Idosa mantida em situação análoga à de escrava tem vínculo trabalhista reconhecido
Por Redação
A Justiça do Trabalho reconheceu o vínculo trabalhista de uma mulher, de aproximadamente 80 anos, que foi mantida em situação análoga à escravidão por mais de 70 anos. Mãe e filho, empregadores da mulher, terão que pagar uma indenização de 600 mil por danos morais e verbas trabalhistas por todo o período trabalhado. As informações são da Agência Brasil.
O caso é considerado o mais longo de alguém escravizado na atualidade, desde 1995. A idosa tinha 85 anos à época do resgate, que ocorreu em 2022, em diligência do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro e o apoio da equipe de assistência do Projeto Ação Integrada.
Segundo informações, a mulher estava sendo explorada desde os 12 anos de idade, sem qualquer direito e vivendo em prol da família, que mantinha os documentos pessoais da vítima e sacava a aposentadoria dela.
A decisão determinou o pagamento de todas as verbas trabalhistas devidas de janeiro de 1967 até maio de 2022, período em que a vítima trabalhou para os réus. Anteriormente, ela trabalhou para a avó da família, já falecida. O juiz também estabeleceu o pagamento de R$ 300 mil por dano moral coletivo.