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Fernando Duarte

Artigos

Carlos Pignatari
Conhecimento, Renda e Conexões: O caminho para incluir produtivamente mais brasileiros no mercado
Foto: Divulgação

Conhecimento, Renda e Conexões: O caminho para incluir produtivamente mais brasileiros no mercado

Segundo dados do IBGE de 2022, temos no Brasil mais de 67 milhões de pessoas em situação de pobreza. Um problema que requer ações eficientes em várias frentes, incluindo políticas voltadas para educação e a geração de empregos e renda. De acordo com a ONU, a ODS8 tem o objetivo de promover o desenvolvimento das atividades produtivas que forneçam trabalho digno à população e os dados nos mostram que devemos colocar em pauta a criação de projetos que auxiliem a população, impulsionando o ecossistema para melhores oportunidades de trabalho e renda. 

Multimídia

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM

“A Bahia tem uma malha ferroviária decadente que foi feita para não funcionar”, diz presidente da CBPM
Alvo de críticas há anos, a qualidade da malha ferroviária do estado da Bahia voltou à tona nesta segunda-feira (29), quando o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, fez duras críticas às linhas, em especial à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), a classificando como “decadente”.

Entrevistas

Ivanilson Gomes aponta crescimento do PV para disputa eleitoral na Bahia e vê "saldo positivo" na federação com PT e PCdoB

Ivanilson Gomes aponta crescimento do PV para disputa eleitoral na Bahia e vê "saldo positivo" na federação com PT e PCdoB
Foto: Divulgação
Passado o período da janela partidária, as legendas começam a projetar a disputa eleitoral de 2024 com as definições de candidaturas pelos quatro cantos da Bahia. E não é diferente no Partido Verde (PV), comandado no Estado por Ivanilson Gomes. Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente estadual avalia a robustez do partido para a eleição.

Equipe

Fernando Duarte

Foto de Fernando Duarte

Jornalista formado pela Universidade Federal da Bahia. Trabalhou nos jornais Tribuna da Bahia e A Tarde, além do site Bahia Todo Dia e nas rádios Tudo FM e Vida FM. Apresentou ainda o programa "Isso é Bahia", uma parceria entre o Bahia Notícias e o Grupo A Tarde, na rádio A Tarde FM. É colunista político e comanda o podcast "Projeto Prisma".

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Últimas Notícias de Fernando Duarte

Opinião: Lupi usa Ana Paula Matos como "menina dos olhos" e Bruno Reis terá desafio de reduzir tensão com PDT
Foto: Mauricio Leiro/ Bahia Notícias

A vice-prefeita Ana Paula Matos segue em alta conta no PDT. Depois de ser alocada no partido e ter conquistado uma vaga como candidata a vice de Ciro Gomes na corrida presidencial de 2022, a vice de Bruno Reis em Salvador tem um papel crucial no processo político envolvendo o futuro do PDT na Bahia e os rumos que a legenda deve tomar após 2024. Principalmente após o estranhamento entre o presidente estadual da sigla, Félix Mendonça Jr., e o grupo ao qual Bruno integra, mas ainda se mantém sob a batuta do ex-prefeito ACM Neto.

 

Apesar da história de proximidade entre os Mendonça e os Magalhães ser de outrora, há muito tempo o PDT na Bahia permaneceu na zona de influência do PT, especialmente nos anos "dourados" do lulismo, encerrados abruptamente com o impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Os pededistas, então, tentaram alçar voos sem a sombra do petismo e o exemplo mais explícito desse movimento nem chegou perto da Bahia. Foi as duas disputas entre Ciro Gomes e os petistas Fernando Haddad, em 2018, e o próprio Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Ciro e seu temperamento peculiar, dispararam sucessivos petardos que, inclusive, alimentaram a máquina antipetista que levou a extrema direita ao poder por quatro anos. Agora, já em Lula III, o dirigente maior do partido, Carlos Lupi, protagonizou a reaproximação e ganhou direito até a um ministério.

