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O Ilê Aiyê promove, na próxima sexta-feira (11), no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, a edição de 2025 do Arr’Aiyê, com entrada gratuita.
O evento, realizado pelo Ilê Aiyê e do Ministério da Cultura, ocorrerá a partir das 19h, no Largo Quincas Berro D’Água. A tradição celebra os festejos juninos e a memória.
As edições passadas do Arr’Aiyê já ocorreram em outros lugares fora do Centro, como a Senzala do Barro Preto.
A reforma da sede do Ilê Aiyê, um dos principais espaços culturais do Curuzu, em Salvador, terá uma nova empresa. A Superintendência de Obras Públicas (Sucop) e a empresa Ouriço Construções e Empreendimentos Ltda. formalizaram a rescisão consensual do contrato firmado para a obra.
O contrato, registrado sob o número 31/2024 e assinado em novembro do ano passado, previa a execução das obras de reforma parcial e ampliação do espaço. Segundo o documento oficial, o fim do vínculo foi motivado por interesse mútuo das partes, sem inadimplências ou pendências financeiras.
De acordo com o termo de rescisão, ambas as partes declararam que todos os créditos estão quitados e que não existem obrigações pendentes. O contrato foi originalmente resultado de uma licitação pública, e a Sucop informou, por meio de nota, que a rescisão foi solicitada pela própria empresa responsável pelas intervenções.
A superintendência anunciou ainda que convocará a segunda colocada na licitação para assinatura do contrato e assumir a continuidade dos serviços. A data para assinatura do novo contrato e o cronograma atualizado das obras ainda não foram divulgados pela Sucop. A rescisão foi formalizada no último dia 27 de maio.
A obra anunciada para o espaço tinha como valor global R$ 5,68 milhões para a total requalificação. O projeto do espaço foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).
Na descrição da licitação, divulgada em novembro de 2024, foi informado alterações no espaço físico, na climatização, melhoria de acessibilidade, construção de sanitários PCD, substituição das instalações elétrica e hidráulica, além da compra de novos equipamentos e melhorias das condições da Escola Mãe Hilda.
Foto: Valter Pontes/ Secom PMS
A ordem de serviço para o início das obras foi assinada em fevereiro deste ano. Na época, o prefeito Bruno Reis (União) reforçou a importância da requalificação para a comunidade e revelou a possibilidade da Senzala se tornar mais um espaço 'Boca de Brasa'.
“A ideia é que aqui também seja um centro profissionalizante. A Prefeitura está na iminência de assinar o contrato com o Banco de Desenvolvimento da América Latina, onde nós vamos ter recursos para a qualificação de mão de obra. E vamos aproveitar essa estrutura aqui existente para qualificar profissionais da área da cultura. Além da escola (Mãe Hilda), também iremos oferecer, no contraturno para as crianças, os serviços da Fundação Cidade Mãe”, afirmou.
No mesmo evento, Vovô do Ilê celebrou o investimento anunciado para o espaço e reforçou o impacto positivo da existência da Senzala para os jovens da comunidade.
“Tivemos muitas propostas para o Ilê, quando começou a crescer, sair daqui do Curuzu e ir para outro bairro, mas eu resisti. Somos o maior centro cultural, não só da Bahia. A maioria dos profissionais formados, entre cantores, dançarinos e percussionistas, chegou aqui com seis, sete anos. Muitos deles estão morando fora do Brasil, dando continuidade a esse trabalho que chamo de Revolução dos Tambores. A Senzala é um lugar de entretenimento, educação e de parcerias. Então, estou muito feliz por essa parceria com a Prefeitura que vai ampliar tudo o que já desenvolvemos.”
O prazo dado para a execução dos serviços previstos no Edital de Concorrência foi de 150 dias, a partir da data da assinatura da ordem de serviço, como aponta o cronograma físico-financeiro.
Com a suspensão do serviço, consequentemente, o prazo para a conclusão das obras, que era previsto para meados do segundo semestre de 2025, também é postergado.
SOBRE A SENZALA DO BARRO PRETO
Inaugurada em 27 de novembro de 2003, a Senzala do Barro Preto se tornou mais do que uma casa do primeiro bloco afro do Brasil.
O espaço, desenhado pelo arquiteto Pedro Rocha, construído em 2 anos com o apoio e financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Petrobras e Eletrobras, alinhou-se aos desejos do Ilê Aiyê, e se tornou uma referência e liderança na luta por espaço, direitos e liberdade para o povo negro.
Foto: André Furtuoso
Em suas instalações, com mais de 5 mil m² de área construída, funcionam a sede administrativa do Ilê, o estúdio, a Escola Mãe Hilda, que educa de forma gratuita crianças entre 4 e 11 anos, e a Senzala se tornou um espaço de festas que conversam com a proposta do bloco. A sede do Ilê Aiyê tem oito andares e conta com laboratórios de informática, salas de aula, salas de pintura, cozinha industrial, entre outros espaços.
Em 2020, o espaço quase foi a leilão pela falta de pagamento em uma condenação trabalhista. Na época, o imóvel foi avaliado em R$ 295.603,57.
O baiano Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Vovô do Ilê, fundador e presidente do bloco afro Ilê Aiyê, será nomeado reitor da Universidade Livre do Carnaval, sediada em Maricá, no Rio de Janeiro.
Além do baiano, a instituição terá ainda na reitoria o carnavalesco Milton Cunha e a rainha de bateria da Mangueira Evelyn Bastos. A cerimônia acontece no dia 16 de maio, sexta-feira, na quadra da escola de samba União de Maricá.
Completamente dedicada ao estudo e à economia do Carnaval, o projeto é encabeçado pela Secretaria de Cultura e das Utopias. A universidade abrigará a Rede Brasileira de Estudos do Carnaval (REBECA), destinada à pesquisa acadêmica sobre o tema.
Em um primeiro momento, a Universidade Livre do Carnaval vai oferecer mais de 60 cursos livres e técnicos. A expectativa é de que a instituição abra graduações ligadas ao Carnaval, futuramente.
O titular da Secretaria de Cultura e Utopias, Sady Bianchin, ressaltou que todos os esforços serão feitos para que a universidade seja reconhecida pela sua qualidade acadêmica e pela sua contribuição à economia circular:
“Vamos consolidar a Universidade Livre do Carnaval como referência nesta tradição autêntica da cultura popular brasileira, sendo reconhecida pela qualidade acadêmica e pela contribuição efetiva na economia criativa circular e no desenvolvimento humano no âmbito profissional e cultural”, disse Bianchin.
A cantora baiana Emanuelle Araújo lançou, na madrugada desta quinta-feira (17), sua nova música “Cadência Nobre”. O single tem parceria do Ilê Aiyê, o bloco afro mais antigo do país.
Em suas redes sociais, a artista comemorou seu novo lançamento. “Canção do meu amigo Tenison Del Reye Edu CasaNova. Sempre quis unir nossos tambores a uma orquestra de cordas e isto aconteceu magicamente nessa música”, escreveu na legenda da publicação.
O clipe do single foi gravado na Casa do Carnaval da Bahia, em Salvador, além de possuir imagens de shows do Ilê Aiyê e da cerimônia de saída do bloco, na Ladeira do Curuzu.
Durante coletiva realizada neste domingo (2), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), explicou sua ausência na saída do bloco afro Ilê Aiyê, na noite do último sábado (1º), no Curuzu. O governador destacou sua participação no bloco da Associação Baiana das Pessoas com Deficiência (ABADEF) e a importância da inclusão no Carnaval de Salvador.
"O governador tem que se virar nos 30. Ontem eu participei de um bloco muito especial. Pra mim principalmente, pra minha esposa principalmente. Foi o bloco da ABADEF, das pessoas com deficiência. Eu dividi meu tempo entre Geraldo Júnior estar em uma agenda importante, todos vocês sabem que eu acompanho durante meus anos antes de ser governador e depois eu continuei acompanhando a abertura, a parceria que nós temos", afirmou.
Jerônimo também ressaltou o apoio do governo aos blocos afro por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI) e do edital Ouro Negro.
"E recursos que nós colocamos tanto de investimento da SEPROMI o ano inteiro de investimentos, mas nesse caso especial do edital do Ouro Negro. Então pelo contrário, me orgulha muito ser de um estado que tem blocos afros desse potencial. Ano passado nós celebramos aniversário de 50 anos, meio século de vida dos blocos afro", destacou.
O governador ainda reforçou o impacto emocional de sua participação no bloco da ABADEF.
"Ontem, eu saí daqui mais de dez da noite, depois que participei, eu fiz questão de empurrar uma cadeira de rodas, de abraçar uma pessoa com muletas, de abraçar e ouvir pessoas com deficiência visual, autistas. Então ontem eu fiquei o tempo inteiro emocionado, inclusive pelos abraços que as pessoas que estavam aqui em Salvador e do interior", finalizou.
A vereadora de Salvador Eliete Paraguassu falou do simbolismo da manifestação cultural da saída do Ilê Aiyê e fez duras críticas a polêmica passarela instalada no circuito Dodô, que liga o Morro Ipiranga aos camarote Glamour e Club, na Ondina, em entrevista ao Bahia Notícias na noite deste sábado (1), no Curuzu, no bairro da Liberdade, na capital baiana.
"Enquanto mulher negra, marisqueira e quilombola é a primeira vez que participo da saída do Ilê, que é um momento histórico, uma tradição marcante do carnaval, que representa o povo preto. Este é quem faz a festa", disse.
A edil se mostrou contrariada com a segregação que é imposta aos foliões. "Na Câmara Municipal estamos pautando o carnaval e não podemos aceitar que haja separação de corpos, sempre tivemos uma conexão profunda de acolhimento, a existência da pipoca. Entretanto, os empresários têm tentado mudar essa lógica. Um exemplo é a 'passarela do apartheid', mas estamos atentos, pautando e vigiando para construirmos nos próximos carnavais uma festa justa, que todos possam curtir".
Participar da saída do Ilê Aiyê neste sábado (1), no Curuzu, tem um significado especial para a secretária de Cultura de Salvador (Secult), Ana Paula Matos. Seu primeiro ato no novo posto na administração da cidade foi o anúncio de reformas e modernização na Senzala do Barro Preto, sede do bloco, que terá um investimento de R$ 5 milhões. "É no Curuzu, é na Liberdade, que a nossa história se confunde pelo nosso amor pela Bahia", avaliou em coletiva.
A vice-prefeita de Salvador ainda comentou como tem sido a receptividade do meio cultural ao seu nome, após a saída de Pedro Tourinho da pasta. Antes de ter seu nome confirmado pelo prefeito Bruno Reis, o atual subsecretário, Walter Pinto, chegou a ser cogitado para o posto. "Eu fui convidada pelo segmento. A primeira pessoa que falou nisso, em novembro do ano passado, foi Pedro Tourinho. Depois [Fernando] Guerreiro. Walter é um amigo muito querido, é um servidor de carreira, que eu tive a oportunidade de apresentar a Pedro e indicar para o primeiro cargo", contou Ana Paula.
