Após endosso a crítica sobre racismo em remoção de orixás em músicas, internautas resgatam fala de Ivete sobre ancestralidade
Por Redação
Após o Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, comentar sobre a retirada de nomes de orixás em músicas de axé, foi a invés dos internautas se pronunciarem sobre situação protagonizada pela cantora Claudia Leitte. No X, antigo Twitter, um vídeo de Ivete Sangalo durante o Festival de Verão 2024 voltou a repercutir entre os usuários da plataforma.
No vídeo, Ivete exalta a cultura baiana e os ritmos originais. “Salve as ancestralidades que todo mundo bebe e tem que se curvar, respeitar e se aliar. Já passou do tempo de reparar historicamente esse gap horroroso da humanidade”, declarou a cantora no meio de sua apresentação de ‘Banho de Folhas’, de Luedji Luna.
“Ivete é outro nível, artista consciente da sua grandeza e do respeito à fonte que sempre bebeu em 30 anos de carreira”, comentou um internauta. “Crescer em uma coisa, depois cuspir no prato que comeu é foda! Máximo respeito a Ivete, que canta e representa o que canta”, afirmou outro.
ENTENDA O CASO
Durante a apresentação da música ‘Corda do Caranguejo’, no Ensaio de Verão realizado no Candyall Guetho Square, a cantora Claudia Leitte teria trocado o nome de Iemanjá e substituído por ‘Yeshua’. O vídeo repercutiu nas redes sociais e chegou a ser compartilhado pelo jornalista Guga Noblat.
Através de suas redes sociais, Pedro Tourinho compartilhou a importância da Axé Music, que completa 40 anos em 2025, e da origem da palavra Axé. “Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music. Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos”, escreveu o secretário.
Na legenda da publicação, Tourinho acrescentou que o comentário não foi em referência a um caso isolado e a intenção não era “alimentar hate contra ninguém” e sim reconhecer a história do axé. O posicionamento do secretário teve a aprovação de artistas como Ivete Sangalo, Teresa Cristina e a banda A Mulherada.