 

E o que Ana Paula Matos tem a ver com tudo isso? Pedetistas e ex-pedetistas fizeram e fazem um movimento constante para que Félix Jr. siga o adesismo típico dos "governos de colisão" e abandone o barco a que se juntou oficialmente em 2020 para retornar ao seio petista na Bahia. Em resumo: anseiam e externam o tempo inteiro que o mais correto é que o PDT marche em 2026 ao lado do projeto do PT na Bahia - e até mesmo no Brasil, a depender do desempenho de Lula e os desdobramentos do próximo xadrez majoritáro nacional. A vice-prefeita se torna, portanto, um dos bastiões do PDT a manter vínculos fincados com o grupo de ACM Neto e Bruno Reis, algo muito maior, por exemplo, que o próprio Leo Prates, deputado federal e que flerta com a esquerda ao mesmo tempo em que se declara fiel escudeiro do amigo e ex-prefeito de Salvador.

 

Para além de manter Ana Paula na vice, Bruno terá que movimentar as peças muito bem para que, reeleito, consiga deixar saciados os apetites do PDT e dos filiados que controlam a legenda e que, por enquanto, ainda pendem mais para o lado não petista da balança política baiana. A vinda de Lupi, na última sexta-feira, para mais uma vez reafirmar que Ana Paula é o nome do partido nessa concertação eleitoral é um detalhe nesse grande teatro político em que há o interesse maior em ser governo, independente de qual esfera e de quanto contraditório posssa parecer. Isso passa até por promessas para que, em 2026, os pededistas ganham uma das quatro cadeiras majoritárias que entrarão em disputa. Em um universo com possibilidades menos restritas do que no último pleito, Félix Jr., pode se tornar uma peça nessas disputas por poder e Bruno Reis terá que usar a lábia desde agora para distender o relacionamento que não vive em céu de brigadeiro.

 

Aos olhares menos atentos, talvez a vice fosse apenas uma figura sem tanta expressividade política, dado o fato de nunca ter sido testada sozinha nas urnas. Porém a ascensão de Ana Paula e a forma como ela conseguiu atrair a atenção dos caciques partidários de uma sigla na qual ela se filiou aos 45 minutos do segundo tempo em 2020 mostram que ela não é desprezível na construção das alianças. Em Salvador, ela já está em uma situação confortável. No plano estadual, pode partir dela a manutenção do PDT no arco de alianças do grupo político de ACM Neto. Estão nas mãos dela e também de Bruno Reis as ferramentas para controlar arroubos pró-PT entre os pededistas. E, convenhamos, não houve motivação racional que justifique uma ruptura entre as legendas na capital baiana e até mesmo na Bahia.

Opinião: Oposição usa “cidade de papel” para atacar Bruno Reis, mas prefeito sobrevive às primeiras chuvas
Foto: Divulgação

Fechada a primeira quinzena de abril, quando historicamente Salvador lida com fortes chuvas, o prefeito Bruno Reis ganhou o direito de respirar ligeiramente aliviado. Afinal, mesmo com diversos percalços e a cidade acumulando muita chuva em um curto espaço de tempo, não houve mortes e grandes desastres. É certo que a oposição tentou se aproveitar da situação, como era natural de acontecer, porém a imagem do prefeito não chegou a ficar desgastada excessivamente. E olha que as chuvas ainda não cessaram.

 

O impacto das águas dos céus como as registradas na capital baiana seria um calcanhar de Aquiles para o prefeito em um ano eleitoral. No entanto, a Defesa Civil passou no teste e com certo nível de louvor. O sistema de monitoramento das zonas de risco emitiu alertas e a população não ficou exposta como em anos anteriores. Dentro da perspectiva histórica das construções irregulares e dos acidentes geográficos que compõem a cidade, é algo a se comemorar.

 

Entretanto, não deixou de ser interessante ver que, ao tratar do assunto, Bruno Reis não escondeu a tensão que envolvia o tema. Tanto que os adversários martelaram que a cidade não teria preparo para a chuva em mais de uma oportunidade - e com múltiplas vozes. De alguma forma, pareceu um esforço concentrado e orquestrado para tentar fazer com que a versão “cidade de papel” vingasse e o prefeito tivesse que lidar com o ônus de uma capital que enfrenta dificuldades quando chove muito em pouco tempo.

