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samba de sao lazaro
O samba será tema do Carnaval de Salvador em 2026. Na teoria, tudo é lindo, mas e na prática? Antes do gênero ganhar a avenida como um todo na folia do ano que vem, a quantas andam a salvaguarda do samba na capital baiana para que o marco "110 Anos de Samba" seja celebrado?
Um dos principais eventos voltados para o gênero na capital baiana passou por uma espécie de censura ao ter a sua realização proibida no bairro da Federação, mais especificamente em frente a Igreja de São Lázaro.
Point dos jovens na vida noturna da 1ª capital do Brasil, o Samba do São Lázaro, que foi a febre do verão e das noites de sexta em Salvador durante os anos de 2023 e 2024, chegou ao fim bruscamente após denúncias e a movimentação de vereadores para impedir a realização da festa após as 22h.
Ao Bahia Notícias, um dos idealizadores do evento, Thiago da Silva, falou sobre a lacuna deixada pelo evento que não acontece desde o início do ano devido ao empecilho do horário. "Infelizmente, sem o samba tá difícil para todos. Eu e Jane estamos correndo atrás para o samba voltar. Muita gente está cobrando. No nosso Instagram do samba, que tem 16 mil pessoas, todos estão cobrando o samba de volta. Fico triste, o projeto lindo, nunca teve uma briga, uma confusão. Várias pessoas estão paradas até hoje, sem movimento nenhum", contou.
Na época em que todo processo iniciou, o site teve acesso aos documentos do Samba de São Lázaro, que garantiam a autorização de órgãos da Prefeitura de Salvador para a realização da festa, entre eles da Semop para o uso do solo, da Secis, da Limpurb e da Sedur. Quanto à Transalvador e a Semob, o evento teve dispensa de aprovação.
Até mesmo a "benção" do padre, já que o samba acontece em frente a igreja de São Lázaro, o grupo tinha. No entanto, o vereador Duda Sanches, que mediou encontros entre os organizadores do samba e síndicos de prédios da região, afirmou que a principal queixa era o barulho após às 22h, o que só poderia ser resolvido se o evento terminasse antes.
O Samba do São Lázaro chegou a ser defendido pelo cantor Márcio Victor, do Psirico, um dos únicos artistas a se pronunciar de forma pública sobre o evento. Nas redes sociais, o público cobrava um posicionamento dos órgãos municipais e estaduais, além do apoio de personalidades da mídia, mas nada mostrou resultado para impedir a realização do evento.
Em março deste ano, o Bahia Notícias chegou a conversar com Jane Santos, uma das organizadoras do samba, que explicitou que as tentativas de realização do Samba de São Lázaro em um novo horário trouxe prejuízo para os comerciantes e esvaziamento do público na região. Atualmente, a organizadora indica que 45 famílias estão sendo afetadas com a não realização do evento.
"A gente resolveu parar, porque a gente tinha despesa com o som, a gente tem despesa para tirar licença, a gente tem despesa com os apoios, que a gente coloca os apoios para colocar ordem, tem despesa com banda, com gelo, compra mercadoria fiado e quando terminava de trabalhar a sensação que tinha era de estar enxugando gelo, porque a gente estava devendo banda, som, sem recurso para pagar depósito. Então, foi tudo muito constrangedor."
Foto: Instagram
Outra queixa dos comerciantes era a atuação dos órgãos municipais e estaduais, que estavam sendo feita de forma grosseira. "Eles colocaram agentes da Guarda Municipal na frente do palco, fica cheio de polícia ao redor, mas o mesmo clima de insegurança. Eles quiseram fazer o teste do bafômetro com o cara do som que nem estava dentro do carro. Estão constrangendo a gente", contou Thiago na época.
Com todo esse cenário, o evento gratuito deixou de acontecer e a alternativa do público foi recorrer aos eventos pagos da cidade para curtir o bom e velho samba, que segue crescendo no gosto popular, mesmo com tentativas de "minar" o fenômeno.
BOM MOMENTO DO SAMBA
A homenagem feita pela Prefeitura de Salvador ao samba tem como marco a primeira gravação de um samba, a música 'Pelo Telefone', de Donga e Mauro de Almeida, que aconteceu em 1916.
"Ai, ai, ai... É deixar mágoas pra trás, ó rapaz, ai, ai, ai... Fica triste se és capaz e verás..."
A letra divertida de Donga e Mauro, já dava uma prévia do que poderia vir por aí desse ritmo, nascido na Bahia e exportado para o Brasil. Uma diversidade musical não só em letra, com a possibilidade de tanto fazer rir, como fazer chorar, quanto também, uma diversidade de estilos dentro do gênero.
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Reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 2007, o samba passou por diversas transformações ao longo dos anos, com a criação de novas vertentes.
Atualmente, uma delas é a mais ouvida das plataformas digitais no primeiro semestre de 2025, o pagode. De acordo com o levantamento feito pela Pro-Música, o ritmo disputava espaço com o sertanejo, responsável por dominar as paradas nos últimos sete anos.
Em Salvador, é notório como o samba e seus derivados tem ganhado espaço com o público pagante. São diversas as ofertas de festas voltadas para o estilo, a exemplo do Samba de Quinta, Fragmentos do Samba, Suco de Bahia, Banjo Novo, Samba do Quiabo, Samba de Terreiro, Síbí Dúdú e tantas outras.
Foto: Divulgação
Ao Bahia Notícias em 2024, o publicitário Samora Lopes, idealizador do Banjo Novo, celebrou o bom momento que o estilo vive.
"A gente também está vivendo um bom momento do samba nos streams. O samba, acho que na última semana, bateu o top 1 nos streams, coisa que não tinha acontecido com a música pelo domínio de outros ritmos. Mas ele sempre esteve perene, na sociedade soteropolitana. Eu percebo também que os artistas que não faziam parte do movimento do samba, agora estão apostando no ritmo."
