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Artigos

Robson Wagner
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Foto: Divulgação

A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade

Em busca de alguma explicação para o cenário político atual no Brasil, fui encontrar ecos não nos palanques, mas nas Escrituras.

Multimídia

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, em entrevista ao Projeto Prisma, Podcast do Bahia Notícias, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

Entrevistas

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias
O parlamentar afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que “as condições atuais são melhores do que há quatro anos”, quando o grupo foi derrotado pela chapa do Partido dos Trabalhadores, em 2022. 

banco central

Investimentos de brasileiros no exterior soma US$ 654,5 bilhões em 2024
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A somatória dos investimentos de brasileiros fora do país somou US$ 654,5 bilhões em 2024. A informação foi divulgada pelo Banco Central (BC), em Brasília, nesta sexta-feira (25), com dados da organização Capitais Brasileiros no Exterior (CBE).

 

Segundo a Agência Brasil, a declaração anual é obrigatória para pessoas físicas e jurídicas residentes no Brasil, com valores, bens, direitos e ativos de qualquer natureza no exterior em valor igual ou superior a US$ 1 milhão. As informações são para fins estatísticos, para compilação de dados sobre o ativo externo da economia brasileira e a posição do investimento internacional do país.

 

No total, 29.068 brasileiros declararam ter esses ativos, na data-base de 31 de dezembro de 2024, sendo que a maioria desses, cerca de 25.208, são pessoas físicas que possuem US$ 245,4 milhões no exterior. Outros 3.860 são empresas com US$ 409,1 milhões em ativos fora do Brasil.

 

Os investimentos diretos no setor produtivo somam a maior parte dos ativos - US$ 503,9 bilhões - seguido por outros investimentos, como créditos comerciais, empréstimos e moedas (US$ 86,5 bilhões) e investimentos em carteira como ações e títulos de renda fixa (US$ 62,8 bilhões).

 

O levantamento indica que a maior parte dos investimentos está em países europeus ou ilhas caribenhas, como Países Baixos (US$ 95 bilhões), Ilhas Virgens Britânicas (US$ 83,3 bilhões), Ilhas Cayman (US$ 73,2 bilhões), Bahamas (US$ 58,1 bilhões), Luxemburgo (US$ 35,1 bilhões) 

 

Além da declaração anual de CBE, há também a declaração trimestral para brasileiros com ativos acima de US$ 100 milhões. As informações são para fins estatísticos, para compilação de dados sobre o ativo externo da economia brasileira e a posição do investimento internacional do país. As informações são da Agência Brasil.

Brasileiros sacaram R$ 315 milhões em valores a receber em maio
Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil

Os brasileiros sacaram mais de R$ 315 milhões em valores esquecidos no sistema financeiro no mês de maio. A informação foi divulgada nesta terça-feira (8) pelo Banco Central (BC). No total, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 10,7 bilhões aos clientes bancários, mas ainda há R$ 10,1 bilhões disponíveis para saque. As informações são da Agência Brasil. 

 

O SVR é um serviço gratuito do BC no qual o cidadão pode consultar se ele próprio, sua empresa ou pessoa falecida tem dinheiro esquecido em algum banco, consórcio ou outra instituição. Caso o resultado seja positivo, é possível solicitar a devolução.

 

Para a consulta, basta informar o CPF e data de nascimento do cidadão ou o CNPJ e a data de abertura da empresa, inclusive para empresas encerradas. Já para o resgate dos valores, há a necessidade da conta Gov.Br, nos níveis prata ou ouro e com verificação em duas etapas habilitadas.

 

O dinheiro pode ser resgatado de duas formas: a primeira é entrar diretamente em contato com a instituição responsável pelo valor e solicitar o recebimento; a segunda é fazer a solicitação pelo Sistema de Valores a Receber.

 

Para ter acesso a recursos de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Nesse caso e no caso de empresas encerradas, o representante pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br e assinar um termo de responsabilidade para resgatar os valores.

 

Recursos que podem ser recuperados pelo Sistema de Valores a Receber (SVR):

 

  • Valores disponíveis em contas-correntes ou poupanças encerradas;
  • cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
  • recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
  • tarifas cobradas indevidamente;
  • parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente;
  • contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas;
  • contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas;
  • e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Copom eleva Selic para 15% ao ano e taxa alcança maior patamar em 20 anos; economista critica “dose excessiva” e alerta
Foto: Edu Mota / Bahia Notícias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano, dando continuidade ao ciclo de alta iniciado em 2024. A medida, segundo o BC, reflete preocupações com a inflação persistente e incertezas no cenário fiscal e internacional, mantendo o Brasil com uma das maiores taxas de juros do mundo. A decisão tomada na reunião com a participação dos diretores do BC, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo.

 

Com a elevação, a taxa atinge o maior patamar desde julho de 2006, quando os juros chegaram a 15,25% ao ano, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

No comunicado divulgado após a reunião, o Banco Central informou que planeja pausar o aumento das taxas de juros para avaliar os efeitos dos ajustes já implementados

 

Apesar da justificativa do Banco Central, a decisão foi criticada por economistas e representantes do setor produtivo, que apontam prejuízos à atividade econômica. Para a economista Ana Georgina Dias, supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Bahia, a política de juros altos tem sido aplicada como uma espécie de “remédio em dose excessiva”.

 

“A taxa de juros elevada até pode ajudar a controlar a inflação, mas quando essa inflação não é impulsionada pela demanda, o efeito acaba sendo um travamento da economia. É como exagerar na dose de um remédio e comprometer a recuperação do paciente”, avaliou.

 

Segundo a economista, o patamar atual da Selic encarece o crédito, freia o consumo das famílias e desestimula investimentos em produção e geração de empregos.

 

“Empresários deixam de investir, adiaram contratações ou reduzem atividades, enquanto a população sente no bolso com parcelas mais caras e acesso mais restrito ao crédito. Isso tudo aprofunda as desigualdades e prejudica o crescimento”, pontuou.

 

Ana Georgina também criticou o que chama de “preferência estrutural” do Banco Central pelos interesses do mercado financeiro, em detrimento da economia real.

 

“Quando a taxa de juros permanece elevada por tanto tempo, ela serve mais ao rentismo do que ao desenvolvimento. Os pequenos empreendedores, a indústria e os trabalhadores acabam sendo penalizados por uma política que concentra renda e paralisa a economia”, concluiu.

Copom aumenta Selic para 14,75% ao ano e taxa de juros alcança maior patamar em 20 anos
Foto: Edu Mota / Bahia Notícias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano. O aumento de 0,5 ponto percentual foi aprovado por unanimidade entre os diretores do BC, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo.

 

Com a decisão, a Selic atinge o maior nível desde julho de 2006, quando os juros chegaram a 15,25% ao ano, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

No comunicado divulgado após a reunião, o Copom atribuiu a decisão ao cenário de incerteza no ambiente externo, com destaque para a política econômica dos Estados Unidos e seus reflexos no comércio global. A guerra tarifária iniciada pelo então presidente Donald Trump foi apontada como um fator que eleva o risco inflacionário no Brasil.

 

“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da magnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, justificou o Copom.

 

O comitê também sinalizou que a próxima reunião deverá ser marcada por cautela, diante do avanço do ciclo de alta de juros e dos efeitos ainda não completamente sentidos na economia.

 

“O cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”

Negociações entre Daniel Vorcaro e Joesley Batista envolvem precatórios, imóveis e até jatos privados
Foto: Divulgação | Marcelo Camargo/Agência Brasil

As negociações entre Daniel Vorcaro e Joesley Batista, acompanhadas de perto pelo Banco Central (BC), envolvem a venda de uma parte dos precatórios do Banco Master, participações em empresas e bens pessoais de Vorcaro. Entre os itens negociados estão imóveis de luxo, como o apartamento de R$ 60 milhões de Vorcaro no Itaim, em São Paulo, e sua participação na mineradora Itaminas, um de seus maiores ativos.

 

De acordo com O Globo, um dos pontos mais notáveis do negócio é a minifrota particular de jatos de Vorcaro. No entanto, apenas um avião, um Gulfstream G700 com autonomia para voar sem escalas de São Paulo a Dubai, entrará na negociação. Este jato não é totalmente de Vorcaro, mas sim parte da PrimeYou, empresa de compartilhamento de jatos e imóveis, na qual ele possui cotas. Também estão incluídos no negócio uma mansão em Trancoso (BA), avaliada em R$ 280 milhões, e uma lancha utilizada por Vorcaro, ambas pertencentes à PrimeYou.

 

Para garantir o sigilo da transação, o acordo entre os dois empresários foi codificado como "Projeto Vesúvio" nos documentos e minutas que circulavam entre um número restrito de pessoas.

No Senado, Galípolo diz que Brasil pode se beneficiar com guerra tarifária e que não há "bala de prata" para reduzir juros
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse acreditar que o Brasil pode vir a se destacar no cenário internacional caso haja uma escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos. Galípolo deu a declaração nesta terça-feira (22), durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. 

 

Para Galípolo, a diversificação da pauta comercial brasileira e a força do mercado interno são fatores de forte atração para investidores internacionais.

 

“A diversificação que o Brasil possui em sua pauta comercial, somada a um mercado doméstico relevante, passou a apresentar o país como um local de proteção. Na comparação com seus pares, o Brasil pode se destacar justamente por essa diversidade”, disse o presidente do BC.

 

A audiência pública desta terça foi convocada pelo presidente da CAE, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Na sua fala, Galípolo disse que a guerra comercial atual pode provocar uma desaceleração econômica global mais intensa do que a prevista inicialmente, com efeito sobre os preços de mercado no Brasil e no mundo. 

 

“O que estamos vendo agora é um movimento que pode caminhar para um cenário de aversão ao risco. Se essa guerra tarifária escalar, podemos ter uma desaceleração mais abrupta e mais forte da economia global”, alertou Galípolo.

 

Sobre a inflação, que se mostra em viés de alta desde o ano passado, o presidente do BC disse que há incômodo dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo fato de a inflação estar acima da meta estipulada. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2024 em 4,83%, acima da meta de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

 

“Obviamente, estamos todos no BC incomodados por não estarmos cumprindo a meta”, revelou o dirigente. 

 

Ele salientou que, em relação às altas taxas de juros, sempre é questionado no exterior como é possível o país mostrar um dinamismo tão grande na economia mesmo com a Selic em patamares elevados. “Talvez existam alguns canais entupidos na política monetária, que acabam exigindo doses mais elevadas do remédio, ou seja, juros mais altos, para se obter o mesmo efeito”, afirmou.

 

Nesse processo de aumento da taxa de juros, Galípolo brincou dizendo que ao Banco Central sobra o papel de ser o “chato da festa” para tentar derrubar a taxa básica de juros.

 

"Quando a festa está ficando muito aquecida e o pessoal está subindo em cima da mesa, tira a bebida da festa. Mas também quando o pessoal está querendo ir embora, você fala: ‘Fica, está chegando mais bebida, fiquem tranquilos, vai ter música, podem continuar na festa’. Então você tem esse papel meio chato de ser o cara que está sempre na contramão", disse Galípolo.

 

Para o presidente do BC, a solução para o recuo na taxa de juros passa por reformas estruturais de longo prazo, muitas delas fora da alçada do Banco Central.

 

“Não vamos ter uma bala de prata. Vai ser preciso bastante debate com a sociedade”, colocou.

 

Ainda sobre os desafios estruturais para o funcionamento da política monetária no país, Gabriel Galípolo reforçou que um dos pilares da agenda do Banco Central é a normalização da política monetária, que ainda enfrenta entraves.

 

“Existe um debate fora do Brasil sobre como a economia brasileira segue dinâmica mesmo com uma taxa de juros restritiva. Isso sugere para nós que os mecanismos da política monetária no país talvez não tenham a mesma fluidez que em outras economias”, explicou.
 

Banco Central diz que brasileiros gastam até R$ 30 bilhões por mês em bets
Foto: José Cruz / Agência Brasil

O Banco Central (BC), por meio do secretário-executivo Rogério Lucca, revelou na última semana, que os brasileiros gastam até R$ 30 bilhões por mês com bets. Os dados correspondem ao período de janeiro a março de 2025, após a regulação das bets. 


A informação foi compartilhada durante à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado, realizada na última terça-feira (8), que contou ainda com a presença do presidente do BC, Gabriel Galípolo. 


Segundo Lucca, o BC estimou um gasto de cerca de R$ 20 bilhões por mês com apostas eletrônicas em 2024, e o gasto aumentou após a regulação das pets entrar em vigor em 1º de janeiro. 


Galípolo afirma que a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), ligada ao Ministério da Fazenda, tem registrado de 93% a 94% do valor desembolsado pelos apostadores em prêmios. Uma divergência com o relatório do BC que calculou 85% do retorno médio em prêmios. 


O presidente do Banco Central esclareceu ainda que o órgão não possui competência legal para fiscalizar ou aplicar sanções e a autoridade monetária só pode tomar medidas caso seja notificada pela SPA, quem define se a bet está autorizada ou não. 
 

Banco Central anuncia inovações do Pix

Banco Central anuncia inovações do Pix
Foto: Arquivo / Agência Brasil

O Banco Central (BC) pretende entregar uma série de inovações envolvendo a agenda evolutiva do Pix. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (2), pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Dentre as novidades, estão o Pix por aproximação, o Pix parcelado e o Pix como garantia. 

 

Segundo Galípolo, além das novas modalidades em fase de testes, o Banco Central dará seguimento ao processo de segurança do Pix para rastrear os recursos e evitar golpes.

 

Informações da Agência Brasil, o presidente do BC também afirmou que um dos desafios essenciais da instituição é o da comunicação. Por isso, se comprometeu em ampliar o debate sobre a política monetária e prestar contas das decisões tomadas.