 

Para o azar desses adversários, as águas de março que emendaram abril não provocaram nenhuma grande tragédia até aqui, o que diminuiu os riscos dessa temática impactar negativamente na gestão do prefeito. Isso não quer dizer que não existam riscos até outubro, mas pelo menos o período que é considerado mais complicado tradicionalmente não houve um arranhão muito forte na imagem de Bruno Reis. O virtual “caos” foi momentâneo e, ainda que seja algo que atinja diretamente a população, há tempo suficiente para que eventuais ranhuras sejam corrigidas.

 

Problemas com as chuvas são o tipo de tema mais simples de serem comunicados, tal qual outros calos da gestão pública, como a segurança pública, por exemplo. Só que esse segundo assunto é transferido tradicionalmente para o governo e as forças de segurança, então dificilmente estará em debate no pleito de outubro. Já outros temas, como desafetação de terrenos para venda e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) sem debate, apesar de serem relevantes, não são palatáveis para o grande eleitorado, o que dificulta a atuação da oposição.

 

Ainda assim, é possível identificar digitais de adversários políticos no processo de manter acesas as desafetações e a revisão não feita do PDDU na esfera pública. É um esforço especialmente para atingir as camadas que anteriormente eram conhecidas como “formadoras de opinião”. Trata-se de uma estratégia conhecida e que, em outras oportunidades, funcionou para pressionar o gestor que prefere não arriscar a própria imagem numa corrida eleitoral. Vencendo as fortes chuvas, talvez esses assuntos sejam um chuvisco para Bruno Reis.

Focado em alçar suplentes para cadeiras na Câmara, PT teria descartado nome de Vilma Reis para vice de Geraldo Jr
Foto: Bahia Notícias

Entre os altos e baixos da bolsa de apostas sobre quem será o candidato - ou candidata - a vice na chapa encabeçada por Geraldo Júnior (MDB) para a prefeitura de Salvador, o nome da socióloga e ativista de direitos humanos Vilma Reis passou a ser cogitado de forma mais frequente nos bastidores da política baiana nas últimas semanas.

 

Apesar de o próprio vice-governador Geraldo Júnior já ter citado Vilma como potencial nome para ocupar o posto em sua caminhada soteropolitana, informações apuradas pelo Bahia Notícias dão conta que o movimento não deve prosperar. Em 2022, Vilma Reis foi a candidata do PT mais votada em Salvador com pouco mais de 35 mil votos. Ao todo, a militante recebeu 60.949 votos da população baiana.

 

Fontes ligadas ao PT baiano revelaram que o foco do partido é fazer duas suplentes assumirem temporariamente mandatos em Brasília, inclusive Vilma Reis. A movimentação seria feita com as licenças dos deputados petistas Zé Neto e Waldenor Pereira que devem disputar as prefeituras de Feira de Santana e Vitória da Conquista, respectivamente.

 

Os parlamentares não precisam, obrigatoriamente, se licenciar dos gabinetes na Câmara dos Deputados, mas internamente é do interesse do partido que os suplentes tenham um "gostinho" do mandato, além da formação de uma "bancada feminina". Dentro da federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), os três primeiros suplentes são do PT: Josias Gomes, Elisangela Araújo e Vilma Reis.

 

O primeiro foi beneficiado com o mandato em Brasília já que o titular da cadeira é Afonso Florence, atual secretário da Casa Civil de Jerônimo Rodrigues na Bahia. Assim, com a licença dupla dos federais, a atual secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Elisangela Araújo, e a militante petista Vilma Reis assumiriam os cargos na capital federal.

 

Caso o cenário seja concretizado, Elisangela e Vilma se juntam a Ivoneide Caetano, deputada eleita pelo PT em 2022, ampliando a bancada feminina do partido. Entre as mulheres a federação tem, ainda, a deputada Alice Portugal, eleita pelo PCdoB.