"Uma vice-prefeita em um cargo como esse é o prefeito dizendo que é uma das pastas em que ele vai colocar um olhar maior, mais recursos e mais condições de trabalho. Mas não foi apenas por eu ser vice-prefeita, foi por eu ser Ana do povo, Ana da comunidade", justificou.
O bloco do Ilê Aiyê emocionou o público que acompanhou a tradicional saída do Curuzu, no ano em que o grupo celebra 50 Carnavais. Este ano, o desfile terá como tema “Kenya: Berço da Humanidade”, destacando as contribuições do país à ciência e à luta anticolonial. Também serão homenageadas figuras históricas quenianas, como Dedan Kimathi, Wangari Maathai e Jomo Kenyatta, símbolos da resistência contra a opressão colonial.
O primeiro desfile do Ilê Aiyê pelas ruas de Salvador, em 1975, foi um marco no processo de reafricanização do Carnaval, ao levar para a maior festa popular de rua do mundo uma postura combativa pela valorização da identidade negra e resistência contra o racismo. Desde então, o Mais Belo dos Belos se consolidou como um dos símbolos do orgulho da cultura afro-brasileira.
A festa de comemoração pelos 50 anos começou neste sábado, com a tradicional e concorrida cerimônia de saída do bloco no Curuzu, considerada um dos momentos mais emocionantes do carnaval de Salvador. O ritual de fé abre caminhos e abençoa o Ilê Aiyê, tendo à frente a ialorixá do Terreiro Ilê Axé Jitolu, Hildelice Benta dos Santos. Sob os sons dos atabaques e tambores, e dos cânticos de exaltação à ancestralidade e aos orixás na subida da ladeira, temos o rito com as bacias de milho, pipoca e pó de pemba, usadas para pedir boas energias a Oxalá e Obaluaê. Já a soltura das pombas brancas, um dos momentos mais esperados pelo público, é dedicada a Oxalá.
O Ritual do Ilê Aiyê no Carnaval 2025 é uma ralização da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê e Ministério da Cultura, em parceria com a Caderno 2 Produções, apoio do Shopping da Bahia e ITS Brasil, apoio financeiro garantido por meio do Programa Ouro Negro, do Governo do Estado da Bahia, e patrocínio da Neoenergia Coelba e Grupo Belov, mantenedores do Plano Anual do Ilê Aiyê, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet, iFood e Caixa.
Após o tradicional ritual da saída do bloco na Ladeira do Curuzu, o trio do Ilê Aiyê segue em festa para o Plano Inclinado da Liberdade. De lá, os associados fazem uma pausa até se encontrarem novamente, horas depois, no Corredor da Vitória, onde a entidade inicia o seu primeiro desfile no circuito oficial, o Circuito Osmar, às 2h de domingo (2), em direção à Praça da Piedade.
Na segunda-feira (3), às 18h, haverá a concentração no Corredor da Vitória, onde o desfile tem início às 19h no Circuito Osmar, no Campo Grande. Comandado pelo som marcante da Band’Aiyê, o espetáculo cênico-musical do bloco sai acompanhado de um cortejo comemorativo ao tema do Carnaval, com destaque para o carro que se transforma em um verdadeiro altar para a rainha e as princesas recém-eleitas.
Na terça-feira (4), o bloco faz seu terceiro e último desfile carnavalesco, com concentração às 18h no Corredor da Vitória e início previsto para 19h no Circuito Osmar. O bloco aniversariante se despedirá da folia transbordando alegria e arrastando todos os negões e negonas que têm a entidade carnavalesca como um ícone de resistência e luta por igualdade racial.
Foto: Luís Antônio/GOVBA
Foto: Luís Antônio/GOVBA
O Ilê Aiyê quer levar sua cultura e sua história para os quatro cantos da Bahia, mas tem enfrentado resistência. Em entrevista neste sábado (1), Antônio Carlos dos Santos, Vovô do Ilê, relatou que buscou ajuda da Universidade Estadual da Bahia neste projeto.
"Nós estamos tentando com a Uneb, mas ainda tem uma dificuldade: o Recôncavo baiano ainda é muito racista. Então você tem em Santo Amaro, Cachoeira, mas nós queremos entrar mais no Recôncavo", afirmou.
O presidente e fundador do Bloco Ilê Aiyê explicou que as prefeituras são os principais empecilhos: "As prefeituras não querem contratar, não querem fazer parcerias. Até pra contribuição da economia, porque quando você contrata um artista baiano, o dinheiro fica aqui. Se você contrata o pessoal de Goiás, de São Paulo, vai tudo pra lá. Hoje a gente tem essa cultura de outros ritmos que não a música negra", lamentou.
Uma outra proposta do grupo é também internacionalizar a marca, atraindo investimentos de outros países: "A dificuldade que nós temos de fazer negócios com nossos irmãos africanos. Nesses anos todos, nós tivemos muito pouco apoio desses países. Falamos sempre da prefeitura de Salvador e do governo, mas nós temos que começar a fazer negócios com os países africanos, pra ver se a gente consegue essa aproximação".
A jovem Lorena Bispo, de 22 anos, foi coroada Deusa do Ébano 2025 na tradicional Noite da Beleza Negra, evento promovido pelo bloco afro Ilê Aiyê, realizado na Senzala do Barro Preto, em Salvador, entre a noite de sábado (15) e a madrugada de domingo (16). Em uma cerimônia cheia de emoção, representatividade e celebração da cultura afro-brasileira, Lorena conquistou o título após disputar com 14 outras finalistas.
Ela recebeu a coroa das mãos de Larissa Valéria, Deusa do Ébano de 2024, e de outras lideranças do bloco. Natural do bairro de Itapuã, em Salvador, Lorena é dançarina, comunicadora e influenciadora digital. Esta foi a segunda vez que ela participou do concurso.
O segundo lugar ficou com a psicóloga Tainã de Palmares, de 31 anos, que recebeu o prêmio diretamente das mãos de Dete Lima. Além do troféu Sérgio Roberto, Tainã ganhou a fantasia do bloco e o valor de R$ 6.600.
O terceiro lugar foi para Stephanie Ingrid, de 23 anos, que foi laureada pela dançarina e ex-Deusa, Edilene Alves. Stephanie recebeu o troféu Sérgio Roberto, a fantasia e o valor de R$ 6.000.
O evento contou com apresentações da Band'Aiyê e de convidados especiais, como as cantoras Rachel Reis e Larissa Luz, a orquestra Aguidavi do Jêje, as atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento, além do coletivo Afrobapho. A noite ainda teve uma performance especial de Denise Correia em homenagem a Ekedi Dete Lima.
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Um dos eventos mais tradicionais do calendário carnavalesco baiano, a noite da Beleza Negra chega em sua 44ª edição, neste sábado (15), em Salvador. O ato, que escolhe a nova rainha (Deusa do Ébano) para representar o Ilê Aiyê, recebe candidatas ao posto de diferentes locais da Bahia, do Brasil e até do mundo, na Senzala do Barro Preto, na comunidade do Curuzu, na Liberdade.
Em entrevista à imprensa, durante o lançamento da nova edição, o presidente do bloco, Vovô comemorou a ampliação da festa no estado nos últimos anos.
“A gente começou o [evento] muito pequeno. Fazíamos na rua, e hoje essa grande produção, e não podemos retroagir. É uma festa muito cara, um espetáculo muito bonito. E tem candidatas de outros estados também, do Recôncavo baiano, de fora do país. Então, a Noite da Beleza Negra virou um dos eventos pré-carnavalescos mais importantes da cidade”, celebrou o representante do bloco.
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O dirigente comentou ainda sobre a participação das bandas afros nos festejos de Carnaval. Segundo Vovô, a presença do Ilê na festa é um ato político e de resistência.
“Sempre teve negro no carnaval, porque esses afoxés saíram, a maioria saiu de terreiro de candomblé. Meu avô também tinha um afoxé. Agora, a diferença é que o Ilê teve essa colocação política, de sair sendo formado só por negro. Isso que causou esse impacto [...]”, disse.
O presidente revelou e antecipou também sobre os preparativos do Ilê para o Carnaval 2025.
“A partir de amanhã, já tem que ser Carnaval. Temos costuras, temos fantasia, para chegar no sábado do Carnaval com tudo pronto. Já estamos vendo os trios, para a vistoria. Então, hoje o carnaval chama-se 'carna-negócio'. Antigamente você podia juntar uma turminha para fazer uma batucada para brincar, hoje não é mais para amador, é para profissionais mesmo, tem que ficar com a equipe muito qualificada para botar o bloco tudo”, afirmou.
A coroa é passada, mas o legado permanece. Após 1 ano carregando o título de Deusa do Ébano, a estudante e dançarina Larissa Valéria tem a missão de passar a responsabilidade de representar o mais belo dos belos na avenida e nos quatro cantos do mundo a concorrente que será escolhida no sábado (15), como a 44ª Deusa do Ébano do Ilê Aiyê.
Em entrevista ao Bahia Notícias, Larissa relembrou a trajetória frente ao Ilê no último ano e a conquista especial de ser a Deusa do Ébano no ano em que foi celebrado os 50 anos de história do Ilê.
"Eu recebi o título de Deusa do Ébano no ano marco de história. Eu não sou só a Deusa do Ébano, como eu me apresento. Eu sou a Deusa do Ébano do cinquentenário Ilê, para além do título, ser um marco dessa história é mais importante ainda, além de poder manter essa história viva."
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Para a atual deusa, é necessário que as concorrentes entendam que o título não se trata apenas da beleza, mas da representatividade para uma comunidade, que enxerga no Ilê o seu lugar no mundo.
"A função da Deusa do Ébano é não deixar essa história morrer, e assim eu consegui fazer durante todo o reinado, passando por três continentes durante todo esse mundo. Estive na África, foi nos Estados Unidos, na Europa, levando essa história do Ilê Aiyê, e eu espero que a próxima Deusa do Ébano mantenha esse legado de resistência, que ele exista para além daqui. Quando a gente fala que está passando o título, não está passando a história. Eu sou a 43ª Deusa do Ébano de 50 anos de história, então, existe mais 42 histórias atrás e haverá ainda mais à frente."
Foto: André Frutuôso/ Estúdio Casa de Mainha
Ao site, Larissa ainda se emocionou ao falar sobre ser a inspiração para outras crianças e mulheres ao exaltar a potência negra ao lado do Ilê.
"Eu sou mãe de menina, sou inspiração dentro de casa. E quando a gente consegue conectar outros corações que não vêm da nossa criação, é ainda mais importante, porque a gente consegue entender que o dever está sendo cumprido."
A 44ª edição da Noite da Beleza acontece neste sábado (15). A Deusa do Ébano, que será definida na grande festa com a apresentação de Arany Santana, Sandro Teles e Val Benvindo, vai liderar o Carnaval do Ilê Aiyê de 2025, que desfila com o tema “Kenya: Berço da Humanidade”.