 

O Banco Central foi criado para organizar e fortalecer o sistema financeiro do país. Ao longo desses 60 anos, enfrentou desafios, como um período de inflação muito elevada, passando de 100% nos anos 1980 para 6.700% pouco antes do Plano Real, que começou a ser implementado em 1990.

 

Essa realidade demandou soluções de política monetária, como o próprio Plano Real, e de negociação da dívida externa, sem as quais o processo de estabilização da moeda brasileira não teria sido possível. As informações são da Agência Brasil. 

Após aquisição do Banco Master, Galípolo altera agenda e tem reunião com o presidente do BRB
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mudou sua agenda, após o anúncio da compra do Banco Master pelo BRB, e vai se reunir, nesta segunda-feira (31), com o presidente do comprador, Paulo Henrique Costa. O BC é a instituição responsável para viabilizar compra. 


A conversa, não estava inicialmente marcada na agenda de Galípolo, visto que ele ficaria em São Paulo, foi agendada ontem a noite, para as 17:30. Além dos dois citados, também estarão presentes o diretor de Fiscalização, Ailton Aquino, e de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução, Renato Gomes.


Além desta reunião, também houve uma marcação de um encontro com André Esteves, sócio sênior do BTG, principal interessado na aquisição do Banco Master. 
 

Presidente do Banco Central nega orientações do ministro da Comunicação do governo: "A comunicação do BC é autônoma"
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou, nesta quinta-feira (27), que a instituição não recebeu orientações do ministro da Secretaria de Comunicação do Governo, Sidônio Palmeira. A declaração foi dada durante entrevista.


"Sidônio talvez seja um dos ministros mais zelosos com a autonomia do BC. Não consegui nem marcar um café. Sobre a comunicação do BC, não fez nenhuma orientação. A comunicação do BC é autônoma", disse ele.


Sidônio Pereira foi o marqueteiro da campanha do petista e tem orientado diversas sessões do governo.


Gabriel Galípolo, quando questionado se fazia jantares com políticos e artistas, declarou que "nem sempre janta sozinho". 


"Quando me reúno com artistas plásticas, eles têm visão política. E espero que, ao longo dos quatro anos, eu não tenha que jantar sozinho".

Após aumento da taxa básica de juros, Haddad defende presidente do BC e diz que ele não pode ‘dar cavalo de pau’
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, nesta última quarta-feira (19), o novo presidente do banco central, Gabriel Galípolo, dizendo que ele não poderia "dar um cavalo de pau depois que assumiu". A declaração foi dada durante o programa "Bom Dia, Ministro", da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), após a subida da taxa básica de juros para 14,25%, mesmo patamar do pior momento econômico do governo de Dilma Rousseff (PT) (2011-2016).


A expressão é idêntica à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usada no fim de janeiro, na primeira subida da taxa Selic de 2025.


“Você não pode, na presidência do BC, dar um cavalo de pau depois que assumiu, é uma coisa muito delicada”, afirmou Haddad.


“O novo presidente e os diretores têm uma herança a administrar, assim como eu tinha uma herança a administrar depois de Paulo Guedes [ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro]”, disse o ministro.


Ainda em defesa da nova gestão do Banco Central, Haddad declara que os profissionais do grupo "são qualificados" e "vão fazer e buscar o melhor pelo país".


“O Executivo também tem trabalho a fazer, marco fiscal a cumprir. Vamos, esse ano, cumprir os nossos compromissos de meta. E o BC tem a meta de inflação [atualmente, em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5%] também, assim como eu tenho a meta fiscal a cumprir. São metas sempre exigentes, mas que temos que buscar”, finalizou o ministro da Fazenda. 

Copom eleva juros em 1%, Selic chega a 14,25% e alcança mesmo patamar do pior momento da economia na era Dilma
Foto: Raphael Ribeiro / Banco Central

Na segunda reunião sob o comando do novo presidente, Gabriel Galípolo, o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (19), de forma unânime, elevar em mais um ponto percentual a taxa básica de juros. A medida já era aguardada pelo mercado financeiro, e agora a Selic passou de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano. 

 

O comunicado do Copom afirma que o cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista. O documento é assinado por todos os membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira. 

 

"O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 14,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", afirmam os membros do Comitê.

 

"Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", diz ainda o comunicado do Banco Central.

 

A nova elevação na taxa coloca a Selic no maior patamar desde o ano de 2015, durante o governo Dilma Rousseff. Naquele ano, no mês de julho, o BC, presidido por Alexandre Tombini, aumentou a taxa básica de 13,75% para 14,25%, patamar mantido em diversas reuniões subsequentes até começar a cair para 14%, em outubro de 2016, já no governo Michel Temer.

 

Em julho de 2015, a então presidente Dilma enfrentava forte resistência no Congresso Nacional, com sua avaliação popular minada por uma economia brasileira em forte recessão e com inflação alta. Em 2015, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 3,5%, e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,7%. A combinação de crise econômica e forte queda nas pesquisas ajudou a desencadear o processo de impeachment de Dilma, que se concretizou em 31 de agosto de 2016. 

 

Agora, a taxa Selic chega aos mesmos 14,25% daquele período conturbado da economia e da vida política nacional, mas ao contrário daquele momento, os indicadores econômicos atuais estão longe de indicar um cenário de recessão. O PIB brasileiro cresce desde 2021. Só em 2023 e 2024, a alta foi de 3,2% e 3,4%, respectivamente.

 

Já a inflação, apesar de ter registrado em fevereiro a maior taxa para o período dos últimos 22 anos (1,31%), apresenta um resultado de 5,06% no acumulado dos últimos 12 meses. Em janeiro, esse acumulado anual estava em 4,56%.

 

Apesar de estar registrando alta, a inflação não apresenta o mesmo cenário de descontrole verificado em 2015, quando atingiu os mesmos 14,25% anuais de agora. Entretanto, a alta já era aguardada desde o ano passado e foi sinalizada ainda durante a gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central. 

 

Na reunião de dezembro de 2024, a Ata do Copom apresentou a previsão de mais duas elevações na taxa Selic, como aconteceu nesses dois primeiros encontros de 2025 com a administração Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto. Analistas de mercado enxergam nesses reajustes quase programados uma estratégia pensada por Campos Neto para suavizar a transição de comando no BC e blindar o novo presidente Gabriel Galípolo.

 

Quando Lula tomou posse como presidente da República, em 1º de janeiro de 2023, a taxa básica de juros estava em 13,75%. Em setembro daquele ano o Copom iniciou uma trajetória de queda na taxa, e os juros chegaram a 10,5% em maio do ano passado. 

 

Diante de um quadro de aumento maior da inflação em setembro de 2024, os membros do Copom iniciaram desta vez uma trajetória de alta, e com apenas cinco reuniões do colegiado, a taxa subiu 3,75%, chegando aos 14,25% de hoje, o maior patamar no governo Lula. Em resumo, o BC levou nove meses e meio para reduzir a taxa em 3,25%, mas apenas seis meses e meio para elevá-la em 3,75%. 

 

De acordo com avaliações de consultorias do mercado financeiro, com a decisão tomada nesta noite, o Brasil passou a ter a quarta maior taxa real de juros do mundo. A taxa real brasileira chegou a 8,79%. A Turquia lidera o ranking com 11,9%, seguida por Argentina, com 9,35%, e Rússia, com 8,91%.

 

Para calcular o índice real, leva-se em conta a taxa de juros "a mercado", ou seja, um referencial do que seriam juros tomados em uma operação real, e a inflação projetada para os 12 meses consecutivos.

Entenda novas regras para aumentar segurança no uso do Pix
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Anunciadas na última quinta-feira (6) pelo Banco Central (BC), as novas medidas para elevar a segurança do Pix estão sendo alvo de fake news. Entre as mentiras difundidas, estão a de que quem deve impostos ou está com o nome sujo terá a chave bloqueada. Na verdade, as mudanças abrangem poucos usuários e buscam evitar golpes financeiros. As informações são da Agência Brasil.

 

Segundo o próprio Banco Central, criador e administrador do sistema Pix, o principal objetivo da mudança é evitar que fraudadores insiram um nome diferente numa chave Pix do nome registrado na base de dados da Receita Federal. Essa situação, que ocorre por erro das instituições financeiras, tem sido usada por criminosos para dificultar o rastreamento.

 

A mudança, que entra em vigor em julho, afetará apenas 1% das chaves Pix cadastradas. Código identificador de uma conta, a chave Pix permite registrar a origem e a destinação no sistema de transferências instantâneas. Ela pode estar vinculada a um CPF, CNPJ, número de telefone, e-mail ou um código aleatório composto por letras e números.

Presidente do Banco Central diz que instituição precisa ter mais clareza sobre dados da economia
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ponderou que a instituição necessita ter dados econômicos e inflação analisados de forma mais clara. O dirigente deu essa declaração, em evento a empresários realizado nesta sexta-feira (14), após uma retrospectiva em que os mesmos dados acabaram se apresentando de uma maneira em que "pareciam confirmar uma tendência e, depois, isso não se confirmou".

"Por isso eu disse que é importante que o banco Central tenha o tempo necessário para consumir esses dados e ter clareza se não estamos assistindo simplesmente uma volatilidade que responde esses dados de alta frequência e ter certeza se estamos conseguindo observar uma tendência", analisou..

O presidente do BC também falou, na última quarta-feira (12), que o Brasil passará por momento "desconfortável" no âmbito econômico, de curto prazo. A entidade estima um possível estouro do teto da meta (4,5%), em junho deste ano, conforme o sistema de alvo contínuo em vigor.

Além disso, Galípolo também falou sobre a política de tarifas recíprocas imposta por Donald Trump, nos Estados Unidos, e sobre o que isso afeta ao Brasil. Segundo ele, o Brasil vai ser afetado, mas em menor intensidade, comparado com outros países como o México.

Aumento da taxa de juros já havia sido acertado por Campos Neto e Galípolo não podia dar "cavalo de pau", diz Lula
Foto: Reprodução Youtube

O novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não podia dar um “cavalo de pau” e alterar a decisão de elevar a taxa de juros, que já havia sido anunciada por seu antecessor, Roberto Campos Neto. A opinião foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (30) no Palácio do Planalto.

 

A entrevista, segundo o presidente Lula, representa um novo formato que ele pretende iniciar a partir de agora, de conversas mais frequentes e diretas com órgãos de imprensa. O presidente disse inclusive que pretende responder a qualquer pergunta, e pediu que os jornalistas não medissem palavras ao fazer os questionamentos.

 

Na pergunta sobre a decisão desta quarta (29) do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que elevou a taxa Selic de 12,25% para 13,25%, o presidente Lula disse que o seu indicado ao BC, Gabriel Galípolo, “fez o que tinha que fazer”, e que é preciso ter paciência e confiança na condução dele da política monetária. 

 

“O presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto de uma hora para outra. Já estava praticamente demarcado a necessidade da subida de juros, pelo outro presidente [Roberto Campos Neto]. E o Galípolo fez aquilo que ele entendeu que deveria fazer. Nós temos consciência de que é preciso ter paciência, eu tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do Banco Central. Tenho certeza de que ele vai criar condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor", disse Lula.

 

O comentário do presidente está em linha com o que disseram diversos parlamentares do PT, ao comentarem nas redes sociais a decisão do Copom já sob nova direção. Foi o caso da presidente petista, deputada Gleisi Hoffmann (PR), que disse que não havia outra alternativa para Galípolo que não fosse o aumento de juros de 1%, que, segundo ela, já havia sido decidido por Roberto Campos Neto.

 

“O novo aumento da taxa básica de juros, já determinado desde dezembro pela direção anterior do Banco Central e anunciado hoje, é péssimo para o país e não encontra qualquer explicação nos fundamentos da economia real. Vai tornar mais cara a conta da dívida pública, sufocar as famílias endividadas, restringir o acesso ao crédito e o crescimento da atividade econômica. Neste momento sabemos que não resta muita alternativa ao novo presidente do BC, Gabriel Galípolo. Restam desafios para reposicionar as expectativas do mercado e a orientação da instituição que dirige”, disse Gleisi.

 

Ainda na entrevista, Lula disse não ter se surpreendido com o aumento na Selic, elogiou Galípolo e disse que ele vai entregar os melhores resultados dentro do que for possível. 

 

“Nós aqui como governo temos que cumprir nossa parte, a sociedade cumpre a parte dela e o companheiro Galípolo cumpre a função que ele tem que é de coordenar a política monetária brasileira e entregar para nós, dentro do possível, a inflação e juros mais baixo. É isso o que vai acontecer. Eu já esperava por isso, não é nenhuma surpresa para mim. O que posso dizer é que agora temos um presidente do BC da maior competência, muito competente do ponto de vista econômico”, concluiu o presidente.
 

Na primeira reunião com Galípolo na presidência, BC aumenta Selic em 1% e taxa sobe para 13,25% ao ano
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Como já era aguardado por praticamente a unanimidade dos agentes do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou em um ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira. Com a decisão tomada nesta quarta-feira (29), a Selic aumentou de 12,25% para 13,25% ao ano.

 

Esta foi a primeira reunião do Copom neste ano de 2025, e também a primeira sob o comando do atual presidente, Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Roberto Campos Neto, que ficou os últimos quatro anos no cargo. Essa também foi a primeira reunião com os três novos diretores do BC também indicados por Lula e aprovados pelo Congresso Nacional no final do ano passado.

 

A decisão para o aumento em 1% na taxa de juros foi tomada de forma unânime por todos os nove membros do Copom. Esse foi o quarto aumento seguido nos juros desde o início do governo Lula. 

 

Quando Lula tomou posse na cadeira presidencial, em 1º de janeiro de 2023, a Selic estava em 13,75%. Esse patamar foi mantido até agosto daquele ano, quando o Copom deu início a um período de cortes progressivos na Selic, diante do momento que o país vivia de inflação controlada e abaixo do teto da meta. Naquele mês, o Copom cortou os juros em 0,5%, derrubando a taxa para 13,25%.

