Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Opinião: Sombra de ACM Neto parece assustar petismo na Bahia, que insiste em “desistência” dele

Por Fernando Duarte

Opinião: Sombra de ACM Neto parece assustar petismo na Bahia, que insiste em “desistência” dele
Foto: Reprodução/ Redes sociais

Na política não se escolhe adversário. Essa é uma máxima repetida da direita à esquerda, quase como um dogma. Pois, ao que parece, não é como o petismo baiano tem se comportado nos últimos meses. A cada vez que o nome do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União), surge no noticiário, mesmo que não seja colocando-o como candidato ao governo da Bahia em 2026, há um esforço reiterado do entorno do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em colocar o adversário como “desistente” ou “fora da disputa”, quase como se tivessem receio de um novo confronto direto.

 

É claro que existe a possibilidade de ACM Neto não estar na disputa. Tanto que ele, em diversas oportunidades, frisa que só deve definir o próprio futuro no começo de 2026 – a velha conversa para boi dormir, mas que fingimos acreditar. A chance do ex-prefeito de Salvador não estar nas urnas é bem pequena e talvez esteja na mesma proporção de Jerônimo não tentar a reeleição. Todavia, política não é uma conta matemática simples, razão pela qual esse assunto de desistência parece não sumir das falas de petistas.

 

É uma estratégia que parece “bancada” pela estrutura estatal com o intuito de transformar ACM Neto ainda mais em azarão, brincando com o favoritismo previsível de um governador candidato à reeleição. Das inúmeras variáveis, a torcida contrária de aliados de Jerônimo não deve ser considerada pelo vice-presidente do União Brasil. Afinal, é mais que natural que os adversários o queiram como “desistente”. A veemência com que isso vem acontecendo é o que chama atenção.

 

Jerônimo é um nome mais do que competitivo. Tem a máquina estatal nas mãos e uma articulação política que conseguiu converter, até aqui, antigos adversários em novos aliados. É o governador que mais percorreu cidades do interior da Bahia e essa marca tem sido evidenciada no discurso não apenas dele, mas também no entorno mais próximo. Tanto que até a fábula do sapato sujo de barro versus o governante de gabinete voltou a ser alimentada repetidas vezes.

 

O cenário nacional também se desenha favorável ao petismo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grande eleitor da Bahia, confirmou ser candidato ao quarto mandato no Palácio do Planalto. E ainda viu os ventos virarem a seu favor a partir de sucessivas barbeiragens da direita acuada pelo bolsonarismo radical. Com Lula forte, as chances Jerônimo ser reeleito aumentam exponencialmente, o que, eventualmente, poderia até explicar o receio de ACM Neto, que sequer tem um candidato a presidente para chamar de seu.

 

Mas o ex-prefeito de Salvador precisa sobreviver politicamente como líder da oposição na Bahia. Para isso, precisa levar a cabo a candidatura contra o favoritismo de Jerônimo. Por isso, é difícil alguém apostar que ele desde já anuncie estar fora do jogo para perder por WO. A não ser que ele simplesmente aborte a ideia de permanecer na política, é muito remota a chance de jogar a toalha. E, ainda assim, os governistas insistem que ele já desistiu ou está prorrogando a desistência por “medo” de enfrentar os próprios fantasmas.

 

Se o ex-prefeito é tão irrisório politicamente quanto pregam — e olha que na última semana nem no Brasil ele está —, por que razão tem havido um esforço descomunal para desconstruí-lo enquanto candidato? Ou o petismo baiano resolveu escolher adversário, ou realmente a sombra de ACM Neto parece ser bem maior do que eles parecem desacreditar...