São 15 mulheres, com idades entre 19 e 35 anos, de diversos locais da Bahia e do Brasil, que buscam realizar o sonho de unir a própria história ao Ilê, são elas: Adriane, Camila, Caroline, Cecilia, Ivana, Isis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin.
Além da coroação da Deusa do Ébano, a noite contará com apresentações de Larissa Luz e Rachel Reis, do Coletivo Afrobapho, a orquestra Aguidavi do Jêje, da atriz e cantora Denise Correia, além das atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento, que farão uma performance especial. A noite será conduzida pela Band'Aiyê, sob a regência dos maestros Mário Pam e Kehindê Boa Morte.
Os ingressos para o evento estão à venda com preços a partir de R$ 100, através da plataforma Ticket Maker.
SERVIÇO:
44ª Noite da Beleza Negra
Quando: 15 de fevereiro (sábado), as 22h; abertura dos portões as 20h30
Onde: Senzala do Barro Preto - Curuzu
Ingressos: Ticket Maker e Senzala do Barro Preto
Antes de subir a ladeira do Curuzu na maior festa de rua do mundo, o mais belo dos belos tem um outro grande momento de exaltação da força e beleza negra, que em 2025 fará uma grande homenagem às origens do 1º bloco afro do Brasil.
Na 44ª edição da Noite da Beleza Negra, o evento fará uma homenagem especial a Ekedi Dete Lima, uma das fundadoras do Ilê Aiyê e estilista do bloco.
“A emoção é muito grande. E eu acho que por eu estar aqui firme e de pé, e fazendo com que outras meninas sigam esse legado, que não deixem isso acabar. Então é só agradecimento à minha ancestralidade, aos Oduns, aos Orixás, aos Inquice, aos Ibejis, por todo esse trabalho durante esses anos. E agradeço também a eles por essa grande homenagem que estão fazendo para mim, porque é muito forte.”
Responsável por tornar o mais belo dos belos ainda mais belo na avenida, Dete reforça a importância e a contribuição do Ilê para a moda afro na Bahia e no Brasil.
“Foi uma coisa assim inesperada, porque um grupo de jovens cria um bloco para brincar no carnaval sem parar para pensar o que vai acontecer daqui a cinco anos, quanto mais daqui a 50 anos, sabe? Toda essa evolução que fizemos durante esses anos, essa transformação e esse empoderamento das mulheres negras, que começou aqui no Curuzu e hoje está no mundo, e se espalhando cada vez mais. E que isso não se acabe. Que essa transformação, que essa moda nossa nunca fique no esquecimento. Que os mais jovens, os que estão chegando, que dê seguimento a todo esse trabalho que nós fazemos aqui no Ilê”, afirma.
Com apresentação de Arany Santana, Sandro Teles e Val Benvindo, o evento traz em 2025, o tema "O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a percussão", com encontros musicais e performances históricas.
Entre as atrações confirmadas, estão as cantoras baianas Larissa Luz e Rachel Reis, o Coletivo Afrobapho, a orquestra Aguidavi do Jêje, a atriz e cantora Denise Correia, além das atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento. A noite será conduzida pela Band'Aiyê, sob a regência dos maestros Mário Pam e Kehindê Boa Morte.
Os ingressos para o evento estão à venda, com preços a partir de R$ 100, através da plataforma Ticket Maker.
SERVIÇO:
44ª Noite da Beleza Negra
Quando: 15 de fevereiro (sábado), as 22h; abertura dos portões as 20h30
Onde: Senzala do Barro Preto - Curuzu
Ingressos: Ticket Maker e Senzala do Barro Preto
A 44ª edição da Noite da Beleza Negra acontecerá neste sábado (15), a partir das 20h30, na Senzala do Barro Preto, com o tema "O Curuzu é o mundo: e a porta de entrada é a percussão". O evento contará com encontros musicais, performances históricas e uma homenagem especial a Ekedi Dete Lima, uma das fundadoras do Ilê Aiyê e estilista do bloco.
Entre as atrações confirmadas, estão as cantoras baianas Larissa Luz e Rachel Reis, o Coletivo Afrobapho, a orquestra Aguidavi do Jêje, a atriz e cantora Denise Correia, além das atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento. A noite será conduzida pela Band'Aiyê, sob a regência dos maestros Mário Pam e Kehindê Boa Morte.
Em um dos momentos mais aguardados do evento, a orquestra Aguidavi do Jêje interpretará a música "Xirê", preparando o palco para Larissa Luz, que narrará a história de resistência do Ilê Aiyê, exaltando a percussão como símbolo de liberdade e empoderamento. As atrizes Cris Vianna e Jennifer Nascimento apresentarão uma performance que celebra a ancestralidade e a força das mulheres negras, homenageando figuras inspiradoras e reforçando o poder da arte como resistência, em uma apresentação embalada pela música “Fé”, da cantora Iza.
A cantora Rachel Reis fará o show oficial da noite, que também ser marcada pela eleição da nova Deusa do Ébano do Ilê Aiyê, que será coroada durante o evento. As candidatas ao título são Adriane, Camila, Caroline, Cecília, Ivana, Ísis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin.
Os ingressos para o evento estão à venda, com preços a partir de R$ 100, através da plataforma Ticket Maker.
SERVIÇO:
44ª Noite da Beleza Negra
Data: 15 de fevereiro (sábado)
Local: Senzala do Barro Preto - Curuzu
Horário: 22h I Abertura dos portões: 20h30
Ingressos: Ticket Maker e Senzala do Barro Preto
Pista - R$ 200 (inteira) e R$ 100,00 (meia) - Lote 1 (Valor convencional)
R$ 45 (inteira) e R$ 22,50 (Ingresso social)
R$ 100 (inteira) e R$ 50 (Ingresso promocional)
O Ilê Aiyê anunciou as 15 finalistas que irão disputar o título de Deusa do Ébano 2025, coroando a nova Rainha do bloco durante a tradicional Noite da Beleza Negra, marcada para o dia 15 de fevereiro, na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador.
As finalistas, que têm entre 19 e 35 anos, foram escolhidas para representar o Mais Belo dos Belos e terão a oportunidade de brilhar no palco, mostrando não apenas sua beleza e carisma. As candidatas são: Adriane, Camila, Caroline, Cecília, Ivana, Ísis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin.
Com histórias de vida marcadas pela resistência e pela luta, as participantes buscam conquistar a cobiçada coroa que será entregue pela atual Rainha, Larissa Valéria Sá Sacramento. Algumas delas são estreantes no concurso, enquanto outras já tentaram a sorte em edições anteriores. Independentemente do número de tentativas, todas compartilham a missão de empoderar mulheres negras e reforçar a importância da valorização da estética e da identidade afro-brasileira.
A grande vencedora será a protagonista do Carnaval 2025 do Ilê Aiyê, que celebrará 50 anos do bloco com o tema “Kenya: Berço da Humanidade”. A nova Deusa do Ébano abrirá o cortejo, liderando o bloco e conduzindo a multidão nas ruas de Salvador, celebrando a trajetória do Ilê Aiyê, que continua sendo um símbolo de resistência e cultura afro-brasileira.
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As 15 finalistas ao título de Deusa do Ébano 2025 foram anunciadas na última quarta-feira (15). As finalistas carregarão o nome do Mais Belo dos Belos e disputarão o posto de Rainha do Ilê Aiyê, no próximo dia 15 de fevereiro, durante a 44ª edição da Noite da Beleza.
Adriane, Camila, Caroline, Cecilia, Ivana, Isis, Lorena, Maria Victoria, Nayara, Rafaela, Stephanie, Tainã, Thuane, Wania e Yasmin são as finalistas selecionadas para mostrar no palco sua beleza, gingado e carisma em busca da tão almejada coroa, que será entregue em mãos pela atual Rainha Larissa Valéria Sá Sacramento.
A grande vencedora fará sua estreia oficial no Carnaval de Salvador e vai ser a grande estrela do Carnaval que comemora 50 anos do primeiro desfile do bloco afro mais antigo do país. São 15 mulheres, entre 19 e 35 anos, algumas na primeira, outras já na quinta vez concorrendo, cada uma com sua história de resistência e motivação pessoal para lutar pelo sonho de ser a Deusa do Ébano.
O concurso demonstra o poder da ancestralidade e dos valores que são passados de geração em geração de pais para filhos, que crescem sob a influência do Ilê Aiyê em suas vidas desde cedo. Todas as candidatas têm em comum o desejo de empoderar outras mulheres pretas e mostrar que a competição vai muito além da valorização dos traços e da estética negra. O primeiro bloco afro do Brasil cumpre, desde a primeira edição da Noite da Beleza Negra, o papel de destaque na luta por igualdade racial e resgate da autoestima da mulher negra, com a implantação de uma política pioneira de Ação Afirmativa.
A Deusa do Ébano da 44ª edição vai liderar o Carnaval do Ilê Aiyê de 2025, quando o tema do bloco será “Kenya: Berço da Humanidade”. Ao subir no trio para arrastar a multidão, a Rainha abre os caminhos e guia o cortejo do Mais Belo dos Belos, pintando as ruas de Salvador de amarelo, branco, vermelho e preto, e celebrando a revolução que a cinquentenária existência do Ilê Aiyê representa.
CONHEÇA AS FINALISTAS
Adriane Silva e Silva
Idade: 19
Bairro: Liberdade, Salvador
Profissão: Administradora
Trajetória no concurso: Concorre pela primeira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Porque representa minha história, minha ancestralidade, meus antepassados”.
Camila Cruz Silva
Idade: 33
Bairro: Subúrbio Ferroviário, Salvador
Profissão: Trabalha com estética afro
Trajetória no concurso: Concorre pela quarta vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Por representatividade, mostrar que a gente pode. É uma realização não só do meu sonho, mas da minha ancestralidade, é trazer toda essa história que minha mãe não conseguiu e que hoje eu estou conseguindo”.
Caroline Lopes dos Santos
Idade: 31
Bairro: Estudante de Pedagogia e auxiliar de classe
Profissão: Subúrbio Ferroviário, Plataforma, Salvador
Trajetória no concurso: Concorre pela segunda vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Porque a história do Ilê Aiyê é o que me representa, é o que eu vivo. Não tem como se falar da história sem vivência, e o Ilê traz essa minha vivência”.
Cecilia da Silva Santos
Idade: 34
Bairro: Consultora de imagem e personal stylist
Profissão: Garcia, Salvador
Trajetória no concurso: Concorre pela quinta vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu acredito que eu sou o símbolo dessa transformação da mulher negra na sociedade. O Ilê Aiyê me inspirou a defender os meus valores, defender a minha história em qualquer espaço que eu pudesse pisar”.
Isis Renata do Espírito Santo Dantas Nascimento
Idade: 29
Bairro: Engomadeira, Salvador
Profissão: Fisioterapeuta
Trajetória no concurso: Concorre pela segunda vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “É um ato político de transformação da nossa sociedade, empoderamento da mulher preta, afirmação da nossa cultura, da nossa identidade e a exaltação dessa beleza, além de reverenciar os nossos ancestrais”.