 

Na sequência, o Banco Central promoveu seis cortes seguidos na taxa básica de juros, chegando a maior do ano passado com uma queda total de 2,75%, de 13,25% para 10,5%. Esse patamar foi mantido em mais duas reuniões, e a partir do encontro do Copom de setembro do ano passado, os juros iniciaram uma nova trajetória de alta, diante de dados sobre aumento da inflação e piora nas contas públicas. 

 

Desde a reunião de setembro, foram necessárias apenas quatro reuniões do Copom para a taxa Selic subir de 10,5% para os atuais 13,25%, os mesmos 2,75% que foram cortados durante seis encontros dos diretores do Banco Central entre 2023 e 2024. E a taxa deve subir novamente mais um ponto percentual na próxima reunião do colegiado, nos dias 18 e 19 de março, levando os juros para 14,25%. 

 

O mercado não só já aguardava esse aumento de 1% na Selic nessa primeira reunião com Gabriel Galípolo na presidência do BC, como já aposta que a taxa de juros deve chegar a 15% até o meio do ano. A expectativa é da manutenção de uma postura cautelosa e conservadora dos membros do Copom diante dos indicadores que mostram uma conjuntura econômica de intensas pressões inflacionárias.

 

Na análise de agentes financeiras, o desemprego em patamares baixos (6,1% até novembro), aumentam tanto a renda média (R$ 3.285) quanto a massa salarial das famílias, o que favorece um cenário de inflação. Também pesa nas avaliações o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses, que foi de 4,83%, segundo dados do IBGE, que ficou acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%. 

 

A inflação tende a ser afetada, ainda, pelo câmbio, que permanece próximo dos R$ 6, mesmo com a queda verificada nos últimos dias. De acordo com o boletim Focus, a expectativa é de que a inflação chegue a 5,5% ao final de 2025.

 

Além da questão da piora nos indicadores e das incertezas no ambiente externo, há ainda no radar do Copom as dificuldades da equipe econômica do governo Lula em encontrar soluções para o problema fiscal. O mercado segue sem confiar que o governo está disposto a promover cortes de gastos para estabilizar a dívida pública, e enquanto não houver indicação de um esforço para contornar esse problema que mina a credibilidade do Palácio do Planalto, o Banco Central seguirá aumentando a taxa de juros reunião após reunião. 
 

Banco Central apura que, passada a crise do Pix, volume de transações voltou a crescer em todo o país
Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Duas semanas depois que o governo Lula revogou a Instrução Normativa da Receita Federal que ampliava a fiscalização do órgão sobre todo tipo de movimentação financeira, foi registrado aumento no volume de transações via Pix em todo o país. O crescimento foi apurado no período de 16 a 27 de janeiro, logo depois que fortes críticas da população e vídeos com fake news sobre taxação do Pix levaram a equipe econômica a revogar a medida da Receita que havia entrado em vigor no primeiro dia de 2025. 

 

Segundo o Sistema de Pagamentos Instantâneo (SPI) do Banco Central (BC), divulgado nesta terça-feira (28), o número de transferências por via do Pix no referido período totalizou R$ 1,923 bilhões, o que representou uma alta de 0,24% em relação aos mesmos dias do mês de novembro. 

 

Em relação ao mês de dezembro do ano passado, o volume de transferências via Pix em todo o Brasil caiu 13,1% na comparação entre os dias 16 e 27. No entanto, conforme explica o Banco Central, o último mês do ano historicamente tem um pico de transferências por causa do pagamento do décimo terceiro salário, das compras de Natal e das férias de fim de ano. Dessa forma, o padrão histórico utilizado pelo BC para fazer a comparação é com o mesmo período de novembro.

 

A onda de informação falsas ou distorcidas sobre o Pix que circulou na primeira quinzena de janeiro fez o volume de transações cair 13,4% de 1º a 15 de janeiro em relação a dezembro. Na comparação com o mesmo período de novembro, o recuo chegou a 6,7%. Se for considerado o período entre 1 e 14 de janeiro, a queda chega a 15,7% em relação a dezembro e a 7,9% em relação a novembro.

 

A chamada “crise do Pix” causou imediato prejuízo para a imagem do presidente Lula e do governo federal. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda (27) mostrou queda acentuada no índice de aprovação ao trabalho de Lula, que caiu de 52% em dezembro de 2024 para 47% em janeiro de 2025.

 

O levantamento aponta, pela primeira vez desde o início do mandato, um índice de desaprovação (49%) superior ao de aprovação (47%). Uma das quedas mais acentuadas na avaliação de Lula aconteceu na região Nordeste, onde em dezembro o presidente tinha 67% de aprovação. Agora são 59%. A Quaest destacou, ainda, fortes perdas de aprovação do governo entre pessoas de renda baixa ou média.

 

Quando os participantes da pesquisa foram perguntados sobre as notícias negativas mais lembradas no governo Lula, a regulação do Pix foi, de longe, a mais citada: 11%. Apesar do índice aparentemente baixo, a segunda opção mais citada (“Não faz o que promete/é corrupto”) somou apenas 3%. Inflação e aumentos de impostos vieram em seguida, com 2% cada.

 

A pesquisa também captou um sentimento negativo sobre a percepção econômica. Enquanto 25% das pessoas afirmam que a economia melhorou em 2024, outras 39% dizem que piorou e 32% afirmam que ficou “do mesmo jeito”. 
 

STF rejeita ação do PDT contra aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central
Foto: Gustavo Moreno / STF

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, rejeitou o trâmite de uma ação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra a decisão do Banco Central (BC) que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 12,25% ao ano. O aumento se deu na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) de 2024, e a ata com a decisão foi publicada em 11 de dezembro.

 

Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), o PDT alegava que a definição da taxa básica de juros não é uma questão exclusivamente técnica, porque tem impacto na atividade econômica e no desenvolvimento nacional, com o potencial de reduzir a capacidade de implementação de políticas públicas. Assim, pediu que o STF determinasse ao BC o aprimoramento do processo de definição da taxa básica de juros, “por meio de parâmetros razoáveis”, levando em consideração os princípios da Constituição Federal.

 

Ao analisar o caso, o ministro Edson Fachin constatou que a ação não cumpre os requisitos necessários para tramitar no STF, porque ADPFs não são admitidas quando houver outro meio eficaz de sanar a lesão alegada. Segundo o ministro, não cabe ao Supremo estabelecer ou orientar parâmetros relacionados ao direcionamento da política fiscal e macroeconômica do país.

 

Fachin acrescentou que as metas da política monetária são fixadas pelo Banco Central, a quem cabe privativamente a sua condução, conforme estabelece a Lei Complementar 179/2021. Para o relator, é necessário respeitar a opção do Congresso Nacional quando estabeleceu a atuação do BC. “Possíveis questionamentos quanto aos efeitos da taxa básica de juros no que diz respeito às políticas públicas devem se dar, portanto, em outros legítimos espaços”, concluiu.

Lula promete autonomia a Gabriel Galípolo em reunião ao lado de Haddad e Sidônio Pereira
Foto: Reprodução / Redes sociais

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, promoveu uma reunião, nesta sexta-feira (20), ao lado do novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e o marqueteiro Sidônio Palmeira, cotado para ser o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula. Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula garantiu a autonomia do Banco Central e de Galípoli na gestão da autoridade monetária. 

 

 

Lula disse aos ministros, durante um almoço em Brasília, que foi Galípolo que disse a ele que é preciso pacificar a relação com o mercado e que o futuro presidente do BC "vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve". A reunião, que ocorreu no Palácio da Alvorada contou ainda com a presença de Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Rui Costa, ministro da Casa Civil; e Simone Tebet, ministra do Planejamento. 

 

Na legenda da publicação, o presidente afirmou: “Seguimos mais convictos que nunca que a estabilidade econômica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger o salário e o poder de compra das famílias brasileiras. Tomamos as medidas necessárias para proteger a nova regra fiscal e seguiremos atentos à necessidade de novas medidas.”, disse. 

 

Com relação a posição de Sidônio Pereira, ainda não está definido qual cargo ele poderia ocupar, mas além de seguir sendo um dos principais conselheiros de Lula, Sidônio estaria em Brasília para ajudar a preparar o pronunciamento de fim de ano do presidente, previsto para ir ao ar na terça-feira (24).

Alban critica sinalização de novos aumentos na Selic e defende aprovação do corte de gastos para reduzir dólar
Foto: Iano Andrade / CNI

A retomada de um ciclo de forte alta da taxa oficial de juros pelo Banco Central, além de contribuir fortemente com a desaceleração do crescimento econômico, não ajuda efetivamente no controle da inflação. A opinião foi dada pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, durante entrevista para apresentar os dados do relatório Economia Brasileira 2024-2025, divulgado nesta terça-feira (17).

 

Para o presidente da CNI, a decisão recente do Comitê de Política Monetária, de aumentar em 1% a taxa Selic, prejudica de forma igual o consumo, os investimentos e o desenvolvimento do mercado de trabalho. 

 

“A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais”, disse Ricardo Alban.

 

O documento divulgado pela CNI afirma que o Banco Central vai manter o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. A entidade projeta que a taxa Selic vai fechar 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024. 

 

De acordo com a entidade, devido à redução do crescimento da demanda interna, a indústria deve se expandir em cerca de 2,1% no ano que vem. Já a indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.

 

Na entrevista, Ricardo Alban também criticou a sinalização emitida pelo Comitê de Política Monetária, com a divulgação da Ata da última reunião, sobre a possível elevação dos juros nas próximas duas reuniões do colegiado, já em 2025.

 

"Eu não me lembro, em nenhum momento de reuniões do Copom se especificarem os aumentos das próximas duas reuniões. Eu não me lembro de ter visto isso. E ainda puseram uma especificação alta. Eu sempre vi que era dado que existe um viés de alta, um viés de baixa ou um viés neutro. Essa especificação ajuda na expectativa da inflação e do controle da economia? Eu creio que não", disse Alban.

 

Além da questão dos juros, durante o lançamento do Relatório, o presidente da CNI falou também a respeito da desvalorização acelerada do real frente ao dólar. Para Ricardo Alban, a alta do dólar deve arrefecer com a aprovação das propostas de contenção de gastos que o governo Lula encaminhou ao Congresso e que estão sendo votadas nesta semana. 

 

"Eu acredito que o dólar deve arrefecer com o andar um pouquinho dos acontecimentos, principalmente com essas medidas para conter os gastos. Elas estão no caminho certo? Elas são suficientes? Provavelmente não. E, provavelmente, ficam menos do que suficientes", colocou Ricardo Alban. 

 

Outra crítica feita pelo presidente da CNI se referiu ao anúncio da isenção do Imposto de Renda para ganhos menores de R$ 5 mil mensais. Para Ricardo Alban, o anúncio de forma conjuntura com os projetos do corte de gastos gerou um equívoco que contaminou os formadores de opinião e gerou impacto no mercado, estimulando movimentos especulativos. 

 

"Eu acho que houve um grande equívoco dentro da nossa leitura, que foi a medida de acompanhamento da medida com relação ao Imposto de Renda, que é um efeito para 2026 e terminou criando mais ruídos de entendimentos do que qualquer outra coisa", concluiu o presidente da CNI, Ricardo Alban.
 

Copom eleva Selic para 12,25% ao ano e prevê mais aumentos em janeiro e março de 2025
Foto: Flickr do Banco Central

Na última reunião do ano,  nesta quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano, protagonizando o maior aumento desde fevereiro de 2022, quando o aumento foi de 1,5%. A medida ocorreria como uma tentativa do BC em adotar uma dose mais forte para combater a inflação.

 

Todos os nove diretores do BC votaram para aumentar a Selic em um ponto percentual. Em comunicado, o Copom antecipou novos aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões --em janeiro e março do ano que vem. "Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", diz o texto divulgado pelo Banco Central. A magnitude do aperto monetário (ciclo de alta de juros) "será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação".

 

O Copom citou que a economia do país está aquecida e o emprego está em ascensão, o que cria condições para um risco inflacionário, caso o aquecimento da atividade não venha acompanhado de controle de contas públicas. O Copom também disse que o cenário externo influenciou a decisão, especialmente as dúvidas sobre o ritmo da desinflação nos Estados Unidos.

 

"O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed", escreveu o Copom no comunicado desta quarta.

 

A reunião do Copom desta quarta foi a última sob o comando Roberto Campos Neto, que deixará a presidência do Banco Central em janeiro. O economista Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do BC, assumirá a cadeira da presidência no início de 2025. 

Rui Costa diz que Lula escolheu novos diretores do BC e projeta envio dos nomes ao Senado até semana que vem
Foto: Rafa Neddermeyer / EBC

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já escolheu os nomes dos novos diretores do Banco Central. Em conversa com jornalistas realizada nesta quinta-feira (29), o ex-governador da Bahia informou que a lista da nova direção deve ser enviada para apreciação do Senado Federal até semana que vem.

 

"O presidente já definiu, deve ser enviado no máximo no início da próxima semana. [...] Eu não tenho os nomes aqui, senão podia até revelar. Não há segredo nisso, mas o presidente já decidiu", afirmou o ministro a jornalistas após evento no Palácio do Planalto.

 

Segundo Rui, Lula discutiu a realização de uma solenidade para nomeação simbólica do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no início da próxima semana, e o chefe do Executivo pode aproveitar a ocasião para anunciar os outros escolhidos.

 

Para poder assumir o posto no início de 2025, os novos diretores do BC precisam ser sabatinados na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e passar por votação no plenário do Senado, que é responsável por avaliar e aprovar os nomes das autoridades. A etapa final na Casa está prevista para 11 de dezembro.

 

Galípolo foi aprovado pelo Senado como sucessor de Roberto Campos Neto –alvo de críticas do governo Lula– no dia 8 de outubro e assumirá o posto oficialmente em 1º de janeiro de 2025. Será a primeira troca de comando desde que a autonomia da autoridade monetária entrou em vigor, em 2021.

