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Faroeste: Crusoé confirma relação de amizade entre advogado baiano e família de Aras

Faroeste: Crusoé confirma relação de amizade entre advogado baiano e família de Aras
Foto: Divulgação

A reportagem da revista Crusoé sobre a carta da desembargadora Ilona Reis (leia mais aqui e aqui), presa na Operação Faroeste, em dezembro de 2020 (leia mais aqui), revela o suposto laço de amizade entre o advogado César Oliveira e o procurador-geral da República, Augusto Aras. Segundo a publicação, os dois foram contemporâneos em um colégio de padres em Feira de Santana, na década de 1970. Roque Aras, o pai do procurador-geral, foi advogado de empresas da família Oliveira, na mesma cidade. Quando Augusto Aras assumiu o cargo de procurador-geral da República, em setembro de 2019, César Oliveira compareceu à cerimônia de posse e teve direito a um tratamento especial. Aras teria o apresentado a outras autoridades presentes, como o ministro do Supremo Dias Toffoli.

 

César de Oliveira negou que tenha recebido a desembargadora Ilona Reis em sua residência. “Ela me telefonou, mas pessoalmente não me encontrei com a desembargadora Ilona”, disse. Depois, ele admitiu para a revista que a recebeu uma única vez, na companhia do mesmo advogado que ela diz ter sido o responsável por indicá-lo como alguém que poderia socorrê-la na Operação Faroeste. “Eu disse a ela o seguinte: ‘Se a senhora cometeu crime e tem consciência disso, a lei da delação é um caminho viável de estratégia jurídica, vá delatar. Se não cometeu crime, não se preocupe'”, afirmou Oliveira a Crusoé.

 

O advogado admitiu que é amigo do pai de Augusto Aras, Roque Aras, mas negou que o apresentou para Ilona em seu apartamento.  Ele também negou ter trocado mensagems com o procurador sobre o caso e que nunca chamaria Augusto Aras de Guga na frente  de outras pessoas. “É mentira. Em momento nenhum vou chamar o procurador-geral da República de Guga na frente de quem quer que seja.”  

 

Também declarou que não recebeu dinheiro de Ilona para ir à Brasília conversar com Aras e que nunca pediu R$ 1 milhão para resolver o caso dela e não tentou convencê-la a fazer um acordo de delação. “É um relato vazio de uma criminosa que, juntamente com a quadrilha dela, juntou uma série de circunstâncias com aparência de verdade para criar uma narrativa fantasiosa sem nenhuma fumaça probatória. São alegações chulas de uma bandida”, afirmou. O advogado atribuiu as acusações de Ilona a uma inimizade que ele tem com um advogado apontado pela Procuradoria como operador financeiro da desembargadora. “Não sou advogado de ninguém e não indiquei advogado para ninguém (na Faroeste)”, disse. “Querer me envolver nessa operação é uma teratologia, até porque precisa ter prova.”

 

O pai de Aras também confirmou a amizade com César Oliveira, mas disse que é uma relação “muito esporádica” com César Oliveira e que não conhece pessoalmente a desembargadora Ilona Reis: “Não a conheço, nunca tive relacionamento com essa senhora”. Ele diz torcer pelo sucesso da Operação Faroeste por combater a corrupção no Judiciário da Bahia, mas assegura que sempre manteve distância do caso para não prejudicar o trabalho do filho.