Ivana Muniz Paixão
Idade: 33
Bairro: Dançarina, afro-empreendedora e guia de turismo
Profissão: Lençóis, Chapada Diamantina
Trajetória no concurso: Concorre pela terceira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “É importante levar esse título de Deusa do Ébano para o interior da Bahia, para que as mulheres e crianças acreditem na sua potência, força e beleza. Há muitos anos, o manto sagrado só fica aqui em Salvador, esse ano estou aqui pra levar para o interior da Bahia”.
Lorena Xavier Silveira Bispo
Idade: 22
Bairro: Dançarina, escritora e comunicadora
Profissão: Itapuã, Salvador
Trajetória no concurso: Concorre pela segunda vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “É um lugar de representatividade, onde eu trago a minha história. O Ilê é uma instituição de mecanismo social, político, cultural e artístico. Então, o meu compromisso enquanto Deusa do Ébano é dar continuidade e zelar por isso”.
Maria Victoria de Souza Conceição
Idade: 19
Bairro: Federação, Salvador
Profissão: Digital Influencer
Trajetória no concurso: Concorre pela primeira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Para deixar a força, tanto para as outras mulheres negras quanto para aquelas que ainda virão a nascer, a história, e mostrar que o lugar da mulher preta é onde ela quiser fazendo o que ela quiser”.
Nayara Amanda Guimarães Temporal Costa
Idade: 33
Cidade: Recife, Pernambuco
Profissão: Dançarina e instrutora de Mat Pilates
Trajetória no concurso: Concorre pela segunda vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Pelo meu amor à dança, a essa dança da África que o Ilê traz. É muito difícil a gente falar do continente africano e o Ilê conta a história do continente africano, e eu me identifico muito com isso”.
Rafaela Rosa Silva Oliveira
Idade: 29
Bairro: Barra, Salvador / Nascida e criada na comunidade da Roça da Sabina
Profissão: Pedagoga
Trajetória no concurso: Concorre pela quarta vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Porque além de ser uma representação, não só pra mim, mas para minha comunidade, trazendo a representação não só da dança, não é só um concurso estético. Ele é político”.
Stephanie Ingrid Silva Souza de Deus
Idade: 23
Bairro: Santa Cruz, Salvador
Profissão: Artista e educadora
Trajetória no concurso: Concorre pela segunda vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu já me vejo nesse lugar de destaque, de fala. Para além da dança, eu quero inspirar e representar mulheres e crianças negras a também se verem neste lugar”.
Tainã Santana Vieira
Idade: 31
Bairro: Lapinha, Salvador
Profissão: Psicóloga
Trajetória no concurso: Concorre pela terceira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Eu tenho uma filha de cinco anos, então é muito mais por essa questão de representatividade pessoal, dentro de casa. Essa construção enquanto criança negra, para quando crescer, se reconhecer enquanto mulher negra”.
Thuane Vitória Pereira Santana
Idade: 27
Bairro: Cuidadora de idosos
Profissão: Fazenda Grande do Retiro, Salvador
Trajetória no concurso: Concorre pela terceira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Para mim é um resgate ancestral, uma realização do sonho em memória da minha mãe, e das minhas filhas hoje. É me impor perante a sociedade, esse título traz para a gente esse empoderamento enquanto mulher preta”.
Wania Souza de Lima dos Santos
Idade: 35
Bairro: Cidade Nova, Salvador
Profissão: Educadora social em dança e pedagoga em formação
Trajetória no concurso: Concorre primeira pela vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Tem uma frase que Vovô [do Ilê] citou muito, que era ‘vão fazer você lembrar que você é preto da pior forma possível’ e eu senti isso na pele. Não é isso que eu quero para mim, para minha filha e para as crianças que eu ensino enquanto artista e educadora”.
Yasmin Maria Santos da Silva
Idade: 19
Bairro: Itapuã, Salvador
Profissão: Vendedora de veículos
Trajetória no concurso: Concorre pela primeira vez
Por quê quer ser Deusa do Ébano: “Tem uma representatividade muito grande na minha família. É expressar a minha voz negra para que outras mulheres acreditem que elas têm um lugar no mundo”.
Presentes no show de comemoração aos 50 anos do Ilê Aiyê na Conha Acústica, nesta sexta (1°), os representantes Russo Passapusso e Roberto Barreto ressaltaram a influência do Mais Belo dos Belos na musicalidade e representatividade na música baiana. Ao Bahia Notícias, os músicos afirmaram que “Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê”
“Não existiria Baiana System se não tivesse Ilê Aiyê. 50 anos de Ilê Aiyê e a gente está aqui fazendo essa celebração junto, trata-se de identidade, de a gente se reconhecer, entender exatamente o propósito da música em relação a tudo que a gente faz”, disse o vocalista e um dos representantes da banda, Russo Passapusso.
Em sua fala, o músico ressalta ainda a relevância do bloco na atualidade: “Então assim, não é um processo de resgate, Ilê Aiyê não é passado, Ilê Aiyê tem pé no futuro. Quando a gente ouvir com cada vez mais atenção, a gente tem todo esse desmembramento que ensina pra gente até hoje no Baiana e diversos outros artistas que passaram por esse caminho. Então é raiz e é fruto”, conclui Russo.
O guitarrista Roberto Barreto, por sua vez, detalhou o histórico da evolução musical baiana atrelada aos blocos afro.
“Como o baiano tem isso muito presente e a gente tem visto isso nos depoimentos de todo mundo, quando tem falado dessa importância há 50 anos. Neguinho do Samba, Abral, Malê, tudo que veio depois e tudo que a gente conheceu como escola de percussão e do que é essa percussão de rua. Muitas influências, são muitas escolas de bateria dentro do Ilê Aiyê que vão se formando e que vão se ramificando até Cortejo Afro”, diz.
“Hoje acho que é uma celebração que é muito maior, é uma celebração que tem a ver com a história do Carnaval da Bahia, tem a ver com tudo que veio depois, tudo que você falar de indústria [musical], tem a ver com o Ilê Aiyê”, conclui Barreto.
NOVO PROJETO PARA 2025
Ao citarem os 40 anos do Axé, enquanto estilo musical, a banda promete uma “renovação” para o ano que vem e o lançamento de um novo projeto para 2025. “Acho que a gente vai entrar com a renovação, porque o Carnaval é sempre uma renovação. A gente está aqui celebrando um ponto de partida que permeia todo o processo de composição, de música, de encontros musicais, de criações, de tudo isso”, define Russo Passapusso.
“A gente, no Carnaval, a gente vai trazer muitas novidades, tá trabalhando há três anos pra isso. E vai ser um tema que com certeza vai fincar, nesses 40 anos, essa relação da música, do axé, de toda essa luta que a gente tem de celebração do samba reggae. O samba reggae é o futuro”, revela.
Participando da celebração dos 50 anos do Ilê Aiyê, o mastro da Orquestra Afrosinfônica, Ubiratan Marques, comentou sobre as influências do bloco sobre a orquestra e ressaltou a história do Ilê Aiyê. Em entrevista nesta sexta-feira (1º), o músico afirmou que o grupo o qual ele coordena é “filho” do bloco afro e analisou que toda melodia brasileira “é fundamentada na música de matriz africana”.
“A Afrosinfônica ela só existe por causa do Ilê, nós somos filho desse movimento. Então toda essa resistência nesses 50 anos de luta, eles, na verdade, acabaram surgindo essas variações do que eu chamo dos filhos desse movimento. E nós somos um filho, um dos filhos do Ilê Aiyê, eles são a nossa grande referência”, disse Ubiratan.
O maestro também avaliou que todo o cenário musical brasileiro possui influência da cultura africana. Ele citou, por exemplo, o samba e os maracatus, além dos blocos do Carnaval de Salvador.
“Eu costumo dizer o seguinte: A música brasileira, ela tá toda fundamentada na música de matriz africana. Os Guardiões são os terreiros e todas as manifestações que saem dos terreiros. São os sambas, as variações Maracatu e suas variações. os blocos afros e suas variações que é o carnaval da Bahia. Tudo isso se deve a esses blocos, principalmente ao Ilê Aiyê”, afirmou o maestro.
A orquestra também realizou a abertura das celebrações dos 50 anos do Ilê Aiyê. Veja:
Maestro da Orquestra Afrosinfônica, Ubiratan Marques comenta relação com Ilê Aiyê: “Somos filhos desse movimento”
— Bahia Notícias (@BahiaNoticias) November 1, 2024
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O fundador do Ilê Aiyê, Antônio Carlos “Vovô”, definiu que para o legado do bloco afro perdurar por anos é necessário que a sociedade reconheça que “Salvador é uma cidade negra”. Vovó conversou com a equipe do Bahia Notícias durante o show em comemoração aos 50 anos do Ilê.
“Falta tratamento igualitário, falta começar a reconhecer que Salvador é uma cidade negra. Dizemos que Salvador é a capital afro e a terra do Axé, a roma negra, mas aqui o Apartheid funciona muito forte. O racismo se instalou, não adianta todo mundo reconhecer que é uma cidade negra e o negro sempre ser vilão até provar que não”, declarou Vovô.
Ele finalizou declarando que faltam gestores negros na política. “Nós temos uma campanha desde 2005, eu quero alguma mulher negona governando nessa cidade. Eu quero ver um prefeito ou uma prefeita negra. Mas não depende só dos partidos, depende do povo negro votar certo. Branco não vota em negro e negro não vota negro. Ficará difícil e eu sozinho não consigo resolver isso”, completou.
No evento, também estavam presentes os diretores do bloco, Macalé Santos, um dos fundadores do Ilê, o diretor artístico Elísio Lopes Jr.
Que bloco é esse? A pergunta feita por Paulinho Camafeu em 1974 para introduzir o Ilê Aiyê ao mundo no Carnaval do ano seguinte já não é feita com a mesma intensidade em 2024, mas não porque o bloco, o 1º voltado exclusivamente para a comunidade preta em Salvador, perdeu a força. Após 50 anos, a resposta está na ponta da língua de quem desfila nas ruas da capital baiana durante a folia, entre locais e turistas.
O “mundo negro” dentro da Bahia mostrado em 1974 através da ideia revolucionária de Vovô do Ilê saiu das aspas e ganhou o mundo de forma literal. Não há quem não responda a pergunta com outra música de volta: O mais belo dos belos, o charme da Liberdade. E nem pegue ninguém ou toque, essa é a hora de ver o Ilê Aiyê passar.
“A nossa maior conquista com o Ilê Aiyê é ter semeado a questão da negritude, do orgulho de ser negro. De abrir espaço para profissionais negros serem exaltados, como a obra da sede do Ilê, que foi feita por um arquiteto negro, Pedro Rosa. A gente não desiste nunca, o negro é sempre o vilão e a gente sempre está tentando reverter essa situação”, afirma Vovô do Ilê.