 

A jornalistas, Rui Costa também disparou contra Campos Neto, dizendo que o governo está em contagem regressiva para ter o BC "dirigido por quem mora no Brasil e não mora em Miami". Desde 21 de novembro, o atual chefe da autoridade monetária está nos Estados Unidos, conforme agenda pública divulgada pela instituição.

 

De acordo com a Folha de São Paulo, nos últimos dias, circularam no mercado financeiro os nomes de Juliana Pereira, hoje na Controladoria-Geral da União (CGU), de Richard Back, da Secretaria de Relações Institucionais, e de Emmanuel Sousa de Abreu, que atua na Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda.

 

Para a área de Regulação, um dos candidatos citados há mais tempo na "bolsa de apostas" é Gilneu Vivan, atual chefe do departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC.

 

Para a diretoria de Relacionamento, o nome de Juliana Mozachi (chefe do departamento de Supervisão de Conduta) já esteve entre os cotados. Isabela Damaso (chefe da gerência de Sustentabilidade) e Izabela Correa, servidora do BC cedida para a CGU, também já foram mencionadas.

 

Segundo relatos de membros do governo, não está descartada uma "dança das cadeiras" no momento da nomeação dos novos diretores do BC, com a movimentação de Rodrigo Teixeira –hoje na diretoria de Administração– para outro posto.

 

A cúpula do BC pode se tornar 100% masculina em 2025 se Lula não indicar ao menos uma mulher para as vagas abertas na instituição. A escolha para as três diretorias da autoridade monetária será um novo teste para o governo na questão da diversidade de gênero.

Mercado financeiro estima inflação de 4,62% em 2024; PIB e Selic permanecem estáveis
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central revelou que as expectativas do mercado financeiro relacionadas a inflação e câmbio estão em alta, enquanto as relativas ao Produto Interno Bruto (PIB) e a taxa básica de juros (Selic) ficam estagnadas.

 

No caso do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado a inflação oficial do país, o boletim apresenta expectativas de alta há seis semanas, chegando a 4,62% para o fechamento de 2024. Há uma semana, a expectativa era de que o ano fecharia com uma inflação de 4,59%. Há quatro semanas, a previsão era 4,39%.

 

Para 2025, as expectativas apresentadas no boletim semanal é de que o ano feche com uma inflação de 4,1%, acima das projeções apresentadas nas últimas quatro semanas, que variaram de 3,96% a 4,03%. O mercado projeta, para 2026, que o ano fechará com um IPCA de 3,65%. É a segunda semana seguida de alta.

 

A estimativa para 2024 mantém-se acima do teto da meta de inflação a ser perseguida pela autoridade monetária, de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.

 

A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua fixado em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

 

O mercado financeiro mantém em 3,10% as expectativas de crescimento do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Para 2025 e 2026, as expectativas são de crescimento de 1,94% e 2%, respectivamente.

 

Também se mantém estável as expectativas do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) ao final do ano, em 11,75%. Este percentual tem se mantido estável há seis semanas consecutivas. Para 2025, é esperado que o ano feche com uma Selic de 11,5%; e para 2026, em 10%.

Gleisi Hoffmann critica BC por aumento nos juros e reclama da rede X por agregar comentário de internauta ao seu post
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, fez uma série de postagens em sua conta na rede X (ex-Twitter) com fortes críticas à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central de promover um novo aumento na taxa básica de juros. Na noite desta quarta-feira (6), o Copom decidiu por unanimidade aumentar em 0,5% a Selic, elevando os juros anuais de 10,75 para 11,75%. 

 

Gleisi Hoffman tem sido uma das parlamentares governistas que de forma mais veemente tem criticado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por liderar a subida dos juros. 

 

"Copom mantém a sabotagem à economia do país e eleva ainda mais os juros estratosféricos. Irresponsabilidade total com um país que precisa e quer continuar crescendo", disse Gleisi em sua primeira postagem.

 

Em uma segunda postagem, a presidente do PT eleva ainda mais o tom nas críticas principalmente à nota divulgada pelo Comitê de Política Monetária para justificar a decisão de elevar novamente a taxa de juros.

 

"A nota do Copom para explicar a nova alta dos juros é puro terrorismo de mercado. Chega a projetar uma taxa Selic de 14,5% se não houver ´mudanças estruturais´ no orçamento. Uma indecência usar esse tipo de chantagem, ameaçando até com disparada do câmbio, pra tentar impedir o governo de investir no crescimento e executar as políticas que atendem o povo", afirmou.

 

A deputada petista voltou no meio da tarde desta quinta (7) a falar no assunto com novas críticas ao Banco Central e também à rede X, que agregou à postagem anterior dela um comentário de um internauta que apresenta uma espécie de contexto da decisão do BC de elevar a Selic. Gleisi Hoffmann desaprovou a iniciativa da rede X de colar o comentário no tuíte. Segundo a plataforma, o X não define as notas de contexto e sim os usuários.

 

"Engraçado esse X, colocar na capa de meu twitter um comentário de usuário dizendo ser um esclarecimento, com conteúdo político. Qual é o critério da seleção? Eu sei quem são os diretores do BC, e vou continuar criticando a autoridade monetária toda vez que achar que estão errando na decisão. E aumentar 0,5 ponto na selic é desastroso para o nosso país", reclamou a deputada do PT do Paraná.
 

Como já aguardado pelo mercado, Banco Central eleva em 0,5% a taxa básica de juros da economia
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Os membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central anunciaram, neste começo de noite de quarta-feira (6), promover um aumento de 0,5% na taxa básica de juros, a Selic. Com o novo aumento, a taxa de juros da economia brasileira passou de 10,75% para 11,25% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade dos membros do Comitê.

 

O mercado financeiro já aguardava uma elevação na taxa Selic da ordem de 0,5%. Após a alta  de 0,25% na ultima reunião, os analistas das instituições financeiras agora prevêem que o BC adote um tom mais agressivo em sua tentativa de conter o aumento da inflação. 

 

Desde 2023, a taxa Selic passou por cortes significativos, saindo de 13,75% para 10,50% no mês de agosto.  No entanto, com a mudança de cenário nos últimos meses principalmente no aumento de preços, a previsão é que a taxa Selic encerre o ano no patamar de 11,75%, o que implica em mais um aumento de 0,50 ponto percentual na última reunião do Copom neste ano, no mês de dezembro.

 

No comunicado à imprensa, os membros do Copom afirmam que a decisão pela elevação da taxa acontece porque o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que, para o Banco Central, suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração e da desinflação.

 

"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes", afirma o comunicado.

 

Os membros do Comitê afirmam também que o cenário interno segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que, segundo eles, demanda uma política monetária mais contracionista. 

 

"Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante", diz o Copom.

 

Sobre o ritmo de ajustes futuros na taxa Selic, o Copom afirma que o ciclo de aperto monetário será ditado pelo "firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".
 

Clientes de bancos têm até quarta-feira para sacar valores esquecidos
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Cerca de 42 milhões de pessoas físicas e 3,6 milhões de pessoas jurídicas têm até quarta-feira (16) para sacar recursos esquecidos no sistema financeiro. Segundo os dados mais recentes do Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central, referentes a agosto, ainda não foram sacados R$ 8,59 bilhões. Desse total, R$ 6,62 bilhões referem-se a valores não retirados por pessoas físicas e R$ 1,97 bilhão por empresas.

 

Na quinta-feira (17), os recursos não sacados serão transferidos para a conta única do Tesouro Nacional, para atender à lei que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovada em setembro pelo Congresso. Os R$ 8,56 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.

 

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) destacou que a previsão para incorporação desses recursos pelo Tesouro Nacional está prevista em legislação há mais de 70 anos, por meio da Lei 2.313 de 1954. O texto esclarece que, diferentemente de um confisco tradicional, os cidadãos poderão reclamar os valores esquecidos.

 

O Ministério da Fazenda, informou a Secom, publicará um edital no Diário Oficial da União com informações sobre os valores a receber. O recolhimento poderá ser contestado pelos que tiverem direito.

 

Como sacar

 

O único site onde é possível fazer a consulta é o site oficial do Sistema de Valores a Receber. Ao abrir a página, o usuário deve clicar em “Consulte valores a receber”, preencher os campos com os dados, clicar em “Consultar” e conferir a existência de valores esquecidos.

 

Caso haja dinheiro a receber, o usuário deve clicar no botão “Acessar o SVR”. Essa segunda etapa, no entanto, requer conta nível prata ou ouro no Portal Gov.br. Após abrir a nova página, o SVR informará uma data para consultar os valores e os dados para a transferência. Na maioria dos casos, o usuário pode agendar um Pix. Em outros, será necessário entrar em contato com as instituições financeiras nos canais informados pela página do Banco Central.

 

Na data informada pelo sistema, o usuário deverá acessar novamente o site do SVR, com o login Gov.br. Somente então, será possível pedir a transferência dos valores. Quem perder a data do agendamento terá de entrar novamente na página e pedir uma nova data para o retorno.

 

A consulta está aberta a pessoas falecidas e empresas fechadas. O acesso é possível a herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. 

 

Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Faltam cinco dias para fim do prazo para que a população peça resgate de mais de R$ 8 bilhões esquecidos nos bancos
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Nesta sexta-feira (11), faltam apenas cinco dias para o vencimento do prazo dado pelo governo federal que as pessoas que possuem valores esquecidos no sistema financeiro peçam o resgate dos valores. O prazo de 30 dias para resgate do dinheiro deixado em instituições financeiras começou a valer em 16 de setembro, e vence na próxima quarta-feira (16). 

 

Segundo informações do Banco Central, cerca de R$ 8 bilhões ainda estão disponíveis para serem sacados pela população brasileira no Sistema de Valores a Receber (SVR) da instituição. O BC afirma que mais de 900 mil pessoas têm mais de R$ 1.000,01 para sacar. Além disso, cerca de cinco milhões de brasileiros têm entre R$ 100,01 e R$ 1.000 esquecidos.

 

A maior parcela de beneficiários é de quem tem até R$ 10: estes são, ao todo, mais de 32 milhões de pessoas. Os números consideram o total de contas (uma pessoa pode ter mais de uma conta aberta com dinheiro esquecido).

 

O prazo de 30 dias para resgate começou desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei nº 14.973/2024, que garantiu as fontes de compensação para a manutenção do programa de desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de milhares de municípios até o fim de 2027. A nova lei estabeleceu como uma das fontes de compesação ao Tesouro Nacional o dinheiro esquecido e não resgatado por pessoas físicas e jurídicas.

 

Apesar de faltarem apenas cinco dias para que a população peça o resgate dos valores esquecidos, ainda haverá uma segunda rodada para que os clientes bancários possam reaver o dinheiro a que têm direito. Segundo o Ministério da Fazenda, depois de 16 de outubro, começará a contar um novo prazo de 30 dias para que os clientes de instituições financeiras contestem o recolhimento dos recursos esquecidos pelo Tesouro Nacional. 

 

Apenas após o término desse segundo prazo, e caso não haja manifestação das pessoas que possuem dinheiro no sistema do Banco Central, os valores serão incorporados ao Tesouro Nacional. E mesmo depois desse segundo prazo, as pessoas ainda terão um prazo de seis meses para requerer judicialmente o reconhecimento de seu direito aos depósitos esquecidos. 

 

Se ao final de todo esse tempo não haja contestação do recolhimento, os valores serão, então, definitivamente incorporados como receita orçamentária primária da União.

 

O único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é o https://valoresareceber.bcb.gov.br. Os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.

 

Caso as pessoas com dinheiro esquecido não tenham uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição financeira para combinar a forma de recebimento. Outra opção que as pessoas possuem é a de criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.
 

Indicação de Gabriel Galípolo para presidente do BC é aprovada com direito a elogios até da oposição
Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Com 66 votos favoráveis e apenas cinco contrários, em votação secreta, foi aprovado no plenário do Senado, na sessão desta terça-feira (8), o nome do economista Daniel Galípolo para ser o próximo presidente Banco Central. Galípolo foi indicado para o cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e vai substituir a partir de 2025 o atual presidente, Roberto Campos Neto, que havia sido indicado na gestão Bolsonaro. 

 

O indicado por Lula é diretor de Política Monetária da autoridade desde julho de 2023. Para assumir a vaga, também foi sabatinado no Senado. Ou seja, esta foi a segunda que ele passou por análise dos senadores em dois anos. 

 

Nesta mesma terça-feira em que Galípolo estava sendo sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos, o presidente Lula, no Palácio do Planalto, reiterou as críticas aos índices de taxa de juros no país. Segundo Lula, apesar do patamar atual, a taxa "haverá de ceder", em meio aos demais resultados econômicos positivos que vem sendo anunciados há algumas semanas.

 

Sobre a questão dos juros e as pressões do governo pela sua diminuição, Gabriel Galípolo abriu a sabatina assegurando aos parlamentares que recebeu a garantia do presidente da República de que terá "liberdade na tomada de decisões" na autoridade monetária.

 

Em resposta a perguntas dos senadores, Galípolo afirmou que Lula foi enfático a respeito de sua autonomia à frente da instituição.

 

"Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro. Cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro", declarou o futuro presidente do BC.

 

Na sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos, Gabriel Galípolo teve seu nome aprovado por unanimidade, e até mesmo os senadores de oposição elogiaram a atuação e a postura do atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Os parlamentares oposicionistas fizeram mais elogios a Galípolo do que os senadores governistas.  

 

A senadora Damares Alves (PL-DF), por exemplo, citou a simpatia do atual diretor, e disse só lamentar que ele será presidente do BC durante um governo de esquerda. 

 

"Eu fico aqui olhando a sua simpatia e lamentando que o senhor vai ser presidente do Banco Central num governo de esquerda. Que Deus lhe dê muita sabedoria e discernimento neste momento. Foi uma alegria te conhecer pessoalmente", afirmou a senadora do PL. 

