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Davi Gallo diz que espírito de Lucas Terra pediu para ele não abandonar processo; em 22 anos, pastores esgotaram "todos os recursos possíveis"

Por Redação

Davi Gallo diz que espírito de Lucas Terra pediu para ele não abandonar processo; em 22 anos, pastores esgotaram "todos os recursos possíveis"
Foto: Divulgação

O promotor de Justiça Davi Gallo acompanhou de perto o caso do homicídio do adolescente Lucas Terra, desde o início das investigações até a sua conclusão, 22 anos depois. E, segundo ele, uma das motivações foi uma mensagem que teria vindo da própria vítima.

 

 

"Eu tenho uma colega que é espírita. [...] Ela sempre me dizia que, toda sessão que ela participava, ela sempre tinha contato com Lucas Terra e ele pedia que eu não abandonasse nunca o processo. E eu nunca abandonei. Foram 20 anos", admitiu, citando que a amiga citada era a procuradora Armênia Cristina. Após a declaração, contudo, Gallo corrigiu a informação e apontou que a amiga relatou o contato apenas uma vez.

 

Durante sua participação nesta quinta-feira (11) no JusPod - o podcast jurídico do Bahia Notícias -, Gallo relatou que participou dos dois julgamentos relacionados ao crime, que aconteceu em março de 2001: tanto o do pastor Silvio Galiza, preso em 2004 após confessar o crime; quanto o Júri dos pastores Fernando Aparecido e Joel Miranda, condenados em março de 2023 a 21 anos de prisão. "Este foi um processo em que foram esgotados todos os recursos possíveis e imagináveis", apontou.


Ele detalhou como repassou todos os detalhes do caso para as procuradoras da República que assumiram o caso no STJ e no STF, e avaliou que "não tem como não se envolver emocionalmente" em um caso tão profundo e extenso - que ao final tinha 40 volumes nos autos. "Eu não sei se você viu uma entrevista que eu dei [depois do julgamento]. A sensação é como se eu tivesse tirado uma caçamba de areia de minhas costas. Aquela sensação de alívio e de dever cumprido quando a juíza leu a decisão", confessou.

 

O promotor, contudo, fez questão de destacar o "trabalho brilhante" do advogado César Farias, que atuou por anos na defesa dos pastores. "O que até, de certa forma, me decepcionou. Porque a dedicação com que ele tratou esse processo, era ele que tinha que ir ao plenário, e nós sabemos que ele é um excelente orador, e não foi. Trouxeram outros dois", avaliou.

 

Veja:

 

Após a repercussão do caso, contudo, Gallo enviou uma nota ao site explicando que se confundiu sobre quem contou a ele a história do espírito de Lucas Terra. Confira a nota na íntegra:

 

Eu, Davi Gallo Barouh, tive o privilégio de participar do Podcast JUS POD, no último dia 10/04/2024, aonde tive uma recepção muito agradável e aprazível pelos entrevistadores, os quais se portaram como profissionais de alto gabarito e excelência no exercício de suas funções.


No curso do referido Podcast mencionei que no passado teria falado com uma colega Promotora aonde ela teria me relatado que mantivera contato com o infante Lucas Terra e que este, durante um culto religioso teria clamado por Justiça, o que em verdade nunca aconteceu com relação à referida colega que me reservo o direito de omitir o seu nome nesse momento.


O que na verdade aconteceu foi que, várias pessoas, inclusive pessoas ligadas ao adolescente Lucas Terra, me passaram esse fato e um dia, antes de um julgamento, eu teria comentado isso com a referida colega, a qual não emitiu nenhum juízo sobre o assunto, se limitando apenas a me ouvir.
Não sei por qual motivo, no momento do Podcast eu me referi a essa colega. Possivelmente por ter sido ela uma das últimas pessoas com quem mantive contato antes do julgamento de Lucas Terra.


Volto a repetir que ele não emitiu nenhum comentário, se limitando apenas a ouvir o que eu tinha ouvido de várias pessoas que professam o espiritismo, sem contudo nada relatar.


De logo, me desculpo com a audiência dessa notável Rede de Comunicação, Bahia Notícias, asseverando que não foi a referida colega que me procurou para falar sobre esse assunto. Foram várias pessoas. Como dito, por ter sido a última pessoa com quem falei desse assunto, sem obter nenhum comentário por parte dela, acabei usando o nome dessa colega de forma indevida.