Foto: André Frutuoso
Quem diria que subir a ladeira do Curuzu em 1974 daria acesso não só ao bairro da Liberdade, um dos mais populosos de Salvador, mas também ao mundo através da música e da arte. A conquista do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, que nesta sexta-feira (1) completa 50 anos de existência e resistência negra no Carnaval de Salvador e na cultura mundial, é cantada aos quatro ventos e celebrada pela comunidade.
“O Ilê surgiu para ser um bloco carnavalesco, um bloco afro só composto por negros e dirigindo por negros, mas o Ilê se tornou uma referência nacional de combate ao racismo a partir das suas ações e sua resistência. Das suas músicas denunciando o racismo, empoderando as pessoas negras, resgatando o orgulho de ser negro, contando histórias. Tudo isso fez o diferencial do Carnaval do Ilê”, conta Vovô ao Bahia Notícias.
Apesar de cantar pautas sociais nas ruas, o bloco passou a atuar de forma mais ativa nas causas extra festa através de Mãe Hilda. Vovô conta que a festa ficava com ele e Apolônio Souza de Jesus Filho, o Popó do Ilê, enquanto Mãe Hilda dava ao Ilê os rumos necessários para que o bloco deixasse de ser apenas algo visto em fevereiro, para ser vivido nos 12 meses do ano.
“Os blocos por aqui não faziam nada, quando o Ilê começou a fazer os ensaios as pessoas foram à loucura. No início elas ficaram meio assustadas, por causa da repressão, mas depois a periferia inteira se deslocava para o Curuzu para participar dessa festa. A partir dos anos 80, 90, quando começamos, através de minha mãe, a ter atividades extra carnavalescas com as escolinhas no terreiro, os cursos profissionalizantes, nós começamos a fazer a diferença na comunidade como um todo.”
Foto: Arquivo
Ao site, Vovô contou que não criou o bloco com a expectativa de que ele fosse durar 50 anos, mas que tudo com o Ilê aconteceu de forma natural, apesar das adversidades e da luta por espaço e investimento.
“Tudo foi acontecendo naturalmente. Eu queria ser carnavalesco, queria curtir o Carnaval e não via espaço. Via muitos blocos compostos por pessoas brancas, via os blocos de índio, os blocos de samba, era tudo misturado, mas o Ilê nunca conseguia ganhar o Carnaval. Com o crescimento do bloco, a chegada de novos associados, nossa característica maior de sempre desfilar no Curuzu, o ritual com o candomblé quando minha mãe decidiu sair no bloco, tudo isso nos fortaleceu. Tivemos muitas dificuldades de dinheiro, de patrocínio, apoio, mas nunca desistimos e continuamos aqui.”
Para Vovô, o Ilê carrega consigo uma grande conquista desde a sua criação, ter semeado o orgulho de ser negro na Bahia, no Brasil e no mundo. “O Ilê conseguiu mobilizar isso. Poucos anos após a criação do Ilê, surgiram novos blocos, em 1976 e na cidade toda e no Brasil. Hoje você vê essa movimentação no Acre, em Brasília, em Minas, Maranhão. Todo lugar tem blocos com essa característica afro percussiva. Começamos a sair do Brasil, muitos integrantes do bloco acabaram ficando por lá, mas deram continuidade a nossa história”.
“AS PESSOAS, ANTES DE SEREM CAPITALISTAS, SÃO RACISTAS”
Crítico da forma como a verba dedicada aos blocos afro é distribuída no Carnaval, Vovô tem opinião firme sobre o assunto e faz questão de alfinetar sempre que pode quanto às diversas restrições que ele, e outros diretores de blocos afro, encontram ao buscar o apoio financeiro de instituições e governos.
Para além da verba, o idealizador do Ilê faz uma crítica forte ao comportamento criminoso enquanto sociedade soteropolitana: o racismo enraizado. Vovô pontua que a capital baiana foi o local onde racistas encontraram para se sentirem confortáveis em praticar o crime.
Foto: André Frutuoso
“Salvador foi o lugar onde o racismo se instalou e se deu de bem, apesar desses adjetivos todos que Salvador tem, ela continua uma cidade muito racista. As pessoas sempre têm resistência de apoiar, de juntar sua marca com a negrada, apesar de nós sermos maioria no consumo, eu falo muito que o empresariado, as pessoas que estão no governo, municipal e estadual, elas podem até tentar, mas os assessores dificultam. É muita exigência de documentação que eu não sei se vejo essa exigência para os artistas brancos que são contratados na cidade. Eu sinto que as pessoas, antes de serem capitalistas, são racistas. Eles deixam até de ganhar o dinheiro deles, mas não querem juntar a marca deles com a negrada.”
TRANSFORMAÇÃO ATRAVÉS DA JUVENTUDE
Vovô pontua que um dos caminhos para mudar o cenário é investir na juventude, mas naquela que tem interesse de lutar junto pela busca de espaço e respeito e não quem queria apenas se tornar conhecido por uma causa sem batalhar junto.
“Ainda vamos ter que lutar bastante, conscientizar a juventude negra que tá vendo as coisas acontecendo, mas está fazendo vista grossa. O pessoal gosta muito de panfletar, mas na prática, na hora de atuar, as pessoas estão muito no discurso. Todas as nossas conquistas, a questão de cotas, tudo que nós conquistamos, a lei no 10.639, por exemplo, antes mesmo de ter essa lei promulgada, isso já acontecia dentro dos colégios onde o Ilê atuava”, afirmou.
Foto: André Frutuoso
A lei em questão foi a de 2003, que estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".
Para Vovô, o futuro ainda é de muita briga. “A gente ainda vai ter que batalhar muito para mostrar nosso valor, estar sempre alerta. Tem pessoas que não percebem o que acontece, dizem que nunca foram discriminados, mas por não ter conhecimento de causa”.
No bate-papo, Vovô ainda citou a importância de ter nomes negros ocupando espaços em todas as áreas, a exemplo do futebol, que influencia tantos jovens e consegue prender a atenção de tantas pessoas. “Aqui no Brasil, só temos a Ponte Preta com um presidente negro. A direção de clube de futebol são todos brancos. Poucos treinadores negros tem destaque, e as pessoas acham isso normal”.
Dentro do Ilê, Vovô conta que o propósito é dar voz e oportunidades para pessoas negras em primeiro lugar. “Aqui no Ilê, todo mundo que trabalha com a gente foi formado aqui, fazemos tudo para que esse movimento não acabe. A gente não é eterno e se quisermos dar continuidade, precisamos dessas pessoas”.
A MUSICALIDADE QUE INSPIRA
A conta é básica, são 50 anos de Ilê Aiyê e 40 anos de axé music. Na analogia com a pergunta clássica do quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? O llê vence a disputa, que é inexistente pois há um consenso: o axé não seria o que é hoje sem os blocos afro.
O tópico interliga com a declaração anterior sobre dar continuidade ao que foi feito anteriormente. Em meio aos debates do que foi embora e do que permanece, o axé sempre aparece como algo que tem ocupado a lembrança do público. Já o Ilê segue latente e acaba se tornando o respiro do gênero musical que fez do Carnaval o que ele é hoje.
Foto: André Frutuoso
“Sempre estamos com artistas da terra, que dão visibilidade nacional ao Ilê e é uma troca justa. Temos muitos artistas que são parceiros [Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Beto Jamaica e Baiana System se apresentam no show especial de 50 anos do bloco]. Muitos começaram a sua carreira com o Ilê Aiyê e eles sabem que a revolução dos tambores influenciou muito a música baiana. O axé music surgiu depois dos blocos afro, o pessoal usava pouca percussão aqui, o timbau, atabaque, esses elementos fomos nós que trouxemos para a musicalidade baiana. Não é difícil ter esses parceiros.”
O Ilê Aiyê confirmou a participação de Carlinhos Brown no espetáculo em comemoração aos seus 50 anos, marcado para a próxima sexta-feira (1/11), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA). O evento, que começa às 18h30, também contará com a presença de Daniela Mercury, BaianaSystem, Orquestra Afrosinfônica, entre outros.
A inclusão de Carlinhos Brown no line-up destaca uma relação de longa data entre o artista e o bloco, caracterizada por colaborações e homenagens. No Carnaval deste ano, Brown prestou tributo ao cinquentenário do Ilê Aiyê durante seu desfile no Arrastão da Quarta-Feira de Cinzas.
O repertório do espetáculo promete uma retrospectiva dos 50 anos do Ilê, com a apresentação de clássicos que marcaram a trajetória do bloco, conhecido como a "pérola negra do Curuzu". Além de Carlinhos Brown, outros artistas confirmados incluem Aloísio Menezes, Beto Jamaica, Matilde Charles e Amanda Maria.
O evento é organizado pelo Ilê Aiyê em parceria com a Caderno 2 Produções, com direção artística de Elísio Lopes Jr. A renda obtida com a venda dos ingressos será destinada às ações sociais e culturais da Associação Cultural Bloco Ilê Aiyê.
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Em celebração aos 50 anos do Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do mundo, a TV Bahia exibirá no próximo dia 1º de novembro o documentário intitulado "Ilê Aiyê: a casa do mundo". O filme, que será transmitido logo após a Sessão da Tarde, traz registros inéditos e revisita a trajetória do Ilê Aiyê, que é um dos maiores símbolos da cultura baiana, representando a resistência do povo preto e a luta contra o racismo.
Com direção de Alexandre Lyrio e Ricardo Ishmael, a produção envolveu a entrevista de quase 60 pessoas, abrangendo desde figuras anônimas até grandes personalidades da música e da cultura baiana, como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Lazzo Matumbi, Carlinhos Brown, Mãe Hildelice e Vovô do Ilê. Além disso, os atores Lázaro Ramos e Taís Araújo contribuem com as narrações que acompanham as cenas. Todos compartilharam suas memórias e momentos marcantes com o Ilê Aiyê, carinhosamente conhecido como o “Mais Belo dos Belos”.
O roteiro, escrito por Lyrio, começa na Ladeira do Curuzu, no bairro da Liberdade, e percorre os cinco ciclos históricos do bloco afro até sua turnê mundial mais recente, realizada em julho de 2024. A turnê, que teve início na África e passou por 12 países europeus, foi registrada por Ishmael, que acompanhou o Ilê até o Marrocos para captar momentos da jornada.
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As mulheres negras que sonham em representar o bloco afro Ilê Aiyê já podem se inscrever para o concurso Deusa do Ébano 2025. As inscrições foram abertas na última terça-feira (15) e seguem até o dia 8 de dezembro.
Para participar, as candidatas devem ter entre 18 e 35 anos e se inscrever através de um formulário. A escolhida será revelada na 44º edição da Noite da Beleza Negra, na Senzala do Barro Preto, sede do bloco cinquentenário.
A atual Deusa do Ébano é a empresária Larissa Valéria Sá Sacramento, vencedora da última edição do concurso.