 

Outro senador que fez elogios a Gabriel Galípolo foi o líder do PL, Carlos Portinho (PL-RJ). O senador destacou o currículo do diretor do BC e desejou sucesso ao futuro presidente. 

 

"Uma pessoa de excelente trato, belo currículo, com a experiência que já possui por ter acento no conselho do Banco Central. Divergências políticas de governo a parte, eu quero desejar a você a melhor gestão à frente do Banco Central. Eu acredito que suas credenciais lhe permitirão seguir o mesmo trabalho e até mesmo poder ir além", disse Portinho.

 

Com 42 anos, Gabriel Galípolo é o mais jovem a assumir o BC neste século. Ele é o mais novo a presidir a instituição desde o economista Armínio Fraga, que tinha 41 anos quando se tornou presidente do BC, em 1999. Ele permaneceu no cargo até 2003.

 

Veja abaixo a lista de presidentes do BC desde o início do século 21:

 

Arminio Fraga Neto assumiu em 4 de março de 1999, aos 41 anos. Ele permaneceu no BC até 1º de janeiro de 2003;

Henrique Meirelles assumiu em 1º de janeiro de 2003, aos 57 anos. Ele chefiou a autoridade monetária até 1º de janeiro de 2011, e é o mais longevo presidente da história do BC;

Alexandre Tombini assumiu em 1º de janeiro de 2011, aos 47 anos. Ele deixou o BC em 8 de junho de 2016;

Ilan Goldfajn assumiu em 9 de junho de 2016, aos 50 anos. Ele permaneceu na instituição até fevereiro de 2019;

Roberto Campos Neto assumiu em 28 de fevereiro de 2019, aos 49 anos. Ele permanece na chefia do BC até o fim de 2024.
 

Comissão do Senado aprova por unanimidade nome de Galípolo para presidir o BC e indicação vai ao plenário
Foto: Edu Mota / Bahia Notícias

Em uma sessão de sabatina que demorou menos de quatro horas nesta terça-feira (8), a indicação de Gabriel Galípolo como futuro presidente do Banco Central foi aprovada por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A indicação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu 26 votos favoráveis e nenhum contrário.

 

O nome de Gabriel Galípolo deve agora ser votado ainda hoje na sessão plenária. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já havia agendado para esta terça a votação do indicado à presidência do BC, e que assumirá a cadeira que hoje é de Roberto Campos Neto.

 

Um total de 27 senadores fizeram questionamentos a Galípolo, após a fala inicial do indicado por Lula. Ao final da sabatina, o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidente da CAE, disse que todas as perguntas dos senadores foram respondidas de forma equilibrada por Galípolo. 

 

"A escolha do economista Galípolo para o cargo significa a tranquilidade de que a instituição será muito bem conduzida", disse Vanderlan ao final da sessão. 

 

A sessão na comissão transcorreu de forma tranquila, sem maiores discussões ou controvérsias. Parmentares do PT, do PL, do MDB, do Podemos, entre outros partidos, fizeram questionamentos principalmente de ordem técnica, e o tema da alta dos juros esteve presente na maioria das perguntas e colocações dos senadores. 

 

Foi o caso, por exemplo, do senador Rodrigo Cunha, líder do Podemos. O representante de Alagoas indagou se está sendo eficiente a limitação de juros de cartão de crédito em no máximo 100% do valor da dívida, adotada por lei desde 3 de janeiro deste ano. 

 

Em resposta, Galípolo afirmou que encontrar formas de diminuir as taxas de juros pagas pelas pessoas é uma das agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central. 

 

"A gente vê, em vários outros países, que as pessoas têm a tendência a usar imóveis, a usar ativos que têm como garantia para ter acesso a crédito mais barato", afirmou o indicado.

 

Temas como independência do Banco Central, sangue frio diante de pressões do meio político para redução dos juros, controle da inflação e até a explosão de apostas online também estiveram presentes nas perguntas a Galípolo. Sobre bets, por exemplo, o senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu a suspensão das plataformas de apostas esportivas até que elas sejam regulamentadas. Para ele, o governo federal é voltado à defesa dos mais pobres, mas está demorando demais na tomada de soluções. 

 

O senador citou dados do Banco Central segundo os quais 8,5 milhões de beneficiários do programa Bolsa Família estão apostando em jogos on-line recursos vitais para sua subsistência. Omar Aziz ressaltou ainda que as bets ficam com 99,2% do dinheiro que é apostado, enquanto os apostadores ficam com 0,8%.

 

Gabriel Galípolo, em resposta a Aziz, afirmou que o BC acompanha o tema para entender o aspecto de desenvolvimento das famílias e como ele vem afetando o consumo da população.

 

Questionado também pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ) sobre o tema das apostas,  Galípolo afirmou que a atribuição da autoridade monetária é se limita apenas a "analisar o impacto das bets na economia brasileira e no endividamento das famílias".

 

O relator da indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central foi o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Com críticas à política fiscal do governo, Ata do Copom sinaliza que juros devem continuar subindo em 2024
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Os cenários interno e externo da economia, marcados por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, elevação das projeções inflacionárias e os movimentos abruptos do câmbio demandam uma política monetária mais contracionista, e novos ajustes na taxa básica de juros podem acontecer para cumprir o compromisso da autoridade monetária de fazer a inflação convergir para a meta estabelecida. 

 

Essa posição que jsutifica a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central tomada na semana passada, de elevar de 10,5% para 10,75% a taxa básica de juros, foi apresentada na manhã desta terça-feira (24), com a divulgação da Ata do Copom. O documento detalha como se deu as discussões dos membros do Comitê na última semana, e as perspectivas para as reuniões futuras do órgão.

 

No documento, o Copom, que decidiu por unanimidade a elevação na taxa Selic, ressalta que a volatilidade da taxa de câmbio aumenta as dúvidas sobre o ritmo de desaceleração da economia global e a desinflação. Os membros do Comitê colocaram o câmbio e o que chamam de "incerteza global" como alguns dos principais fatores a demandam maior cautela na condução da política monetária no Brasil.

 

"O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", afirma o documento divulgado pelo Banco Central. 

 

A ata do Copom reforçou que a estratégia para as próximas duas reuniões, que acontecerão em novembro e dezembro, continuará focada nos mecanismos de pressão da conjuntura externa sobre a inflação interna, com observação da evolução dos componentes sensíveis à atividade econômica e às projeções inflacionárias.

 

Depois da decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros, o mercado já ajustou suas estimativas para a Selic em 2024. No boletim Focus divulgado nesta segunda (23), a mediana para a Selic no final de 2024 voltou a subir, passando de 11,25% para 11,50%, confirmando que o mercado já espera pelo menos um aumento de 0,5 ponto porcentual nos juros nas próximas reuniões do Comitê.

 

Ainda na Ata do Copom, o Banco Central endureceu seus recados sobre a condução das contas públicas no Brasil. No documento, os membros do Copom classificaram a política fiscal como expansionista e frisaram que é importante para a condução dos juros uma política fiscal crível, previsível e transparente.
 

Semana tem Lula na ONU, ação no STF que pode impactar cofres da União e divulgação de indicadores da economia
Foto: Ricardo Stuckert/PR

A semana promete ser esvaziada em Brasília, por um lado, porque o Congresso não terá novamente a presença dos parlamentares. Câmara e Senado terão uma pauta de poucos temas, já que deputados e senadores aproveitarão essas próximas duas semanas para intensificar as agendas de campanha em seus estados, com vistas às eleições municipais de 6 de outubro. 

 

Por outro lado, a semana também está esvaziada porque o presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) e alguns ministros estão em Nova York. Lula terá hoje uma agenda cheia de encontros bilaterais, e discursa nesta terça (23) na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. 

 

O discurso de abertura da Assembleia que Lula fará na ONU deve ser centrado no tema da crise climática mundial, no apelo do Brasil por uma reforma dos organismos internacionais, além da questão das guerras em andamento no mundo, combate à fome, entre outros assuntos. Lula chega aos encontros com a imagem chamuscada por conta do recorde de queimadas neste ano no Brasil, e da demora do governo federal em adotar uma estratégia com governadores para um combate mais incisivo dos incêndios.

 

Na economia, semana de muitos anúncios de indicadores da economia. Um dos mais aguardados, a ata da última reunião do Copom, que será divulgada pelo Banco Central divulga, com a explicação sobre a decisão dos membros do Comitê de elevar a taxa básica de juros na semana passada. 

 

Confira abaixo um resumo da agenda dos três poderes em Brasília. 

 

PODER EXECUTIVO

A agenda do presidente Lula em Nova York, nesta segunda (23), prevê, às 12h30, um encontro bilateral com o chanceler da República Federal da Alemanha, Olaf Scholz. Esse encontro acontecerá na Missão Permanente da Alemanha junto às Nações Unidas. Depois do encontro, haverá um almoço de trabalho oferecido pelo chanceler Olaf Scholz.

 

Na parte da tarde, já na Missão Permanente do Brasil junto à ONU, às 15h, Lula terá um encontro bilateral com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Nessa reunião deve ser tratado o acordo comercial do Mercosul com a União Europeia, que está travado em função da contrariedade de alguns países europeus, como a França, a trechos do acordo que tratam de produção agrícola.

 

Às 16h, o encontro bilateral será com o primeiro-ministro da República do Haiti, Garry Conille. O dia de Lula, a primeira-dama Janja e a comitiva brasileira em Nova York continua às 18h, com participação no seminário “Global Clinton”, promovido pela Fundação Clinton, sobre mudança do clima. Será no hotel Midtown Hilton. 

 

A última agenda de Lula na segunda será a participação na premiação anual da iniciativa Goalkeepers, organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates. O evento reúne líderes globais para acelerar o progresso em direção ao ODS 18 (18º Objetivo do Desenvolvimento Sustentável), e acontecerá no Lincoln Center.

 

Na terça (24), Lula participa da abertura da 79ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). Como acontece anualmente, o presidente brasileiro faz o discurso inaugural da Assembleia e deve abordar no discurso temas como a crise climática no mundo e a imposição de soluções urgentes. Lula ainda fala sobre necessidade de encerrar as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, a defesa da democracia e uma reforma dos órgãos que balizam as relações entre países.

 

Durante o dia, o presidente Lula terá encontros com o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, além de uma audiência com o presidente de Governo do Reino da Espanha, Pedro Sánchez.

 

O presidente brasileiro ainda participará, na terça, do evento “Combatendo os Extremismos”, em defesa da democracia. Por fim, Lula terá um encontro com o presidente da República Francesa, Emmanuel Macron. 

 

Na quarta (25), o presidente Lula discursará na abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20. No final do dia, Lula retorna ao Brasil. 

 

Na agenda da economia, nesta terça (24), o Banco Central divulga a ata da reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada. Por decisão unânime, o Copom decidiu elevar os juros pela primeira vez em mais de dois anos em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

 

Já na quarta (25), o IBGE divulga o indicador que representa a prévia da inflação do mês de setembro. Na quinta (26), o Banco Central apresenta o seu Relatório Trimestral de Inflação do país. E o Ministério do Trabalho divulgará os dados sobre o emprego no mês de agosto, com o relatório do Caged.

 

Por fim, nos anúncios de indicadores da economia, o IBGE apresentará, na sexta (27), a Pnad Contínua, com os números do mercado de trabalho brasileiro no mês de agosto.

 

PODER LEGISLATIVO

Na Câmara dos Deputados, nesta segunda (23), a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) se reúne nesta segunda (23) para votar o recurso do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. No fim do mês passado, o conselho aprovou parecer que recomenda a perda do mandato de Brazão. 

 

Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro. O deputado nega a participação no crime. No recurso, a defesa de Chiquinho Brazão argumenta que a relatora do caso no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha (PT-ES), foi imparcial e reclama que o direito ao contraditório e à ampla defesa do deputado não foi respeitado. A sessão começa às 14h30.

 

No Plenário da Câmara, ainda não foi divulgada a agenda de sessões ou se haverá votação de projetos, com os deputados atuando remotamente. 

 

No Senado, na terça (24) e quarta (25) a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza audiências públicas sobre reforma tributária. Entre os convidados estão o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e representares dos setores empresariais de seguros, e de distribuidoras de combustíveis.

 

Já a pauta de Plenário ainda não foi divulgada pela presidência da Casa. O único evento confirmado é realização de uma sessão especial de debates temáticos, na tarde da quarta (25), para discutir os incêndios florestais e as mudanças climáticas.

 

Nesta semana deve ser realizada ainda uma sessão do Congresso Nacional para promulgar a emenda constitucional que cria regras para a eleição dos órgãos diretivos dos tribunais de justiça dos estados. Segundo a emenda, a eleição deverá ocorrer entre os membros do tribunal pleno, por maioria absoluta e voto direto e secreto. Os eleitos terão mandato de dois anos, podendo ser reeleitos uma única vez.

 

PODER JUDICIÁRIO

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, está nos Estados Unidos, e no fim de semana participou de evento da Organização das Nações Unidas. Nesta segunda (23), na parte da manhã, Barroso participará do seminário “Moldando o Futuro: Tecnologia e Direito com os Líderes do Judiciário Brasileiro”, na Universidade Stanford, na Califórnia. 

 

Já à tarde, o presidente do STF falará na Universidade Stanford sobre o “Papel Diferenciado da Suprema Corte Brasileira: o papel do Supremo Tribunal Federal no contexto político brasileiro”. 

 

Também nesta segunda (23), na sede do Supremo Tribunal Federal, especialistas participam de mais uma audiência pública sobre o tema do marco temporal para demarcação de terras indígenas. A audiência deve contar com a presença da ruralista Roseli Ruiz, indicada como especialista pelo Partido Liberal (PL) e Republicanos. Ruiz é proprietária da fazenda Barra, sobreposta à Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, onde o indígena Neri Gomes Guarani Kaiowá, de 23 anos, foi morto durante ação da Polícia Militar (PM) na última semana.

