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Copom eleva Selic para 15% ao ano e taxa alcança maior patamar em 20 anos; economista critica “dose excessiva” e alerta

Por Paulo Dourado

Copom eleva Selic para 15% ao ano e taxa alcança maior patamar em 20 anos; economista critica “dose excessiva” e alerta
Foto: Edu Mota / Bahia Notícias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (18), elevar a taxa Selic de 14,75% para 15% ao ano, dando continuidade ao ciclo de alta iniciado em 2024. A medida, segundo o BC, reflete preocupações com a inflação persistente e incertezas no cenário fiscal e internacional, mantendo o Brasil com uma das maiores taxas de juros do mundo. A decisão tomada na reunião com a participação dos diretores do BC, incluindo o presidente da instituição, Gabriel Galípolo.

 

Com a elevação, a taxa atinge o maior patamar desde julho de 2006, quando os juros chegaram a 15,25% ao ano, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

No comunicado divulgado após a reunião, o Banco Central informou que planeja pausar o aumento das taxas de juros para avaliar os efeitos dos ajustes já implementados

 

Apesar da justificativa do Banco Central, a decisão foi criticada por economistas e representantes do setor produtivo, que apontam prejuízos à atividade econômica. Para a economista Ana Georgina Dias, supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Bahia, a política de juros altos tem sido aplicada como uma espécie de “remédio em dose excessiva”.

 

“A taxa de juros elevada até pode ajudar a controlar a inflação, mas quando essa inflação não é impulsionada pela demanda, o efeito acaba sendo um travamento da economia. É como exagerar na dose de um remédio e comprometer a recuperação do paciente”, avaliou.

 

Segundo a economista, o patamar atual da Selic encarece o crédito, freia o consumo das famílias e desestimula investimentos em produção e geração de empregos.

 

“Empresários deixam de investir, adiaram contratações ou reduzem atividades, enquanto a população sente no bolso com parcelas mais caras e acesso mais restrito ao crédito. Isso tudo aprofunda as desigualdades e prejudica o crescimento”, pontuou.

 

Ana Georgina também criticou o que chama de “preferência estrutural” do Banco Central pelos interesses do mercado financeiro, em detrimento da economia real.

 

“Quando a taxa de juros permanece elevada por tanto tempo, ela serve mais ao rentismo do que ao desenvolvimento. Os pequenos empreendedores, a indústria e os trabalhadores acabam sendo penalizados por uma política que concentra renda e paralisa a economia”, concluiu.