 

PT AGUARDA JERÔNIMO PARA INDICAÇÃO

Com o nome de Vilma praticamente descartado, a indefinição está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

PT aguarda “parecer” de Jerônimo para indicar vice de Geraldo Jr. em Salvador
Foto: Joá Souza/ GOVBA

A indefinição sobre a vaga de vice na chapa a ser liderada pelo vice-governador Geraldo Jr. (MDB) na disputa pela prefeitura de Salvador em 2024 está sob compasso de espera do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Fontes que acompanham a negociação confirmaram ao Bahia Notícias que a vaga será ocupada pelo PT e que, até o momento, Jerônimo já teria descartado entre cinco e seis nomes.

 

Durante as últimas semanas, o movimento para que o PT completasse a chapa foi intensificado especialmente pelo entorno do MDB e do próprio Geraldo Jr., que entende a necessidade de engajamento da militância petista para conseguir criar corpo na candidatura. A mobilização é tanta que já não são analisados nomes de outros partidos, pois foi transferido o ônus final da escolha a Jerônimo, tal qual aconteceu com a indicação do próprio vice-governador para encabeçar a chapa na capital baiana.

 

Houve uma espécie de namoro entre Geraldo Jr. e o PSB para que a deputada Lídice da Mata viesse a ocupar a cadeira de vice. A ex-prefeita de Salvador, todavia, teria descartado completamente a hipótese e, então, aceitado assumir como uma das coordenadoras da campanha do emedebista na corrida pelo Palácio Thomé de Souza.

 

O PSB chegou a tentar emplacar o vereador Silvio Humberto no posto, mas o próprio Geraldo Jr. e o MDB teriam optado por não prosseguir com as negociações. O edil, inclusive, é tido como um dos pivôs do entrave interno à filiação do ex-deputado Igor Kannário, cujo destino político não está integralmente selado após a executiva municipal do PSB entrar em rota de colisão com os interesses do vice-presidente estadual da legenda, Rodrigo Hita.

 

Questionados sobre um prazo para a definição de quem será o vice de Geraldo Jr., os interlocutores têm tangenciado, deixando a responsabilidade para o governador, que ainda não se manifestou publicamente sobre o tema - e, internamente, segue na busca de um nome de consenso e que não traga complicações no quebra-cabeças estadual e até federal.

Queda de braços com Bruno Monteiro teria motivado saída de Luciana Mandelli do IPAC; entenda
Foto: Reprodução / YouTube / Salvador FM

A exoneração de Luciana Mandelli da diretoria geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) nesta quarta-feira (17) não foi uma mera formalidade ou mudança de rumos da instituição. A saída dela teria como pano de fundo uma queda de braço travada contra o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, em que Mandelli acabou perdendo no duelo de forças internas do governo e do próprio PT.

 

O "embate" já se arrastava há meses dentro da gestão Jerônimo Rodrigues (PT) e, conforme apurado pelo Bahia Notícias, nos bastidores a ala política da gestão avaliou não ser possível continuar com os dois no "mesmo local", ja que o IPAC é um órgão subordinado à Secult.

 

Uma fonte ligada a Jerônimo revelou que teria pesado a favor do secretário a boa relação construída com o governador, além de sua proximidade com o senador Jaques Wagner (PT). De acordo com o interlocutor, Luciana Mandelli teria criado um "clima de tensão" para tentar desestabilizar politicamente a força de Monteiro - em diversas oportunidades, o chefe da Secult foi alvo de fogo amigo, dentro da própria pasta, e, há algum tempo, bastidores apontavam uma ascendência de então diretora do IPAC no processo.

 

Antes da exoneração desta quarta, a reportagem já havia apurado que a ex-diretora tentou articular uma troca de cadeiras para ser alçada ao posto de secretária de Cultura com uma eventual ida de Bruno Monteiro para a Secretaria de Comunicação do Governo. A hipótese chegou a circular em tom de "fofoca", mas não houve avanço no processo. Ainda asim, ela teria continuado com as investidas.

 

Apesar da saída do IPAC, Mandelli deve ser realocada na estrutura estadual e pode passar a ocupar uma diretoria na Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), atualmente comandada por Elisangela Araújo.