A prova de que o gênero musical tem atraído até mesmo quem é de fora, são os eventos que surgiram de 2015 para cá, de artistas que não originalmente cantavam samba, mas decidiram investir na área.
Atualmente, entre os grandes nomes com labels dedicadas ao samba estão Ludmilla com o ‘Numanice’; Gloria Groove com ‘Serenata da GG’; e Léo Santana com o ‘Paggodin’.
Foto: Divulgação
Uma das últimas estrelas da música a apostar no samba foi a cantora Ivete Sangalo, uma estrela do axé, que anunciou o show 'Ivete Clareou'.
"Samba é uma coisa que faz parte da minha vida desde pequena. Eu não sou uma pessoa de me deixar não fazer as coisas, especialmente as que me dão prazer. E justamente por conta dessa tranquilidade que eu tenho, que consigo colocar em prática alguns sonhos, como uma memória afetiva", contou durante o lançamento do evento.
A situação com São Lázaro é apenas um dos eventos da capital baiana que pede por apoio e auxílio dos órgãos públicos. A promessa feita pela Prefeitura de Salvador é de lançar nos próximos meses a campanha oficial com intervenções urbanas, conteúdos digitais e promoções colaborativas com artistas, blocos afros, comunidades e escolas de samba.
Foto: Igor Santos/ Secom PMS
Fora do período carnavalesco, o samba é lembrado pelos órgãos públicos em dezembro, quando é comemorado o Dia Nacional do Samba. No período, a capital recebe celebrações como a Caminhada do Samba, com trios elétricos percorrendo do Campo Grande à Praça Castro Alves, e no dia 3 de dezembro, o Samba Pelô vai animar os largos e ruas do Pelourinho, no Centro Histórico.
Em 2026, o gênero será protagonista do Carnaval de Salvador para além da Quinta do Samba, tradição na folia baiana no Circuito Osmar com o desfile dos blocos Alerta Geral, Pagode Total, Amor e Paixão e mais, que, vale lembrar, são de iniciativas privadas. Mas fora os seis dias de festa na avenida, será que o gênero terá apoio público para sobreviver fora do Carnaval?
Após a edição paga no Pelourinho, o Samba do São Lázaro fará o grande retorno à Federação com a primeira edição da festa gratuita em frente a Igreja de São Lázaro nesta sexta-feira (10). A informação foi confirmada ao Bahia Notícias nesta quinta (9).
O evento terá início a partir das 19h, sob o comando da banda Oz Favoritos, que faz a festa na região desde o início do samba nos moldes que se tornou o queridinho do público soteropolitano nos últimos anos, e Natália Magno.
As expectativas para o retorno da festa ao espaço eram baixas devido a redução de horário determinada em 2024 pela Prefeitura de Salvador. Um dos organizadores do evento, Thiago da Silva chegou a afirmar ao BN que a festa poderia não voltar a acontecer por não ser viável para os comerciantes o alto investimento para poucas horas de samba.
“A gente tentou ver nesse horário para saber se conseguiria manter, mas o público diminuiu. A gente chegou a colocar 1.500, 2 mil pessoas aqui. Com esse novo horário a gente conseguia colocar 10. O pessoal gastou com gelo, gastou com bebida, com banda, segurança, e não teve retorno. Antigamente a barraca fixa vendia 20 caixas de cerveja. A gente não conseguiu vender meia caixa em uma noite.”
No primeiro final de semana do ano, o Samba de São Lázaro ganhou uma edição paga realizada fora da Federação. O Largo da Tieta recebeu a festa, com ingressos à R$ 20.
Denúncias de populares
O Samba de São Lázaro passou a receber denúncias de populares pela questão do barulho na região. Antes da intervenção da Prefeitura, a festa era levada até a madrugada do sábado.
Na web, os internautas chegaram a apontar racismo na decisão de proibir o evento. "Nós sabemos que não é sobre isso e que mais uma vez o sistema e a burguesia venceu as articulações pretas para tentar amenizar, alegrar a nossa sobrevivência em uma sociedade desigual, injusta e racista".
O vereador Duda Sanches mediou encontros entre os organizadores do samba e síndicos de prédios da região, e uma reunião foi feita entre os organizadores do evento e os agentes da capital baiana, além de um representante da Polícia Militar para definir a realização da festa.
Mesmo após o encontro e a apresentação de todos os documentos para provar que o evento acontecia de forma legal, ficou determinado que o samba só poderia acontecer até às 22h.
Em entrevista à Antena 1, Duda Sanches descartou a possibilidade de prolongar o horário da festa.
“Infelizmente, a gente não consegue fazer uma festa que acontece com essa regularidade, se autorizando a passar do horário das 10 horas, todas as sextas-feiras. O Guetho passou muitos anos fechado por ordem do Ministério Público, porque ele não conseguia se adequar. Hoje quem vai no show da Timbalada, de Carlinhos Brown, 22 horas acaba o som, custe o que custar e não tem mais show. Acontecer todas as sextas com autorização da prefeitura passando das 10 horas não é uma possibilidade.”
O Samba do São Lázaro nos moldes anteriores se tornou uma dúvida para 2025. Após os problemas encontrados no final de 2024, entre eles a redução do horário da festa realizada em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação, a festa “deu uma segurada”, expressão utilizada por um dos organizadores do evento para informar que não há previsão de retorno do samba gratuito para o verão de Salvador.
Como forma de contornar a situação, o evento terá uma edição especial em 2025 e em um novo endereço e um novo dia.
No sábado, 4 de janeiro, o ‘Samba de São Lázaro’ será realizado no Largo da Tieta, com som comandado pela banda Oz Favoritos, a mesma que fazia a festa em São Lázaro. A festa, que tem início previsto para às 19h, já está com ingressos sendo vendidos no Sympla e custam R$ 20.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, explicou que foi procurado por empresários do Largo da Tieta, interessados em levar o Samba de São Lázaro para o local. “Ele chamou a gente para fazer um acordo. Aí, no caso, a gente ganha 15% no valor da bilheteria. Mas a entrada, a bebida, é tudo com ele. Se der gente, a gente ganha, se não dá, não ganha nada”, contou.
