17 de fevereiro. 

 

De acordo com o relator do projeto, o deputado Daniel Almeida (PCdoB), a criaçã0 da data nacional tem como objetivo valorizar e preservar a Axé Music como uma manifestação cultural vital e um símbolo de identidade e resistência da cultura baiana.

 

Ao Bahia Notícias, a deputada Lidice da Mata ressaltou a importância da Axé Music como fenômeno que projetou diversos artistas baianos para o Brasil e o mundo.

 

"Para a Bahia é muito importante esse movimento da Axé Music, porque ele modificou o perfil do Carnaval baiano e deu notoriedade a esse Carnaval, fazendo com que a música chamada baiana chegasse a muitos cantos do Brasil e do mundo. Hoje temos Carnaval fora de época no Nordeste inteiro com o modelo do Carnaval da Bahia, com as músicas do Carnaval da Bahia. E isso, além de manifestação de cultura, é também renda, emprego para os nossos compositores, para os nossos trabalhadores da cultura. E é importante esse reconhecimento", disse a deputada.

 

Relator do projeto, o deputado Daniel Almeida disse que instituir o Dia da Axé Music é estabelecer o reconhecimento nacionam dessa expressão musical, cultural e da arte criada na Bahia.

 

"Eu me sinto honrado em poder relatar esse projeto da deputada Lídice, que é o reconhecimento dessa trajetória de 40 anos da Axé Music, essa explosão cultural, este caldeirão cultural que se beneficiou de toda a produção histórica da cultura baiana. E fez essa mistura de ritmos, expressando a identidade da Bahia, do Brasil e do mundo. Então, a Axé Music tem essa dimensão, de ser algo também libertador, que surgiu depois da ditadura militar, uma espécie de grito de libertação, e que incorporou todas as manifestações anteriores dos blocos afros, dos blocos de rua", afirmou o deputado baiano.

 

"Além disso, a Axé Music conseguiu ter uma dimensão econômica muito relevante no Carnaval. É um dos momentos de realização econômica para muita gente, pra economia da Bahia, pra geração de empregos, para atividades de serviços. Portanto, tem várias dimensões que justificam esse dia nacional de homenagem a axé music", completou Daniel Almeida.

Trio de Armandinho, Dodô e Osmar está confirmado no Carnaval de Salvador com patrocínio da Bahiagás
Foto: Alfredo Filho/ SECOM

"Varre, varre, varre, vassourinhas/ Varreu um dia as ruas da Bahia/ Abriu alas e caminho pra depois passar/ O trio de Armandinho, Dodô e Osmar...". Uma das maiores tradições do Carnaval de Salvador está confirmada na folia em 2025.

 

Apesar da apreensão de não enxergar o nome "Armandinho, Dodô e Osmar" nas listas divulgadas com a programação do Carnaval para o folião pipoca, o trio está confirmado na festa com o mesmo patrocínio dos anos anteriores.

 

O Bahia Notícias entrou em contato com a equipe de Armandinho Macêdo, que confirmou por mais um ano o patrocínio da Bahiagás, marca que estampa o trio icônico da banda no Carnaval.

 

Em entrevista ao site nos bastidores do show 'Chame Gente', realizado na Concha Acústica no início de fevereiro, Armandinho falou sobre a questão do patrocínio do trio na festa.

 

Foto: Lucas Moura / Secom PMS

 

 

Segundo o artista, apesar da parceria quase fixa da Bahiagás, é sempre uma grande questão a participação deles no Carnaval, já que esse patrocínio diz respeito a "50% do apoio".

 

"Todo ano a gente tem uma busca pelos apoios, pelos patrocínios, porque é muito caro o caminhão, a estrutura, o som, a segurança, as camisas, é muita coisa. No final, o pessoal [fala] 'Poxa, eles ganharam, não sei o que', mas não ganha, a gente não ganha, porque a gente gasta. A gente tem que botar o trio à altura dos que têm grandes patrocínios."

 

Ao site, Armandinho pontuou que em alguns casos, artistas como ele acabam saindo no prejuízo por tentar competir com a qualidade dos grandes trios.

 

"A gente quer botar o trio do melhor jeito possível e estamos batalhando ainda. Eu posso dizer que a gente está com 50% do nosso apoio, é um apoio que quase beira um certo prejuízo, porque no ano passado, por exemplo, foi prejuízo, eu tive que pagar toda a estrutura e no final não sobra, a gente não ganha. É prejuízo, porque a gente trabalha dias e tocando 5, 6, 7 horas. Mas a gente está sempre buscando chegar a um denominador legal que satisfaça."

 

Armandinho ainda pontuou a importância de reconhecer e valorizar a história da música baiana por parte de grandes marcas. "Levar o nome de Dodô e Osmar para é uma responsabilidade para o Carnaval, porque é o nome que gerou tudo isso, é uma história e a gente não pode sair por menos. A gente tem que sair à altura do melhor do Carnaval, e isso tem custado muito caro para a gente, mas a gente está buscando e espera que consiga ainda até o carnaval botar isso em dia, de uma forma satisfatória".

 

Além do Carnaval, o artista está confirmado para participar do Furdunço, festa que antecede os dias oficiais da folia em Salvador. O trio desfila no dia 23 de fevereiro, no circuito Orlando Tapajós (Ondina-Barra).

Daniela Mercury desabafa sobre rivalidade feminina no Axé: "Vamos parar de criar briga entre mulher"
Foto: YouTube

Daniela Mercury desabafou em entrevista sobre a rivalidade feminina no Axé Music. Convidada do programa 'Papo Reto', de Ildázio Jr. na A Tarde FM, a artista criticou a forma como ela e outras cantoras são colocadas contra outras mulheres, alimentando a narrativa de rivalidade.

 

"E vamos parar de criar briga entre mulher. Por que você só bota mulher pra brigar? Eu não quero brigar com minhas amigas, nem minhas amigas têm que brigar comigo. Vamos conversar sobre os assuntos sérios, vamos perguntar a elas e as pessoas o que é que elas têm a dizer sobre o que elas pensam e vamos trabalhar pelo que é melhor pra coletividade nessa cidade", afirmou.

 

 

A declaração de Daniela vem após uma série de polêmicas inflamada nas redes sociais após a mudança de Claudia Leitte feita na música 'Caranguejo (Cata Caranguejo)', trocando Iemanjá por Yeshua. Desde então, comparações foram feitas entre diversas artistas, como Claudia e Ivete, que rendeu até um unfollow da intérprete de 'Eu, Fevereiro e Você' na dona de 'Energia de Gostosa'.

 

Para Daniela, às vésperas do Carnaval, o que realmente importa é discutir pautas necessárias como condições de trabalho, mas também, exaltar o amor pela música e a força do Carnaval.

 

"Nós estamos na rua querendo que a pessoa que tá ali vendendo a cerveja possa fazer uma coisa com dignidade. Quando eu saio na rua, quando eu canto, é pra vocês [público]. Eu canto na rua de graça e eu fiz metade dos meus carnavais de graça por causa do meu povo. Eu amo meu povo."

Nos 40 anos de Axé Music, Salvador é a 2ª cidade que mais consome artistas da Bahia no YouTube; São Paulo lidera ranking
Foto: YouTube

Naturalidade: Salvador. Mas a capital baiana é a cidade onde mais se consomem os artistas do estado? Neste mês de janeiro, o Bahia Notícias analisou a performance no YouTube de artistas nascidos na Bahia e descobriu que, apesar de ser o lar de cada um deles, a segunda casa é a cidade de São Paulo.

 

Em um levantamento feito pelo Bahia Notícias através do YouTube Charts com 24 nomes da música baiana no período de 12 de janeiro de 2024 a 12 de janeiro de 2025, foi identificado que Salvador é a segunda cidade que mais ouve os artistas do movimento Axé Music, que completa 40 anos em 2025. São Paulo lidera a lista.

 

A capital baiana aparece 9 vezes como a primeira cidade do Asa de Águia, Bell Marques, Carlinhos Brown, Chiclete com Banana, Durval Lelys, Filhos de Jorge, Timbalada, Olodum e Xanddy Harmonia.

 

São Paulo lidera o ranking aparecendo 15 vezes como primeira entre as bandas: Ara Ketu, Babado Novo, Banda Eva, Cheiro de Amor, Claudia Leitte, Daniela Mercury, É O Tchan, Ivete Sangalo, Jammil, Léo Santana, Luiz Caldas, Margareth Menezes, Netinho, Parangolé e Psirico.

 

Foto: Bahia Notícias

 

No Top 2, Salvador aparece 9 vezes, enquanto São Paulo aparece 8, Rio de Janeiro seis e Fortaleza aparece uma única vez como a segunda cidade mais ouvida de Bell Marques. 

 

As cidades de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem em alguma posição entre os 24 analisados. Já Fortaleza marca 22 vezes, Belo Horizonte em 14, e Recife aparece entre 10 artistas. A única banda que aparece com cidades diferentes que as capitais do Brasil é a Filhos de Jorge, que pontuou em Lauro de Freitas (RMS) e Feira de Santana.

 

Na lista foram contemplados todos os cantores com perfis ativos no YouTube, e fazem parte do guarda-chuva do Axé, isto é, cantores solo e bandas que cantam pagode, tocam ijexá, samba-reggae, galope e outros ritmos que integram o movimento.

 

Não foram encontrados registros de nomes importantes para a música baiana, como Saulo Fernandes, Alinne Rosa, BamdaMel. Da mesma forma que foi possível encontrar artistas em dois momentos distintos da carreira, como Durval Lelys no Asa de Águia e fora da banda, Bell Marques no Chiclete e na carreira solo, Claudia Leitte, Ivete e Léo Santana.

 

Foto: YouTube

 

A parada musical do YouTube foi lançada em 2018, e reúne os clipes e canções mais populares da plataforma. O ranking disponibilizado pelo YouTube contabiliza informações de mais de 50 países e são atualizados diariamente ou semanalmente.

 

O Bahia Notícias analisou também o Pico de View dos artistas, isto é, momento em que eles foram mais escutados. Dos 24 artistas, 18 foram mais escutados no dia 10 de fevereiro de 2024, o sábado de Carnaval em Salvador. Quatro artistas aparecem como os mais escutados do dia 31 de dezembro, são eles, Ara Ketu, É O Tchan, Filhos de Jorge e Psirico. Os únicos com marca fora do verão são Carlinhos Brown e Daniela Mercury.

 

De acordo com Jonga Cunha, músico do Mudei de Nome, estudioso do Axé e curador da exposição 'Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento', é natural que o consumo de artistas da música baiana aumente durante o verão e a temporada de festas no país.

 

“É natural que a música baiana seja mais procurada nesse período. É muito alegre, muito a cara de festa. Quando chega o verão, é natural que o consumo cresça. Aí, é igual o consumo de cerveja. É natural. Isso aí é natural. Aí não tem nem o que discutir sobre isso. É natural que os cachês melhorem, que o número de show dobre, porque quando chega o verão as pessoas ficam irresponsáveis, gastam o décimo terceiro na cerveja, na viagem, na praia, rebolando com a roupa branca que não tinha dinheiro para comprar, mas é isso”, afirma Jonga aos risos.

 

SÃO PAULO É A SEGUNDA CASA DO AXÉ?
Apesar de liderar o ranking, a São Paulo só passou a investir no Carnaval como se faz em Salvador há poucos anos. A prioridade da capital paulista era a competição do Carnaval com o Rio de Janeiro, além de manter a tradição das escolas de samba.

 

Desde 2014 a Prefeitura de São Paulo realiza o cadastro dos blocos de rua. Nessa época, o Carnaval de Salvador, nos moldes que conhecemos atualmente, já tinha 64 anos de existência.

 

Foto: Divulgação

 

Para 2025, a cidade prevê o maior Carnaval de rua da história, com 767 blocos inscritos e um contrato de R$ 27,8 milhões para o investimento na festa de rua.

 

Quando se fala em energia do Carnaval de Salvador fora da 1ª capital do Brasil, a festa que vem na cabeça é a micareta, e essa é uma história do Nordeste, já que São Paulo não é conhecida por essa tradição.

 

Foto: Divulgação

 

As mais conhecidas e populares acontecem em Fortaleza, Natal, Aracaju e Feira de Santana, cidades que aparecem no ranking onde mais se consome artistas da Bahia. Feira de Santana, inclusive, já iniciou o planejamento para a realização da festa, que em 2025 acontece entre os dias 1º e 4 de maio.

 

Belo Horizonte, que aparece no ranking, tem uma história especial com o axé. A ligação com o movimento é tão grande que em 1998 nasceu o maior festival musical de axé fechado do Brasil, o 'Axé Brasil'.