SERVIÇO:
Inscrições Deusa do Ébano 2025 – Ilê Aiyê
Prazo: 15 de outubro a 08 de dezembro
Mais informações:
Instagram: @blocoileaiye
Em comemoração aos 50 anos, o bloco afro Ilê Aiyê realizará um show na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. O espetáculo intitulado "Ilê Aiyê – 50 Anos", que será realizado no dia 1º de novembro, a partir 18h30, será um Concerto Afro-Sinfônico dirigido pelo dramaturgo e diretor artístico Elísio Lopes Jr..
Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla, com preços variando de R$ 25 (meia) no lote promocional até R$ 100 (inteira) no terceiro lote. O evento tem classificação indicativa de 16 anos.
O show contará com um repertório selecionado e a participação de convidados especiais, que farão homenagens à história do Ilê Aiyê, reconhecido como o primeiro bloco afro do Brasil. A apresentação faz parte de uma série de atividades voltadas para a celebração dos 50 anos de atuação do grupo na promoção da cultura afro-brasileira.
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A sede do Ilê Aiyê, localizada na comunidade do Curuzu, no bairro da Liberdade, em Salvador, passará por uma reforma. Uma licitação para a contratação de empresa que irá realizar a obra no espaço foi publicada neste mês no Diário Oficial do Município.
De acordo com o documento, o valor global das obras é da ordem de R$5,68 milhões para a total requalificação, que vai incluir alterações no espaço físico, na climatização, melhoria de acessibilidade, construção de sanitários PCD, substituição das instalações elétrica e hidráulica, além da compra de novos equipamentos e melhorias das condições da Escola Mãe Hilda.
A Superintendência de Obras Públicas (Sucop) tem a estimativa de que no dia 17 de outubro já sejam informadas as empresas que demonstraram interesse na realização das obras de requalificação. O prazo para a execução dos serviços previstos no Edital de Concorrência é de 150 dias, a partir da data da assinatura da ordem de serviço, como aponta o cronograma físico-financeiro.
O projeto da reforma da sede do Ilê Aiyê está sendo conduzido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF). Fundado em 1974, o espaço tem um papel social importante dentro da comunidade desde 2003. A Senzala do Barro Preto, como é conhecida, é um edifício de oito andares com espaço para as festas da Beleza Negra e as demais atividades de ensino e formação do grupo, que, além de música e dança, incluem cursos profissionalizantes e a Escola Mãe Hilda.
O antropólogo francês Michel Agier, professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, chega a Salvador na próxima segunda-feira (9) para o lançamento de seu livro “Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro”. O evento acontecerá às 19h, na sede do Ilê Aiyê, localizada no bairro do Curuzu.
A cerimônia, que contará com uma apresentação da Band’Aiyê, receberá também a presença de Antônio Carlos Vovô, Arany Santana, a diretora do Centro de Estudos Afro-Orientais Jamile Borges e a antropóloga Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, que escreveu o texto de orelha da obra.
Michel Agier dedicou anos de pesquisa ao Ilê Aiyê, bloco afro que celebra seus 50 anos em 2024. O livro oferece um detalhado registro histórico sobre a trajetória do bloco, que começou como um evento local e se tornou um marco cultural e político.
“O que eu quero transmitir enquanto francês e antropólogo é que a importância do Ilê vai além do local, é uma importância cultural e política. O Ilê Aiyê teve um papel fundamental sobre o olhar que se tem sobre o povo negro, inclusive colocando em pauta a luta contra o racismo e a valorização de uma história própria de referência aos afrodescendentes não só da Bahia, mas do mundo todo. Recompus o dia a dia da preparação do primeiro carnaval desde o primeiro folheto de 1974, um arquivo histórico muito importante de um pequeno evento de jovens negros que brincavam no carnaval com essa ideia de África na Bahia e que se tornou referência tanto local quanto internacional”, esclarece Michel.
Para a elaboração da obra, Agier realizou diversas visitas à Bahia, onde coletou entrevistas e relatos de membros e associados do bloco. O livro explora as condições que permitiram o surgimento do Ilê Aiyê, no contexto dos debates sobre raça, cultura e modernidade no Brasil.
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O WISH Hotel da Bahia realizará um evento especial em homenagem aos marcos culturais da capital baiana em 2024. A celebração acontecerá na próxima quarta-feira (28) e contará com a exibição do documentário “Sons do Terreiro Mundo”, produzido pelo A TARDE PLAY, o núcleo audiovisual do Grupo A TARDE.
O documentário explora as raízes dos Blocos Afro e Afoxés de Salvador, mostrando a influência dos terreiros de Candomblé na musicalidade e na identidade cultural da Bahia. “Sons do Terreiro Mundo” investiga como as religiões de matriz africana moldam a percussão e a rica herança cultural da cidade, alinhando-se ao tema “Salvador Capital Afro”.
O evento celebra a importância dos blocos afro, comemorando os 75 anos do Afoxé Filhos de Gandhy e os 50 anos do Ilê Aiyê. Com a exibição, será dada a oportunidade para refletir sobre o impacto cultural e religioso dos terreiros e a contribuição dos blocos afro para a cultura baiana.
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O jornalista e apresentador da TV Bahia, Ricardo Ishmael, está no Marrocos para acompanhar o início da turnê internacional que celebra os 50 anos do Ilê Aiyê. Acompanhado pelo cinegrafista Márcio Rosário, Ishmael está registrando o evento para um documentário que será exibido em novembro, mês da Consciência Negra.
A turnê começou em Essaouira, cidade costeira do sudoeste marroquino, durante o Essaouira Gnaoua & World Music Festival, considerado o maior festival de música africana e diaspórica do mundo. O Ilê Aiyê, o bloco afro mais antigo do Brasil, fez a abertura oficial do festival no palco do Moulay Hassan Stage, local onde se apresentaram também os Mestres Gnaoua Hassan Boussou e Moulay El Tayeb Dehbi, o grupo de dançarinos Compagnie Dunmalé, da Costa do Marfim, e Nino de Los Reys, com sua dança flamenca. O evento atraiu cerca de 40 mil pessoas.
Ricardo Ishmael foi escolhido para liderar a cobertura jornalística por seu conhecimento aprofundado sobre o Ilê Aiyê e sua experiência em reportagens internacionais, como a cobertura da canonização de Santa Dulce dos Pobres no Vaticano em 2019. Em preparação para a cobertura no Marrocos, Ishmael dedicou-se a estudar a cultura local. "Comecei a estudar o Marrocos desde que fui comunicado pela diretora de Jornalismo da Rede Bahia que iria acompanhar a turnê internacional do Ilê Aiyê. Aprendi algumas frases e expressões em árabe, aprimorei o francês e, mais importante que isso, mergulhei de cabeça na cultura Gnaoua. Não vejo essa missão como um desafio, mas como uma oportunidade de aprender mais sobre os muçulmanos, sobre o Norte da África e sobre o Ilê Aiyê, esse movimento de luta, resistência e empoderamento que há 5 décadas salva vidas", afirmou Ishmael, em entrevista ao BN Hall.
A turnê internacional do Ilê Aiyê seguirá agora para a Europa, com a próxima apresentação marcada para Faro, Portugal, antes de passar por outros 10 países. A Rede Bahia é a única equipe de TV do Brasil a documentar a turnê.
O Ilê Aiyê dará início a sua turnê mundial, que celebra os 50 anos do bloco. Com a primeira parada em Marrocos, no próximo domingo (23), o bloco afro passará por 10 países, incluindo locais na Europa, como Alemanha, Portugal, Irlanda e Holanda.
As apresentações acontecem entre os dias 24 de junho a 31 de julho, onde o bloco mais antigo do Brasil levará dança, percussão e o canto característico do grupo para várias partes do mundo, totalizando 14 shows. Em Marrocos, na África, dois shows abrem a turnê na cidade de Essaouira, no tradicional festival de música local, o Gnaoua World Music Festival. A expectativa é de uma celebração musical embalada pelo clima de reverência ao continente, onde tudo começou.
"O público de fora é muito receptivo, porque a música é universal. É gratificante ver as pessoas cantando junto com a gente em espaços lotados, nos reconhecendo na rua e nos cumprimentando. É sempre uma experiência muito gratificante, ainda mais nessa turnê, em que o Ilê é o grande aniversariante do ano", comentou Antônio Carlos Vovô, presidente da entidade.
Depois da África, a parada seguinte é em outro país que tem sua história entrelaçada com a do Brasil: Portugal. A apresentação será no dia 30 de junho, no Festival Pé na Terra, na Vila da Fuseta, em Faro. Confira a programação completa:
Dublin: No dia 4 de julho, será a vez dos irlandeses treinarem o gingado ao som do samba afro da Band’Aiyê. A apresentação será no Button Factory, clube de música ao vivo que já recebeu grandes nomes da música local e internacional.
Amsterdã e Paris: Marcado para o dia 5 de julho, na Holanda, o show do Ilê acontece no Psicotrópicos Festival, evento que consagra a potência da música brasileira na Europa, com atrações que desafiam as disparidades sociais, de gênero e políticas. Já no dia 6 de julho, a apresentação da pérola negra do Brasil será na França, na casa de shows Pan Piper.
Berlim: O bloco também passará pela Alemanha, no dia 7 de julho, quando o público assistirá ao espetáculo cênico-musical do bloco afro no House of World Cultures, centro nacional para a apresentação e discussão de artes contemporâneas internacionais. Ainda no país, no dia 12 de julho, o Ilê participa do maior festival de samba fora do Brasil, o Festival Internacional de Samba em Coburgo. Durante o evento, o Prêmio Humano será dedicado a Antônio Carlos Vovô.
Edimburgo, Amarante e Lisboa: A parada seguinte vai fazer a percussão do Ilê retumbar e estremecer os castelos da Escócia, onde a Band’Aiyê se apresenta no Festival de Carnaval de Edimburgo no dia 14 de julho. De volta a Portugal, no dia 20 de julho, a apresentação será no Mimo Festival, na cidade de Amarante. E no dia 25 de julho, será em Lisboa que o Ilê Aiyê vai contaminar a todos com sua vibração musical única no Clube Oriental de Lisboa.
Londres e Barcelona: O centro de arte Barbican Centre, na Inglaterra, é onde o grupo mostra seu show de música, dança e luta social aos britânicos no dia 26 de julho. E no dia seguinte, 27, na Espanha, o bloco é atração dos concertos de música brasileira do Nits de Brasil.
Bari: A última parada será no dia 31 de julho, na Itália. É lá que acontece o Festambiente Festival, que une música, cinema e exposições num dos festivais italianos mais esperados do verão.
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O primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, realizará no dia 16 de junho o seu tradicional Arr’Aiyê, que celebra a cultura junina.
O evento acontecerá a partir das 15h, na Senzala do Barro Preto, no Curuzu, em Salvador, e promete um clima de arrasta-pé, com Samba Junino e música afro. A entrada para a festa será mediante a doação de 1 kg de alimento não-perecível, destinado para doação ao programa Bahia Sem Fome.