O evento no Pelourinho é uma forma de manter o samba vivo. “Praticamente o evento daqui, o Samba de São Lázaro, acabou. Esse vereador [Duda Sanches], prejudicou o samba todo. A gente só está conseguindo licença até 22h, duas horas de samba não tem como”.
No contato com o site, o organizador do Samba do São Lázaro afirmou que a situação com a festa prejudicou diversas famílias que dependiam da renda arrecadada no samba através da venda de comida e bebida.
Segundo Jane Ramos, que organiza o samba junto com Thiago, são quase 40 famílias que tem o evento como renda em casa.
“Tem muita gente falando que está com dificuldade de pagar a conta de luz, que está com a água atrasada. Aqui o samba é uma fonte de renda, tem gente aqui que depende do samba para viver. Imagina a pessoa chegar e falar para você que nem ano novo pôde fazer nada, nem Natal, porque o samba não estava acontecendo e não estava entrando dinheiro?.”
O Samba de São Lázaro chegou a ter um evento-teste no final de 2024, porém, para os organizadores, a festa acabou não sendo rentável, já que o horário continuou reduzido e com o isso, o público também ficou reduzido.
“Esse evento-teste, quando eu fui na prefeitura para poder tirar a documentação, só liberaram até Às 22h. A gente tentou ver nesse horário para saber se conseguiria manter, mas o público diminuiu. A gente chegou a colocar 1.500, 2 mil pessoas aqui. Com esse novo horário a gente conseguia colocar 10. O pessoal gastou com gelo, gastou com bebida, com banda, segurança, e não teve retorno. Antigamente a barraca fixa vendia 20 caixas de cerveja. A gente não conseguiu vender meia caixa em uma noite.”
Em entrevista à Antena 1, o vereador Duda Sanches desconsiderou a possibilidade da festa ter o horário entendido.
“Infelizmente, a gente não consegue fazer uma festa que acontece com essa regularidade, se autorizando a passar do horário das 10 horas, todas as sextas-feiras. O Guetho passou muitos anos fechado por ordem do Ministério Público, porque ele não conseguia se adequar. Hoje quem vai no show da Timbalada, de Carlinhos Brown, 22 horas acaba o som, custe o que custar e não tem mais show. Acontecer todas as sextas com autorização da prefeitura passando das 10 horas não é uma possibilidade.”
O Samba do São Lázaro se tornou pauta do final de ano em Salvador devido à polêmica envolvendo a realização do evento gratuito, que acontece em frente a igreja de São Lázaro na Federação, e foi alvo de denúncias de moradores pelo barulho na região após às 22h.
Em entrevista a Antena 1 no Bahia Notícias No Ar, o vereador Duda Sanches (União Brasil), que mediou encontros entre os órgãos da Prefeitura e os organizadores do Samba do São Lázaro para encontrar uma forma de manter a realização do evento, desconsiderou a possibilidade da festa ter o horário entendido.
“O que a gente está debatendo é a diminuição do volume do som. Aconteceu na última edição da gente conseguir às 10 horas fazer, desligar o som mecânico e funcionar o som acústico, que funcionou e que foi bacana para todo mundo lá. Infelizmente, a gente não consegue fazer uma festa que acontece com essa regularidade, se autorizando a passar do horário das 10 horas, todas as sextas-feiras.”
Duda citou o Candyall Guetho Square como exemplo com a questão de horário. O espaço, idealizado por Carlinhos Brown e localizado no bairro do Candeal, só realiza shows até às 22h. “O Guetho passou muitos anos fechado por ordem do Ministério Público, porque ele não conseguia se adequar. Hoje quem vai no show da Timbalada, de Carlinhos Brown, 22 horas acaba o som, custe o que custar e não tem mais show”.
Para o edil, a opção do som acústico após as 22h é uma alternativa que não trouxe queixas de moradores e teve a adesão do público nas últimas duas edições. “Acontecer todas as sextas com autorização da prefeitura passando das 10 horas não é uma possibilidade. O que é uma possibilidade é continuar funcionando a festa de forma acústica, que as pessoas consigam, com a emissão de som inferior ao que estava sendo emitido, continuar lá, sem som de carro, sem outros estabelecimentos funcionando. Isso é muito permitido e está funcionando, pelo menos funcionou nas últimas duas edições”.
O Samba de São Lázaro passou a ser um problema conhecido na mídia em novembro. O evento, organizado por um grupo de pessoas entre eles Jane Ramos e Thiago da Silva, chegou a ser suspenso por algumas edições para buscar uma solução após a intervenção da prefeitura.
De acordo com Duda Sanches, além das queixas dos moradores dos prédios da Federação e Ondina pelo barulho, a falta de organização no evento e as questões com o trânsito e a sujeira no bairro, foram os pontos de atenção para que a festa chegasse a ser suspensa.
“Toda festa que nasce de forma orgânica, natural, a gente viu um grau de desorganização alto, o que culminou com essa briga, vamos falar assim, entre os moradores, entre as pessoas de Ondina, que sofrem com som, de São Lázaro mesmo, que sofrem com o trânsito, e com os produtores do samba, que ainda é uma festa com cerca de duas mil pessoas, estava desordenada, com garrafas de vidro que não é permitido em festa de largo, com as autorizações para funcionamento sendo retiradas com a quantidade de pessoas inferior ao que de fato tinha. Tudo isso está sendo debatido e a gente está contando muito com a boa vontade do pessoal do samba. São muitos prédios na região, o barulho incomoda ainda mais moradores de Ondina, essa conversa está sendo liderada pelos síndicos de 18 prédios da região, só que eles infelizmente não podem falar por todo mundo. Então, se eles assinarem qualquer tipo de documento, a Prefeitura ainda assim pode receber denúncias e vai ter que atuar.”