Opinião: Precisa-se de um vice petista para dar algum impulso a Geraldo Jr. em Salvador
Foto: Thuane Maria/GOVBA

Era janeiro quando as últimas insurgências petistas ainda questionavam a escolha única de Geraldo Jr. para representar a base aliada do governador Jerônimo Rodrigues em Salvador. Já naquele momento, destacávamos a necessidade quase imperativa do vice do vice-governador ser alguém do PT. Agora, com o afunilamento após o fim do período de filiações, o movimento para que haja um petista na chapa parte também do entorno de Geraldo Jr. - ainda que de maneira bem discreta.

 

O nome da vez é do ex-vereador Moisés Rocha. Militante antigo e que há algum tempo não teve votos suficientes para se manter na Câmara, ele é uma opção para tentar mobilizar o chão de fábrica do PT, algo imprescindível em uma campanha que tende a não ter tanto brilho. Antes dele já circularam outros nomes, a exemplo da secretária Fabya Reis, que se manteve no primeiro escalão e caiu na bolsa de apostas, mas que não foi descartada tecnicamente por não ter se desincompatilizado, pois o prazo seria junho.

 

O PT tem um número grande de opções para além desses citados. O problema é tornar esse nome palatável para Geraldo Jr. e para os eleitores sem parecer forçado. Quanto mais houver demora nesse processo, maior a chance da aliança camarão se concretizar, com a cúpula petista garantindo o apoio público e o "corpo" migrando para outra alternativa. Naturalmente seria o PSOL e Kleber Rosa, mas depende muito da condução da campanha, visto que é a primeira vez que esse grupo tem uma janela de oportunidade tão escancarada. Fazer os ajustes para evitar uma maior desidratação da candidatura do vice-governador desde agora é algo que deveria ser prioridade. No entanto, não é isso que se vê com a ausência de movimentos palpáveis da base aliada em Salvador.

 

Lógico que há um esforço de comunicação para transformar Jerônimo no grande eleitor de Geraldo Jr. na eleição de outubro. Tanto que a aprovação do chefe do Executivo estadual ganhou manchetes e foi usava pelos aliados para contrapor o favoritismo de Bruno Reis na busca pela reeleição. Entretanto, aprovação não significa transferência de votos, vide as boas avaliações de Rui Costa e os resultados em 2016 e 2020 na capital baiana. Se em 2022 Geraldo Jr. foi uma tentativa de transformar Jerônimo competitivo em Salvador, agora tentam o caminho contrário, numa equação complexa demais até para os mais experientes analistas políticos.

 

Achar um vice ou uma vice para Geraldo Jr. é um desafio extra a ser vencido pela base aliada do governo em Salvador. O fato de Bruno Reis já estar encaminhado com a manutenção de Ana Paula Matos também contribui para pressionar o entorno da candidatura governista para agilizar a indicação da composição da chapa do emedebista. Se for um quadro do PT, menos chance de fragorosa derrota na capital baiana. Caso contrário, não vai adiantar apostar apenas em Jerônimo como transferidor de votos ou no fato do vice-governador ser papagaio de pirata nos atos estaduais.

PSB entra em guerra interna após crise envolvendo filiação de Kannário; entenda
Foto: Reprodução / Câmara dos Deputados

“Voto pouco, minha eleição primeiro”. É assim que interlocutores resumem a batalha envolvendo a filiação do ex-deputado federal Igor Kannário ao PSB, feita sem alarde no último sábado (6), apagar das luzes do prazo para disputar as eleições 2024. De um lado, dirigentes insatisfeitos e que articulam o cancelamento da ficha de filiação. Do outro, o vice-presidente estadual da sigla, Rodrigo Hita, pré-candidato a vereador e grande artífice da chegada do artista ao ninho socialista.

 

A figura controversa e a forma como a filiação foi conduzida, sem a anuência da executiva municipal do PSB, têm sido as razões utilizadas para justificar o não endosso para que o ex-vereador tente voltar à Câmara agora sob a égide do socialismo - até 2022, Kannário foi vinculado à direita soteropolitana depois de sucessivas alianças com ex-prefeito ACM Neto e com o atual gestor de Salvador, Bruno Reis.