 

 

A festa se descrevia como "uma verdadeira celebração da cultura baiana", e movimentava a cultura e a economia mineira. Ao longo dos anos, a festa com apresentações de grandes nomes do movimento, como Banda Eva, Chiclete com Banana, Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Alinne Rosa, Asa de Águia, Tomate, Saulo Fernandes, A Zorra e outros. 

 

A última edição da festa aconteceu em 2014. Fora da capital, Minas consome "com vigor" os artistas do movimento. Prova disso é a festa Bloco do Urso, que acontece em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, e em 2025 conseguiu tirar Ivete Sangalo do domingo de Carnaval em Salvador, para levar a artista como a grande atração do dia.

Fundador da BaianaSystem, Roberto Barreto celebra 40 anos do Axé, mas reforça reconhecimento das raízes
Foto: Pedro Soares/ @cartaxocopia/ Ícaro Soares

Onde começa todo mundo sabe, se não sabe, precisa saber. O ano foi 1985, quando Luiz Caldas lançou o álbum Magia e deu início ao movimento Axé Music, que é em 2025 completa 40 anos.

 

Mas até que ponto é possível considerar que toda música produzida na Bahia está no guarda-chuva do Axé? 

 

O movimento musical baiano, considerado um dos mais importantes da cultura local, tinha 24 anos quando surgia uma das bandas que atualmente é considerada uma das maiores representantes da energia do Carnaval. 

 

Misturando tudo que o baiano conhece por som, de uma forma que fazia sentido aos ouvidos, o guitarrista Roberto Barreto se juntou ao baixista e produtor Marcelo Seco e ao cantor e compositor Russo Passapusso para lançar a BaianaSystem, que tem o nome inspirado na guitarra baiana de Armandinho, com o sound system da Jamaica.

 

Foto: Pedro Soares/ @cartaxocopia/ Ícaro Soares

 

E se Baiana abraça pluralidade da música, como o guarda-chuva que é o axé, onde se encaixa a banda em um cenário onde nem tudo é axé, mas também pode ser?

 

Ao Bahia Notícias, Roberto Barreto falou sobre o “rótulo” que pode ou não ser colocado na banda e afirmou que não pensa em encaixar a BaianaSystem em um único estilo, justamente pela possibilidade de ter a liberdade para explorar.

 

“Essa coisa de data é bem complicado, porque isso fica indo, vindo, tem uma referência, vai pra trás, tem uma coisa, vai pra frente, e tudo, na verdade, é dentro de uma coisa. Eu gosto sempre de falar das referências, do que se tem. Quando o Baiana surge, a gente falava de guitarra baiana, a gente falava de sound system, a gente falava de samba-reggae, de percussão, a gente falava de Ramiro Mussota, então não era nenhuma novidade, mas todo mundo estava dizendo que era uma coisa nova que estava vindo ao mesmo tempo. E a gente reverencia os mestres, tinha Roberto Mendes, tinha Jerônimo, então, a gente sempre fez referência a Dodô e Osmar”, conta.

 

Foto: Pedro Soares/ @cartaxocopia/ Ícaro Soares

 

Para Barreto, ainda é complicado definir uma data para a criação do Axé, mesmo entendendo o Magia como ponto de partida do movimento, porque desta forma podem acabar deixando de fora movimentos que ajudaram na criação do Axé.

 

“Esse disco que a gente acabou de lançar, o ‘Mundo dá Voltas’, tem Gilberto Gil, tem Antônio Carlos de Jocafe, que já faz uma Bahia antes disso, da década de 70. Essa marca que tem é importante, eu entendo porque, vamos dizer ele colocou uma coisa que se tornou nacional enquanto uma força de mercado. Mas o que se vinha fazendo antes disso, o Carlos Pitta que nos deixou agora recentemente já fazia galope e os trios elétricos já aconteciam antes disso. Tem a força e a importância do que são os blocos afro, e a referência disso já é de antes, o Ilê é de 74. Então, quando você tenta colocar uma coisa como 40 anos, eu acho que ele tem, como o Russo tem falado, é um passado que o futuro ainda não alcançou, e tem muito de passado que ainda não chegou e quando a gente fala de futuro no caso por exemplo falando de instrumento como guitarra baiana que é uma tecnologia baiana criada aqui por um preto que era um radiotécnico que criou o instrumento, então as vezes a coisa fica muito ali na coisa do tambor, que é muito forte pra gente. Mas essa coisa tecnológica, eletrônica, às vezes não é lembrada. E Dodô foi o cara que criou o instrumento e que permitiu criar o trio elétrico enquanto tecnologia. Então eu acho que tudo isso tá nessa história do que seria esses 40 anos pra trás e pra frente. Eu tô muito na coisa da volta circular do que numa coisa sequencial."

 

Para Russo Passapusso, além da importância de entender a origem e exaltar as referências, está também a necessidade de reconhecer a força da coletividade na música, como na parceria que apresentaram no FV 25 ao lado de BNegão e Marcelo D2, que pode se transformar em um show pelo Brasil.

 

Foto: André Carvalho/ BN Hall

 

“A gente acabou de passar por uma pandemia onde a gente ficava sozinhos dentro de casa e precisava do conceito, da ideia, da compreensão de todos para sair disso. Na música é a mesma coisa. A música é coletiva, é o poder, tem uma fé, uma deusa música invisível que cura todo mundo. No momento que o mercado, que as pessoas empurram a gente a fazer coisas sozinhas, a gente vê que através da comunicação, do abraço, da coletividade que se faz e que se salva. Então a mensagem não é só musical, é uma mensagem de história de vida de cada pessoa.”

 

A banda BaianaSystem já está confirmada para o Carnaval de Salvador. Russo e todo grupo puxam o tradicional Navio Pirata no Furdunço, festa que antecede o início oficial da folia na capital baiana e acontece no dia 23 de fevereiro, no circuito Orlando Tapajós (Ondina-Barra).

Marca do Carnaval de Salvador 2025 é produzida por Pedrinho da Rocha em homenagem ao Axé Music
Foto: Betto Jr./ Secom PMS

A marca do Carnaval de Salvador 2025, desenvolvida este ano por Pedrinho da Rocha, celebra os 40 anos do Axé Music. O profissional, um dos ícones da folia baiana, é responsável por grandes e importantes marcas de blocos e bandas e pela criação do abadá, em substituição às mortalhas, na década de 1990. 

 

Foto: Reprodução

 

“Para mim, é simbólico. Eu não acho que estou encerrando a minha carreira, não tenho essa visão, mas, de certa forma, é um coroamento de um trabalho que eu levei 48 anos fazendo. Estamos comemorando 40 anos de Axé e eu conheci essa galera toda. Eu acompanhei o início da carreira de Luiz Caldas. Luiz ensaiou em meu ateliê em 1983. Luiz foi o artista que deu esse start no que as pessoas chamam de Axé. Chiclete já tocava, Gerônimo, Cheiro, Luiz Muritiba. Então, é um coroamento do meu trabalho e eu me sinto muito honrado e agradecido”, contou o designer, ilustrador e publicitário.


A marca e as ilustrações que irão representar a folia este ano em toda a mídia, outdoor, paineis e anúncios contam com cores vivas e marcantes e traços autorais. “O conceito inicial da marca foi esse: ‘movimento e energia’. Eu busquei fazer uma marca que representasse movimento, pois eu acho que tem muito a ver com o Axé Music, e que tivesse uma combinação de cores que passasse essa energia que a música baiana permitiu não só para aqui, mas para o Brasil inteiro”, explicou.


Além da representação do movimento e da energia, Pedrinho também imprimiu características do seu trabalho, através da produção de uma tipologia própria e da composição da arte. 


“Cada letra tem uma composição monocromática. O “a” da palavra axé, por exemplo, tem três tons de vermelho dentro; o “x” tem três tons de verde; o “m” da palavra music tem três tons de lilás. Isso aí dá até uma elegância na tipologia. Ao mesmo tempo que é carnavalesco, aí já é uma coisa mais minha, tem uma elegância, um charme. Cada letra é como se representasse uma fantasia que eu fiz, porque se eu pego a fantasia de um bloco, geralmente eu predomino uma cor só para dar conjunto ao bloco. Cada letra é como uma síntese do que eu fiz esses anos todos”.


O presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, destaca que a marca do Carnaval, este ano, não poderia deixar de ser uma homenagem aos 40 anos de Axé Music e das contribuições do gênero para o Carnaval de Salvador neste período. “A marca tem muito movimento, muita energia, muita cor e representa muito bem a alegria, a descontração e a energia que o Carnaval de Salvador emite para o Brasil e para o mundo”.


A secretária de Comunicação da Prefeitura, Renata Vidal, afirma que a marca do Carnaval tem duas importâncias enormes. “Primeiro que, como toda marca, ela tem que trazer um DNA, contar uma história, dizer o que ela representa. Não é simplesmente uma marca gráfica, ela traz uma identidade e uma representação. Imagine a responsabilidade quando se fala de um Carnaval de Salvador, da importância da concepção dessa marca do ponto de vista representativo”, ressalta.


Ela lembra que a outra importância é que a marca do Carnaval de Salvador traz conceitos criativos que se desdobram em muitas entregas de comunicação da Prefeitura. “Tudo deve ser feito com harmonia, sendo um carnaval colorido, uma marca que está presente e veste toda a cidade, que apoia patrocinadores, que sinaliza, então ela tem realmente uma importância muito grande, ao pensar que ela se desdobra nessa necessidade que o Carnaval traz de comunicar com a população a Prefeitura e os seus serviços”, salienta.


“Filho da Folia”


Com infância nos Barris, Pedrinho da Rocha, de 67 anos, via o Carnaval na rua onde viveu. Havia Carnaval em alguns bairros do Centro em 1960, a exemplo do próprio bairro dos Barris, Nazaré, Garcia e 2 de Julho. Os trios se encontravam na Avenida Sete de Setembro, que virava um grande palco.


“Quando eu tinha 13, 14 anos, fizemos fantasia com sacos de linhagem e saímos com um cordão e uns batuqueiros, com uns dez meninos pela rua. Foi um sábado de Carnaval. Na época havia carros na avenida. Minha mãe fantasiava a gente. E nós brincávamos no meio da Avenida Sete, meninos. Tudo o que eu fiz na minha vida e que faço até hoje tem essa memória. Não que eu queira, é inconsciente”.


Ele define o Axé Music como uma forma de o baiano brincar e curtir o Carnaval. “A ideia é que todo esse mundo que a gente chama de Axé reúne vários ritmos. Dentro do que a gente chama de Axé Music há o ijexá, o samba-reggae, o frevo, o pagode, o galope e o rock, que fez parte por muitos anos do trio elétrico. Há uma ilustração que eu fiz para o Carnaval de Salvador que para mim é a mais sintética de tudo isso aí, que é um trio com um liquidificador em cima, com vários ritmos entrando e saindo em forma de Axé Music. Eu até brinco dizendo que na verdade Axé Music não é um ritmo, é só a forma com que o baiano dança ou brinca”.

"Além de ser um movimento musical, ele é social e econômico", afirma Jonga Cunha sobre o Axé Music
Foto: Divulgação

É um ritmo? É uma música? É um estilo de viver? Se refere no feminino ou no masculino? Afinal, o que é o Axé Music? Ou a Axé Music?

 

Em uma única sentença, seis perguntas foram feitas para responder à dúvida de uma nação no ano em que o movimento Axé Music completa 40 anos de existência, e neste parágrafo fica mais uma. O início a gente sabe exatamente quando foi, em 1985, do gogó de Luiz Caldas, quando entoou 'Fricote' pela primeira vez. Mas o Axé chegou ao fim?

 

Para o músico e estudioso de uma das maiores manifestações culturais da Bahia, Jonga Cunha, o axé já teve o seu momento. Mas o “fim” não significa algo ruim. Para o integrante da banda Mudei de Nome e curador da exposição “Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento”, que acontece até março na Caixa Cultural, é necessário entender o Axé como um movimento, assim como foi a Tropicália, a Bossa Nova e outros tantos que marcaram a cultura brasileira.

 

 

“O axé é um movimento. Um movimento que já passou para mim. ‘Ah, Jonga, mas, então você quer dizer que não consomem Ivete Sangalo e Samba Reggae?’ Não, eu estou dizendo que consomem, e muito. E a música baiana continua sendo a melhor do Brasil, sobretudo para festa. Mas o movimento Tropicália já passou. O movimento Bossa Nova já passou. O movimento é uma coisa, a música é outra. Então esse consumo é da música baiana. Vejo isso quando eu vejo Ivete ganhar três carnavais com o pagode, por exemplo. Isso é o pós axé. Quer dizer que é melhor ou pior? Mas o Axé é um movimento que deveria ser tombado pelo patrimônio histórico baiano e brasileiro, porque é maravilhoso, e essa música feita na Bahia, meu amigo, nunca vai parar.”