Após diversas reuniões e acordos, com a emissão de todos os documentos necessários para a realização de um evento em um espaço público, o Samba do São Lázaro voltou a ser realizado. Ao BN, os organizadores afirmaram que o saldo tinha sido positivo. Para Duda, o contato mais próximo com a organização da festa tem sido essencial para o retorno do evento.
“As últimas edições foram muito tranquilas, não trouxeram prejuízos a ninguém e a gente está ajudando eles a se organizarem através de pessoas jurídicas, através de uma retirada de alvarás conforme a quantidade de pessoas que eles tem de fato para que a gente consiga fortalecer a festa, mas também garantir o que a legislação manda, que é o som até determinado horário e o sossego e o descanso de moradores da região.”
A edição desta sexta-feira (6) do Samba de São Lázaro está mantida, porém, com a redução de horário. Ao Bahia Notícias, os organizadores do evento confirmaram a realização do samba que se tornou tradição na noite soteropolitana.
De acordo com Neto Almeida, um dos organizadores do evento, o Samba será realizado das 19h às 22h, como está na autorização dada pelas autoridades para a realização do evento. Segundo o produtor, a divulgação do horário do evento-teste foi feita de forma equivocada.
“Vai ter sim o Samba do São Lázaro hoje, só que até as 22h. A informação que foi dada, que iria ter um evento teste até as meia-noite foi um equívoco. Nós estamos passando por um momento muito delicado com o samba, mas ele vai continuar.”
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Os organizadores tentavam conseguir uma nova autorização da Prefeitura para estender o horário da festa. A Sedur informou que o alvará concedido pela Central de Licenciamento de Eventos (CLE) ao Samba é para a realização até às 22h.
De acordo com Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, apesar de apoiarem o Samba, a questão do horário da festa ainda é um ponto de tensão, já que comerciantes e público não concordam com a redução do horário, enquanto moradores pedem que ele comece mais cedo para evitar barulho até a madrugada na região.
O Bahia Notícias teve acesso aos documentos do Samba de São Lázaro, que garantem a autorização de órgãos da Prefeitura de Salvador para a realização da festa, entre eles da Semop para o uso do solo, da Secis, da Limpurb e da Sedur. Quanto à Transalvador e a Semob, o evento teve dispensa de aprovação.
Nesta semana, o cantor Márcio Victor, do Psirico, deu voz ao Samba de São Lázaro em duas entrevistas que deu para rádios baianas e defendeu a realização do evento.
"Eu queria pedir aos órgãos de Salvador, não sei se é a Prefeitura, se é Governo, não sei quem está na frente disso, mas eu queria que vocês voltassem a liberar o Samba de São Lázaro, é muito importante para a cidade ter um lugar de samba. Aquele samba tem funcionado de uma forma, tem gerado emprego para as pessoas 'Ah, mas tá bagunçado', organiza! Mas que volte e que traga para a sociedade ali de São Lázaro aquele, ponto turístico, que estava se tornando. Eu fiquei muito triste quando vi isso."
Uma petição pública online já conseguiu reunir 1442 assinaturas em defesa do Samba de São Lázaro. No site Change.org, o abaixo-assinado já reúne 254 assinaturas e tem como meta 500 nomes.
Os organizadores devem se encontrar novamente com agentes da prefeitura para definir outros detalhes sobre a realização do samba.
O retorno do Samba de São Lázaro nesta sexta-feira (6) em evento-teste que havia empolgado os organizadores do evento e o público que frequenta a festa, sofreu uma mudança no horário e jogou um balde de água fria em quem contava com a festa como uma opção de entretenimento na capital.
Por determinação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), o evento, que estava previsto para acontecer até 00h, só poderá ser realizado até às 22h desta sexta, como determina o alvará concedido pela Central de Licenciamento de Eventos (CLE). Desta forma, a festa passou a ser dúvida.
"A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur), através da Central de Licenciamento de Eventos (CLE), concedeu o alvará de autorização para realização do evento em logradouro público, na sexta-feira (6), das 19h às 22h, de acordo com a legislação vigente."
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, lamentou a situação e afirmou que a organização está em reunião para definir a realização ainda nesta sexta.
"A gente está movendo aqui uma reunião, porque assim, duas horas de relógio não tem como. Na verdade, três horas, não tem como de jeito nenhum. Tem gente que sai do trabalho às 21h30, o estudante mesmo da faculdade aqui sai às 21h. A gente aderir esse horário é impossível. E a gente queria levar até na voz, tirar o som, mas eles não querem", afirmou.
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Quando o evento-teste foi anunciado, a festa estava prevista para ser levada até 00h e esse tinha sido o motivo para o retorno, já que para os comerciantes, não valia a pena deslocar a mercadoria para vender por apenas 4 horas. "A gente está se movendo aqui para ver se cancela ou não, porque desse jeito eu não tenho como fazer a festa".
Nesta semana, o cantor Márcio Victor, do Psirico, deu voz ao Samba de São Lázaro em duas entrevistas que deu para rádios baianas e defendeu a realização do evento.
"Eu queria pedir aos órgãos de Salvador, não sei se é a Prefeitura, se é Governo, não sei quem está na frente disso, mas eu queria que vocês voltassem a liberar o Samba de São Lázaro, é muito importante para a cidade ter um lugar de samba. Aquele samba tem funcionado de uma forma, tem gerado emprego para as pessoas 'Ah, mas tá bagunçado', organiza! Mas que volte e que traga para a sociedade ali de São Lázaro aquele, ponto turístico, que estava se tornando. Eu fiquei muito triste quando vi isso."
Os organizadores devem se encontrar novamente com agentes da prefeitura para definir outros detalhes sobre a realização do samba, mas nas redes sociais, pediram a colaboração do público para manter a ordem do evento.
