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Notícia

Opinião: Chance de ACM Neto desistir de candidatura ao governo é remota – e improvável

Por Fernando Duarte

Opinião: Chance de ACM Neto desistir de candidatura ao governo é remota – e improvável
Foto: Gabriel Lopes/ Bahia Notícias

Apesar dos adversários terem comemorado a hipótese de desistência de candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia em 2026, a chance de concretização é baixa. Os mais diversos interlocutores que mantém contato frequente com o ex-prefeito de Salvador sobre o próximo pleito garantem: ele está estruturado e preparado para enfrentar o projeto de reeleição de Jerônimo Rodrigues – ou de quem eventualmente possa substituir o governador, caso se confirmem prognósticos pessimistas do petismo na Bahia. Porém, a frequência com que a saída de cena dele passou a ser notícia foi ampliada especialmente por “fogo amigo”.

 

Parte dos aliados do ex-prefeito querem, desde agora, que ele assuma compromissos difíceis de serem cumpridos. Especialmente do ponto de vista do financiamento de candidaturas. O nível de promessas do lado da base governista teria inflacionado o valor das campanhas, gerando pressão expressiva para que a oposição tente igualar as cifras. Essa leitura é feita não apenas no entorno mais próximo de ACM Neto, mas também de parlamentares que tentam a reeleição e mantém vínculos com lideranças do interior baiano.

 

Sem poder dizer “não” sorrindo, já que as máquinas sob comando da oposição têm limitações óbvias, o pré-candidato do União Brasil segue mitigando os impactos dos avanços da articulação política de Jerônimo, bem como os tais incêndios acesos por aliados – que estão mais preocupados com a própria campanha do que com a construção de uma musculatura política para enfrentar a consolidação dos 20 anos do PT no poder. Quase um beco sem saída, cujas opções são parcas e bem limitadas.

 

Por óbvio, o cenário não é mais dos positivos para ACM Neto. Especialmente pela falta de uma candidatura a presidente que o permita chamar de sua desde agora. Enquanto o favorito da centro-direita, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não sai de cima do muro sobre ser candidato ao Palácio do Planalto, as conversas seguem em banho maria. Contudo, independente de ser Tarcísio ou não, o ex-prefeito de Salvador não teria que lidar com o fardo de uma candidatura de Jair Bolsonaro – o que seria o principal fator para uma desistência prévia de estar nas urnas.

 

A naturalidade com que a base de Jerônimo se refestelou com a possibilidade – remota – de ACM Neto não figurar como candidato no próximo ano é uma demonstração de que o grande nome da oposição na Bahia continua sendo um adversário expressivo e representativo. Caso contrário, o ex-prefeito seria ignorado, tal qual aconteceu com outros nomes que estiveram com o nome nas urnas e foram rapidamente sobrepujados pelos governistas. Ou seja, há receio do eminente enfrentamento entre os dois projetos nas urnas no próximo ano.

 

Jerônimo segue como favorito e como candidato a ser batido. Entretanto, diferente de 2022, quando foi eleito como o candidato do PT e de Lula, terá a gestão colocada à prova e uma realidade bem diferente do discurso da unificação do “Brasil democrático” contra a “ameaça Bolsonaro”. Nesse contexto, dentre outros fatores, ACM Neto teria poucos motivos para abandonar o barco.