 

Nomes históricos do PSB manifestaram a insatisfação e teriam ameaçado publicar uma carta aberta, com críticas à chegada do novo correligionário. A insatisfação cresceu e uma reunião da executiva soteropolitana foi convocada para debater o cancelamento da filiação, realizada nesta quarta-feira (10). No entanto, o lado pró-Kannário - leia-se Rodrigo Hita - tenta manter o artista a qualquer custo como integrante do quadro de membros da sigla, apesar da indicação da direção municipal pela desfiliação.

 

Por trás da guerra está o potencial de votos de Kannário e a chance do partido fazer duas ou até três cadeiras na Câmara de Salvador, assegurando a tão sonhada vaga para Hita, depois de tentativas frustradas de lograr êxito nas urnas. A conta, todavia, não teria levado em consideração um nome cuja cadeira vem sendo mantida há três eleições e que, sejam confirmadas apenas duas vagas, pode ficar de fora: Silvio Humberto. O vereador, entretanto, não se pronunciou sobre o tema.

 

A batalha interna ganhou outros contornos quando a informação de desfiliação veio à público. Hita defende publicamente que não houve uma decisão da executiva municipal nesse sentido e que, nesta sexta (12), um novo encontro, agora com a presidente estadual do PSB, deputada federal Lídice da Mata, deve bater o martelo favorável a Kannário. A presidente municipal da sigla, Cássia Magalhães, não falou com a imprensa e o próprio Hita tem se apresentado como interlocutor para garantir a manutenção de Kannário no quadro de filiados.

Opinião: Fim da janela e dos prazos de filiação e desincompatibilização marca início de novos debates para eleições
Débora Régis no União é um exemplo da dança das cadeiras | Foto: Instagram

Encerrados a janela partidária e os prazos para filiação e desincompatibilização, os caciques políticos encerram a parte mais trabalhosa de uma eleição, a formação da base das listas proporcionais. Fora uma surpresa ou outra, como a migração de Igor Kannário para a base aliada de Jerônimo Rodrigues, não dá pra dizer que essa reta final fugiu do esperado. As legendas cumpriram seus papeis para atrair potenciais candidatos a vereador - e também a prefeito - sem grandes traumas, na maioria dos casos.

 

Talvez o episódio mais tenso desse período tenha sido a filiação da vereadora Débora Régis, de Lauro de Freitas, ao União Brasil. Um dos principais ativos do PDT para a disputa em 2024, Débora emigrou para um partido tido como aliado e gerou uma celeuma que ficou explícita ao longo da semana, com as farpas desferidas pelo presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Jr. A crise só não toma proporções maiores porque há forte tendência de reedição da dobradinha Bruno Reis (União) e Ana Paula Matos (PDT) em Salvador e os pedetistas não são suicidas políticos. O que não quer dizer que os pré-acordos para 2026 sejam mantidos, especialmente com as investidas que a base governista estadual vai fazer pelo partido.

 

Nas câmaras de vereadores de toda a Bahia, o que se viu foi uma rearrumação de forças para aquilo que os candidatos a vereador tem como foco: garantir a reeleição. Na capital, esse desenho coube ao prefeito Bruno Reis e ao secretário de Governo, Cacá Leão (PP), que tiveram que encontrar espaços e números na ponta do lápis para atender a base atual ao mesmo tempo em que permite a chegada de potenciais novos nomes. Não é uma conta fácil de fazer, mas é algo rotineiro para todos os envolvidos. O mesmo é válido para o MDB, com o arranjo sob a perspectiva de que a candidatura majoritária de Geraldo Jr. gere dividendos para a proporcional. E até mesmo a esquerda, que investe no voto identitário para evitar ficar cada vez menor na Câmara de Salvador.

 

Entre as desincompatibilizações, também não houve muita surpresa. Talvez o endosso à candidatura da ex-secretária de Educação, Adélia Pinheiro, em Ilhéus, seja a aposta mais arriscada, visto que o prefeito Marão (PSD) preferiu outro nome ao invés de centralizar forças no nome que Jerônimo Rodrigues tenha dado indícios que apoiaria. Como disputas na base aliada serão comuns - mesmo pelo robustez do número de partidos -, Ilhéus seja apenas um exemplo de que nem sempre é possível unificar interesses de tantos grupos políticos.