 

Com esse entendimento, o fim diz respeito apenas ao ciclo natural das coisas, mas não impede o Axé de ser lembrado, celebrado e respeitado mundialmente como uma das grandes potências da Bahia.

 

Foto: Divulgação

 

“O Axé, dentro dos últimos movimentos musicais, nos dois últimos séculos no Brasil, foi o maior, o mais importante, o que varreu o país, porque além de ser um movimento musical, ele é um movimento social e econômico, um jeito de uma cidade totalmente africana no Brasil. De se comportar, de fazer festa, de dançar, de sair no meio da rua atrás de um caminhão, vestidos com o mesmo abadá. É um jeito baiano que varreu o país durante muito tempo. Então é assim, foi um movimento musical, um movimento social, um movimento econômico, um jeito de ser do baiano que tomou conta do país de forma muito aguda.”

 

O movimento teve início em 1985, através do LP vinil Magia, de Luiz Caldas, gravado nos Estúdios WR, de Wesley Rangel (1950-2016). A produção, que conta com arranjos musicais de Carlinhos Brown e Alfredo Moura, tem na sua lista de músicas a faixa 'Fricote', que veio a se tornar uma grande polêmica no repertório do veterano pela letra. Mas, na época, era o maior sucesso da música baiana por seu arranjo diferenciado e marcante.

 

 

“Salvador, a Bahia, o Brasil, considera como a bandeira, o marco, o disco de Luiz. Como é o disco de 1969 de João Gilberto na Bolsa Nova, enfim. É a bandeira, o disco de Luiz é a bandeira de 1985. Óbvio que um dos ícones festejados e homenageados é o Wesley Rangel e a sua WR. Porque sem a WR não tinha acontecido o movimento. Nós não tínhamos condições de gravar. As pessoas têm que lembrar que lá atrás, em 1980, a gente estava num mundo analógico. A gente não tinha como gravar, não tinha estúdios no Nordeste. E os artistas entravam na fila do Rio de Janeiro e tinham sua arte totalmente vilipendiada, porque os diretores não entendiam nada de música nordestina, sobretudo baiana, essa mistura africana que nós temos aqui, com a Europa, com o Ilhas do Caribe... Eles tiravam a percussão. A gente tem vários exemplos de gente que sofreu isso, como o Lui Muritiba, etc. E fazer a WR aqui viabilizou tudo. A gente começou a gravar, as rádios daqui começaram a colocar no dia a dia das FMs e os relatórios mensais do Brasil inteiro eram dominados pelas gravadoras, menos em Salvador.”

 

Três anos depois da gravação de 'Fricote', o movimento musical baiano, que ainda não tinha nome e era tratado como uma mistura de ritmos entre samba-reggae, merengue, ijexá, frevo, toques caribenhos, forró, samba duro e pop rock, foi apelidado de forma pejorativa como Axé Music pelo jornalista Hagamenon Brito.

 

A ideia era satirizar o estilo inovador apresentado por Luiz Caldas, satirizando a música baiana e a pretensão internacional de alguns dos artistas da cena. O tiro, no entanto, saiu pela culatra, e para Jonga, será difícil superar os números do Axé.

 

 

“Salvador tinha os 10 primeiros lugares, isso é uma loucura, pirou todo mundo no Rio e São Paulo e as gravadoras começaram a vir para cá para contratar os baianos. Eu acho muito difícil um movimento, o maior de todos, maior do que o rock dos anos 1980, por exemplo, seja esquecido. A gente chegou num ponto de ter aqui 30 a 40 bandas vendendo mais de um milhão de discos por ano, durante muitos anos. Nunca aconteceu isso no mundo, sobretudo por uma cidade. É sensacional, o Axé é uma coisa sensacional. Ter passado não é nada para se entristecer, é a história da vida.”

 

Mas afinal, o que contempla o Axé Music, já que ele não se trata de um ritmo e sim de um movimento? Ao Bahia Notícias, Jonga explica que essa mescla de estilos musicais faz com que o movimento baiano seja ainda mais especial.

 

“Alguns chamam o Axé de ritmo. Como assim? Que ritmo é o Axé? Toque aí, amigo, para eu ver. Dentro desse movimento tem muitos ritmos, tem samba-reggae, pagode, galope com rock... São muitos ritmos ficando embaixo do movimento Axé. Dentro do axé está o pagode, sim, porque é um guarda-chuva de ritmos. O pagode baiano vem do samba de roda do recôncavo. Mas a gente pode considerar o reggae como parte do axé, porque foi dele que surgiu o samba-reggae. Temos os blocos afro com Ara Ketu, temos o galope de Bell Marques e o Cabelo Raspadinho, que é uma mistura de ritmos. O Axé é uma riqueza de ritmos.”

 

 

O pagode, inclusive, é um dos ritmos de dentro do axé que conseguiu mutar ao longo dos anos e se transformar em diversas outras manifestações, o que é pontuado pelo músico.

 

“O pagode ganhou uma nova roupa depois do axé, no pós-axé, que é o eletrônico. Quem faz muito bem isso é Márcio Vitor, é o ATTOOXXA, Afrocidade, EdCity. Temos o pagotrap também, que é uma mistura de rap trap com pagode, algo muito moderno e muito bom. Ivete já entendeu isso. Aí nego pode dizer, mas a letra é besta, 'macetando'. Tá, meu amigo. Não pule não. Vai lá na rua e diga para não pular. Ó, não pule essa música não, que a letra é fraca. Vai procurar seu bloco, velho. Deixa o povo pular’.”

 

 

Para Jonga, é necessário entender o ciclo da vida e não tratar a passagem de tempo como algo a se temer, especialmente quando se há qualidade na música.

 

“Não adianta você bater de frente contra o progresso e a evolução. Porque a revolução digital não mudou só a música. Mudou os hábitos também. A revolução digital mudou a vida, não ia mudar a música? Claro que mudou totalmente. É natural, tudo mudou. Não dá para sentir saudade do inviável, na questão da produção, por exemplo. Hoje, cada um tem um estúdio dentro de casa. Antes a gente ia na WR gravar a música para ouvir no rádio. O mundo mudou, então não tem como eu sentir saudade. Eu tenho saudade é de ser jovem.”

 

Ano vai, ano vem, e nos 40 anos de Axé Music, especialmente no início do ano, quando o verão pinta e a festa está prestes a começar, é a Bahia que dá o tom em todo o Brasil. O movimento é natural, e deve ser aproveitado, afinal, é esse o comportamento de uma população em uma das temporadas mais felizes do ano.

 

“É natural que a música baiana seja mais procurada nesse período. É muito alegre, muito a cara de festa. Quando chega o verão, é natural que o consumo cresça. Aí, é igual o consumo de cerveja. É natural. Isso aí é natural. Aí não tem nem o que discutir sobre isso. É natural que os cachês melhorem, que o número de show dobre, porque quando chega o verão as pessoas ficam irresponsáveis, gastam o décimo terceiro na cerveja, na viagem, na praia, rebolando com a roupa branca que não tinha dinheiro para comprar, mas é isso”, afirma Jonga aos risos.

 

Foto: Divulgação

 

Para o Axé, a fantasia já se fez eterna, mesmo que o Carnaval dure apenas 6 dias oficialmente. Podem se passar mais 40 anos, o que o 'Canto do Povo de um Lugar' continuará ecoando nos quatro cantos do mundo, porque o axé é universal. É possível saber mais sobre a história do movimento que é a cara da Bahia na exposição gratuita “Axé: A Força Sonora e Visual de um Movimento”, que segue na Caixa Cultural até 16 de março, com visitação de terça a domingo das 9h às 17h. 

 

Além da homenagem ao Axé, a exposição também faz uma homenagem a Wesley Rangel, produtor musical e fundador do Estúdio WR, principal responsável pela gravação de artistas do gênero; e Pedrinho da Rocha, designer de abadás, mortalhas e trios elétricos do Carnaval de Salvador.

"Isso é mais opressão", afirma Daniela Mercury sobre apagamento do candomblé na Axé Music
Foto: Instagram

A cantora Daniela Mercury voltou a falar sobre o movimento Axé Music e a defender o espaço das religiões de matriz africana na música baiana.

 

Convidada do Sem Censura, que está sendo transmitido de Salvador em uma edição especial de verão, a artista reforçou o apagamento sofrido pelas religiões ao longo dos anos por uma questão de poder, seja econômico, social ou político.

 

 

Para a artista, é necessário que haja o respeito e entenda o lugar das religiões para a cultura baiana, em um estado onde se tem mais de 3 mil terreiros.

 

"A gente tem que tomar cuidado sim com o apagamento, porque já houve apagamento a vida inteira. Porque a gente tá nesse lugar onde a gente tem mais de três mil terreiros de candomblé, seja lá qual tipo de música que se faça, a gente não pode fazer um apagamento, isso é mais opressão, a gente não pode deixar isso acontecer por parte de ninguém."

 

O jornalista James Martins completou o discurso da cantora: "Se você toca um agueré, não importa se você fala de Jesus, aquela música está evocando orixá".

 

Todo debate teve início após a polêmica envolvendo Claudia Leitte e a substituição do nome de Yemanjá por Yeshua na música 'Caranguejo (Cata Caranguejo)'. 

 

Outros artistas também se pronunciaram sobre o assunto durante a passagem pelo Sem Censura. Ivete Sangalo, por exemplo, criticou a falta de respeito com as religiões e afirmou que as pessoas sabem da importância, mas preferem fazer vista grossaJá Brown saiu em defesa da situação e afirmou que o Axé é ecumênico e tem espaço para todas as manifestações.

Carlinhos Brown sai em defesa da liberdade na Axé Music: "O axé é ecumênico, cabe tudo"
Foto: TV Brasil

O cantor, compositor e músico Carlinhos Brown saiu em defesa da liberdade da Axé Music durante a participação no 'Sem Censura', que está sendo transmitido diretamente de Salvador em uma edição especial de verão.

 

Em entrevista à Cissa Guimarães, o Cacique falou sobre a ligação da música baiana com a espiritualidade e pontuou a importância de entender que no movimento Axé Music, tudo é bem-vindo.

 

 

Brown, que já tinha defendido Claudia Leitte na polêmica que ganhou as redes sociais, ainda lembrou que no início do Axé, os artistas não eram permitidos a usarem alguns instrumentos do candomblé, em respeito à religião.

 

"Eu vi várias discussões aqui sobre a força do axé. O axé é ecumênico, cabe tudo. O axé canta de tudo. Claro que houve um tempo em que não éramos permitidos pelo candomblé de usar atabaques ou fazer cânticos de fundamento, que foi respeitado até o momento que foi permitido. Isso, porque a umbanda tinha se resolvido", afirmou.

 

O discurso teve o apoio de Sarajane, que era um das convidadas: "A própria espiritualidade disse que tinha que abrir o caminho".

 

Para o artista, o importante é que haja respeito entre as religiões. "A umbanda já é um movimento ecumênico muito à frente, porque ele é brasileiro e junta tudo... Olha que sou da cultura jeje. A espiritualidade nos ensinou a nos respeitar e todas as coisas a gente tem como gratidão".

 

O debate sobre a religião dentro da Axé Music teve início após a polêmica envolvendo Claudia Leitte e a mudança na letra de 'Caranguejo (Cata Caranguejo)', onde a artista trocou o nome de Yemanjá por Yeshua.

 

No início da semana, Ivete Sangalo falou sobre o assunto após uma declaração de Tia Má. "Não posso achar que o Axé Music pode ser tratado como se fosse qualquer coisa. A gente sabe que o Axé Music é para a gente uma benção daqueles deuses que dançam quando estão na terra", disse a jornalista.

 

Para Ivete, as pessoas têm noção da importância da religião dentro do Axé, mas não querem respeitar. "Não precisa emoldurar não. Todo mundo sabe, mas se faz de maluco".

"Todo mundo sabe, mas se faz de maluco", diz Ivete Sangalo sobre respeito e relação do Axé e candomblé
Foto: Twitter

O debate sobre a Axé Music segue firme no ano em que o movimento completa 40 anos de história. Desta vez, a jornalista Maíra Azevedo, a Tia Má, foi a responsável pelo discurso que fez a reação de Ivete Sangalo viralizar nas redes sociais.

 

Convidada do Sem Censura, que está sendo transmitido diretamente de Salvador em uma temporada de verão, Tia Má falou sobre a importância de reconhecer as origens do Axé, que recebeu o nome como forma de menosprezo através do jornalista Hagamenon Brito, e foi ressignificado por aqueles que se tornaram ícones da música baiana.