Uma petição pública online já conseguiu reunir 1442 assinaturas em defesa do Samba de São Lázaro. No site Change.org, o abaixo-assinado já reúne 254 assinaturas e tem como meta 500 nomes.
O cantor Márcio Victor endossou a campanha em prol da realização do Samba do São Lázaro, que após diversas denúncias e queixas de moradores da Federação, precisou mudar o horário e quase encerrou as atividades.
Em entrevista à Piatã FM, o líder do Psirico defendeu a permanência do evento e reforçou a importância econômica do Samba para a região. De acordo com os organizadores, em contato com o Bahia Notícias, o projeto é responsável por mais de 30 famílias de comerciantes que dependem da verba da festa para sobreviver.
"Eu queria pedir aos órgãos de Salvador, não sei se é a Prefeitura, se é Governo, não sei quem está na frente disso, mas eu queria que vocês voltassem a liberar o Samba de São Lázaro, é muito importante para a cidade ter um lugar de samba. Aquele samba tem funcionado de uma forma, tem gerado emprego para as pessoas 'Ah, mas tá bagunçado', organiza! Mas que volte e que traga para a sociedade ali de São Lázaro aquele, ponto turístico, que estava se tornando. Eu fiquei muito triste quando vi isso."
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Nesta sexta-feira (6), o Samba de São Lázaro irá realizar um evento-teste para experimentar um novo horário, das 18h até 00h. De acordo com Thiago da Silva, caso o público e os moradores aprovem o novo horário, o evento deve permanecer.
Os organizadores devem se encontrar novamente com agentes da prefeitura para definir outros detalhes sobre a realização do samba, mas nas redes sociais, pediram a colaboração do público para manter a ordem do evento.
O evento-teste do Samba de São Lázaro, que irá acontecer nesta sexta-feira (6), terá algumas recomendações para o público que desejam celebrar o retorno da festa após as polêmicas e denúncias que impediram a realização do evento nas últimas sextas. O evento ganhou um novo horário, das 18h até 00h, após a reunião feita com agentes da prefeitura e vereadores, e será agitado pela banda Oz Favoritos, Samba e Suor e Jorginho Xinelo de Couro.
Por meio das redes sociais, os organizadores do evento pediram a colaboração dos frequentadores para manter a ordem e conseguir a liberação definitiva para a realização da festa em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação.
"Galera, como todos já sabem o Samba do São Lázaro está sendo fiscalizado pela prefeitura e alguns órgãos, com isso, pedimos a colaboração de todos para que na próxima sexta-feira tudo ocorra da melhor forma, como sempre ocorreu. Esse é um espaço nosso, então, vamos preservar e fazer valer toda essa luta para manter esse lugar, essa cultura e esse quilombo vivo!."
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Entre os pedidos feitos pelos organizadores estão para não urinar na porta das casas da região, evitar barulho e bagunça nas mediações dos prédios, evitar o estacionamento de carros no meio da pista e manter o trânsito livre, evitar levar cooler e recolher o lixo. "Com isso iremos preservar o nosso espaço e fazer com que o Samba do São Lázaro continue acontecendo! Juntos somos mais forte", diz a mensagem.
Na última segunda (2), Dia do Samba, o organizador do Samba do São Lázaro, Thiago da Silva, celebrou a conquista da autorização para a realização do evento-teste, em conversa com o Bahia Notícias. "Essa oportunidade significou muito para a gente. A gente começou o samba com cinco pessoas, hoje, a dimensão que o Samba de São Lázaro tem, o tanto de pessoas que estão nessa luta com a gente para manter o samba, que nos apoiaram e nos deram voz, fez uma diferença gigante", afirmou.
Na internet, uma petição pública e um abaixo assinado buscam o apoio do público para a permanência do evento. A mobilização feita no site Change.org já conta com mais de 200 assinaturas, enquanto a petição já reúne mais de mil assinaturas. O documento será apresentado em uma nova reunião dos organizadores do Samba de São Lázaro com as autoridades baianas.
"A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar"
Boa notícia para o Samba de São Lázaro no Dia do Samba. A festa, que em pouco tempo de existência conseguiu se tornar uma tradição nas sextas da capital baiana, voltará a ser realizada após uma suspensão temporária devido às denúncias de barulho na região.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, revelou que o samba fará um evento teste nesta sexta-feira (6) para ver como irá funcionar um novo horário, das 19h até 00h.
"Graças a Deus a gente conseguiu uma liberação para fazer um evento teste nessa sexta-feira, e o nosso Samba vai acontecer até a 00h. Essa oportunidade significou muito para a gente. A gente começou o samba com cinco pessoas, hoje, a dimensão que o Samba de São Lázaro tem, o tanto de pessoas que estão nessa luta com a gente para manter o samba, que nos apoiaram e nos deram voz, fez uma diferença gigante", afirmou.
Desde o início de novembro, os organizadores buscam meios para continuar com o projeto, que ganhou a dimensão que tem atualmente no verão passado, e além de não deixar o samba morrer, buscam também o sustento de cerca de 40 famílias, que dependem da realização da festa para colocar o pão de cada dia na mesa de casa.
Os organizadores do evento, que nos últimos meses enfrentaram problemas com denúncias de barulho na região, chegaram a se reunir com autoridades em busca de uma saída para não interromper o evento de vez.
Ao BN, Thiago falou sobre a importância da realização do evento-teste para o Samba de São Lázaro e como o projeto conseguiu mudar a vida de diversas pessoas através da música. "Hoje o samba é tudo para a gente. Através do samba nós conseguimos sustentar nossa família, colocar o pão na mesa e conseguimos ser felizes".
No samba, o provérbio "a união faz a força" se faz real, e isso não é uma novidade. Foi através da voz do povo que o gênero se tornou popular, e em Salvador, é através da população que os organizadores mantêm viva a esperança de continuar com a festa.