 

Já na quarta (25), o STF continua o julgamento das duas ações que discutem se a crença religiosa permite que pacientes possam fazer procedimentos cirúrgicos sem transfusão de sangue e se a liberdade religiosa justifica o custeio de tratamento de saúde diferenciado pela União. O STF já tem maioria de votos a favor do direito à recusa e do custeio de tratamentos alternativos pelo SUS, desde que estes estejam incorporados ao sistema.

 

Na quinta (26), está na agenda do plenário a ação que discute se o Poder Executivo pode alterar, sem restrições, os percentuais de restituição tributária previstos no Reintegra, programa do governo federal criado para incentivar a exportação de produtos industrializados. O julgamento tem potencial de impacto bilionário para os cofres da União, a depender da decisão dos ministros do STF.
 

Alban, Gleisi, Alckmin e sindicatos criticam decisão do BC de elevar taxa de juros para 10,75% ao ano
Foto: montagem imagem redes sociais Banco Central

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, fez crítica à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar a taxa básica de juros. Na noite desta quarta-feira (18), o Copom decidiu, de forma unânime, elevar em 0,25% a Selic, de 10,5% para 10,75%. Este foi o primeiro aumento nos juros no governo Lula.  

 

Segundo Ricardo Alban, a alta da Selic não apenas impõe custos desnecessários sobre a economia, como coloca o Brasil na contramão do que a maioria dos países, desenvolvidos ou em desenvolvimento, vem fazendo. O presidente da CNI também diz que a alta dos juros prejudica a criação de emprego e renda para a população. 

 

“É emblemático que no mesmo dia em que os Estados Unidos decidem baixar a taxa básica após meses, o Brasil resolva o contrário, elevar a Selic. Torna a nossa diferença de juros reais ainda mais grave e cria condições desfavoráveis ao investimento no país. Até que ponto a especulação do mercado futuro de juros influencia as narrativas da expectativa de inflação futura?”, questionou Alban. 

 

O dirigente da principal entidade do setor industrial afirmou ainda que esse aumento na taxa de juros “joga contra” a recuperação da indústria de transformação e do investimento, que começou a ganhar tração recentemente, após terem registrado queda em 2023. 

 

“Por tudo isso, fica claro que subir a Selic foi uma decisão totalmente equivocada do BCB. Nesse contexto, é fundamental que o BCB retome os cortes na taxa de juros quanto antes. Apenas com um ambiente de menor custo de financiamento é que as empresas conseguirão viabilizar projetos de investimento essenciais para o aumento da produtividade e da capacidade produtiva, com ganhos para o crescimento da economia”, conclui Ricardo Alban. 

 

Quem também fez comparações entre a decisão tomada pelo Federal Reserve dos Estados Unidos, de cortar em 0,5% a taxa de juros de lá, e o aumento promovido pelo Copom no Brasil foi a presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Para a deputada, que no Congresso Nacional é uma das principais críticas da atuação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, a medida prejudica a população e favorece os agentes do mercado financeiro.

 

“Além de prejudicar a economia, o aumento vai custar mais R$ 15 bilhões na dívida pública. Dinheiro que sai da educação, saúde, meio ambiente para os cofres da Faria Lima. Não temos inflação que justifique isso!”, disse a deputada petista. 

 

Da parte do governo, nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deram ainda declarações públicas sobre o aumento da Selic. Quem comentou a decisão do BC foi o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. 

 

Em conversa com o colunista Tales Faria, do site Uol, Alckmin disse ter considerado errada a decisão de ontem do BC, elevando a 10,75% ao ano a taxa Selic.

 

“Ter a segunda maior taxa de juros do mundo, não é um indicador justo para o Brasil”, declarou o vice-presidente. 

 

No meio sindical, a elevação da Selic pelo Copom também foi recebida com críticas. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a medida boicota a economia e aprofunda a carga pesada de juros sobre governo e população. Já Força Sindical classificou a decisão de “prêmio aos especuladores”, além de penalizar os menos favorecidos economicamente e atrapalhar as campanhas salariais deste semestre.
 

Banco Central eleva taxa Selic para 10,75% ao ano, primeiro aumento de juros no governo Lula
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil

Como já era aguardado pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar em 0,25% a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. Essa é a primeira vez que a taxa é elevada desde a reunião de junho de 2022, quando, naquela ocasião, ainda no governo Jair Bolsonaro, os juros subiram de 13,25% para 13,75%. 

 

Diante da combinação de um cenário de atividade econômica aquecida, das incertezas do apoio político para o controle do crescimento das despesas obrigatórias, taxa de câmbio que segue desvalorizada e expectativas de inflação ainda desencoradas, os membros do Copom elevaram a Selic de 10,50% para 10,75%. Os analistas de mercado, que já aguardavam a elevação dos juros, afirmam que esse ritmo de alta deve continuar nas próximas reuniões do Comitê, em 6 de novembro e 11 de dezembro. 

 

No comunicado da decisão, que foi unânime, os membros do Copom salientaram mais uma vez que não tolerarão desvios da inflação em relação ao centro da meta no horizonte que eles consideram relevante para a política monetária. O Copom renovou a promessa de vigilância e o firme compromisso de convergência da inflação à meta anual de 3,00%, com intervalo de tolerância de mais ou menos 1,50 ponto percentual, isto é, de 1,50% a 4,50%.

 

"Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado, o que levou a uma reavaliação do hiato para o campo positivo. A inflação medida pelo IPCA cheio assim como medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", afirma o comunicado do Copom.

 

Membros do governo deram declarações nos últimos dias de que o surpreendente resultado da inflação de agosto divulgada na semana passada pelo IBGE - ficou negativa em 0,02%, apresentando queda de 0,40% em relação ao mês anterior - poderiam reduzir as pressões para que o Copom promovesse um reajuste ainda maior na Selic. Antes de se saber os números do IPCA, o mercado vinha apostando em uma elevação de 0,50% na taxa de juros, o que não se confirmou. 

 

Essa foi a primeira reunião do Copom após a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central no próximo ano. A indicação de Galípolo, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será votada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado no dia 8 de outubro, e depois no Plenário.

 

O comunicado do Banco Central revela também preocupação dos membros do Comitê com o ambiente externo, que segundo eles, permanece desafiador, em função principalmente do momento de inflexão do ciclo econômico nos Estados Unidos. 

 

"Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes", diz o comunicado.
 

R$ 8,56 bilhões “esquecidos” podem ser resgatados; saiba como consultar e resgatar valor
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Banco Central (BC) divulgou, nesta sexta-feira (6), que cerca de R$ 8,56 bilhões estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR). O sistema é um serviço do BC através do qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas e empresas têm dinheiro esquecido em banco, consórcio ou outra instituição.

 

O único site no qual é possível realizar a consulta e resgate destes valores é o site oficial do Banco Central. É necessário mencionar que, através do sistema do BC, os valores só serão disponibilizados para aqueles que fornecerem chave PIX para a devolução.

 

No caso de não haver chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento, ou então criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.

 

No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é necessário ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é necessário preencher um termo de responsabilidade. Após a consulta é necessário entrar em contato com as instituições nas quais há valores a receber e verificar os procedimentos.

 

DINHEIRO PODE SER USADO PELO GOVERNO

Um projeto já aprovado no Senado Federal autoriza o repasse ao Tesouro Nacional dos recursos esquecidos por clientes em contas bancárias para tentar ajudar a zerar o rombo orçamentário deste ano. Pelo texto, poderiam ser utilizados valores que não foram reclamados pelos titulares e contas bancárias. Para ter validade, o projeto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.

 

Os recursos seriam utilizados para compensar perdas arrecadatórias com a desoneração parcial dos setores e das prefeituras, de acordo com projeto apresentado pelo senador baiano Jaques Wagner e já aprovado pelo Senado.

 

O senador afirmou que as propostas são fruto de um trabalho conjunto entre o Senado e o Ministério da Fazenda, com a participação dedicada do ministro Fernando Haddad. O governo busca recursos para tentar atingir a meta de déficit zero nas contas públicas neste ano, meta que consta no Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.

Galípolo assume interinamente a presidência do Banco Central durante o fim de semana
Foto: Reprodução/LinkedIn

Gabriel Galípolo, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do Banco Central (BC) e atual diretor de Política Monetária do órgão, foi escolhido por Roberto Campos Neto, atual presidente do BC, para substituí-lo entre os dias 6 e 9 de setembro.

 

Durante o período mencionado, Campos Neto estará participando da reunião anual do Banco de Compensações Internacionais (BIS), sobre estabilidade financeira, que acontecerá na cidade de Basileia, na Suíça.

 

De acordo com a CNN Brasil, o regimento interno da instituição prevê que o presidente possa escolher um interino para comandar o banco durante as suas ausências. Esta é a segunda vez este ano que Galípolo assume a função. Antes, ele havia assumido durante as férias do titular em julho deste ano.

 

Nesta quarta-feira (4), o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) agendou para 8 de outubro a apreciação em plenário da Corte do nome de Galípolo para a presidência do BC.

 

Antes disso, no entanto, o indicado do presidente Lula deverá passar por uma sabatina com o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Esta sabatina é necessária antes da votação em plenário.

Pacheco marca para 8 de outubro a votação da indicação de Galípolo como presidente do BC
Foto: Edu Mota / Brasília

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDS-MG), anunciou na sessão plenária desta quarta-feira (4) que a votação da indicação de Gabriel Galípolo, escolhido para presidir o Banco Central, acontecerá no dia 8 de outubro, após as eleições municipais. Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser o sucessor de Roberto Campos Neto, que deixará o BC no final do ano de 2024. 

 

Galípolo, que é o atual diretor de política monetária do Banco Central, ainda terá que passar por sabatina e votação de sua indicação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), ainda não marcou a data da sabatina na comissão, mas diante do agendamento da votação no Plenário, deve marcar a sessão com Galípolo no mesmo dia. 

 

Após o anúncio de Pacheco, senadores de oposição pediram que não fosse ainda marcada uma data para a sabatina, por conta do período eleitoral, que esvazia o Congresso. O senador Marcos Rogério (PL-RO), líder da oposição, pediu a Pacheco que ouvisse os líderes antes de decidir pela data. 

 

Em contraponto à oposição, o líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), defendeu que o indicado para presidir o Banco Central já é nome conhecido dos senadores, inclusive tendo sido sabatinado no ano passado para assumir diretoria na instituição. Wagner, que será o relator da indicação, apoiou a decisão de Rodrigo Pacheco de marcar a data de 8 de outubro para a realização da sabatina. 

 

"O mercado e o próprio atual presidente do Banco Central sabem da importância de fazermos essa sabatina e sinalizarmos para uma transição pacífica no comando da autoridade monetária brasileira. E sinto que o nome de Gabriel Galípolo não cria aresta com ninguém. A data marcada pelo presidente Pacheco é razoável, apesar de eu querer até antes, mas é um período importante para que ele possa conversar com os senadores. Ele já esteve nos gabinetes de pelo menos 30 senadores nesta semana, e deve continuar conversando com todos, inclusive com a oposição", disse Jaques Wagner. 

 

Após a fala de outros senadores, o presidente do Senado manteve a data da votação da indicação de Gabriel Galípolo para o dia 8 de outubro, no Plenário.
 

Galípolo circula pelo Senado para pedir apoio, mas presidente da CAE descarta sabatina na próxima semana
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser o próximo presidente do Banco Central, não será realizada no dia 10 de setembro, como queria o governo. A afirmação foi feita pelo presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), ao final da reunião do colegiado nesta terça-feira (3). 

 

O indicado pelo governo para presidir o Banco Central esteva na manhã desta terça circulando pelos corredores do Senado, para se apresentar aos parlamentares. Galípolo andou pelo corredor de comissões e teve algumas conversas rápidas, entre elas com o líder do PL, Carlos Portinho (RJ). 

 

A mensagem do Palácio do Planalto com a indicação de Gabriel Galípolo ao BC chegou ao Senado nesta segunda. O governo vinha negociando com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que a sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos fosse realizada na próxima terça (10), na semana que será realizado provavelmente o último período de esforço concentrado antes das eleições municipais de 6 de outubro. 

 

O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, não explicou porque negou a realização da sabatina na data que vinha sendo requisitada pelo governo. Há a possibilidade de uma conversa reservada entre Vanderlan e o presidente do Senado ainda nesta terça, para negociação de uma data para que Galípolo seja sabatinado pelos senadores. 

 

Se não for realizada no dia 10, a sabatina também dificilmente poderá acontecer na semana seguinte. Isto porque a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para definição da taxa Selic será reallizada nos dias 17 e 18. Galípolo, como membro do Copom, participará dos dois dias da reunião e não poderá ser sabatinado nestas datas. 

 

Indicado pelo presidente Lula, Gabriel Galípolo, que atualmente é o diretor de Política Monetária do Banco Central, vai substituir Roberto Campos Neto, que tem mandato até o fim deste ano. A indicação precisa passar inicialmente pela sabatina e depois aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos, e posteriormente o nome do futuro presidente do BC tem que ser aprovado no Plenário do Senado.

 

Natural de São Paulo (SP), Gabriel Galípolo tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad. Ele tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).

Haddad anuncia escolha de Lula por Gabriel Galípolo para assumir presidência do Banco Central
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, para ser o próximo presidente da instituição. O nome de Galípolo agora precisa ser aprovado pelo Senado, após sabatina que deve ser marcada nos próximos dias.

 

Gabriel Galípolo, que entrou no BC em 12 de julho do ano passado, indicado por Lula, substituirá o atual presidente, Roberto Campos Neto, que está na presidência do banco desde 28 de fevereiro de 2019. Campos Neto foi indicado pelo então presidente, Jair Bolsonaro, e vinha sendo acusado por Lula, membros do governo e parlamentares do PT de atuar contra o país, ao não promover uma redução mais acelerada da taxa de juros. 

