Carlinhos Brown sai em defesa da liberdade na Axé Music: "O axé é ecumênico, cabe tudo"
Por Redação
O cantor, compositor e músico Carlinhos Brown saiu em defesa da liberdade da Axé Music durante a participação no 'Sem Censura', que está sendo transmitido diretamente de Salvador em uma edição especial de verão.
Em entrevista à Cissa Guimarães, o Cacique falou sobre a ligação da música baiana com a espiritualidade e pontuou a importância de entender que no movimento Axé Music, tudo é bem-vindo.
Brown, que já tinha defendido Claudia Leitte na polêmica que ganhou as redes sociais, ainda lembrou que no início do Axé, os artistas não eram permitidos a usarem alguns instrumentos do candomblé, em respeito à religião.
"Eu vi várias discussões aqui sobre a força do axé. O axé é ecumênico, cabe tudo. O axé canta de tudo. Claro que houve um tempo em que não éramos permitidos pelo candomblé de usar atabaques ou fazer cânticos de fundamento, que foi respeitado até o momento que foi permitido. Isso, porque a umbanda tinha se resolvido", afirmou.
O discurso teve o apoio de Sarajane, que era um das convidadas: "A própria espiritualidade disse que tinha que abrir o caminho".
Para o artista, o importante é que haja respeito entre as religiões. "A umbanda já é um movimento ecumênico muito à frente, porque ele é brasileiro e junta tudo... Olha que sou da cultura jeje. A espiritualidade nos ensinou a nos respeitar e todas as coisas a gente tem como gratidão".
O debate sobre a religião dentro da Axé Music teve início após a polêmica envolvendo Claudia Leitte e a mudança na letra de 'Caranguejo (Cata Caranguejo)', onde a artista trocou o nome de Yemanjá por Yeshua.
No início da semana, Ivete Sangalo falou sobre o assunto após uma declaração de Tia Má. "Não posso achar que o Axé Music pode ser tratado como se fosse qualquer coisa. A gente sabe que o Axé Music é para a gente uma benção daqueles deuses que dançam quando estão na terra", disse a jornalista.
Para Ivete, as pessoas têm noção da importância da religião dentro do Axé, mas não querem respeitar. "Não precisa emoldurar não. Todo mundo sabe, mas se faz de maluco".