Uma petição pública online já conseguiu reunir 1442 assinaturas em defesa do Samba de São Lázaro. No site Change.org, o abaixo-assinado já reúne 254 assinaturas e tem como meta 500 nomes. E é através da força popular que os organizadores do evento estão tentando convencer as autoridades de que o Samba de São Lázaro precisa continuar existindo e movimentando a cidade não só culturalmente como economicamente também.
"O samba é vida, é luta, é resistência. Juntos, podemos garantir que o Samba de São Lázaro continue a ser um espaço de transformação e celebração para todos!."
A reunião entre os organizadores do Samba de São Lázaro e os órgãos públicos, entre eles, Transalvador, Polícia Militar, Sedur e vereadores da capital baiana, não foi de saldo positivo para o evento que acontece tradicionalmente toda sexta-feira em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, contou que a reunião realizada nesta terça-feira (26) não conseguiu solucionar a questão do horário da realização da festa, uma das principais demandas para a realização do evento.
“A gente teve uma conversa com todos os órgãos, tanto a Transalvador, a Polícia Militar e a coordenadora da Sedur, para a gente poder organizar lá o samba. Nesta sexta a gente não vai ter. Já tirei documentos, tudo que é preciso, mas assim, não vai ter. Não se chegou a um acordo com a questão do horário. Nas outras coisas, eles disseram que apoiam a gente, agora a questão do horário, vai continuar das 20h às 22h, o que não é viável para a gente.”
Para Thiago e para os comerciantes que atuam na festa, colocar toda mercadoria disponível para apenas duas horas de samba é uma perda de material.
“Não adianta a gente comprar gelo, investir em pessoas para trabalhar com a gente, ter esse gasto todo e na hora ter o samba só de duas horas de relógio.”
Os documentos aos quais Thiago se refere são os alvarás para a realização da festa. O Bahia Notícias teve acesso aos documentos que foram deferidos no nome do evento, Samba de São Lázaro. A festa tem a autorização da Semop para o uso do solo, da Secis, da Limpurb e da Sedur. Quanto à Transalvador e a Semob, o evento teve dispensa de aprovação.
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- Não deixe o samba morrer: Organizadores do Samba de São Lázaro criam petição pública para manter evento em Salvador
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Ao BN, Thiago revelou que ainda não há uma data definida para a nova reunião, mas que irão continuar buscando apoio para não deixar o samba morrer.
“Eles vão marcar ainda a data e horário para a gente poder ver, mas ele não falou a data específica. Estamos tentando buscar apoio com outras autoridades, mas até agora a gente não conseguiu. É como a gente passou para o vereador que estava lá, desde o começo do nosso samba a gente não teve ajuda de ninguém, são sempre os pessoal do isopor e os barraqueiros que ajudam a gente. Nos juntamos para arcar com esse custo de banda, segurança, limpeza, a gente não teve algo nenhum. Até o documento da prefeitura a gente teve que tirar dinheiro do nosso bolso para poder pagar.”
No domingo (24), os organizadores criaram uma petição pública para ajudar a manter o evento. A peça já conta com mais de mil assinaturas e nas redes sociais o público pede para que o evento seja mantido.
O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA. O local em frente a igreja e ao campus da universidade era ocupado por estudantes para fazer calouradas.
Por ali, o movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia e São Lázaro já era um lugar para se estar. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade, com a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua.
Um dos pedidos dos organizadores para que a festa continue com o seu propósito inicial é o consumo no comércio local. Desta forma, eles pedem sempre para que não levem cooler e comprem dos mais de 30 comerciantes que atuam por ali.
“O abaixo assinado continua disponível e a gente conta com o apoio do público para tentar manter o nosso samba.”
A organização do Samba de São Lázaro criou uma petição pública para ajudar a manter o evento, realizado semanalmente às sextas em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação.
O evento, que vem sendo alvo de críticas, corre o risco de deixar de existir após denúncias feitas por moradores, que se queixaram do barulho e da segurança no local devido à realização da festa e pode não ocorrer mais a depender do resultado da reunião.
"O Samba de São Lázaro é um importante espaço cultural gratuito, realizado pela comunidade e pequenos empreendedores, que valoriza a cultura negra e periférica de Salvador. Infelizmente, esse espaço tem sido alvo de ações arbitrárias de órgãos públicos, que ameaçam sua continuidade sem apresentar justificativas legais ou dialogar com a comunidade. Além de ferir o direito à cultura e ao lazer, essas intervenções prejudicam os pequenos empreendedores que dependem do evento para sustentar suas famílias."
Segundo Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, o documento será levado para a reunião, prevista para acontecer na terça-feira (26), com vereadores e agentes da Prefeitura e deve ajudar na construção de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a realização de forma organizada, respeitando as normas legais. Ao Bahia Notícias, o produtor do evento contou que vem recebendo o apoio do público para "não deixar o samba morrer".
"A gente vai levar esse abaixo-assinado amanhã. Ainda não foi definido o horário da reunião, mas esperamos ter uma resposta sobre a situação do samba. Tem muita gente nos procurando, várias emissoras de TV interessadas em contar a história, as pessoas que fazem o samba também mandaram mensagens dizendo que o samba não pode acabar", contou.
Jane Ramos, que é uma das fundadoras do Samba de São Lázaro com Thiago, e também é proprietária de uma barraca na região, já havia relatado ao BN que a mudança de horário do evento era prejudicial para os comerciantes que atuam na festa. Segundo ela, mais de 30 comerciantes foram afetados com a situação.
Foto: Instagram
Desde o início do mês, o Samba de São Lázaro está sendo realizado a partir das 19h com encerramento às 22h, o que afastou o público considerado "inimigo do fim", mas também quem está saindo do trabalho e tem o evento como uma válvula de escape do estresse da semana.