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O bloco Ilê Aiyê vai fazer uma turnê internacional comemorativa aos seus 50 anos pela África e Europa, num total de 14 shows. Os tambores do bloco afro mais antigo do Brasil irão tocar forte fora do Brasil entre os dias 24 de junho e 31 de julho.
A primeira parada do Ilê contará com duas apresentações em Marrocos (24 e 28 de junho), na cidade de Essaouira. Os shows acontecem no festival de música local, o Gnaoua World Music Festival.
Depois da África, o destino seguinte é Portugal, no dia 30 de junho, no Festival Pé na Terra, na Vila da Fuseta, em Faro. Na sequência, em 4 de julho, será a vez dos irlandeses treinarem o gingado ao som do samba afro. A apresentação será no clube de música ao vivo de Dublin, o Button Factory. De lá, o grupo parte para Amsterdã, no dia 5 de julho, na Holanda, no Psicotrópicos Festival.
Já no dia 6 de julho, a apresentação será em Paris, na França, na Pan Piper. Depois, no dia 7 de julho, será em Berlim, na capital alemã, no House of World Cultures. Ainda na Alemanha, no dia 12 de julho, o Ilê participa do Festival Internacional de Samba em Coburgo. Nesta edição, o festival dedica o Prêmio Humano ao presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô.
O bloco ainda passará pela Escócia; Amarante e Lisboa, novamente em Portugal; Londres, na Inglaterra; e Barcelona, na Espanha; e Bari, na Itália;
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Depois dos shows de Gloria Groove, com a participação de Hiran, e do Cortejo Afro com Majur, na noite deste sábado (17), hoje (18) será a vez do Ilê Aiyê e dos Novos Baianos agitarem a Praça Cairu, em Salvador, no Festival Viva Verão. A festa começa a partir das 18h.
O primeiro bloco afro do mundo dará continuidade à comemoração dos seus 50 anos e promete uma apresentação especial pós Carnaval. Do outro lado, Baby do Brasil, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor vão trazer um repertório repleto de clássicos dos Novos Baianos, que embalam gerações.
O evento é uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) de Salvador e ainda terá programação nos dias 20, 24 e 25 de fevereiro, sempre a partir das 18h.
Veja abaixo a programação dos próximos dias:
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Dia 20 (terça-feira) – Olodum
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Dia 24 (sábado) – Didá / Márcia Short / Ayabass (Luedji Luna, Xênia França, Larissa Luz)
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Dia 25 (domingo) – Filhos de Gandhy / Timbalada / Gaby Amarantos
Com mais de três milhões de votos, a música “Macetando”, da cantora Ivete Sangalo, venceu o Troféu Bahia Folia e é a música do Carnaval 2024. O anúncio foi feito durante o telejornal Bahia Meio Dia, da TV Bahia, nesta quarta-feira (14). O hit é interpretado por Ivete, com a participação especial da cantora Ludmilla.
Composição de Ivete Sangalo, Luciano Chaves e Samir Trindade, a música alcançou 52,87% dos votos na disputa que teve exatos 3.122.047 votos. Com essa conquista, Ivete Sangalo se consagra pentacampeã, já que também venceu em 2002, com o hit ‘Festa’; em 2009, com ‘Cadê Dalila’; em 2020, com ‘O Mundo Vai’; e em 2021, com ‘Tá Solteira, Mas Não Tá Sozinha’.
ILÊ AIYÊ
Homenageado no Carnaval deste ano pelos seus 50 anos de fundação, o bloco afro Ilê Aiyê foi premiado pela música ‘Herança e Crença’, com 34,58% dos votos do público. Composição de Julinho Magaiver e Marco Poca Olho, a música obteve 85.924 votos. O bloco afro mais antigo do Brasil disputou o prêmio com outros 14 concorrentes.
Foto: Juracy Feitosa / Ag. Fred Pontes / Bahia Notícias
O Ilê Aiyê continua a encantar os foliões nesta segunda-feira (12). O Mais Belo dos Belos volta a desfilar no Circuito Osmar (Campo Grande), na comemoração dos seus 50 anos de existência.
Para celebrar o tradicional bloco afro, muita gente aproveitou para levar a família, como foi o caso de Glória que trouxe a sobrinha Sofia de 10 anos para conhecer o bloco.
“É muito bom, muito gratificante. A família está unida aqui, comemorando os 50 anos do Ilê”, destacou Glória.
Conhecida por expressar a cultura afro nos trabalhos, Daniela Mercury se apresenta neste domingo (11) de carnaval de Salvador, trazendo a força da dança do Ilê Aiyê e do Balé Folclórico da Bahia. Daniela leva o bloco Crocodilo no circuito Osmar. Vem de vermelho com o perfil azeviche, marca do Ilê, em um tecido que cobra a roupa da vocalista. Neste ano, o primeiro bloco afro do Brasil completa 50 anos.
“Hoje eu estou homenageando o Ilê e trago a beleza e a força dessas danças africanas que a gente só aprende no Curuzu ou nos terreiros de Candomblé e no balé folclórico da Bahia que tem mais de 30 anos conosco”, disse.
Segundo a artista, é preciso valorizar o Ilê Aiyê, uma vez que o grupo sempre combateu o racismo e afirmou a beleza negra. “O Ilê ensina a todo mundo resistir a todo tipo de opressão, não é somente ao racismo”, disse a cantora ao BN.
Presente na festa do Carnaval de Salvador, neste domingo (11), a atriz, comediante e influencer Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, falou com o Bahia Notícias sobre a importância do Ilê Aiyê como tema central do Carnaval na capital baiana.
Tia Má destacou a história do primeiro bloco afro do Brasil, que completa 50 em 2024, lembrando que ele surgiu da "dor da exclusão" e cobrou que a data represente um momento de mudança dos investidores pois "apesar de ser o tema central do Carnaval, ainda são poucos os incentivos".
"Às vezes a gente esquece que o Ilê é uma história muito bonita, mas que surge da dor da exclusão. Só que, de repente, você faz meio século de resistência, mas também de resiliência. Porque ainda que o Ilê esse ano seja o tema central, 'Salvador, capital afro', ainda são poucos os incentivos financeiros que esses blocos afros recebem. Que essa data seja um momento de ter essa mudança, que esses blocos afros possam atrair cada vez mais investimentos", explicou Tia Má.
Maíra ainda apontou o impacto social do Ilê Ayê, que, além de fazer a festa no Carnaval, também realiza uma mudança estrutural na comunidade. "Eu sempre digo que só existe Maíra Azevedo porque existiu Ilê".
"Não adianta você dizer que apoia, mas não fortalecer financeiramente. Eu faço questão de ir lá, comprar minha fantasia porque esses blocos não fazem apenas Carnaval, eles fazem toda uma mudança estrutural naquela comunidade. Eu sempre digo que só existe Maíra Azevedo porque eu posso beber na fonte dessas músicas. Eu nunca quis ser princesa, meu sonho era ser Deusa do Ébano. Eu tinha na minha infância um referencial de beleza, que eu não via em nenhum outro lugar a não ser no Ilê Ayê", disse Tia Má.
O músico Moreno Veloso, filho do cantor e compositor Caetano Veloso, foi uma das personalidades que acompanharam a saída do Ilê Aiyê na noite deste sábado (10), no bairro do Curuzu, em Salvador. Ao Bahia Notícias, o artista contou sobre as influências que teve através do bloco.
“O Ilê está presente na minha vida desde que eu nasci. A minha primeira música foi para o Ilê Aiyê. A última música que eu lancei, ano passado, foi para o Ilê Aiyê. O próximo álbum novo é em homenagem ao Ilê Aiyê, se chama “Mundo Paralelo", que é exatamente essa situação que a gente está agora, de maravilha, de graça. Eu devo muita coisa ao Ilê e continuo devendo”, declarou.
Em celebração aos 50 anos dos Blocos Afro, Bruno Monteiro reforça a importância para o empoderamento
Presente na saída do Ilê Aiyê na noite deste sábado (10), o secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, reforçou, em entrevista ao Bahia Notícias, a importância dos Blocos Afro como ferramenta de empoderamento do povo negro.
“É uma marca histórica, a celebração dos 50 anos dos Blocos Afro para Bahia, especialmente, porque o que os Blocos Afro fizeram aqui, a partir da experiência dos 50 anos, foi uma nova forma de arte com caráter pedagógico, com caráter educativo, de inclusão. Então, foi uma grande união que vem cada vez mais servindo de instrumento para empoderamento do povo negro. É muito especial tudo isso, e essa celebração vem para ressaltar essa contribuição dos Blocos Afro para nossa formação cultural”, afirmou.
A empresária Larissa Valéria Sá Sacramento não conseguia esconder a emoção antes da saída do Ilê Aiyê, no bairro do Curuzu, na noite deste sábado (10). Ele foi eleita a Deusa do Ébano no ano em que o bloco afro comemora 50 anos de existência e resistência no Carnaval de Salvador.
Para ela, a vitória no disputado concurso foi uma graça divina. “É minha terceira vez concorrendo, e a gente sempre concorre com a certeza que vai ganhar. E aí ganhar em um ano histórico é surreal. Eu falo que realmente foi um presente ancestral”, comentou Larissa em conversa com a imprensa.
Ela disse que como Deusa do Ébano, vai buscar mostrar para outras mulheres que, apesar das dificuldades, é possível realizar seus sonhos.
“Esta é uma reafirmação da minha identidade. Eu sou professora, sou empresário da área da beleza. Então eu vou induzindo ainda mais mulheres a se movimentar. Não é porque é mãe que não pode estar dentro. Não é porque trabalha que não pode estar naquele local. Então eu sou tudo isso e mais um pouco além de ser Deusa do Ébano”, afirmou.
O cantor e compositor Caetano Veloso marcou presença na saída do Ilê Aiyê na noite desta sábado (10), na sede do bloco, localizada no bairro do Curuzu. Em entrevista ao Bahia Notícias, o músico falou sobre o sentimento de, após alguns anos afastado, estar revisitando.
“O Ilê Aiyê faz 50 anos, aí eu subi a ladeira. Fazia uns anos que eu não vinha. Antigamente eu vinha todos os anos, tenho uns anos sem vir e hoje eu subi a ladeira e tô feliz por isso”, celebrou.
Caetano Veloso marca presença na saída do bloco Ilê Aiyê
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Na concentração para a saída do bloco Ilê Aiyê, no Curuzu, na noite deste sábado (10), a atriz soteropolitana Edvana Carvalho falou sobre a satisfação em prestigiar os 50 anos do bloco, que está sendo homenageado no Carnaval deste ano.
“O que seria de nós se não fossem os blocos afros, os afoxés e as religiões de matrizes africanas, principalmente o Candomblé?”, evidenciou a artista, completando que “todos nós devemos gratidão e respeito aos 50 anos do Ilê”.
Foto: André Carvalho / Bahia Notícias
Em entrevista ao Bahia Notícias, Edvana explicou que as personagens que interpreta no teatro e na televisão retratam conflitos de mulheres com as quais ela conviveu durante a infância e que um dos princípios do Bando de Teatro Olodum, na qual ela deve a sua formação artística, é “levar a história dos seus aos palcos”.
