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Esportes estreantes fizeram sucesso em Tóquio-2020; veja mudanças para Paris-2024

Por Leandro Aragão / Nuno Krause

Esportes estreantes fizeram sucesso em Tóquio-2020; veja mudanças para Paris-2024
Foto: Wander Roberto / COB

Que as modalidades estreantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio fizeram sucesso aqui no Brasil, especialmente o skate e o surfe, todo mundo já sabe. Mas talvez você não saiba que essa foi apenas a segunda vez na história que o país brilhou em esportes que fizeram parte do calendário olímpico pela primeira vez. Com Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros no skate, foram três pratas. Ítalo Ferreira, no surfe, levou a medalha de ouro. 

 

A outra única vez que atletas brasileiros subiram ao pódio em modalidades estreantes foi em 1996, na Olimpíada de Atlanta, com o vôlei de praia. Na ocasião, Jacqueline Silva e Sandra Pires foram campeãs olímpicas, após vencerem as compatriotas Mônica Rodrigues e Adriana Samuel - que, obviamente, ficaram com a prata.

 

A inclusão e exclusão de novas modalidades faz parte de todo ciclo olímpico e, para Paris-2024, apenas três das que figuraram em Tóquio permanecerão: skate, surfe e escalada (karatê e softbol ficarão de fora). Sendo assim, as chances de medalha para o Brasil nesses esportes permanecem. Os Jogos na capital francesa também terão, além do breaking - maior novidade -, uma série de alterações que valem ser lembradas, inclusive envolvendo baianos. 

 

BOXE MUDA, MAS SEGUE COM EXPECTATIVA ALTA
O Boxe sofrerá uma mudança no número de categorias masculina e feminina. Em Tóquio, foram oito para os homens e cinco para as mulheres, mas em Paris essa diferença cairá para um, sendo 7 a 6. E o Brasil seguirá com a expectativa alta de conquistar medalhas. Dos Jogos Olímpicos de Londres em 2012 para Tóquio, o país conquistou sete medalhas, sendo duas de ouro, três pratas e dois bronzes.

 

Cotada para o ouro na categoria até 60kg, a baiana Beatriz Ferreira, medalhista de prata, já avisou que pretende fazer mais um ciclo olímpico para subir no lugar mais alto do pódio. Por outro lado, o campeão olímpico Hebert Conceição ainda não deu pistas sobre o seu futuro, apenas saboreia sua conquista em Tóquio.

 

Enquanto Hebert faz mistério, outro que espera subir no ringue em Paris é Keno Marley. O baiano, de 21 anos, ficou sem medalha em Tóquio após perder as quartas de final para o britânico Benjamin Whittaker.

 

"Temos muita coisa para desenvolver. Tem o Mundial Militar, o Mundial de Boxe e Paris-24. Tenho apenas 21 anos, tempo para trabalhar e umas duas Olimpíadas pela frente", disse após a derrota.

Keno Marley | Foto: Júlio César Guimarães / COB

 

SAI O C2 1000M E ENTRA O C2 500M
A Canoagem velocidade terá uma modificação em Paris 2024. A C2 1000 metros deixará o programa olímpico e no seu lugar entra o C2 500 metros.

 

Campeão olímpico em Tóquio e dono de outras três medalhas conquistas na Rio-2016, Isaquias Queiroz quer remar em Paris 2024. Logo após vencer o C1 1000m no Japão, ele disse que havia prometido duas medalhas para o ex-técnico espanhol Jesus Morlán, morto em novembro de 2018, mas voltou com apenas uma. No entanto, a promessa segue firme e o baiano, de Ubaitaba, quer ir à França.

 

"Vou ser obrigado a ter que ir para Paris para brigar por mais duas medalhas (para ser o maior medalhista olímpico da história do país). O objetivo aqui eram duas medalhas, porque a gente tinha esse pacto com o COB, com o Lauro, com Jesus Morlán, pra transformar em 10 medalhas dele. Ele não pôde estar aqui, mas a gente veio com esse objetivo", disse após a prova. "Agora é ir pra casa, me casar, curtir as férias e começar a pensar em Paris. Volto a repetir, não vou a Paris a passeio, vou pra fazer o que fiz aqui: brigar pelas medalhas", completou.