 

"A gente precisa falar dos terreiros de candomblé, porque se existe axé music, que surgiu para ser depreciado, porque o axé é um termo que para a gente significa força vital [...] Então, assim, os maiores percussionistas saíam depois de tocar o rum, o pi e o lé. Depois de sair de lá, de dar os atabaques, clamando os nossos deuses na terra. Então, não posso achar que o Axé Music pode ser tratado como se fosse qualquer coisa. A gente sabe que o Axé Music é para a gente uma benção daqueles deuses que dançam quando estão na terra", afirmou Tia Má.

 

Ao fazer o comentário, Ivete Sangalo, que em outros momentos já falou sobre o respeito as religiões de matriz africana, afirmou que o que Tia Má tinha acabado de falar era algo de conhecimento público que as pessoas se negavam a entender. "Não precisa emoldurar não. Todo mundo sabe, mas se faz de maluco", disse.

 

Toda situação envolvendo a falta de respeito com as religiões de matriz africana e o movimento Axé Music teve início após Claudia Leitte substituir o nome de Yemanjá na música 'Caranguejo' por Yeshua. A cantora chegou a ser denunciada ao Ministério Público da Bahia e terá que responder judicialmente sobre a alteração, pois vem sendo acusada de intolerância religiosa.

 

Em conversa com os fãs no final de 2024, Ivete falou sobre a relação dela com a espiritualidade. Sem citar uma religião específica, a artista disse ter uma conexão forte com Deus. A artista, que é batizada na Igreja Católica e afirma ter uma relação forte com religião de matriz africana, já foi atacada após visitar um terreiro de candomblé em Salvador.

 

 

 

"Eu sou católica por batismo, minha mãe, meu pai, mas eu tenho uma relação gigantesca, por exemplo, com religião de matriz africana, que a minha música vem daí. Eu tenho um respeito máximo e uma simpatia muito grande, porque eu tenho muitos amigos, pessoas que fazem trabalhos de uma generosidade, e esse poder espiritual de fé."

Luiz Caldas celebra 40 anos do álbum “Magia” com show no MAM 
Foto: Fred Pontes

O cantor Luiz Caldas celebrou quatro décadas do álbum “Magia”, que marcou o início do movimento Axé Music, com um show especial no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA) no último domingo (19). A apresentação, realizada no mesmo dia em que o cantou celebrou 62 anos, contou com um repertório que revisitou os grandes sucessos do disco e outras canções marcantes da carreira do artista.
 

Em cima do palco, Luiz Caldas apresentou sucessos como “Eu Vou Já”, “Magia” e a canção “Só Você”, originalmente de Fábio Jr., que ganhou nova interpretação na voz do cantor baiano. O evento reuniu o público para reviver clássicos que fizeram história no cenário musical.

 

 

 

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Em entrevista à Antena 1, Vina Calmon fala sobre desunião na Axé Music: “O ego acaba destruindo muita gente”
Foto: Antena 1

A cantora Vina Calmon integra a nova geração do movimento Axé Music, ou como especialistas gostam de falar, a era pós Axé. Em meio às comemorações dos 40 anos de uma das maiores marcas baianas, a artista, que vive uma nova fase da carreira, fala sobre como enxerga o mercado atualmente.

 

Em entrevista a Antena 1, Vina, que segue carreira solo desde a saída do Cheiro de Amor em março de 2024, afirmou que vê uma desunião na cena motivada pelo ego. 

 

“Eu acho que a gente precisa se unir mais. A gente precisa se unir mais, muito mais. Os artistas mesmo se apoiarem. Eu acho que eu entendo que partindo desse princípio as coisas vão começar a mudar com certeza para melhor. E a gente pode, sim, fazer essa mudança porque talento nós temos de sobra. Então é inquestionável o talento que a Bahia tem, nossa cultura é muito forte, eu visto essa camisa.”

 

Para a artista, é importante que a música não seja vista apenas como um negócio para que ela consiga prosperar.

 

“A gente precisa entender que existe espaço para todo mundo, cada um tem o seu brilho, isso conta também, isso vale para empresários, artistas, isso não é só para os artistas em si, no meu ponto de vista eu enxergo dessa forma. [...] Quem é visionário e vê o seu negócio com a visão a longo prazo, esquece ruídos pequenos, bobagens, sabe? Ego, o super ego acaba destruindo muita gente, muitos negócios, e isso a gente não pode colocar à frente de tudo. Eu estou falando sobre o meu ponto de vista. Eu enxergo dessa forma, eu sinto dessa forma, e eu acho que nós podemos mudar isso, só depende de nós”, afirmou.
 

Realce: Marca baiana inova ao retratar o Carnaval através da moda com sofisticação e glamour 
Fotos: Reprodução/Instagram

Com criações que embelezam a folia, adornadas por paetês, lantejoulas e materiais que brilham sob as luzes do Carnaval, a Realce nasceu em 2017 da paixão do soteropolitano Victor Portela pela maior festa popular do Brasil. O nome da marca, inspirado na icônica música de Gilberto Gil, traduz não só o desejo de exaltar o brilho da moda, mas também a energia vibrante do Carnaval, que, para Victor, é uma celebração da liberdade e da criatividade.

 


Fundada em 2017, a Realce traz peças inspiradas no Carnaval | Foto: Divulgação

 

Sob o lema “gente é feita para brilhar”, a Realce ultrapassa as fronteiras do Carnaval e se firma como uma marca que traduz momentos especiais durante todo o ano. Suas criações em tecidos como alfaiataria, que mesclam estilo e glamour, são pensadas para festas e celebrações que exigem aquele toque único de brilho, seja no Réveillon, no São João ou em eventos exclusivos.

 

Em conversa com o BN Hall, Victor recordou os primeiros passos de sua trajetória no universo da moda. “Quando era pequeno, minha mãe trabalhou na antiga Company, e eu adorava ir até a loja, me envolver com o universo de estoque, vitrine e bastidores. Eu amava a sensação de estar ali”, relembrou. Esse fascínio se fundiu à sua paixão pela folia, que também o acompanha desde os primeiros anos de vida. “Sempre fui apaixonado pelo Carnaval. Comecei a curtir desde criança, nas festas nos prédios do Campo Grande, onde assistia aos blocos passar com meus tios. Aos 12 anos, comecei a ir para a rua sozinho e a me jogar no circuito Barra-Ondina. Sempre com muita purpurina e roupas brilhantes”, afirmou.

 


Victor Portela é o nome à frente da Realce | Foto: Acervo Pessoal

 

Ele contou que o desejo de transformar aquela paixão em algo mais do que diversão durante os dias de folia nasceu como uma brincadeira, mas logo se concretizou. “Sempre estava bem vestido nas festas, de uma forma única. As pessoas começaram a me procurar para pedir dicas, e eu percebi que estava me tornando uma referência para elas. Isso me motivou a transformar meu sonho em realidade e a tirar a Realce do papel”, explicou ao BN Hall.

 

O estilista percebeu que os olhos do mercado estavam voltados para a Bahia no verão, mas faltavam roupas que refletissem a criatividade das ruas. “Queria looks de brilho e paetê, que só encontrava nas lojas de luxo dos shoppings. Então comecei a criar peças com a cara do Carnaval”, relembrou Victor, transformando essa demanda em uma grande oportunidade.

 

Com tecidos importados de Los Angeles, representando sofisticação e inovação, ele conta que começou a dar forma às primeiras criações da marca. “Trouxe tecidos únicos, de muita qualidade, para garantir conforto, algo diferente dos paetês que encontramos no Brasil, que são duros e difíceis de se movimentar. Queria algo melhor, que proporcionasse conforto sem perder o glamour. A ideia sempre foi aliar beleza e conforto, sem limitar ninguém de aproveitar a festa”, explicou.

 

Em menos de um mês, a primeira coleção da Realce foi lançada, aproveitando o embalo do Réveillon e das festas carnavalescas que se aproximavam. “Convidei algumas amigas influentes de Salvador, como Carol Peixinho e Pâmela Lucciola, para divulgar as peças. Em menos de duas semanas, já tínhamos mais de mil seguidores, o que, em 2017, era um número impressionante”, relembrou.

 


Victor Portela ao lado da amiga e influenciadora digital Carol Peixinho | Foto: Acervo Pessoal

 

O ponto de virada da marca veio ao aceitar um convite para participar de um pop-up de Carnaval na Casa Soma, no Rio de Janeiro. “Quando cheguei ao Rio, não sabia exatamente o que me aguardava. Fui de forma bem humilde. Era uma feira de Carnaval, onde só participavam estilistas voltados para esse segmento. Eu nem sabia que existia esse mercado! Quando abri minha mala, as reações foram incríveis. As pessoas logo compraram várias peças. Foi um sucesso imediato, algo que abriu muitas portas para mim”, contou.

 

Com mais de sete anos de trajetória, a marca tem ganhado cada vez mais destaque, vestindo grandes personalidades em diversas ocasiões importantes. Celebridades como Sabrina Sato, Letícia Colin, Camila Queiroz, Fernanda Paes Leme e Preta Gil são algumas das figuras que já brilharam com as criações da Realce.

 


Carol Peixinho, Camila queiroz e Lore Improta são algumas das personalidades que já vestiram Realce | Fotos: Divulgação

 

Em comemoração aos 40 anos do Axé Music, a marca lançou uma coleção especial, inspirada pelos grandes sucessos do movimento que revolucionou a música baiana. “A Realce é Bahia e o Axé é a alma do nosso estado. Não poderíamos deixar de celebrar essa data importante, trazendo peças que homenageiam os clássicos da nossa folia”, destacou Victor. A coleção, que mistura o legado do Axé com a moda contemporânea, apresenta cortes modernos e versáteis, pensados para proporcionar conforto e liberdade de expressão. As peças são inspiradas no ritmo da Timbalada, no Chiclete com Banana de Bell Marques e na força do Olodum.

 


"Axé Music" traz peças peças inspiradas no ritmo da Timbalada | Fotos: Divulgação

 


A coleção também traz uma homenagem a Bell Marques | Fotos: Divulgação

 


O Olodum também foi inspiração para a coleção | Fotos: Divulgação

 

Às vésperas da maior festa popular do país, a Realce se prepara para lançar, no final deste mês de janeiro, a segunda parte da coleção “Axé Music”. Esta nova fase traz peças inspiradas no universo das flores, com referências à música “Flores”, sucesso da Banda Eva eternizado na voz de Ivete Sangalo, e à canção “Margarida Perfumada”, da Timbalada. A marca também apresentará a linha “Realce Tropical”, com roupas criadas em parceria com a renomada marca baiana de cosméticos Avatim, que se prepara para lançar a linha “Desfrutar”.


 
“É muito bom ver o quanto essa nova coleção tem sido bem recebida. O Carnaval vem aí, nossa data mais aguardada, e a expectativa é alta. A Realce estará presente também no Rio de Janeiro. Será uma verdadeira loucura, mas estamos prontos, sempre focados em levar nossa energia e brilho para mais pessoas, com conforto e glamour”, concluiu. 

 

As peças da Realce podem ser encontradas no site oficial da marca, através do Instagram e/ou fisicamente na loja Miranda Estúdio, localizada no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

 

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Após capoeira, Jerônimo afirma que Axé Music deve compor material pedagógico na Bahia
Foto: Leonardo Almeida / Bahia Notícias

 

Após a sanção da Lei Moa do Katendê, que protege e incentiva a capoeira nas instituições de ensino da Bahia, em novembro de 2024, o governador Jerônimo Rodrigues propôs, nesta sexta-feira (10), a adesão das referências históricas do Axé Music no material pedagógico das escolas baianas. 

 

Em evento de lançamento do "Verão Axé 40", projeto cultural do Governo do Estado para promover a cultura baiana durante a alta temporada, o governador afirmou que o projeto será estudado após o Carnaval. 

 

 “Vamos estudar agora e, depois logo no carnaval, eu vou querer a ajuda de vocês para ajudar a gente a montar um edital um edital com as diversas ações de como o Axé pode entrar no projeto pedagógico das escolas da nossa rede estadual. Isso não vai ser o governador, nem a Secretaria de Educação que vai desenhar isso, tem que ter especialistas sobre isso”, afirma. 

 

Jerônimo sugeriu ainda a criação de um projeto que “prolongasse” a comemoração do aniversário do Axé. “O que é que nós podemos prolongar os 40 anos para não ficar um dia, para não ficar um ano? Foi assim que fizemos com a Capoeira, fiz uma comenda. O que é que pode ser feito ainda em 2025 e sei lá, abrir, lançar uma década sobre o axé”, comenta.

 

Especialmente sobre a capoeira, o governador ressalta que o processo de implementação deste tipo de projeto ocorre a longo prazo. 

