Presidente do TJ-BA defende indicação de mulher negra para STF: “Temos que estar antenados com a época”
Por Camila São José
A indicação inédita de uma mulher negra para ocupar a vaga de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) parece ter ganhado coro na Bahia. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Nilson Soares Castelo Branco defende a indicação de uma jurista negra para a cadeira.
“É muito justo, oportuno e pertinente. Já tivemos um jurista negro [Joaquim Barbosa]. Por que não associar a essa conjugação de valores virtuosos, mulher e negra a um só tempo?”, disse ao Bahia Notícias nesta quinta-feira (9).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já sinalizou que pretende indicar para a vaga o advogado Cristiano Zanin, que atuou na sua defesa durante os processos da Operação Lava Jato.
No entanto, juristas brasileiros têm defendido a indicação de uma mulher negra. Nesta quarta-feira (8), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Grupo Prerrogativas, Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia, Associação Pública pela Democracia, Coalizão Nacional de Mulheres e outras entidades lançaram um manifesto público a favor da indicação inédita, já que o STF nunca teve uma ministra negra. Os ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, também reforçaram a ideia.
Segundo Castelo Branco, não significa que Zanin não seja um bom nome, mas que “nós temos que estar antenados com a época, com o pluralismo”.
“A Constituição consagra a questão do pluralismo, o pluralismo é tudo isso: homem, mulher, negra, a sua parte biográfica, os seus trabalhos. É muito oportuno sim, repito, que seja escolhido uma mulher negra”, complementou.