DPU cobra investigação da morte de Mãe Bernadete: “Até quando líderes quilombolas serão silenciados?”
Por Redação
Ao manifestar “profundo pesar e indignação”, por meio de nota, a Defensoria Pública da União (DPU) cobra a imediata investigação e identificação dos responsáveis pelo assassinato da ialorixá Mãe Bernadete, líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ela foi morta a tiros, dentro de casa, na noite desta quinta-feira (17).
“É crucial que sejam tomadas medidas imediatas não só para a investigação e apuração dos responsáveis por este crime como também para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares”, afirma a DPU.
O órgão lembrou que há quase seis anos, em 19 de setembro de 2017, o filho de Mãe Bernadete Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mais conhecido como Binho do Quilombo, também foi executado. “Até quando líderes quilombolas e defensores dos Direitos Humanos serão silenciados?”, questiona.
“Que esta perda irreparável, não apenas para a comunidade quilombola, mas para todo o movimento de defesa dos Direitos Humanos, não se torne mais uma ocorrência de violência, entre tantas, contra povos e comunidades tradicionais”, continua a DPU em nota.
A DPU afirma que a partida da ialorixá, que foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho, deixa uma “lacuna imensa” na luta pela preservação da cultura afro-brasileira e dos direitos das comunidades quilombolas.
“Ela foi uma inspiração para todos que a conheceram, dedicando sua vida a combater a discriminação, promover a igualdade e preservar as tradições ancestrais. Seu legado de determinação e resistência continuará a iluminar o caminho para as gerações futuras”, pontua a Defensoria Pública da União.
“Neste momento de luto, a DPU presta solidariedade e sinceras condolências à família, aos amigos e à comunidade quilombola, se coloca à disposição e se compromete a acompanhar o caso por meio de sua Defensora Nacional de Direitos Humanos, da Secretaria-Geral de Articulação Institucional e do Grupo de Trabalho Comunidades Tradicionais”, conclui.