 

“Não pode ser por imposição, como fizeram com a gente. A imposição de ter basquete, ou futebol. Que a capoeira seja uma opção para quem quer, para quem não conhece. E para isso a gente precisa ter estrutura. Podemos construir um ambiente de que a capoeira possa ser estimulada, inclusive pelos livros didáticos primeiramente porque a nossa escola retiraram tudo da gente para que a escola não contasse a história da gente”, ressalta.

Durval Lelys pode ser homenageado com Comenda Dois de Julho na AL-BA por “contribuição ao Axé Music”
Foto: Divulgação / Asa de Águia

O deputado estadual Euclides Fernandes (PT) realizou a preposição de Projeto de Resolução para homenagear o cantor, compositor e guitarrista Durval Lelys. O parlamentar sugeriu a entrada da Comenda Dois de Julho, a mais alta honraria da Casa, ao artista “em reconhecimento à sua significativa contribuição para a música baiana, especialmente para a difusão do Axé Music, e pela promoção da cultura e identidade da Bahia”.

 

No projeto, o parlamentar petista explicou que a preposição visa homenagear o artista e o descreveu como um “ícone cultural que, ao longo de mais de quatro décadas de carreira, consolidou-se como um dos grandes representantes da música e da alegria do povo baiano, dentro e fora do Brasil”.

 

Euclides acrescentou que Durval Lelys também é reconhecido por sua criatividade variada, que vai além da música. Ele conta que o artista foi responsável por revolucionar o Carnaval de Salvador ao criar o abadá, vestimenta que substituiu as antigas mortalhas, e trouxe uma nova identidade visual e prática para a festa. Citou ainda a teatralidade e a capacidade de Durval de dar vida a personagens icônicos, como Nero, Conde Draculino e Salvador Dalino.

 

“Neste contexto, cabe destacar que ao longo de sua carreira, Durval Lelys construiu um legado artístico que atravessa gerações, perpetuando o espírito vibrante do axé music e do Carnaval baiano. Por tudo isso, a concessão da Comenda 2 de Julho a Durval Lelys é mais do que uma homenagem, é o reconhecimento de um artista que dedicou sua vida a celebrar a identidade cultural da Bahia, elevando-a a patamares nacionais e internacionais. Seu legado, marcado pela irreverência, talento e paixão, é um patrimônio que merece ser exaltado por esta Casa Legislativa e por todo o povo baiano”, disse Euclides Fernandes.

 

Ele conta que Durval Lelys, natural de Salvador, iniciou sua trajetória artística ao fundar a Banda Pinel em 1982, mostrando desde cedo uma inquietação criativa e uma paixão por inovar. “Essa essência pioneira ficou ainda mais evidente em 1988, com a fundação da banda Asa de Águia, uma das mais emblemáticas da Axé Music. Sob sua liderança, a Asa de Águia transformou-se em um fenômeno musical, conquistando multidões e levando a Bahia para o cenário cultural mundial”, escreveu.

Axé Music ganha homenagem na Globo com edição especial do Altas Horas; saiba mais
Foto: Instagram

Os 40 anos da Axé Music serão homenageados em grande estilo na Globo. O Altas Horas gravou na quarta-feira (18) um programa especial reunindo grandes nomes da música baiana.

 

Participaram do encontro as bandas É O Tchan, Timbalada, Olodum, Companhia do Samba, além dos cantores Ricardo Chaves, Armandinho Macêdo, Daniela Mercury, Reinaldinho, Psirico, Gilmelândia, Sarajane e mais. "Um programa especial, com muita música e baianidade, em breve na TV Globo", informou o perfil da Timbalada.

 

Nas redes sociais, Serginho Groisman divulgou um registro da gravação que recebeu ainda a Orquestra Instituto Baccarelli para o 'Axé Sinfônico 40 anos". A atração vai ao ar no dia 28 de dezembro e na web, Leilah Moreno, que integra o coral do programa, se emocionou ao falar sobre o episódio.

 

"Acho que foi um dos melhores programas que a gente já fez, você não perca essa edição do Altas Horas de fim de ano, foi um das coisas mais incríveis, mais felizes. É a Bahia né gente, a Bahia tem uma magia, tem uma força, tem uma alegria, é uma coisa inexplicável e eles trouxeram essa energia para a gente. Ficou todo mundo encantado, hoje foi o dia que a gravação foi mais tarde. Geralmente a gente acaba 20h e hoje a gente foi até 22h30."

 

O movimento musical já tinha sido homenageado pela emissora em 2015. Na época, participaram do programa Claudia Leitte, Ivete Sangalo, É o Tchan, Margareth Menezes, Daniela Mercury, Durval Lelys, Bell Marques, Ricardo Chaves, Babado Novo e Mari Antunes. 

Realce lança a coleção "Axé Music" em evento que celebra a cultura baiana em Salvador 
Fotos: Reprodução/Instagram

A Realce, marca de moda comandada pelo soteropolitano Victor Portela, apresentou, na última terça-feira (17), sua nova coleção, "Axé Music", em um evento repleto de brilho. O lançamento reuniu influenciadores, personalidades e clientes fiéis na loja Miranda Estúdio, localizada no Rio Vermelho, em Salvador.

 

A coleção é uma homenagem ao movimento musical que celebrará 40 anos em 2025 e, ao longo das décadas, tem sido um dos maiores símbolos da Bahia, projetando nomes como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Bell Marques e Timbalada para o mundo.

 

Com uma proposta que mistura o legado do axé com a moda contemporânea, a coleção traz peças marcadas pelo uso de materiais como paetês, lantejoulas e outros detalhes cintilantes. Os cortes modernos e versáteis são feitos para garantir conforto e autoexpressão, permitindo que os clientes brilhem em qualquer ocasião.

 

A Realce, que já foi responsável por figurinos de grandes celebridades como Sabrina Sato, Carol Peixinho, Fernanda Paes Leme, Letícia Colin e Camila Queiroz, além de ter assinado visuais de artistas como Daniela Mercury, Preta Gil, Larissa Luz, Majur e Iza, reafirma sua missão de criar peças que exalam a energia baiana.

 

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Após endosso a crítica sobre racismo em remoção de orixás em músicas, internautas resgatam fala de Ivete sobre ancestralidade
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Após o Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, comentar sobre a retirada de nomes de orixás em músicas de axé, foi a invés dos internautas se pronunciarem sobre situação protagonizada pela cantora Claudia Leitte. No X, antigo Twitter, um vídeo de Ivete Sangalo durante o Festival de Verão 2024 voltou a repercutir entre os usuários da plataforma. 

 

No vídeo, Ivete exalta a cultura baiana e os ritmos originais. “Salve as ancestralidades que todo mundo bebe e tem que se curvar, respeitar e se aliar. Já passou do tempo de reparar historicamente esse gap horroroso da humanidade”, declarou a cantora no meio de sua apresentação de ‘Banho de Folhas’, de Luedji Luna.

 

 


“Ivete é outro nível, artista consciente da sua grandeza e do respeito à fonte que sempre bebeu em 30 anos de carreira”, comentou um internauta. “Crescer em uma coisa, depois cuspir no prato que comeu é foda! Máximo respeito a Ivete, que canta e representa o que canta”, afirmou outro. 


ENTENDA O CASO
Durante a apresentação da música ‘Corda do Caranguejo’, no Ensaio de Verão realizado no Candyall Guetho Square, a cantora Claudia Leitte teria trocado o nome de Iemanjá e substituído por ‘Yeshua’. O vídeo repercutiu nas redes sociais e chegou a ser compartilhado pelo jornalista Guga Noblat. 

 

 

 

Através de suas redes sociais, Pedro Tourinho compartilhou a importância da Axé Music, que completa 40 anos em 2025, e da origem da palavra Axé. “Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music. Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos”, escreveu o secretário. 

 

Na legenda da publicação, Tourinho acrescentou que o comentário não foi em referência a um caso isolado e a intenção não era “alimentar hate contra ninguém” e sim reconhecer a história do axé. O posicionamento do secretário teve a aprovação de artistas como Ivete Sangalo, Teresa Cristina e a banda A Mulherada. 

Secretário de Cultura de Salvador critica retirada de nome de orixás de músicas de axé: "O nome disso é racismo"
Foto: Reprodução / Instagram / Pedro Tourinho

Os 40 anos do movimento musical Axé Music tem movimentado público e cena para homenagens ao gênero, que fez história e se tornou o tom do Carnaval de Salvador, mas também tem gerado debates, como o promovido pelo Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, nesta terça-feira (17).

 

Por meio das redes sociais, o produtor cultural e escritor, que está de despedida do cargo público, falou sobre a importância das religiões de matrizes africanas para a criação do movimento Axé Music, que celebra 40 anos de história em 2025 e reforçou a necessidade do respeito a cultura negra. O posicionamento de Tourinho ganhou a aprovação de Ivete Sangalo, Teresa Cristina, banda A Mulherada e outros artistas nos comentários.

 

"Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music. Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos. O papel da cultura negra no axé music, o protagonismo dos cantores brancos, com negros na composição e na cozinha. são fatos que não podem ser contornados. Não é para se fazer caça às bruxas, mas sim fazer justiça e colocar tudo no seu devido lugar."

 

 

 

Em um trecho do texto, o secretário de cultura cita um episódio polêmico que viralizou na web no qual o nome de um orixá foi retirado de uma música, porém, não citou o nome do artista envolvido, para evitar "caças às bruxas".

 

No entanto, nos comentários, os internautas atribuíram o fato citado a Claudia Leitte, que na música 'Corda do Caranguejo' não cita mais o nome de Iemanjá, substituindo por Yeshua. Nas redes sociais, o jornalista Guga Noblat chegou a compartilhar um registro do show criticando a decisão da artista no último show. "Tirou na cara dura uma referência religiosa de matriz africana, como preza a cartilha do fundamentalista religioso".

 

 

Para Tourinho, episódios como este reforçam o racismo da sociedade, apagando a história da cultura negra e invisibilizando a religião.

 

"Homenagem ao Axé Music em 2025 têm de ser também afirmativas, trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto. Têm de remunerar também de forma equivalente todas as cores. Têm de trazer a informação da origem daquela batida, falar de Dodô tanto quanto de Osmar. Celebrar aquele momento trazendo luz a tudo e todos. Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo."

 

O produtor cultural encerra o discurso pedindo o respeito e reforçando a necessidade de dar espaço a quem é de direito. "Se é para celebrar os 40 anos do Axé Music, que seja para celebrar com respeito, fortalecendo seu fundamento, ajustando desequilíbrios, valorizando sua verdade, avançar caminhando para frente. Não podemos admitir desrespeito, apropriação e retrocesso, novamente".

 

No âmbito nacional, os 40 anos do movimento musical baiano ainda pode ser marcado pelo projeto de Lei que pede a instituição do Dia Nacional da Axé Music, uma proposta da deputada federal Lídice da Mata (PSB), que teve audiência pública realizada em novembro pela Comissão de Cultura.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, a deputada falou sobre a importância do reconhecimento nacional do movimento musical, que completa 40 anos em 2025 e é responsável por dar o tom do Carnaval de Salvador, e a necessidade do reconhecimento do país da grandeza do Axé para a cultura nacional.

Margareth, Daniela Mercury, Brown e outros cantores exaltaram importância da Axé Music lembrando músicas históricas
Foto: Filipe Araújo / Ministério da Cultura

"Imagina só que loucura essa mistura. Alegria, alegria, é um estado que chamamos Bahia". A afirmação, feita pela ministra Margareth Menezes, durante audiência pública realizada na Comissão de Cultura da Câmara na última quarta-feira (27),  pode ser pinçada como um resumo dos múltiplos significados e da importância da Axé Music para a cultura brasileira, aspectos que foram debatidos e destacados no encontro. 

 

A ministra e cantora foi mais uma voz a dar seu depoimento na reunião realizada na Câmara. A audiência contou com a participação de diversos expoentes desse movimento não apenas musical, mas também de resistência contra a opressão e de luta contra o racismo, a desigualdade e a intolerância. 

 

A audiência pública foi requerida pela deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que é autora do PL 4187/2024, que institui o Dia Nacional da Axé Music, da Compositora e do Compositor Musical Brasileiro. Se a proposta for aprovada nas duas casas do Congresso, a data em homenagem à Axé Music será comemorada no dia 17 de fevereiro.

 

Foram muitos os depoimentos dados na audiência sobre a história e as inspirações que permitiram a construção de um estilo musical que se impôs, se tornou conhecido em todo o mundo e agora busca reconhecimento, após 40 anos desde que surgiu na Bahia. Resultado da fusão da sonoridade africana dos blocos com outros ritmos, como reggae, samba e rock, a Axé Music recebeu esse nome em 1987, dois anos depois do lançamento da música "Fricote", do cantor e compositor Luiz Caldas, considerado o marco inicial do movimento.