"Tem gente aqui que depende do Samba para colocar o pão dentro de casa, fora as mercadorias aqui que estão presas. A nossa esperança é chegar em um acordo para poder continuar. A depender do resultado da reunião de amanhã, teremos samba nesta semana, mas se for para ser das 19h às 22h não vale a pena, duas horas de relógio não é viável para a gente."
De acordo com Thiago, além da mudança no horário, a atuação dos órgãos municipais e estaduais tem sido feita de forma grosseira, afastando o público do local e incomodando os trabalhadores.
"Eles colocaram agentes da Guarda Municipal na frente do palco, fica cheio de polícia ao redor, mas o mesmo clima de insegurança. Eles quiseram fazer o teste do bafômetro com o cara do som que nem estava dentro do carro. Estão constrangendo a gente."
O "fim" do Samba de São Lázaro foi alarmado nas redes sociais por um perfil que há 3 anos se tornou um dos espaços de divulgação da festa. "É com muita tristeza que viemos através desta informa o término definitivamente do Samba do São Lázaro, mas uma vez isso é a prova que o sistema venceu o povo, através das suas manobras e articulações genocidas para exterminar tudo aquilo que venha a ser feito pelo povo", dizia a mensagem.
O público passou a marcar autoridades, entre elas a ministra da cultura Margareth Menezes, o prefeito Bruno Reis, o secretário de cultura do estado Bruno Monteiro e o do município, Pedro Tourinho, para que fosse tomada alguma atitude.
O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA. O local em frente a igreja e ao campus da universidade era ocupado por estudantes para fazer calouradas.
Por ali, o movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia e São Lázaro já era um lugar para se estar. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade, com a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua.
Um dos pedidos dos organizadores para que a festa continue com o seu propósito inicial é o consumo no comércio local. Desta forma, eles pedem sempre para que não levem cooler e comprem dos mais de 30 comerciantes que atuam por ali.
O destino do samba de São Lázaro, realizado no bairro da Federação, em Salvador, será definido após uma reunião dos organizadores do evento com os agentes da capital baiana, entre eles vereadores, representante da prefeitura e a Polícia Militar.
Ao Bahia notícias neste sábado (23), Thiago da Silva, um dos organizadores do evento, informou que terá um novo encontro para falar sobre o evento que nas últimas semanas passou por mudanças devido à queixa de moradores do bairro por conta do barulho.
Rumores do fim do evento passaram a circular nas redes sociais após uma publicação feita por um perfil no Instagram que lamentava os rumos do samba de São Lázaro após as mudanças.
Ao site, Thiago informou que apesar de ser um parceiro de conteúdo, o perfil do samba do São Lázaro não está na organização do evento e desta forma não haveria como cancelar a festa.
No início do mês, o Bahia Notícias mostrou que a festa chegou a anunciar um novo horário após as denúncias de desordem e barulho em função do evento (leia mais aqui).
Além da questão do barulho, uma queixa dos moradores da região, é a insegurança na região. Um dos casos de roubo que viralizou no X, antigo Twitter, foi o de um rapaz que teve o celular roubado próximo a TV Bahia, já depois da Igreja de São Lázaro, onde acontece a festa.
Após a polêmica com a mudança no horário do Samba de São Lázaro, a festa, que tradicionalmente acontece às sextas, realizou uma edição especial durante o feriado do dia 15 de novembro, data da Proclamação da República.
Após a polêmica com a mudança no horário do Samba de São Lázaro, a festa, que tradicionalmente acontece às sextas, terá uma edição especial durante o feriado do dia 15 de novembro, data da Proclamação da República.
Nomeado de 'Tardezinha do São Lázaro', a festa, divulgada no perfil 'Samba do SL', no Instagram, acontecerá a tarde. O evento contará com show da banda Oz Favoritos, que já comanda o samba que acontece a noite.
A recomendação segue a mesma das outras edições, o fortalecimento do comércio local, desta forma, os organizadores pedem para não levarem cooler.
Ao Bahia Notícias, os organizadores do Samba do São Lázaro lamentaram a mudança, que ocorreu após denúncias de abuso de ordem. Em entrevista ao BN, Thiago da Silva, um dos fundadores da festa, havia revelado a possibilidade de mudar o evento para o final de semana para evitar as queixas dos moradores da região.
Jane Ramos, que dirige o evento ao lado de Thiago, afirmou que a situação é prejudicial para o comércio local, que sobrevive da renda feita toda sexta-feira com a festa na região.
"A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar. Eu acredito que para gente é todo mundo novo, todo mundo está muito apreensivo e assustado, muitas famílias pagam aluguel, sustentam seus filhos com o dinheiro do samba. Então é uma coisa que mexeu muito com todo mundo."
Os organizadores afirmaram que o evento tem todas as licenças necessárias para acontecer e até mesmo a "benção" do padre, já que o samba acontece em frente a igreja de São Lázaro.
A mudança no horário do tradicional Samba de São Lázaro, que acontece na Federação, e se tornou programação dos 'inimigos do fim', afetou não só quem frequenta o evento para sambar.
Ao Bahia Notícias, Thiago da Silva, um dos diretores do evento, revelou que será feita uma reunião com os organizadores do samba, que estudam a mudança de dia da festa para evitar problemas com o som.
"Vamos fazer uma reunião entre a gente, para saber qual a melhor alternativa. Saber se a gente muda de data para fazer sábado ou domingo e começar 16h para terminar 20h. Mas também vamos tentar uma reunião com o prefeito Bruno Reis para saber se conseguimos estender o horário da sexta um pouquinho mais e terminar 1h da manhã", contou.
De acordo com Jane Ramos, que é uma das fundadoras do Samba de São Lázaro, e além de fazer parte da direção do evento e é proprietária de uma barraca na região, a situação é prejudicial para o comércio local, que sobrevive da renda feita toda sexta-feira com a festa na região.
A partir desta sexta-feira (8), o samba feito pela banda Oz Favoritos começará pontualmente às 20h e será levado até às 22h30, após denúncias de possível abuso de ordem.
