Marcelo Bretas afirma ter sido ousado e admite imprudências na Lava Jato
Por Redação
O juiz Marcelo Bretas, aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), admitiu em entrevista à Folha de S. Paulo que houve episódios de imprudência em sua atuação à frente da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
O magistrado afirmou considerar desproporcional a pena máxima aplicada pelos conselheiros e diz enxergar motivações políticas na decisão, citando suposta influência de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O CNJ identificou irregularidades na conduta de Bretas, incluindo a autorização de buscas em escritórios de advocacia, seu relacionamento com o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho e interferência na eleição para governador do Rio em 2018, contra Eduardo Paes (PSD).
O juiz admitiu que foi imprudente ao intermediar uma conversa entre o advogado e um procurador sobre a delação do empresário Fernando Cavendish antes da formalização do acordo. Reconheceu ainda que deveria ter sido mais discreto em suas redes sociais.
Bretas negou qualquer excesso em suas relações com políticos e defendeu as medidas adotadas na "Operação E$quema S", que visou escritórios de parentes de ministros e desembargadores.
"Eu fui ousado. Porque quem está de acordo com a lei não tem o que temer. Se a lei me acoberta, se eu estou agindo dentro da lei, eu tenho que ser ousado", declarou.