 

"A Bahia nos dá régua e compasso, como disse Gilberto Gil, pra que gente ter a consciência de quem a gente é, reconhecendo de onde a gente vem, e traçar o nosso futuro independente das diferenças de pensamento, porque o Brasil é essa diversidade, e agente precisa se respeitar dentro desse contexto", disse a ministra Margareth Menezes. 

 

Participaram da audiência, de forma presencial ou via remota, nomes como Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Sarajane, Márcia Short, Robson Moraes (Banda Mel), Rafael Barreto (Banda Jammil), além do presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues. Segundo Carlinhos Brown, os fundadores e propagadores da Axé Music são "Carnaval e responsabilidade 365 dias do ano". 

 

Gerônimo, anunciado pela deputada Lídice com a frase "nessa cidade todo mundo é d´Oxum", também se pronunciou na audiência e ressaltou a importância dos primeiros discos dele para a concretização do axé como movimento musical. Gerônimo, que participou da sessão virtualmente, pediu que as rádios voltem a tocar o gênero. 

 

Sarajane, que também falou por via de vídeo, disse ter se emocionado com a audiência e discursos que destacam a força da Axé Music, e que com a forma como que o estilo se impôs se tornou muito maior e amplo do que o próprio movimento cultural e musical. "Hoje é momeno de muita felicidade, só tenho a agradecer a deputada Lídice, que é maravilhosa, assim como agradecer a nossa ministra da Cultura, que sabe qual é a essência da nossa música. Axé Music é força, é energia, é luz, é alegria", disse Sarajane.

 

Já Márcia Short falou dos tempos em que vendia acarajé com a mãe, e destacou que quando viu Margareth Menezes cantar, decidiu que seria uma estrela assim como a atual ministra da Cultura. "Criar uma data para a axé music significa afirmar para todo o Brasil a importância que legitime esta cena que colocou a Bahia num lugar de destaque no mundo", disse Márcia.

 

Também participaram da audiência os Osmar Marrom Martins e Hagamenon Brito, que cunhou o termo Axé Music, assim como Wanda Chase e o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, que afirmou que o governo Jerônimo Rodriges apoia a criação do dia 17 de fevereiro como a data para celebrar o movimento musical. "Queremos que esse movimento seja sempre lembrado, destacado, com a sua importância para nossa formação cultural, da Bahia e do Brasil", disse Monteiro.

 

Um dos depoimentos mais aplaudidos na audiência foi da cantora e compositora Daniela Mercury, que estava acompanhada da sua esposa, a jornalista Malu Verçosa. Para Daniela, a cultura é responsável pela verdadeira transformação social do país. 

 

"A cultura é um instrumento de combate à desigualdade e reforço da democracia. O Axé Music nasceu da força cultural do nosso povo, conectando música, resistência e inclusão", afirmou Daniela Mercury.

 

A cantora baiana lembrou que o gênero surgiu logo depois do fim da ditadura militar, em meados da década de 1980, e representou, naquele momento, a expressão de um povo que precisava ter voz. E, de acordo com Daniela, essa revolução aconteceu a partir dos blocos afro de Salvador, em especial o Olodum.

 

"O Canto da Cidade é um samba reggae do Olodum, cantado com rock misturado, com baixo, com bateria, que a gente ia inventar. Eu, pessoalmente, queria muito ter uma música politizada, porque eu passei 20 anos na ditadura militar, e eu queria falar da felicidade de estar na democracia, eu queria falar dessa alegria possível. Quando eu cantei: Alegria é agora, que é minha e de Pierre, é agora e é amanhã, essa é a minha fala, que declara a revolução, esta arte que arde, de um povo que invade essas ruas de clave-sol e de multidão", colocou Daniela Mercury.

 

"Bahia é mural anônimo da arte negra flor, Bahia, seu coração me provocou", cantarolou Daniela Mercury ao encerrar sua fala na audiência, ao dizer que Bahia é história e memória.
 

Daniela Mercury, Margareth Menezes, Carlinhos Brown e outros artistas debatem PL de Lídice que cria Dia da Axé Music
Foto: Edu Mota / Brasília

Exaltação da Axé Music como fenômeno musical e cultural brasileiro, reconhecimento do seu papel de elemento transformador da sociedade e para promoção da diversidade, reconhecimento da importância do movimento para fomentar a economia e a geração de emprego e renda. Esses foram alguns dos aspectos destacados sobre a Axé Music durante audiência pública relizada na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (27). 

 

A audiência foi requerida pela deputada Lídice da Mat (PSB-BA), autora do PL 4187/2024, que institui a data de 17 de fevereiro como o Dia Nacional da Axé Music. A deputada disse que essa data marca o primeiro carnaval após o lançamento da música Fricote, de Luiz Caldas, considerada a precursora do movimento da Axé Music. 

 

Luiz Caldas, conhecido como o pai da Axé Music, teve um papel fundamental nesse movimento, e deu seu depoimento na audiência, por meio de vídeo ao vivo. O cantor falou sobre a música Fricote e o começo desse movimento que ano que vem completa 40 anos.

 

"Esta canção trouxe a essência sonora de uma música feita na Bahia, ganhando ao passar do tempo do nome de Axé Music. Naquele ano de 1985, quando o LP "Magia" foi lançado, sendo o disco número 1 da Axé Music, o sucesso de Fricote já estava acontecendo pelo Brasil, começando assim uma nova forma de celebrar a alegria com um tipo de música que carrega em si a mistura de vários ritmos, estilos, sentimentos e possibilidades", disse Luiz Caldas.

 

Na audiência, marcaram presença a cantora Daniela Mercury, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o presidente da Fundação Palmares, João Jorge, o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, assim como deputados, profissionais da música, jornalistas, produtores culturais, entre outros. 

 

"Ao longo dos anos, a Axé Music se estabeleceu como um dos principais pilares da cultura baiana, impulsionando uma indústria fonográfica e um próspero mercado de entretenimento. Grandes artistas, como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Carlinhos Brown, Gerônimo, Sara Jane, entre tantos outros, ganharam projeção nacional e internacional graças ao sucesso do Axé Music. Atualmente, o movimento contribui significativamente para a economia, o turismo e a visibilidade do estado da Bahia, especialmente durante o Carnaval de Salvador, uma das maiores festas populares do mundo", afirmou a deputada Lídice da Mata. 

 

A importância da Axé Music como fenômeno cultural também foi exaltada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes. A ministra disse que para quem vive de arte e cultura, é importante ter a possibilidade de criar um marco de reconhecimento pelo trabalho de muitos, que teria começado bem antes da Axé Music.

 

"A música baiana tem, dentro da história da Música Popular Brasileira, um lugar muito especial, um lugar de muita representatividade, trazido por tantas cabeças, e a gente vai em Dorival Caymmi, a gente vai em João Gilberto, toda a geração da Tropicália, e vamos falar dos Nvos Bainaos, dos sambistas que vieram antes de nós e que inspiraram a nossa gerçlaão, para hoje podermos festejar a possibilidade de criamos um dia para homenegar a Axé Music",  colocou a ministra.

 

Margareth, que gravou seu primeiro LP em 1987, que vendeu mais de 100 mil cópias por conta do sucesso nacional da música "Faraó", destacou as ações culturais que estão sendo implementadas pelo governo federal, e salientou a força da Axé Music como manifestação artística que reflete as vivências e as lutas do povo negro.

 

“Eu me sinto muito honrada nesse momento em que estou nesse lugar de ministra da Cultura do Brasil, procurando fazer um trabalho que incorpore uma visão nacional, que saia dessa coisa muito particular que durante muito tempo as políticas culturais eram feitas, para abraçar todo o Brasil, fazer uma política que tenha essa consciência", destacou a ministra. 

 

"A Axé Music é um movimento coletivo, de muitos corações e maneiras de ver a música, muitas manieras de ver as temáticas, a histporia do povo negro que deve ser respeitada, quem não entende isso, o sofrimento que passamos e que temos, com respeito e admiração ao sangue derramado, a história foi construída sobre isso, e a nossa música fala sobre isso também, reflete a história do nosso povo negro. A Bahia é isso, nos dá a régua e compasso, como disse Gilberto Gil”, concluiu Margareth Menezes.

 

Se dizendo emocionada, a cantora Daniela Mercury relembrou o início de sua carreira, que começou praticamente junto com o início da Axé Music. Segundo Daniela, é inquestionável a contribuição dada pelo movimento para o conjunto da Música Popular Brasileira, e é esse legado e essa história que estariam sendo preservados com a criação do Dia Nacional da Axé Music. 

 

"Eu lembro que os tropicalistas, ao fazer 30 anos já estava nos livros, e o Axé ainda precisa de reconhecimento. Independente de estarmo lutando aqui por um dia em homenagem ao Axé, que é muito bem vindo e agradecemos imensamente essa ideia, eu acho que isso provoca também, nesses 40 anos, um momento de reflexão sobre a memória, sobre a história desse movimento e o quanto temos que escrever sobre ele, gerar documentação sobre ele", afirmou a cantora baiana. 

 

Daniela Mercury disse na Comissão que acredita que a cultura é um instrumento de luta contra a desigualdade. Nesse sentido, de acordo com a cantora, a audiência e o projeto de criação da data contribuem para esse movimento contra a desigualdade, pela coesão social e pelo respeito à Constituição.

 

"Na Constituição temos direito à cultura, mas esse não é um direito que está efetivao para a grande maioria. De tantos desejos que temos para esse país, que toda a cultura esteja associada à democracia, fortalecendo a democracia. A gente não consegue entender porque colegas nossos artistas não entendem a importância da democracia para a expressão dele. Expressão livre do seu desejo, do seu sonho, do que ele representa dentro da diversidade humana, das suas contribuições intelectuais. Não dá para falar em arte sem liberdade, a liberdade plena, a liberdade efetiva, de trocas, que não sejam tolhidas, que não sejam censuradas, que não sejam determinadas por ninguém", destacou Daniela.

 

 

Para Bruno Monteiro, secretário de Cultura da Bahia, as homenagens realizadas pela Câmara dos Deputados são essenciais para preservar a história, impulsionar o presente e renovar o futuro. Para ele, é fundamental lembrar da história.

 

"A história é construída sobre as referências e os trabalhos daqueles que vieram antes. Esse movimento não é apenas um ritmo musical, mas uma expressão da identidade cultural baiana, que revolucionou o carnaval e projetou a Bahia para o mundo. Valorizar essa história é fortalecer nossa sociedade”, afirmou.

 

Participando da audiência por vídeo, o cantor, compositor e percussionista Carlinhos Brown, também destacou a dimensão social do Axé Music.

 

"O Axé Music surgiu como um movimento que trouxe um novo olhar para a produção musical brasileira, transformando o carnaval e a cultura de Salvador e do Brasil”, disse o cantor e instrumentista baiano.

 

Falaram ainda na audiência a cantora Sara Jane; a jornalista Malu Verçosa Mercury; o presidente da Fundação Palmares, João Jorge; a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA); o cantor Geronimo Duarte; a deputada Benedita da Silva (PT-RJ); o jornalista Hagamenon Britto; a artista Marcia Short; o jornalista Osmar Martins; e o compositor Manno Góes. 
 

"A Bahia tem um protagonismo muito grande na MPB", diz Lídice da Mata sobre PL para instituir Dia da Axé Music
Foto: Sidnei Florencio/Bahiatursa

A deputada federal Lídice da Mata (PSB), responsável pelo projeto de Lei que pede a instituição do Dia Nacional da Axé Music, falou pela primeira vez sobre a proposta, que será assunto em uma audiência pública convocada pela Comissão de Cultura para esta semana.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, a deputada falou sobre a importância do reconhecimento nacional do movimento musical, que completa 40 anos em 2025 e é responsável por dar o tom do Carnaval de Salvador.

 

"O Dia Nacional da Axé Música vem no sentido de homenagear a música baiana. Num grande momento que foi nesse período mais recente, em que novos cantores e compositores se lançaram no espaço da música nacional. É um gênero que surgiu na década de 80 e que surge no Carnaval e lança muitos novos cantores, a exemplo daquele que foi considerado o pai da axé, que é Luiz Caldas, nós temos cantoras como Ivete Sangalo, Daniela Mercury, a própria Margareth Menezes, que se lançaram nesse período e se tornaram nomes nacionais e internacionais com esse estilo musical."

 

Para Lídice, é necessário que o país entenda a grandeza do movimento iniciado em Salvador e a importância dele para a construção da identidade brasileira. "A Bahia tem um protagonismo muito grande na música popular brasileira e esse período também precisa ser reconhecido nacionalmente como um momento importante da nossa música e da música brasileira, da música do Carnaval da Bahia e essa música que encanta multidões em todo o país", afirmou.

 

Foto: Câmara dos Deputados

 

A proposta foi apresentada no último dia de outubro pela deputada federal, que sugere o dia 17 de fevereiro como a data a ser marcada no calendário de forma oficial para celebrar o movimento musical, já que é neste mês que costuma ter início as festividades carnavalescas.