A atriz de 55 anos brilhou ao interpretar a personagem Inácia na primeira fase do Remake da novela Renascer, no ar na Rede Globo. Ela também interpretou Lúcia, no filme Ó Paí, Ó. Edvana Carvalho participou das temporadas de 2019 e 2020 da novela Malhação e fez outros trabalhos de destaque no cinema.
Confira a entrevista:
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Um dos quadros mais atuantes do Psol na Bahia, Hamilton Assis acredita que o partido tem tudo para garantir vitórias importantes nas eleições deste ano em Salvador. Em conversa com a imprensa na saída do Ilê Aiyê na noite deste sábado (10), Assis revelou que será candidato a vereador e aposta que a legenda conseguirá mais cadeiras na Câmara Municipal da capital.
“Serei candidato a vereador. Primeiro, porque a gente acredita que o Psol tem uma grande oportunidade de ampliar a bancada. Segundo porque a candidatura de Kleber Rosa, a nossa candidatura, a candidatura do Psol, ela vai ocupar um espaço, hoje abandonado pelo PT, que é uma candidatura de oposição de esquerda”, afirmou.
Para ele, a candidatura de Geraldo Jr. (MDB), nome apoiado pelo PT, não terá adesão da esquerda na cidade porque representa similaridade com o atual prefeito Bruno Reis (União).
“O que a gente acha é que existe uma avenida de oportunidade deixada pela adesão do PT. É uma candidatura que, na minha avaliação, é conservadora, faz parte da estrutura de sustentação do poder na cidade, e que não apresenta nenhuma alternativa. Então, é um outro administrador que vai reproduzir a mesma lógica que Bruno Reis tem reproduzido, e não vai conseguir fazer o contraponto para a gente, que é discutir as questões estruturais da desigualdade hoje em nossa cidade”, pontuou.
O secretário Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, é uma das autoridades presentes na noite deste sábado (10) na sede do Ilê Aiyê, no bairro do Curuzu, em Salvador. O bloco é uma das atrações do terceiro dia de Carnaval da capital baiana, que irá desfilar no no Circuito Osmar (Campo Grande).
Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário destacou a importância do bloco para a cultura baiana e apontou ações da Prefeitura de Salvador realizadas para auxiliar na infraestrutura da sede.
“Como eu digo sempre, Carnaval é consequência do trabalho do ano inteiro. Então, a gente vem aqui hoje, é uma festa de 50 anos do Ilê Aiyê, que é basicamente também a nossa grande intenção da cidade, que é celebrar o Ilê, celebrar a cultura negra, celebrar as raízes da cidade. E hoje, com a Prefeitura também cada vez mais próxima, a gente anunciou recentemente toda a reforma da sede, de climatização, uma reforma de escola. Quer dizer, já fizemos anteriormente a reforma aqui da rua, aqui do Ilê, foi feita uma grande obra de reestruturação. Então, o Ilê é uma estrela de nossa cidade, é um pilar da nossa cultura, e está presente aqui hoje e o ano inteiro é fundamental”, afirmou Tourinho.
O Ilê Aiyê é uma das atrações deste sábado (10), terceiro dia do Carnaval em Salvador, no Circuito Osmar (Campo Grande). Ao Bahia Notícias, a professora Régia Ribeiro destacou a importância do bloco enquanto ferramenta de educação.
“O Ilê Aiyê é uma reverência para a cidadania de qualquer afro-brasileiro por conta do que eles criaram, a história criada com o Vovô [do Ilê], a história não só da questão cultural, mas da própria questão religiosa. Todo esse legado perpassa sobre a questão do entretenimento, mas ajuda na formação da cidadania das pessoas enquanto esse papel de valorizar a identidade negra. É um trabalho educativo há 50 anos. E as expressões, sejam as expressões que acontecem no Carnaval, seja o cotidiano da educação, tem que estar unidos para que a gente possa fortalecer o discurso do Ilê Aiyê, criado há 50 anos”, salientou.
“Essa história a ser contada é muito importante, porque traz o protagonismo também para os blocos afros. Está mais do que na hora dos blocos afros, dos cantores e músicos serem também reconhecidos por tanta colaboração e contribuição. Foi o que disse a ministra da Cultura, Margareth Menezes sobre o tema “Salvador Capital Afro”, neste Carnaval, que tem o objetivo de promover a cultura afro-brasileira na folia soteropolitana em 2024.
A declaração foi dada em entrevista ao Bahia Notícias, nesta sexta-feira (9). A cantora, agora integrante do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT), contou que não participava do Carnaval desde a pandemia e que considera a festa fundamental para a cultura. “Para mim, o Carnaval sempre foi um ponto importante na minha carreira. É um ponto crucial para o Brasil, para a música, para a cultura e para a nossa Bahia. Então, eu sou da geração que, dentro do Carnaval, conseguiu expandir o trabalho. Assim, para mim, está sendo um momento bem bacana, bem especial”, contou a ministra.
A titular da pasta da Cultura do governo Lula, ainda destacou a importância do reconhecimento de blocos afro, sobretudo o Ilê Aiyê, Muzenza e Olodum. “Eu acho que essa é a questão da gente poder, hoje, estar contemplando 50 anos do Ilê Aiyê e procurando saber também a história do Ilê, porque tudo isso foi construído com muita luta. Com muita resistência. O Ilê trouxe essa atitude de luta contra o racismo pra rua, pro Carnaval. Aproveitou o Carnaval pra dar esse grande grito, né, e influenciou também todos os outros movimentos que vieram. Todos os outros blocos afros. [...] Então acho que esse momento é muito importante e espero que a gente não retroaja nisso. Que a gente não volte atrás”, afirmou Margareth Menezes.
A cantora Daniela Mercury falou, nesta sexta-feira (9), sobre sua atuação como ativista dos Direitos Humanos no Brasil e também sobre sua relação com a ancestralidade, e que foi justamente o que impulsionou sua ligação com blocos afro aqui na capital baiana.
“Eu vou na África, os meninos vão e tudo mais, é o que o povo brasileiro fez, né? A partir de tudo que aconteceu na história da gente, né? E tá aqui, a gente fez essa transformação espetacular e ainda tem esse amor pela ancestralidade, pela história”, disse a artista durante o segundo dia do Carnaval de Salvador. A artista ainda aproveitou para cantar à capela com o Ilê Aiyê. Confira:
VÍDEO: ?? Daniela Mercury fala sobre atuação enquanto ativista e relação com blocos afro
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Daniela também comentou seu interesse pelo ativismo e destacou a luta que vem travando nos últimos anos. “Eu sou uma pessoa muito interessada em Direitos Humanos. Tenho lutado constantemente contra todo tipo de violência, né, contra as mulheres, contra o povo negro e os LGBTs, que eu faço parte. Tô na turma dos que lutam pelos seus direitos que é uma questão muito mais complexa”, completou Daniela Mercury.
A jornalista Maria Júlia Coutinho, também conhecida como Maju, esteve em Salvador para gravar uma matéria especial para o programa "Fantástico", da TV Globo, celebrando os 50 anos do Ilê Aiyê, o bloco afro mais antigo do Carnaval da capital baiana.
O especial será exibido no domingo (11) de Carnaval, trazendo detalhes sobre a história e a importância cultural do grupo. Maju ainda recebeu um figurino especial das "Deusas do Ébano" para a ocasião, confeccionado por Dona Dete, uma das fundadoras do Ilê. Com quatro metros de tecido sem costura, delicadamente preso com alfinetes, a jornalista desfilou pelo bairro da Liberdade durante a gravação.
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Os prejuízos, dificuldades e problemas enfrentados pelos os blocos afros conseguirem apoio para o carnaval de Salvador é uma pauta reivindicada em diversos momentos por gestores das entidades ou associações. E, nesta terça-feira (23), durante coletiva de imprensa do lançamento do carnaval da Prefeitura, o presidente do bloco Ilê Aiyê, Vovô, voltou a criticar e revelar os problemas enfrentados pelos atrativos.
Em seu discurso, Vovô disse que o Ilê sofreu um problema com uma marca de cervejaria, que bloqueou o dinheiro do bloco.
“Aqui eu falo, eu cobro cervejaria. Tem cervejaria que bloqueou dinheiro do Ilê Aiyê. Aqui tem muito Leão que não aguenta ver uma loira. Mas tem uma loira que não quer apostar pro negão essa tal de cerveja, né? Nós todos qualquer movimento vai queimar uma carne vai ter o meu aniversário é a cerveja supermercado estão começando a enxergar devagarzinho aí mas nós não temos a cultura de boicotar [as cervejarias]”, afirmou.
O líder do bloco afro indicou ainda que já tentou fazer boicote a empresas do segmento de cerveja, mas que a “campanha” não deve ter a adesão de muitos atrativos.
“Nós não temos aqui a cultura de dizer vou boicotar. Teve ano que fizemos aqui uma campanha de boicote, mas só o Ilê e o Olodum entraram na campanha, colocando nas fantasias para as pessoas não frequentarem shopping que não te apoia, não frequentar mercado, departamentos que não dão nenhum retorno para gente e digo assim maioria da cidade, nós que consumimos tudo aqui [...]”, observou.
A Prefeitura de Salvador vai apresentar novidades do Carnaval 2024, na próxima terça-feira (23), na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê. A informação foi confirmada pelo prefeito Bruno Reis, por meio de suas redes sociais.
Além dele, o evento terá presença do secretário de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, do presidente e fundador Ilê, Antônio Carlos dos Santos, popularmente conhecido como Vovô, além de outras autoridades municipais.
“Na próxima terça (23), às 10h, na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê, vamos apresentar as novidades do Carnaval, incluindo a marca de 2024, com a presença dos blocos Afro. Aguardo vocês também! É pra fazer história nesse Carnaval!”, escreveu o prefeito.
Entre as ações previstas está a reforma da sede do Ilê, primeiro bloco Afro do Brasil que, em 2024, comemora 50 anos, e da Escola Mãe Hilda Jitolu do Ilê Aiyê.
A Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, foi cenário para a Noite da Beleza, no último sábado (13). O concurso, comandado pelo Ilê Aiyê, que completa 50 anos este ano, selecionou a Deusa do Ébano 2024, que vai desfilar com o bloco afro no Carnaval de Salvador.
Entre as 15 finalistas que disputaram a 43° edição do evento, a escolhida foi Larissa Valéria Sá Sacramento, que recebeu as felicitações dos organizadores do concurso.
“É ELA! Larissa Valéria conquistou o título de DEUSA DO ÉBANO na Noite da Beleza Negra de 2024. Parabéns, @valeria.swan07! Viva o seu reinado com alegria, respeito e muito axé”, escreveu o bloco afro, em uma publicação nas redes sociais.
Natural do bairro da Liberdade, a vencedora tem 29 anos e é empresária do ramo da beleza. Esta já era a sua terceira vez competindo pelo título.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Capitão Alden
"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".
Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.