PGR arquiva pedido de investigação contra ministro Gilmar Mendes por caso CBF
Por Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu pelo arquivamento de um pedido de investigação contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento foi instaurado para apurar supostos crimes de prevaricação e advocacia administrativa relacionados à atuação do ministro como relator de uma ação sobre a disputa de comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A decisão de arquivamento foi assinada pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand. O representante da PGR é considerado braço direito do procurador-geral, Paulo Gonet.
O pedido de investigação havia sido apresentado pelo vereador Guilherme Kilter (Novo-PR). Em sua representação, ele acusou o ministro de proferir decisões em benefício da antiga cúpula da CBF mesmo em “situação de suspeição”. A alegação de conflito de interesse citava um contrato da entidade futebolística com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), instituição à qual Gilmar Mendes está ligado.
Gonet e Gilmar fundaram o IDP em 1998. Em 2017, Gonet vendeu suas cotas para Francisco Mendes, filho de Gilmar, por R$ 12 milhões, conforme revelou o BuzzFeed News Brasil.
Já a CBF e o IDP firmaram em 2023 um acordo para ofertar cursos de pós-graduação na área de gestão e negócios de futebol, como direito esportivo e empreendedorismo.
Gilmar chegou a negar em entrevista que houvesse conflito de interesse, alegando que o IDP é uma “instituição extremamente conceituada” que estava “cedendo seu bom prestígio à CBF, e não o contrário”.
Meses depois, em janeiro de 2024, Gilmar suspendeu uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que havia determinado não só o afastamento do cartola baiano Ednaldo Rodrigues do comando da CBF, mas também a designação de um interventor para administrar a entidade.
Em maio deste ano, Gilmar negou mais dois pedidos para afastar Ednaldo do cargo. O caso sofreu uma nova reviravolta semanas depois, quando o TJ do Rio suspendeu outra vez Ednaldo do cargo, e o cartola desistiu de reassumir a presidência da entidade sob o argumento de “restaurar a paz no futebol brasileiro”.
Para a Assessoria Jurídica Criminal da Procuradoria-Geral da República, os únicos elementos apresentados pelo vereador de Curitiba contra Gilmar Mendes – a decisão liminar do ministro e o contrato firmado entre o IDP e a CBF – “são insuficientes para comprovar, minimamente sequer, que o ministro agiu para beneficiar ilicitamente Ednaldo Rodrigues e sua gestão na CBF”.
As informações são do O Globo.