 

Na justificativa do PL n.4187/2024, Lídice pontua que o ritmo criado na Bahia "tem sido um elemento central do Carnaval de Salvador, um dos maiores e mais conhecidos eventos culturais do Brasil" e que a criação de uma data exclusiva para lembrar o movimento musical contribuirá para a valorização e preservação da Axé Music.

 

No dia 27 de novembro, às 15h30, está marcada para acontecer a reunião ordinária para debater o projeto de lei apresentado por Lídice. A audiência pública acontecerá no Anexo II, Plenário 10, em Brasília.

 

Para o encontro, foram convidados os secretários de Cultura da Bahia e de Salvador, Pedro Tourinho e Bruno Monteiro, o secretário de Turismo Maurício Bacellar e a ministra da Cultura Margareth Menezes.

 

É esperada também a participação de Ivete Sangalo, Durval Lellys, Luiz Caldas, Manno Góes, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, além do empresário Paulo Borges e dos jornalistas Osmar Martins e Hagamenon Britto.

Comissão de Cultura convoca audiência pública para debater criação do Dia Nacional da Axé Music
Foto: Divulgação/ Secom

A Comissão de Cultura convocou uma audiência pública para debater o projeto de lei apresentado pela deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que sugere a instituição do Dia Nacional da Axé Music e a criação do Dia Nacional da Compositora e do Compositor Musical Brasileiro.

 

A reunião ordinária está marcada para acontecer no dia 27 de novembro, às 15h30, no Anexo II, Plenário 10. Para o encontro, foram convidados os secretários de cultura da Bahia e de Salvador, Pedro Tourinho e Bruno Monteiro, o secretário de turismo Luís Maurício Bacellar e a ministra da cultura Margareth Menezes.

 

É esperada ainda a participação de Ivete Sangalo, Durval Lellys, Luiz Caldas, Manno Góes, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, além do empresário Paulo Borges e dos jornalistas Osmar Martins e Hagamenon Britto.

 

No projeto de lei apresentado por Lídice no dia 31 de outubro, a ideia era de ter o dia 1º de fevereiro como a data a ser marcada no calendário de forma oficial para celebrar o movimento musical, já que é neste mês que costuma ter início as festividades carnavalescas.

 

A data, no entanto, aparece modificada dentro do documento submetido pela deputada e a sugestão é de que o dia 17 de fevereiro seja marcado como o Dia do Axé.

 

Na justificativa do PL n.4187/2024, Lídice pontua que o ritmo criado na Bahia "tem sido um elemento central do Carnaval de Salvador, um dos maiores e mais conhecidos eventos culturais do Brasil" e a criação da data "contribuirá para a valorização e preservação da Axé Music como uma manifestação cultural vital".

 

Já a proposta para a instituição do “Dia Nacional da Compositora e do Compositor Musical Brasileiro”, foi feita por Lídice em dezembro de 2023. 

40 anos do Axé Music será tema do Carnaval 2025 do Governo do Estado, revela secult
Foto: Reprodução Redes Sociais

As quatro décadas de criação do axé music será o principal tema do Carnaval de 2025 na Bahia. O ritmo carnavalesco baiano foi o tema escolhido pelo Governo do Estado para o festejo momesco na capital e em outras cidades que celebram a festa. A informação da escolha do estilo musical como homenageado foi revelada pelo secretário estadual de cultura, Bruno Monteiro, nesta segunda-feira (4). 

 

Questionado pela reportagem do Bahia Notícias sobre ações e iniciativas para o movimento musical, o titular da Secult apontou que variadas atividades ao tema serão realizadas ao decorrer do verão baiano, entre dezembro e março. 

 

“Os 40 anos da Axé Music serão celebrados como tema do carnaval de 2025 do Governo do Estado, também com as nossas ações de verão ao longo de todo o processo, desde dezembro até março. Nós teremos muitas atividades relacionadas a isso, porque nós entendemos que a valorização do Axé Music, dos seus 40 anos, é uma valorização essencialmente da cultura baiana. A Axé Music ajudou a construir uma forma de expressão cultural na Bahia, ajudou a criar uma identidade muito própria para o nosso carnaval, que também se constituiu muito como ele é hoje a partir da Axé Music, e nós queremos valorizar não só aqueles grandes artistas, que até hoje estão aí, que marcam a história, mas também tantos outros artistas que ao longo desses 40 anos cantando, compondo, dançando, construíram essa identidade tão baiana. [...]”, anunciou Monteiro. 

 

O secretário indicou ainda que a homenagem é uma forma de preservar a cultura e tradição baiana. 

 

“Nós faremos desse verão e desse carnaval um momento de celebração dessa história, como fizemos os blocos dos 50 anos dos blocos afro esse ano, porque nós entendemos que essas homenagens são uma forma essencial de salvaguardar a nossa tradição cultural para que as atuais e futuras gerações tenham contato com essa história e valorizem a nossa trajetória cultural tão relevante", completou. 

Projeto de Lei pede instituição do Dia Nacional da Axé Music; saiba mais
Foto: SECOM

Os 40 anos da Axé Music podem ser celebrados com a instituição do Dia Nacional da Axé Music, projeto de lei que foi levado para a Câmara dos Deputados para o reconhecimento de um dos principais movimentos musicais da cultura brasileira.

 

A proposta foi apresentada no último dia de outubro pela deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), que sugere o dia 1º de fevereiro como a data a ser marcada no calendário de forma oficial para celebrar o movimento musical, já que é neste mês que costuma ter início as festividades carnavalescas.

 

Na justificativa do PL n.4187/2024, Lídice pontua que o ritmo criado na Bahia "tem sido um elemento central do Carnaval de Salvador, um dos maiores e mais conhecidos eventos culturais do Brasil". A deputada cita nomes como Luiz Caldas, considerado o pai do Axé, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Asa de Águia, Psirico e Léo Santana como destaques da geração.

 

De acordo com Lídice, a criação de uma data exclusiva para lembrar o movimento musical "contribuirá para a valorização e preservação da Axé Music como uma manifestação cultural vital e um símbolo de identidade e resistência da cultura baiana, celebrando também sua rica história e seu impacto contínuo na cultura e na música brasileira".


Em agosto deste ano, a deputada fez o requerimento de audiência pública para debater a instituição do Dia Nacional do Axé Music. A baiana indicou como nomes a serem ouvidos os cantores Durval Lellys, Luiz Caldas, Manno Góes, além dos jornalistas Osmar Martins e Hagamenon Britto, e dos secretários de turismo, Luís Maurício Bacellar e de cultura, Bruno Monteiro.

 

No âmbito municipal, o vereador André Fraga apresentou o projeto de indicação nº 210/2023 o reconhecimento do Axé como patrimônio imaterial. Na justificativa, o edil pontuou que tal ação contribuiria para a "salvaguarda de uma parte importante da identidade soteropolitana".

 

De acordo com o vereador, o reconhecimento valoriza não só a herança cultural de Salvador, como também seu impacto na formação da identidade nacional brasileira. O pedido foi protocolado em setembro de 2024 e a situação dele na Câmara Municipal de Salvador é "Aguardando Designação do Relator".

Saulo e Luiz Caldas falam de possível expansão de show juntos e comentam sobre protagonismo do Axé Music em 40 anos
Fotos: Victor Hernandes / Bahia Notícias

Em 2025, o axé music, segmento da música baiana, que embala o carnaval de Salvador e de muitas outras micaretas Brasil afora, completa 40 anos de criação. Dentro deste tempo, o ritmo 100% baiano passou por diferentes transformações, marcas, histórias e distintos momentos. 

 

Pai e precursor de todo este movimento musical, Luiz Caldas, comentou, durante entrevista ao Bahia Notícias, sobre o protagonismo do axé durante os festejos de 4 décadas. Ao lado de Saulo Fernandes, o artista observou também acerca do local de sua “cria” e de como deveria ser o olhar daqueles que produzem, apoiam e contratam o ritmo para o próximo ano. 

 

“Na vida existem locais, lugares, e na arte, principalmente, existem lugares de destaque. Quando eu digo lugares de destaque, é quando uma música sua faz sucesso. Não queira, todo ano a mesma coisa, porque esse lugar de destaque é de todos. Ele gira, ele roda. Então, o que eu vejo no Axé Music, é a mesma coisa que eu vejo no rock, no samba. São estilos de música que existem, e quem quiser fazer disco, joga duro, que é muito bom”, disse o músico à reportagem do BN. 

 

O bate papo aconteceu após o show “ Luiz Caldas & Saulo”, nesta sexta-feira (18), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. Na ocasião, Luiz Caldas conversou com a equipe do Bahia Notícias e contou também sobre a possibilidade de expandir o show intimista em dupla. 

 

“Esse projeto, desde o início, está em expansão. Ele só faz expandir. Porque a gente adora tocar para as pessoas e a gente se gosta muito, a gente se respeita muito. E há uma admiração mútua do nosso som, isso é fora de série. Então é sempre bom tocar com ele [ Saulo Fernandes]. A gente vai estar sempre crescendo”, revelou o instrumentista. 

 

Saulo por sua vez comentou sobre o movimento em que o espetáculo é produzido e do passeio musical que faz com Luiz Caldas. 

 

“O repertório está em movimento também Lula. O repertório fica em movimento o tempo todo. A gente vai trocando de coisas. A gente faz um cancioneiro brasileiro e vai botando umas coisas ali. Vai para Minas Gerais, faz uma coisa, vem para aqui, faz outra coisa. A gente adora fazer, é uma alegria”, celebrou Fernandes.

 

25ª edição do Festival de Lençóis celebrará 40 anos do Axé Music; veja programação
Foto: Divulgação


A 25ª edição do Festival de Lençóis inicia as celebrações pelos 40 anos do Axé Music com um show que reúne Daniela Mercury, Luciano Calazans, Ricardo Chaves, Márcia Freire e Gerônimo Santana. O evento aberto ao público, que acontece no fim de semana dos dias 10 e 12 de outubro, na Chapada Diamantina, promete uma homenagem ao movimento musical nascido no Carnaval da Bahia e consagrado no Brasil e no mundo. 


Luciano Calazans, instrumentista e maestro, estará à frente de um concerto com releituras de sucessos do Axé. Ele será acompanhado por uma banda de 12 músicos, que incluirá sopros, cordas, percussão, bateria, guitarra e teclados. No repertório, canções como “Taba”, “Frenesi” e “Canto ao Pescador”.


“Me sinto convidando a mim mesmo para dividir o palco com três baluartes da música baiana [...] Então, o que o público contemplará é minha mais pura reverência a esses três eternos ídolos e, hoje, amigos!”, declara Calazans ao comentar sobre o show,


Márcia Freire, uma das convidadas, também expressou sua satisfação em participar das comemorações. “Nos sentimos emocionados com essa homenagem e por estar neste evento que já é consagrado, onde as pessoas vão poder curtir a música, a arte e as outras atrações que vão estar presentes, além de curtir essa cidade linda”.


Confira a programação completa


Quinta-feira (10/10)
19h: Filarmônicas
20h20: Samantha Tosto
21h45: Homenagem aos 40 anos do Axé Music - Luciano Calazans convida Ricardo Chaves, Márcia Freire e Gerônimo
00h: Sambaiana


Sexta-feira (11/10)
19h: Família Grãos de Luz e Griô
20h20: Duo Nalú
21h45: Marcelo Falcão
00h: Jau


Sábado (12/10)
19h: Marcel Jaques
20h20: Melly
21h45: Daniela Mercury
00h: Banda Zion


O evento, que há 25 anos movimenta a economia local, é realizado pela Pau Viola Cultura e Entretenimento, com o apoio de patrocinadores e do Governo do Estado da Bahia.

 

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Carlinhos Brown revela origem de 'instinto inovador' e celebra o movimento da Axé Music: "Tem repertório para 100 anos"
Foto: @philmakerr

O ano de 2025 será ainda mais especial para o Carnaval de Salvador. Isso porquê, a Axé Music, um dos gêneros que dão o tom e a cara da festa completará 40 anos. Para Carlinhos Brown, um dos grandes representantes da cena, as quatro décadas de um movimento cultural mostra a potência e a importância do Axé para a cultura baiana.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, o artista, que é sempre lembrado pelo instinto inovador e que já fez da avenida um verdadeiro caldeirão de misturas, levando até mesmo o rock n' roll para o Carnaval, o Axé não precisa provar para quem tem dúvida se ele ainda existe.

 

Brown cita o repertório do movimento como uma prova de que ele já se fez eterno, tanto na música quanto para quem consome o produto final.