 

Isaquias deve retomar os treinamentos apenas em janeiro de 2022. Além dele, outros dois baianos devem chegar fortes em Paris. Aos 22 anos, Jacky Godmann foi parceiro de Isaquias no C2 1000m quando ficaram no lugar na final olímpica. Ele terá condições de brigar por vaga na França. Outro que também deve figurar na capital francesa é o também baiano Erlon Souza. Na Rio-2016, ele remou ao lado do novo campeão olímpico conquistando a prata no C2 1000m. Porém, uma lesão no quadril cancelou sua passagem para o Japão neste ano.

Erlon e Isaquias com a prata na Rio-2016 | Foto: Alexandre Loureiro / Exemplus / COB

 

Na maratona aquática, Ana Marcela deve continuar, até porque começou sua preparação para Paris-2024 no minuto em que saiu da água (lembre aqui).

 

Atual campeã olímpica, após a decepção no Rio de Janeiro, em 2016, a baiana terá um pouco mais de competitividade na hora de disputar uma vaga para a próxima edição dos Jogos. A modalidade terá uma redução no número de atletas, tanto para o feminino quanto para o masculino: de 25 para 22. 

 

Dessa forma, os baianos Victor Colonese e Allan do Carmo também terão maior concorrência. Victor já garantiu que pretende buscar uma vaga em Paris. Allan, por sua vez, deixou o futuro incerto. 

 

"É uma coisa que vou definir de tempo em tempo, ainda está muito recente. Vou fazer 32 anos agora em agosto. É uma coisa que ainda vou definir, não tem nada certo. Vou no meu tempo, no meu momento fazendo o que eu gosto que vai me dando prazer a cada momento", disse. "Estou no Rio de Janeiro. Voltei para cá, já estou treinando. Passei 10 dias de folga, uma semana em Salvador. Mas já estou aqui há uma semana mais ou menos. Voltei a treinar no dia 1º para dar continuidade nas competições desse ano", declarou, ao Bahia Notícias (saiba mais aqui).

 

Foto: Jonne Roriz / COB

 

E O BREAKING?

Esporte ou dança? O breaking é esporte, segundo o Comitê Olímpico Internacional, e vai fazer parte do calendário dos Jogos Olímpicos de Paris. Mas quais são as esperanças brasileiras para a estreia? 

 

No feminino, Isabela Rocha, de 22 anos, conhecida como Itsa, foi campeã brasileira em 2019 e desponta como o principal nome até aqui. Segundo reportagem realizada pelo site ge.globo, ela foi aprovada inclusive no balé do Cirque du Soleil, onde ficou por dois anos e três meses, de 2018 a 2020. Por causa da pandemia de Covid-19, ela teve de deixar a companhia de forma temporária.

 

Enquanto isso, Bart, ou Mateus Melo, é a maior aposta do masculino. Ele também foi campeão brasileiro em 2019, participou do mundial de breaking de 2019, na Índia, e atualmente é bailarino da companhia internacional Flying Steps. 

 

Confira as principais mudanças: 

 

Atletismo – A Marcha de 50km masculina saiu do programa e dará lugar a uma prova de revezamento por equipes mistas 

 

Escalada – Em Paris, haverão duas modalidades desse esporte: boulder e lead juntos e a speed separada (em Tóquio, as três aconteceram juntas)

 

Levantamento de Peso – Com problemas envolvendo doping, o esporte perderá quatro categorias. Foram 14 em Tóquio e serão 10 em Paris

 

Skate – Terá novamente 4 provas, de street e park, em Paris. Porém, a cota aumentou de 80 para 88, ou seja, de 20 para 22 por gênero

 

Surfe – Também só mudará na quantidade de atletas por gênero: de 20 para 22

 

Vela – Teve uma série de mudanças. O número de provas (10), mas com 3 masculinas, 3 femininas e 4 mistas. Entre as alterações,  a prancha de windsurf terá uma nova classe, a iQFoil, e não mais a RSX. A Classe 470 agora será mista, ao invés de separada por gênero, enquanto a Finn foi excluída. Com isso, duas novas provas passam a fazer parte do programa:  uma mista de kiteboarding e uma outra mista ainda a ser definida. O total de atletas caiu de 350 para 330.