 

Com o encerramento desses prazos, agora as legendas passam a centrar esforços para tentar ampliar alianças nas candidaturas majoritárias. As listas de candidatos a vereador na mão servem de guia sobre quem tem o maior poder de barganha, tanto quanto outros critérios. Apesar da maioria da população acreditar que a eleição se resume ao ato de ir votar, a caminhada até aquele momento inclui essas etapas preliminares e que parecem interessar mais aos partidos do que à sociedade. Não deixa de ser um processo de alienação, mas isso são outros pontos sensíveis da arena pública e que ainda não estamos efetivamente debatendo.

Opinião: Namoro entre Coronel e PP antecipa tensão que deve acontecer na chapa governista de 2026
Foto: Reprodução/ Instagram

A conversa despretensiosa entre o senador Angelo Coronel e o Progressista pode até ser incipiente e prematura, mas não deixa de ser uma oportunidade bem real para que o parlamentar se mantenha não apenas ativo como também competitivo para barganhar 2026. As reações à circulação da possibilidade mostram que há preocupação com o futuro eleitoral de uma figura que foi de discreta a um nome importante no tabuleiro político baiano.

 

Em tese, Coronel tem preferência para reeleição. No entanto, ele próprio ascendeu na chapa majoritária do PT em 2018 após Lídice da Mata ser colocada de lado nessa mesma posição. Então, apostar as fichas nessa possibilidade é não aprender com os erros do passado e o senador - muito menos o PSD - é esperto o suficiente para não acreditar apenas nessa predisposição. Tanto que ele fez esse movimento de abrir uma janela de diálogo com outras frentes com tamanha antecedência. Ao lado do PT, ele sabe que não basta apenas ter sido fiel e manter musculatura política. No frigir dos ovos, ser petista conta muito e a disputa em 2026 colocará gigantes diante de um desafio: encontrar espaços para tantos caciques.

 

Além de Coronel, Jaques Wagner foi eleito ao Senado em 2018 e também teria essa preferência por reeleição. Em outras oportunidades, o Galego chegou a indicar a possibilidade de aposentadoria, mas é algo que não depende exclusivamente dele. Figura proeminente do PT nacional e da coxia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Wagner é um esteio que auxilia na governabilidade. E a eventualidade de um governo Lula 4 forçaria ele a se manter como candidato à reeleição, ainda que a contragosto. Fora que, no quesito empatia e habilidade, não há político baiano que se compare a ele. Então é uma cadeira reservada desde sempre, qual foi em 2018.

 

A equação de 2026 vai adicionar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que vai reivindicar a vaga que lhe foi negada em 2022. Ele queria ser candidato ao Senado, porém a equação por ele almejada acabou não sendo viável. Logo, Rui vai tentar se manter ativo eleitoralmente presente nas urnas como candidato ao Senado. E é essa disputa que será travada entre o ex-governador e Angelo Coronel. E, convenhamos, o PT é muito "venha a nós" do que o "vosso reino". Como todo poderoso do governo Lula e fora da disputa para suceder o presidente ao final do primeiro mandato - apenas o entorno dele acredita na viabilidade frente aos tantos interesses contrários -, Rui deve exigir ser, no mínimo, candidato ao Senado. E os aliados que se virem para tentar entender a logística para manter o grupo coeso com os petistas ocupando os três principais postos da chapa - tratando da perspectiva que Jerônimo Rodrigues é candidato natural à reeleição.

 

Por isso, o "namoro" entre Coronel e o PP é tão importante para o senador desde agora. Envia uma mensagem clara aos atuais aliados de que, não havendo espaço, ele pode buscar outras formas de manter o mandato. Ainda que, para isso, se coloque como candidato avulso ou pela chapa de oposição. Wagner e Rui tem força política para se elegerem, mas Coronel e o PSD (indiretamente) jogam tão bem que se tornaram cruciais nas últimas eleições. O entorno do PT vai pagar para ver?