"A gente está esperando ver o que se resolve. A gente tem a força de vontade de se enquadrar nas normas, porque nós temos quase 40 famílias que dependem disso. E o que podemos falar é que a gente quer se adequar e o povo, quer trabalhar, só precisam deixar a gente trabalhar. Eu acredito que para gente é todo mundo novo, todo mundo está muito apreensivo e assustado, muitas famílias pagam aluguel. sustentam seus filhos com o dinheiro do samba. Então é uma coisa que mexeu muito com todo mundo", afirmou ao Bahia Notícias.
Segundo Jane, o Samba de São Lázaro começou a ter a dimensão que tem hoje no verão passado. Thiago contou que a primeira edição da festa teve apenas 5 pessoas na plateia. "A gente começou e tinha cinco pessoas no nosso primeiro samba, foi até triste. Investimos tudo e só cinco pessoas vieram. Aí no segundo samba já vieram 15 e foi aumentando. Hoje somos seguidos por mais de 13 mil pessoas no Instagram e nos tornamos parte da cultura soteropolitana", contou.
Ao site, Jane e Thiago reforçaram que todo custo do Samba de São Lázaro vem dos comerciantes locais e garantem que o evento é legalizado. "Todas as despesas quem paga é o comércio local. É segurança, é banda, é som, é o alvará, o convidado. Essas despesas são todas do comércio local. A gente não tem nenhuma ajuda, nem do Governo, nem da Prefeitura, não temos ajuda de nada. Nós buscamos o alvará, lutamos por isso".
O diretor da festa conta que até a "benção" do padre para realizar o evento em frente a igreja de São Lázaro eles conseguiram. "O Samba de São Lázaro tem autorização da prefeitura, da Limpurb, da Transalvador. Temos a autorização do Padre, um abaixo assinado com assinaturas de moradores da região, a gente tem a documentação de tudo".
Além da questão cultural, Thiago cita a movimentação social que o Samba de São Lázaro causou na comunidade, exaltando a força da população em prol da propagação da cultura e de fazer o bem. "Nós temos uma ótima relação com a comunidade, já fizemos doações de brinquedos no dia das crianças, de alimentos, estamos sempre ajudando a comunidade".
Foto: Instagram
Além da questão com o volume do samba, uma das queixas de quem frequenta foi a violência e insegurança na região. Nesta sexta, a festa terá o suporte da 41ª CIPM. "Na quinta, tivemos uma reunião na 41ª e eles vão dar um apoio mais reforçado, porque eles já dão suporte, mas, enfim, Salvador é assim, né? Não tem como ficar fixa com a viatura só naquele lugar. Aí é complicado. E a violência está em todo lugar".
Para a edição desta sexta, a dupla imagina que a mudança terá impacto no público. "Vai ser um baque. Já temos pessoas reclamando, e com razão, que geralmente sai do trabalho às 22h, 21h. Com o samba acabando 22h30, fica uma coisa complicada", diz Thiago que torce para encontrar uma boa solução para manter a tradição.
O Samba de São Lázaro comandado pela banda Oz Favoritos, em frente a Igreja de São Lázaro, na Federação, terá um novo horário a partir desta sexta-feira (8), após denúncias relacionadas a realização do evento devido ao barulho no bairro. Por meio de nota, a banda informou que conta com o apoio da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar para a realização do evento.
"Devido às denúncias relacionadas ao nosso samba, venho através deste canal informar a todos que o Samba do São Lázaro tem um novo horário de início. Começará pontualmente às 20:00 e será levado até às 22:30. Desde já queremos agradecer todo apoio que foi nos dado da 41ª CIPM. Peço a todos a colaboração e compreensão. Não deixaremos o samba morrer", informa o comunicado.
De acordo com o perfil 'Te Vi no São Lázaro', a mudança ocorre pelas denúncias de possível abuso de ordem, no entanto, os administradores alegam racismo na denúncia. "Nós sabemos que não é sobre isso e que mais uma vez o sistema e a burguesia venceu as articulações pretas para tentar amenizar, alegrar a nossa sobrevivência em uma sociedade desigual, injusta e racista".
Além da questão do barulho, uma queixa dos moradores da região, é a insegurança na região. Um dos casos de roubo que viralizou no X, antigo Twitter, foi o de um rapaz que teve o celular roubado próximo a TV Bahia, já depois da Igreja de São Lázaro, onde acontece a festa.
Foto: X
Segundo o relato, três homens estavam roubando com o auxílio de uma faca. "Levaram meu celular e ainda me coagiram na parede, que assustador viver tudo isso", afirmou o homem identificado como Henrique.
Outro internauta contou que a amiga foi assaltada logo na chegada do samba. "Bem que notei uma movimentação estranha, mas segui a vida", disse mais uma pessoa.
O Samba de São Lázaro começou de forma tímida, em uma movimentação dos barraqueiros da região que enxergaram um público nos movimentos estudantis da UFBA, que ocupavam o largo em frente a igreja e ao campus da universidade para fazer calouradas.
O movimento na região cresceu antes mesmo da pandemia. São Lázaro já era um lugar para se estar após a adesão dos empreendimentos locais e a chegada da música na rua. No período pós pandêmico, a festa na região ganhou a adesão do público geral e se tornou a sensação da cidade.
E da forma que começou, os barraqueiros tentam manter. Tanto que um dos pedidos mais frequentes é o consumo do comércio local para ajudar quem trabalha na festa desde o início.
"O samba só acontece por conta do comércio local. Sem o comércio local não haveria samba. A direção organizadora pede gentilmente que os frequentadores não levem cooler, pois, se a frequência do cooler continuar, o samba poderá chegar ao seu fim."
O Bahia Notícias tenta contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), responsável por licenciar os eventos em Salvador, desde março deste ano para falar sobre o evento, que se tornou tradição na agenda de festas da capital, mas não houve retorno.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.