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Marca Bahia Notícias

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Opinião: Jerônimo tem prazo para cumprir promessas e deixar de ser somente abraços e afagos

Por Fernando Duarte

Opinião: Jerônimo tem prazo para cumprir promessas e deixar de ser somente abraços e afagos
Foto: Thuane Maria/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem até o final de 2025 para se tornar “imbatível” no processo eleitoral do próximo ano. Essa é avaliação de adversários — e até mesmo de aliados —, que identificam uma política de muitas promessas e pouca efetividade por parte do chefe do Executivo baiano. Desde que assumiu o governo, Jerônimo tenta criar uma “marca” e, até aqui, abraços e afagos têm sido o que destacam como comportamento dele.

 

Como há restrições diversas para ações em anos eleitorais, o prazo para que o governador “construa” uma identidade que fuja dos antecessores é mais curto — dado a demora para fazer que apresentou. Conforme informações que circulam nos bastidores, muitos prefeitos saem extremamente satisfeitos das conversas com Jerônimo e seu entorno, porém confessam preocupação com as promessas, especialmente de investimentos e convênios vultosos. Por isso o encurtamento do tempo para ele chegar como “imbatível” ou como “azarão”.

 

Em 2022, quando foi eleito, Jerônimo contou com o efeito Luiz Inácio Lula da Silva como “grande eleitor” e com uma espécie de “ajuda extra” do então governador Rui Costa. Após segurar as contas estaduais por mais de 7 anos, Rui acelerou a liberação de investimentos em municípios, com convênios firmados para pagamentos após o período eleitoral. Não houve nada de ilegal, frise-se. Porém, tal decisão foi crucial para atrair prefeitos e lideranças de cidades menores, decisivos para o resultado das urnas.

 

Com a hipótese de Lula não chegar a 2026 com o mesmo fôlego de quatro anos antes e sem o cofre com a mesma robustez que Rui manteve até abrir as torneiras, Jerônimo vai precisar cumprir ao menos parte das promessas assumidas para se manter favorito na disputa. Caso consiga, no mínimo, honrar com o início desses investimentos e convênios, não haverá adversário capaz de ser competitivo para quem controlar a máquina estadual em pleno ano eleitoral.

 

É claro que a estratégia de Rui de apertar os cintos e liberar tudo o possível naquele ano pode ser replicada. No entanto, diferente daquela oportunidade, Jerônimo tem menos lastro financeiro. Tanto que, até aqui, foram registrados 19 pedidos de autorização de empréstimos à Assembleia Legislativa da Bahia — cujos recursos são carimbados, porém, auxiliam nesse processo de “folga” para liberação de investimentos e convênios.

 

Os aliados, então, torcem para que Jerônimo consiga convencer prefeitos de que os sinais de fumaça dados até agora não são falsas promessas. Por isso o prazo do final de 2025 se torna importante para isso. Começar 2026 sem algo palpável pode tornar o governador bem menos favorito do que o entorno dele prega. E a oposição aproveitaria para se refestelar.