Opinião: Pesquisa mantém tranquilidade de Bruno Reis e deveria acender alerta para Geraldo Jr.
Foto: André Carvalho/ Bahia Notícias

Em um espaço de dois meses, as oscilações para baixo ou para cima dos dois principais candidatos a prefeito de Salvador, dentro da margem de erro do levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, mostra que a corrida eleitoral na capital baiana está longe de ser aquecida. Há o favoritismo do prefeito Bruno Reis, candidatíssimo a reeleição ainda que não declarado, e há todo o esforço da base do governo da Bahia em transformar Geraldo Jr. em um candidato efetivamente viável para disputar a prelazia do grupo liderado por ACM Neto em Salvador.

 

Bruno oscilou para baixo. Geraldo Jr. oscilou para cima. Tudo dentro da margem de erro da pesquisa, o que sinaliza um equilíbrio na evolução das candidaturas - sem grandes surpresas para o atual prefeito e muito abaixo do que esperariam os aliados do PT em Salvador, já que, em 2 meses, houve tempo suficiente para que Geraldo conseguisse o mínimo de vinculação a Jerônimo Rodrigues. Inclusive, o governador mantém bons níveis de aprovação na capital baiana, o que não repercute numa transferência de votos - se bem que é preciso levar em consideração que Bruno Reis também é bem avaliado.

 

LEIA TAMBÉM:

 

A janela de oportunidade aberta para Kléber Rosa crescer na esquerda, até aqui, não foi aproveitada e ele não consegue passar das intenções de voto quase consolidadas para o PSOL ao longo dos últimos levantamentos e das próprias eleições em Salvador. Já Luciana Buck continua sendo candidata mesmo com indícios de que pode vir a apoiar Bruno Reis, o que pode servir como uma válvula de escape para a direita que pode não estar disposta a seguir com o prefeito de Salvador e tendem a ficar órfãos com a ausência de João Roma e do PL das urnas.

 

Existem divergências típicas entre as pesquisas já divulgadas, por questões metodológicas e de estratificação. Tudo muito natural. Porém, ao observador, cabe avaliar que as baixas variações entre levantamentos similares mostram um cenário bem cristalizado das intenções de voto. Ou seja, Bruno mantém um nível de tranquilidade e Geraldo Jr. tende a se preocupar mais, caso queira ser, efetivamente, um jogador importante na batalha soteropolitana pelo poder. 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Suspeito que tem ministro que não volta mais pra Salvador. O Ferragamo ficou com ciúme por perder a atenção das eleitoras. Já Card é um homem que gosta de estar preparado pra tudo. Inclusive para surpreender do Cavalo do Cão. Mas quando você acha que não dá pra piorar, vem a equipe do Cacique pra provar que a inteligência artificial traz riscos terríveis... pros nossos ouvidos. Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

João Roma

João Roma
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Divulgação

"Em 2022, eu tinha uma missão que era de levar o palanque do presidente Bolsonaro aqui na Bahia e foi onde eu segui por um caminho e ACM Neto por outro. Nesse momento nós estamos tratando eleição municipal. A nossa aliança aqui foi restritamente tratada sobre isso, sobre a cidade do Salvador".

 

Disse o presidente estadual do Partido Liberal (PL), João Roma ao comentar as principais questões que influenciaram o apoio do seu partido ao prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), nas eleições de 2024. 

Podcast

Projeto Prisma entrevista presidente da CBPM Henrique Carballal nesta segunda-feira

Projeto Prisma entrevista presidente da CBPM Henrique Carballal nesta segunda-feira
Foto: Bahia Notícias
Presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal é o entrevistado do Projeto Prisma nesta segunda-feira (29). O podcast é transmitido ao vivo a partir das 16h no YouTube do Bahia Notícias. Carballal é vereador em Salvador e está licenciado do cargo desde junho de 2023 quando assumiu o posto na CBPM e passou a integrar a gestão de Jerônimo Rodrigues (PT) na Bahia. Em 2020 foi eleito vereador na capital baiana pela quarta vez consecutiva e recebeu 5.275 votos dos soteropolitanos. Eleito pela primeira vez em 2008, Carballal acumula 16 anos de vida pública.

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