"Isso é mais opressão", afirma Daniela Mercury sobre apagamento do candomblé na Axé Music
Por Redação
A cantora Daniela Mercury voltou a falar sobre o movimento Axé Music e a defender o espaço das religiões de matriz africana na música baiana.
Convidada do Sem Censura, que está sendo transmitido de Salvador em uma edição especial de verão, a artista reforçou o apagamento sofrido pelas religiões ao longo dos anos por uma questão de poder, seja econômico, social ou político.
Para a artista, é necessário que haja o respeito e entenda o lugar das religiões para a cultura baiana, em um estado onde se tem mais de 3 mil terreiros.
"A gente tem que tomar cuidado sim com o apagamento, porque já houve apagamento a vida inteira. Porque a gente tá nesse lugar onde a gente tem mais de três mil terreiros de candomblé, seja lá qual tipo de música que se faça, a gente não pode fazer um apagamento, isso é mais opressão, a gente não pode deixar isso acontecer por parte de ninguém."
O jornalista James Martins completou o discurso da cantora: "Se você toca um agueré, não importa se você fala de Jesus, aquela música está evocando orixá".
Todo debate teve início após a polêmica envolvendo Claudia Leitte e a substituição do nome de Yemanjá por Yeshua na música 'Caranguejo (Cata Caranguejo)'.
Outros artistas também se pronunciaram sobre o assunto durante a passagem pelo Sem Censura. Ivete Sangalo, por exemplo, criticou a falta de respeito com as religiões e afirmou que as pessoas sabem da importância, mas preferem fazer vista grossa. Já Brown saiu em defesa da situação e afirmou que o Axé é ecumênico e tem espaço para todas as manifestações.