 

O futuro presidente do Banco Central disse a jornalistas ser uma honra enorme e grande responsabilidade ter ser o indicado do Palácio do Planalto para comandar a autoridade monetária brasileira. 

 

“A indicação ainda depende da aprovação do Senado, então por isso que eu vou ser breve. Na mesma magnitude é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma honra enorme e grande responsabilidade. Estou muito contente”, disse Galípolo.

 

Ao fazer o anúncio da indicação de Galípolo, o ministro Fernando Haddad disse que conversará com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para decidir a melhor data para a realização da sabatina. 

 

“Quero crer que estão sintonizados os presidentes, Pacheco e Lula, em relação à importância dessa indicação. Lula já vinha conversando com ele sobre isso. Vamos respeitar a institucionalidade da Casa, que tem seu ritmo, seus afazeres e vai saber julgar o melhor momento de fazer a sabatina”, afirmou Haddad.

 

Aos 42 anos, Gabriel é formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e tem pós-graduação em política econômica pela PUC-SP. Em seu currículo, consta também a fundação, em 2009, da Galípolo Consultoria, da qual foi sócio-diretor até 2022. Entre 2017 e 2021 foi presidente do Banco Fator.

 

Em 2023, antes de ser indicado ao seu atual cargo de diretor de política monetária no Banco Central, Galípolo era o número 2 do Ministério da Fazenda como secretário-executivo.

Mário Jr. critica decisão do STF sobre "emendas Pix" e diz que parlamento dará resposta ao Judiciário
Foto: Edu Mota / Brasília

Durante a audiência pública na manhã desta terça-feira (13), para ouvir o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, parlamentares fizeram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por decisão recente de suspender as chamadas "emendas Pix". A decisão foi tomada pelo ministro Flávio Dino, que suspendeu o pagamento dessa modalidade de emenda até que haja transparência sobre as transferências dos recursos. 

 

As "emendas Pix" se tornaram uma forma de deputados e senadores enviarem dinheiro para prefeituras sem que a verba esteja atrelada a um projeto específico. A decisão tomada pelo ministro Flávio Dino para suspender o pagamento dessas emendas deve ser referendada pelo plenário do STF, em sessão virtual marcada para começar no dia 23 de agosto.

 

O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Mario Negromonte Jr., que presidiu a audiência com Roberto Campos Neto, foi um dos que criticou a decisão do ministro Flávio Dino para suspender as "emendas Pix". Mario Jr. disse que o Judiciário interferiu indevidamente em assuntos do Parlamento, e o maior prejudicado serão os pequenos municípios. 

 

"Se o Judiciário quer nos ajudar a aperfeiçoar a aplicação das emendas Pix, estamos à disposição. Mas o que o STF mostra é que não está em sintonia com os problemas dos municípios do Brasil. Essas emendas servem para ajudar os municípios fechar as suas contas no final do mês. Lamentavelmente, o STF tomou essa decisão, mas o Parlamento logo dará uma resposta à altura a essa interferência do Judiciário", disse o deputado baiano Mario Jr.

 

TAXA DE JUROS
Em outro momento da audiência conjunta organizada pelas Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a taxa Selic alta, ao contrário do que se acredita, não é boa para os bancos no Brasil porque provoca uma retração no crédito, atualmente o principal negócio do sistema financeiro.

 

"A Selic alta não é boa para o sistema bancário. No passado talvez isso fosse verdade em algum momento, mas hoje em dia, como a carteira de crédito vale muito mais do que a carteira própria dos bancos, quando os juros sobem muito, a inadimplência sobe, então você perde muito mais no crédito do que ganha na carteira própria", afirmou Campos Neto. 

 

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Em sua participação na audiência, o deputado Feliz Mendonça Jr. (PDT-BA), um dos autores do requerimento de convite ao presidente do BC, brincou dizendo que aprendeu com Campos Neto que presidente de banco não gosta de juro alto. "Hoje aprendi muito aqui", disse o deputado.

 

Felix Mendonça fez questionamentos ao presidente do Banco Central, e disse que entre as missões da autoridade monetária, de redução dos juros e da inflação, não estaria presente nas preocupações dos dirigentes da instituição a questão do emprego no país. O parlamentar baiano também perguntou a Campos Neto porque o BC não se baseia em suas avaliações em outros relatórios além do boletim Focus. 

 

"Por que não se usa um pouco também, ao invés de usar apenas os dados do Boletim Focus, os dados da indústria, do comércio, que também tem que opinar? Eu acho que a política monetária do Brasil não pode ser regida apenas pelas instituições financeiras. A indústria do Brasil já teve 30% do PIB de participação, e hoje é de menos de 10%. Será que isso não é reflexo da política monetária do Brasil?", questionou Felix Mendonça. 

Na Câmara, Campos Neto defende atuação do BC e diz que é preciso "perseverança" na luta contra a inflação
Fotos: Edu Mota/ Bahia Notícias

O Banco Central vem trabalhando para obter uma recuperação econômica sustentável e inclusiva, com redução permanente dos juros apesar de um ambiente externo adverso, e conduz um processo de desinflação com baixo custo em termos de redução da atividade econômica, emprego e crédito. As afirmações foram feitas pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, que participou de audiência pública conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, e de Finanças e Tributação. 

 

O requerimento de convite ao presidente do BC foi formulado pelos deputados Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) e Mário Negromonte Jr. (PP-BA). A audiência foi presidida pelo deputado Mario Jr. 

 

"Os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho seguem apresentando dinamismo maior do que o esperado. O combate à inflação tem avançado, mas é preciso perseverança nesse trabalho, pois a desinflação tem arrefecido e as expectativas encontram-se desancoradas", disse o presidente do Banco Central. 

 

Segundo afirmou Campos Neto, a inflação dos últimos cinco anos tem sido baixa no Brasil, considerando-se o histórico do país. "O BC tem atuado de forma técnica e autônoma para cumprir as suas missões para redução da inflação", afirmou.

 

 

Na apresentação que fez no início da audiência, o presidente do BC salientou que o ambiente externo mantém-se adverso, em função das incertezas sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos. Campos Neto disse ainda que dificultam a situação internacional as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países. 

 

"A nossa meta contínua de inflação bota o Brasil um pouco mais em conformidade com os outros países”, explicou. “Quando a inflação está ancorada, a gente tem um custo muito menor para combatê-la”, completou.

 

Campos Neto disse aos deputados presentes que, quando o Banco Central toma uma medida hoje, ela leva entre 12 e 18 meses para fazer efeito. Ele destacou que outros países na América Latina, como Chile, Colômbia e Peru, descumpriram mais vezes a meta de inflação do que o Brasil.


“A meta de 3% não é muito baixa? Não deveria ser maior? É importante frisar que quem determina a meta é o governo”, afirmou. “As pessoas vão entender ao longo do tempo que o Banco Central é técnico e trabalha com horizonte diferente e trabalha para atingir o mandato que é determinado pelo governo”, disse Campos Neto.

Ricardo Alban diz que manutenção da taxa de juros penaliza a economia e prejudica geração de emprego e renda
Foto: Edu Mota / Brasília

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano, é preocupante e penaliza a economia brasileira, já que trabalha contra a geração de emprego e renda para os brasileiros. A opinião é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. 

 

Na noite desta quarta-feira (31), os membros do Copom decidiram, por unanimidade, manter os juros básicos da economia no mesmo patamar de 10,5% ao ano atingido na reunião anterior, em junho. Naquela ocasião, o comitê interrompeu o ciclo de cortes de juros iniciado há quase um ano.

 

Para Ricardo Alban, a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano mantém o Brasil como um dos países que possui as maiores taxas de juros real do mundo. Essa situação, segundo o presidente da CNI, propicia parte significativa do alto custo do crédito no país, e implica ainda em severas restrições à atividade econômica brasileira.

 

“Esperamos que a Selic volte a ser reduzida o quanto antes. A retomada de cortes é fundamental para a redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Caso contrário, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos empregos e renda”, afirmou o presidente da CNI.

 

A entidade defende que mesmo que fosse decidido pelo Banco Central um corte de 0,25% na Selic, baixando a taxa para 10,25% ao ano, os juros reais (que desconsidera os efeitos da inflação esperada para os próximos 12 meses) seriam de 6,2% ao ano. Ou seja, a Selic, estaria 1,5 ponto percentual acima da taxa de juros real neutra – aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica, estimada pelo Banco Central em 4,75% ao ano – sendo compatível com o atual quadro inflacionário.

 

Para a CNI, ainda que houvesse um corte de 0,25%, o Brasil seguiria ocupando a incômoda terceira posição entre as maiores taxas de juros real do mundo. E a manutenção da Selic em 10,5%, de acordo com a CNI, mostra seus reflexos no comportamento do mercado de crédito e da atividade econômica. 

 

“A Selic alta eleva o custo de captação dos recursos para as instituições financeiras. Para piorar, essas instituições ofertam crédito com spread bastante elevado. O Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, sendo mais um fator que encarece empréstimos e financiamentos. Somando isso à baixa oferta de crédito, há uma situação bastante adversa, tanto para os consumidores, que precisam de crédito para comprar bens de maior valor, quanto para as empresas, que precisam de crédito para investir, inclusive no âmbito do processo de neoindustrialização”, afirma comunicado da Confederação Nacional da Indústria.

 

Com a decisão do Copom de manter a taxa Selic em 10,5%, o Brasil caiu da segunda para a terceira posição no ranking mundial de juros reais. O juro real no Brasil está em 7,36% ao ano, valor inferior ao da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%). Esse patamar coloca o Brasil distante da taxa média de juros entre as 40 economias mais relevantes, que é de 0,67% ao ano.
 

Copom decide por unanimidade manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

De forma unânime, os membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiram nesta quarta-feira (31) manter a taxa básica de juros da economia brasileira no mesmo patamar decidido anteriormente, de 10,50% ao ano. Pesou na decisão dos membros do Copom a deterioração de expectativas de inflação, incertezas com relação à capacidade de o governo federal cumprir o arcabouço fiscal e o momento atual de câmbio cada vez mais desvalorizado.

 

“O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, afirma o comunicado do Comitê. 

 

O mercado financeiro já aguardava uma decisão unânime do Copom pela manutenção da taxa Selic. Para os agentes financeiros, o país vive atualmente um momento de deterioração do cenário econômico, e há expectativa de que a decisão desta quarta seja repetida nas próximas reuniões do Comitê.  

 

Em relação ao ambiente externo, os membros do Copom afirmam, no comunicado divulgado na noite desta quarta, que permanece a incerteza sobre os impactos e a extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e sobre as dinâmicas de atividade e de inflação em diversos países. Segundo o Copom, os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. 

 

“O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, afirma o comunicado.

 

Na última reunião, em 19 de junho, houve consenso de todos os integrantes do Copom para interromper o ciclo de cortes da taxa básica de juros, ainda que sob pressão do governo Lula e de entidades da indústria e do comércio para uma redução.

 

Até a reunião do mês passado, a Selic havia passado por seis reduções de 0,5 ponto percentual e uma de 0,25 ponto, o que a levou para o menor patamar desde fevereiro de 2022. 

 

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, a expectativa dos especialistas do mercado financeiro sobre a taxa Selic permanece estável em 10,5% ao final do ano de 2024, em 9,5% para 2025 e em 9% para 2026 e 2027. Até o fim do ano, quando termina o mandato de Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária, o Copom tem mais três reuniões – 17 e 18 de setembro, 5 e 6 de novembro e 10 e 11 de dezembro.
 

Banco Central faz ajustes para aperfeiçoar segurança e Pix em celular novo terá limite de R$ 200
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O Banco Central (BC) divulgou, nesta segunda-feira (22), em Brasília, ajustes para aperfeiçoar os mecanismos de segurança do Pix. As mudanças visando combater fraudes e golpes entrarão em vigor em 1º de novembro. A resolução BCB n° 403 foi publicada no site da instituição.


Pela nova regra geral de segurança, nos casos em que o dispositivo de acesso eletrônico ao Pix - como smartphone ou computador - não estiver cadastrado no banco, as transações não poderão ser maiores que R$ 200.  Quando houver a mudança para um celular desconhecido, o limite diário de transações instantâneas via Pix não poderá ultrapassar R$ 1.000. As informações são da Agência Brasil. 


Para transações fora destes limites, o novo dispositivo de acesso ao Pix (celular ou computador) deverá ser previamente cadastrado pelo cliente bancário para realizar as transferências de dinheiro via Pix, como nos casos em que o usuário mudar de aparelho.


Em nota, o Banco Central explicou que essa exigência de cadastro se aplica apenas a aparelhos que nunca tenham sido usados para iniciar uma transação Pix, para não causar inconvenientes aos clientes que já usam um dispositivo eletrônico específico.


O objetivo é minimizar a probabilidade de fraudadores usarem dispositivos diferentes daqueles já utilizados pelo cliente para gerenciar chaves e iniciar as transações deste modelo de pagamento instantâneo, quando houver o roubo ou conhecimento de login e senha do cliente.

Banco Central adia lançamento do “Pix Automático” para 2025
Foto: Banco Central do Brasil/Divulgação

 

O Banco Central do Brasil lançou nesta segunda-feira (22), novos mecanismos de segurança e adiou o lançamento do “Pix automático” para junho de 2025. Anteriormente, a previsão era para outubro deste ano. 

A ideia é permitir que o cliente agende previamente pagamentos recorrentes direcionados para empresas. Essa modalidade de pix poderá otimizar atividades do cotidiano automatizando cobranças, como: 

  • contas de água e luz;

  • escolas e faculdades;

  • academias, condominios;

  • terapia, internet;

  • parcelamentos de empréstimos. 

Hoje, algo similar pode ser feito por meio do débito automático ou na cobrança recorrente ou parcelada do cartão de crédito. 