 

Foto: @philmakerr

 

"Axé Music é um movimento que tem repertório, a gente não precisa nem mais gravar coisa porque a gente tem repertório para 100 anos. A gente se renova com o Carnaval, quando nasce o Carnaval renasce o Axé, mas renasce num sentido de que essas músicas fazem parte do inconsciente coletivo e da alegria pessoal. Então o que é que a gente rebusca? Encher-se de novo, esvaziar-se para encher e encher de alegria", afirma.

 

Quanto a própria carreira, Brown explica de onde vem o instinto inovador que o persegue, afinal, foi assim que o cantor deixou a marca na música baiana com a criação da Timbalada em 1991, e no próprio Carnaval com a idealização do Arrastão da quarta-feira de Cinzas.

 

"É uma inquietude. Vamos dizer que é não aceitar-se um pouco. Isso é sucesso? Não, sucesso é você, verdadeiramente ter capacidade criativa, e o Carnaval cobra de você criatividade, e, como vamos dizer, me deram a corda para realizar isso, eu me coloco em um lugar assim. Eu gosto de fazer as músicas, gosto de participar com as pessoas, mas tem uma coisa em mim que é inquieta. Eu gosto do início. Eu gosto de arriscar. Eu gosto de fazer o que não foi feito."

 

Foto: @philmakerr

 

Longe de Salvador, o artista mostrou um pouco da inquietude dele com o Bahia Day, evento promovido pelo Esporte Clube Bahia em Manchester, que marca o início da temporada do Manchester City no primeiro jogo em casa e que chegou a 2ª edição em 2024.

 

Para Brown, o evento é mais uma prova de como a Bahia consegue exportar a cultura sem perder a essência e fazer com que nomes daqui se conectem com o resto do mundo, e tem potencial de se tornar uma grande marca da cultura baiana e do Esporte Clube Bahia na Europa. 

 

"Eu tô fazendo uma coisa na Inglaterra que chama Bahia Day, já estamos no segundo ano. Imagina o que isso vai virar? Por enquanto é um palco pequeno sabe, não dava para levar todo mundo, mas esse ano já conseguimos levar o Olodum. Vamos dizer o que isso vai acontecer em 20 anos? Ali perto, tem um Carnaval em Londres que é o de Notting Hill, que é um carnaval do Caribe. E eles querem muito essa expertise de camarote, de como levar para rua, como relacionar-se com as marcas, e eu acho que nós temos essa preparação melhor de como levar esse conhecimento para internacionalizar o Carnaval."

 

Foto: Heber Barros

 

O Cacique acredita que esta é uma forma de passar o ensinamento aos europeus e a outros povos que tenham interesse em aprender como se fazer a maior festa de rua do mundo. 

 

"É uma responsabilidade da Bahia, o nosso tempo e os nossas experimentações formatou em nós um profissionalismo muito eficiente, desde de uma construção de um artista a algo que seja importante. É uma ação social sim, tudo que nós fazemos na Bahia, por mais que algumas coisas levem tickets e outras não, porque tudo tem um custo, mas a conjunção e a coesão social é o que mais leva a Bahia é longe." 

'Erro meu', diz Caetano Veloso após não ter citado Luiz Caldas em entrevista
Foto: Reprodução / O Globo

Após contestações de admiradores da música baiana, o cantor e compositor Caetano Veloso utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (22) para explicar porque não citou o "pai do axé music", Luiz Caldas, em uma entrevista cedida para a TV Globo em que falou sobre o Novo Baiano Moraes Moreira, morto na última semana em decorrência de um infarto fulminante. 

 

Numa publicação no Instagram, o irmão de Maria Bethânia compartilhou duas fotos em companhia do intérprete de "Fricote" e escreveu: "Pessoas que amam Luiz Caldas tanto quanto eu, reclamaram de, ao celebrar a trajetória de Moraes Moreira em entrevista ao Fantástico, eu não ter citado o genial feirense, figura fundamental na história do carnaval baiano". "Se não falei em Luiz é erro meu", explanou Caetano, dizendo que a entrevista em questão foi longa e que sabia que a mesma seria editada.

 

Caetano aproveitou a postagem para tecer elogios ao feirense, nascido no bairro do Tomba e que saiu da cidade natal ainda jovem em mudança para Vitória da Conquista. "Moraes é o pai de tudo na história do axé, mas Luiz é seu primogênito e expandiu os domínios do progenitor para espaços amplos no mapa e na alma do Brasil", finalizou.

 

Veja a publicação de Caetano:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Pessoas que amam @lcpcaldas no mínimo tanto quanto eu, reclamaram de, ao celebrar a trajetória de #MoraesMoreira em entrevista ao Fantástico, eu não ter citado o genial feirense, figura fundamental na história do carnaval baiano. Dei uma entrevista longa sabendo que seria editada. Se não falei em Luiz é erro meu. Moraes é o pai de tudo na história do axé, mas Luiz é seu primogênito e expandiu os domínios do progenitor para espaços amplos no mapa e na alma do Brasil. ?????????? . ???? Ouça a canção “É Tão Bom” na #PlaylistDoCaetano no @spotify (link nos stories) ???? . #CaetanoVeloso #LuizCaldas #UnsProduções

Uma publicação compartilhada por Caetano Veloso (@caetanoveloso) em

Bandana evoca a altivez do axé music e desfila no Circuito Dodô
Foto: Divulgação

A banda Bandana se apresentará pela segunda vez no carnaval de Salvador, nesta quinta-feira às 23h, no Circuito Barra-Ondina.  O público que acompanhar o desfile vai reviver canções da história do ritmo baiano, bem como músicas atuais. Para os integrantes do grupo, o Axé Music demarca o encontro de culturas e referenciais que transitam entre o local e o global. O grupo nasceu em 2003, na capital baiana, com o desejo de dar continuidade à altivez da Axé Music da Bahia. Os integrantes da banda tocam o que eles sempre gostaram de ouvir e que influenciou muito na musicalidade de cada componente. A principal reverência é feita ao Chiclete com Banana, principal influência dos artistas.

 

Sobre serem comparados aos ídolos, Michel Firmo, vocalista e líder da banda diz que se sente bem. “Isso não me preocupa e tampouco atrapalha nosso trabalho; ocorre justamente o contrário, muitos artistas que foram comparados com seus ídolos, hoje dividem público e até já dividiram o mesmo palco com eles, como Dominguinhos e Luiz Gonzaga, Claudinha Leite e Ivete Sangalo, Jorge Vercilo e Djavan, Marcelo Nova e Raul Seixas, Britney Spears e Madonna e Maria Rita e Elis Regina (inevitável), e até a Bandana e o Chiclete Com Banana", diz o vocalista relembrando que em uma Micareta em Teresina no Piauí, a banda teve a honra de tocar com o Chiclete.

Letieres Leite critica validade do Axé e confessa ter 'calafrios' com ‘novos ritmos’
Foto: Divulgação
Diante da abertura do Carnaval de Salvador para outros ritmos e da sobre uma suposta crise no axé music, o maestro Letieres Leite acredita que o problema surgiu com o nascimento do próprio axé. "A indústria, desde o início, projetava algo que ia ser descartável, que tinha um formato extrativista. Não entenderam o papel das revoluções rítmicas e das manifestações culturais", comentou em entrevista à revista Muito.

Para ele, funciona como se o ritmo tivesse um prazo de validade. "Você não precisa fazer um grande cálculo matemático para saber que se você só retira, em algum momento, vai faltar. Não houve renovação", acrescentou.
 
Ao comentar a história e o quadro atual do axé, o maestro destaca que ela não deve ser vista como um ritmo ou gênero. "Não existe. Posso afirmar categoricamente. Qualquer ritmo que você cite no axé music tem origem numa linha ancestral. Se você fizer uma música cujo toque seja o ijexá, ela estará ligada ao candomblé, assim como o samba reggae tem sua história. Todos esses ritmos foram postos no mesmo cesto e passaram a ser denominados axé. Não é possível dizer 'vou ali tocar um axé', enfatizou.

Apesar das críticas, o maestro admite que a própria Orkestra Rumpilezz, sob sua regência, se apropria dessas matrizes, que nas palavras dele são "patrimônio da diáspora negra" que resultou na música baiana e das Américas. "Quando ouço alguém falar no novo ritmo do verão, sinto calafrios", confessou.
Caetano e Gil homenageiam vozes negras do início da axé music em show no Palco Viva
Dupla cantou no TCA neste domingo (16) | Foto: João Franco / Divulgação.
“Nossa gente”. Foi com essa frase que Caetano Veloso encerrou ao lado amigo e parceiro Gilberto Gil a apresentação que fizeram na noite desse domingo (16) no palco do Teatro Castro Alves, como parte das gravações do especial “Globo de Ouro - Palco Viva Axé”, que presta homenagem aos 30 anos da axé music. “Nossa Gente” é o título oficial da música mais conhecida como  “Avisa Lá”, canção lançada em 1992 pelo Olodum composta por Roque Carvalho e imortalizada na voz de Germano Meneghel (morto em 2011), posteriormente regravada por muitos artistas baianos e nacionais. Mas parecia que a “Nossa Gente” a quem Caetano se referia eram os seis músicos do Olodum que acompanharam os pais da Tropicalia durante o show, no mais nobre palco da capital baiana, em uma referência a musicalidade de blocos e artistas negros, que deram às células rítmicas base para a “música de carnaval baiana” que originou a axé music. A gravação no TCA foi rápida: bastaram dois takes para Caetano, Gil e os músicos do Olodum gravarem a versão oficial, que vai ao ar em uma das seis apresentações que serão exibidas a partir do dia 19 de outubro no canal fechado VIVA. Já na primeira, todos pareciam estar em casa, apesar de, segundo informações de bastidores, Caetano não ter participado dos ensaios. Nem precisou. “Ficou bom assim, né? Vamos lá, então.Agora, para valer”, disse Gilberto Gil ao fim do primeiro take, praticamente um ensaio ao vivo. E o público se animou ainda mais, nem parecendo que tinham acabado de ouvir a mesma.
 
                Sozinho, Caetano cantou "Meia-Lua Inteira", composição de Carlinhos Brown | Foto: João Franco / Divulgação.

Antes, Caetano também entrou sozinho para cantar outro sucesso da axé music, composto por outra voz negra da música baiana: “Meia-Lua Inteira”, gravada em 1989 no disco “Estrangeiro” pelo próprio Caetano e composta pelo, à época, ainda desconhecido - em nível nacional - Carlinhos Brown, que foi percussionista de Caetano nesta época. A música ganhou destaque nacional por meio da trilha da novela “Tieta”, que ainda tinha outro integrante da axé music, Luis Caldas, cantando o tema de abertura do folhetim da TV Globo. Assim como aconteceu em “Nossa Gente (Avisa Lá)”, dois takes foram suficientes para a gravação. No primeiro, a voz de Caetano chegou a apresentar algumas falhas e o público - e o próprio Caetano - não parecia tão empolgado, com a plateia mais preocupada em tirar ‘selfies’ do que curtir o show. O próprio Caetano parece ter percebido isso e, após uma entrada apenas com um sorriso discreto, saldou o público que o aguardava. “Muito bom ter vocês aqui. Vamos ter que fazer de novo, porque minha voz não ficou muito boa e também tiveram umas falhas na tela (com a letra). Mas acho que ainda lembro dela", disse, arrancando risadas do público. Na segunda tentativa, o santamarense de 73 anos mostrou vitalidade de menino e contagiou o público presente no TCA. A produção liberou e a maioria do público do TCA (que ocupava apenas a parte de baixo do teatro) foi para frente do palco, tirar mais fotos e ‘selfies’ com Caetano ao fundo, mesmo com os pedidos da produção para não tirar fotos durante a apresentação. Caetano Veloso e Gilberto Gil voltam a cantar juntos em Salvador, dessa vez em show completo, ainda em 2015, em data e local a confirmar, como parte de sua turnê “Caetano & Gil - Dois Amigos, Um Século de Música". A turnê estreia no Brasil, após shows pelo exterior, nos próximos dias 21 e 21 de agosto, em São Paulo.

Veja como foi a apresentação de "Nossa Gente (Avisa Lá)", com Caetano Veloso, Gilberto Gil e músicos do Olodum:

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Afinal, quantos ovos você come? O Cacique parece estar bastante interessado no assunto. Mais do que isso: mostrou que sabe tudo de conta! Enquanto isso, tem gente economizando ao invés de comprar um guarda-roupa novo. Mas sem salvação mesmo está nosso Cunha, que decidiu entrar numa briga de gigantes. Outro clima bom é pros lados de Camaçari. Acho que o único no paraíso por enquanto em solo baiano é Ronaldo do Buzu. Saiba mais!

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"A partir deste momento acho que iremos falar a mesma língua para que a gente possa em conjunto ajudando o clube".

 

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