"Banco Central é página virada", diz ministro após reunião com Lula
Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) combinou com ministros de evitar qualquer discussão no governo, neste momento, sobre possíveis mudanças na autonomia do Banco Central e no mandado de presidentes da instituição.

 

'BC é página virada", afirmou um ministro que participou de reunião com Lula na quarta-feira (3) para discutir o tema. A informação foi publicada pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

A avaliação no governo é de que qualquer iniciativa do governo federal para fazer mudanças no Banco Central poderia afetar ainda mais a cotação do dólar, que disparou nos últimos dias.

 

Como parte dessa estratégia, ministros também afirmam que Lula não antecipará para julho a indicação do sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do BC, como defendem aliados do petista.

Durante cortejo do 2 de julho, Rui Costa volta a criticar BC e manutenção de juros altos
Foto: Mauricio Leiro / Bahia Notícias

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) voltou a criticar o Banco Central (BC) e a manutenção de juros altos no país, nesta terça-feira (2). A declaração de Rui aconteceu durante o cortejo do 2 julho, evento que celebra a independência da Bahia. 

 

Em entrevista à imprensa, o baiano questionou a necessidade do atual patamar da Selic, que, segundo ele, está entre as classes de juros mais altas do mundo. O ministro faz parte do coro de auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que faz um embate mais direto - e crítico - com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, também falou sobre o tema nesta terça.

 

“Eu acho que todos querem juros baixos. Eu não conheço ninguém que quer juros altos. A dona de casa quando vai comprar uma geladeira, um fogão, uma televisão, todo mundo quer pagar uma prestação com juros baixos. Então, a questão que se coloca é sempre essa. Se é necessário, essa classe de juros se coloca entre as mais altas do mundo. Eu sou daquela tese e eu repeti ontem pela manhã. Eu acredito muito nessa frase. Absolutamente nada supera o trabalho. Então, quando você trabalha, se dedica de forma séria e humilde, as coisas dão certo”, observou o ministro. 

 

Rui apontou ainda que mesmo com os atuais juros, a inflanção caiu e que o desemprego e a economia cresceram no Brasil. 

 

“O que a gente tem feito, e graças a Deus os indicadores do Brasil do desemprego caiu, a inflação caiu, a economia está crescendo, ontem saiu uma nova estimativa elevando a expectativa de crescimento do país. Nós estamos aumentando o investimento em infraestrutura que significa a redução do custo do Brasil. Quando a gente tem uma boa estrada, quando tem uma boa ferrovia, a gente reduz o custo. Ontem, por exemplo, a ordem de serviço do contorno de Feira de Santana. Quem entra em um caminhão carregado de mercadoria, que entra no contorno de Feira, leva uma hora, significa uma hora de frete a mais. Então isso significa melhorar as condições econômicas”, concluiu Rui.

Banco Central provoca governo com meme; Lula pede passeata da CNI e Fiesp contra taxa de juros
Foto: Reprodução Instagram perfil oficial BC

Um dia depois de o perfil oficial do Banco Central no Instagram ter publicado um meme que usa imagens do filme Divertida Mente 2 para criticar os que tem “vontade de gastar sem poder”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que entidades como a CNI e a Fiesp deveriam fazer uma passeata contra a atual taxa de juros. Em entrevista ao site Uol nesta quarta-feira (26), Lula voltou a fazer duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. 

 

O meme publicado pelo Banco Central brinca com o filme Divertida Mente 2, que foi lançado na semana passada e conta como uma adolescente lida com suas emoções. Na ilustração, os personagens se assustam com a chegada de uma nova emoção, que se apresenta como "Vontade de gastar sem poder". Apesar de não ter citado o governo no texto da publicação, os internautas notaram uma possível cutucada no governo.

 

Na sua entrevista ao Uol, Lula afirmou que não deveria ser o presidente da República o responsável por criticar a alta taxa de juros, e pediu que o setor produtivo faça "passeatas" para reclamar das decisões do Comitê de Política Monetária.

 

“É preciso que os empresários do setor produtivo, a CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, eles deviam fazer passeata contra a taxa de juros porque são eles que estão tendo dificuldades, não é o governo. Precisamos de uma taxa de juros compatível para a gente crescer mais e precisamos de uma inflação controlada para o povo poder comer”, afirmou o presidente na entrevista concedida no Palácio do Planalto.

 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, tem sido um dos principais críticos da manutenção das altas taxas de juros pelo Banco Central. Na semana passada, em conversa com o Bahia Notícias, Alban disse que as condições macroeconômicas do país permitiriam que a taxa Selic fosse reduzida a um patamar de 8,5%. 

 

“É quase que inóculo estarmos falando em 10,5%, 8,5%, haja visto que essa é uma taxa elevada. Quanto custou isso para o país? Não só em termos de dívida pública, como também na inibição de novos investimentos, o custo financeiro no Brasil, em cadeias longas como a indústria, ele pode vir a representar cerca de 30% do preço final de um produto. É realmente muito importante, não só pelo poder aquisitivo, não só pela competitividade das nossas indústrias, do nosso setor econômico, que tenhamos juros mais compatíveis com a realidade do resto do mundo”, afirmou o presidente da CNI ao BN.

 

Na entrevista da manhã desta quarta aos repórteres do Uol, o presidente Lula seguiu na mesma linha, ao dizer que a taxa básica de juros, que está atualmente em 10,5%, não é compatível com um cenário de inflação estável. Lula disse que a pergunta que sempre faz é se há necessidade de manter a taxa de juros em 10,5% ao ano, se a inflação está em 4%. 

 

“É preciso o país caminhar para uma taxa de juros que dá capacidade de crescimento para o país. Afinal, a inflação está controlada neste país”, disse.

 

O presidente também foi questionado pelos repórteres do Uol sobre a sucessão de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central, em particular sobre o favoritismo do atual diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo. Lula, em resposta, frisou que a indicação é para cuidar dos interesses do país, mas disse não estar “pensando ainda” na sucessão dentro do BC.

 

“O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito o sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central”, afirmou Lula, que se reuniu nesta terça (25) com o diretor de Política Monetária do BC para discutir sobre a meta inflacionária. 

 

Sobre a pergunta feita pelo Uol a respeito de o mercado ficar preocupado com a possibilidade de indicação para o lugar de Campos Neto do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, ou do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, Lula reforçou que não indica presidente do BC para o mercado. O presidente disse ainda que “é preciso o mercado aceitar isso”.
 

Ata do Copom: BC fala em "atuação firme" para conter a inflação e juros devem se manter em 10,5%
Foto: Raphael Ribeiro / Banco Central

Aguardada com ansiedade pelo mercado financeiro, a Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada na manhã desta terça-feira (25), revelou que a retomada dos cortes na taxa básica de juros não deve acontecer tão cedo. Na última reunião, na semana passada, os membros do Copom decidiram, por unanimidade, interromper o ciclo de corte da Selic – que vinha sendo realizado desde agosto do ano passado – e mantiveram os juros em 10,50% ao ano.

 

O documento divulgado nesta terça revela que os diretores do Banco Central que participam do Copom estão preocupados com a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até 2025. Devido a essa probabilidade de alta da inflação, a autoridade monetária, segundo a Ata, precisaria manter uma “atuação firme” e “vigilante”. 

 

Os diretores do BC consideram que o cenário futuro do indicador da inflação no país se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções para o IPCA no médio prazo. Diante desse quadro, o Comitê avaliou que eventuais ajustes futuros na taxa de juros, com possíveis aumentos na Selic, “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”.

 

“O Comitê observou surpresas benignas no período recente, mas também elevação das projeções de prazos mais curtos, envolvendo preços livres. Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária”, informou a Ata do Copom.

 

Os membros do Comitê de Política Monetária afirmam também que a autoridade monetária tem a missão de trabalhar pelo “contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”. Na Ata, o Comitê afirma que “não se furtará de seu compromisso com o atingimento da meta de inflação e entende o papel fundamental das expectativas na dinâmica da inflação”.

 

Outra afirmação consignada pelos membros do Copom na Ata divulgada nesta terça é a de que o Banco Central monitora com atenção a forma como a política fiscal do país impacta a política monetária e os ativos financeiros. Em claro recado ao governo federal, os membros do Copom afirmam que “uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”. 

 

“Políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, completa o texto da Ata.

 

Na justificativa para a decisão sobre a manutenção dos juros no patamar de 10,5%, os membros do Copom afirmam que o ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países.

 

O Copom diz ainda que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. "O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes", conclui o texto.

 

Em conversa com a imprensa nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o texto da Ata do Copom, e disse considerar positivo que a diretoria do Banco Central não tenha dado indícios de que haverá aumento na taxa básica de juros.

 

"A ata está muito aderente ao comunicado, não tem nada de diferente no comunicado, o que é bom e transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar cenário externo e interno para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados", disse o ministro. "Eventuais ajustes se forem necessários e sempre vão acontecer. O que é importante frisar é que a diretoria fala em uma interrupção no ciclo", completou Haddad. 

Banco Central interrompe ciclo de queda nos juros e mantém a taxa Selic em 10,5% ao ano
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Em decisão anunciada na noite desta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros, e manteve a Selic no mesmo patamar anterior, de 10,5% ao ano. A decisão da manutenção da taxa foi unânime entre os membros do Comitê.

 

O mercado já projetava que o Banco Central iria manter a taxa no mesmo patamar de 10,5% ao ano. A decisão interrompeu um período de cortes nos juros que foi iniciado em agosto do ano passado. Naquela ocasião, a taxa Selic se encontrava em 13,75%. De lá para cá foram sete cortes seguidos, rebaixando a taxa em 3,25%. 

 

No comunicado emitido pelo Copom para justificar a decisão, os membros do Comitê afirmam que o atual cenário de inflação exige cuidados da autoridade monetária e não justifica alteração na taxa básica de juros.

 

“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, diz o comunicado do BC.

 

Os membros do Copom afirmam ainda que se manterão vigilante, e destacam que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. 

 

Neste ano, o Comitê de Política Monetária do Banco Central vai se reunir outras quatro vezes: 30 e 31 de julho; 17 e 18 de setembro; 5 e 6 de novembro; 10 e 11 de dezembro. O Boletim Focus desta semana, com a média das previsões dos cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central, trouxe um aumento na estimativa para a Selic em 2024, de 10,25% para 10,5% ao final do ano. 

 

Ou seja, na opinião dos analistas do mercado, a taxa básica de juros brasileira não será mais reduzida neste ano pelos membros do Copom.
 

Campos Neto sinaliza querer ser ministro da Fazenda de um futuro governo Tarcísio e irrita deputados do PT
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Nota divulgada pela coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo na tarde desta quarta-feira (12) caiu como uma bomba no mundo político. Segundo a Folha, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que aceitaria ser seu ministro da Fazenda caso ele entre na disputa pelo Palácio do Planalto em 2026.

 

Campos Neto tem mandato à frente da presidência do BC até o final deste ano, e posteriormente terá que ficar seis meses em período de quarentena. Segundo a nota do Painel S.A, o presidente do BC avalia que situação econômica do país sofrerá forte deterioração nos próximos anos, e diante disso, ele teria sinalizado a Tarcísio que aceitaria a pasta da Fazenda caso o governador decida se tornar presidenciável.

 

O presidente do Banco Central estreitou sua relação com Tarcísio de Freitas durante o governo Bolsonaro. Campos Neto inclusive marcou presença nos eventos de posse de Tarcísio no governo de São Paulo, em 1º de janeiro de 2023.

 

Na cerimônia de posse do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa de São Paulo, Campos Neto ficou sentado em posição de destaque na tribuna, ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do futuro secretário de governo Gilberto Kassab (PSD).

 

Líderes do PT e de outros partidos reagiram rapidamente à informação da Folha sobre as pretensões de Roberto Campos Neto. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), uma das principais críticas do presidente do BC no Congresso, disse que ele está fazendo de tudo para atrapalhar o governo e assim favorecer o candidato de Jair Bolsonaro em 2026. 

 

“Isso é que é a tal autonomia do Banco Central. Aposta na deterioração da economia do país (que ele faz de tudo para atrapalhar) para favorecer o candidato de Jair Bolsonaro. E o cara ainda está sentado na cadeira de presidente do BC! Quando a gente diz que ele é político, jamais um técnico, ficou escancarado agora. Campos Neto não tem sequer resquício de autoridade para comandar o BC”, disse Gleisi. 

 

Outro parlamentar petista, conhecido por sua combatividade em plenário, o deputado Lindbergh Farias (RJ), disse que a declaração mostra ter “caído a máscara” do dirigente do BC. 

 

“Campos Neto se assume bolsonarista convicto e já fala em ser ministro da Fazenda do Tarcísio de Freitas. Quero ver defenderem esse cara como técnico. Não tem independência política, nem técnica. É um agente do bolsonarismo e do mercado para sabotar o governo do presidente Lula!”, afirmou Lindbergh.

 

Outro que também se pronunciou sobre o tema foi o ex-candidato a presidente, João Amoedo. Afastado da política e do partido Novo, que ajudou a fundar, Amoedo disse esperar que a fala de Roberto Campos não seja verdadeira. 

 

“Nenhum presidente responsável de um Banco Central falaria isso sobre o seu País”, afirmou Amoedo na rede X.
 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Afinal, quantos ovos você come? O Cacique parece estar bastante interessado no assunto. Mais do que isso: mostrou que sabe tudo de conta! Enquanto isso, tem gente economizando ao invés de comprar um guarda-roupa novo. Mas sem salvação mesmo está nosso Cunha, que decidiu entrar numa briga de gigantes. Outro clima bom é pros lados de Camaçari. Acho que o único no paraíso por enquanto em solo baiano é Ronaldo do Buzu. Saiba mais!

Pérolas do Dia

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"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".

 

Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.

Podcast

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia

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O presidente do Partido Verde (PV) na Bahia, Ivanilson Gomes, é o entrevistado do Projeto Prisma na próxima segunda-feira (4). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h, com apresentação de Fernando Duarte.

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