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Opinião: Bruno Reis e Jerônimo Rodrigues disputam posição de centro de gravidade

Por Fernando Duarte

Opinião: Bruno Reis e Jerônimo Rodrigues disputam posição de centro de gravidade
Foto: Fred Pontes/ Bahia Notícias

A expectativa de poder é encantadora para quem almeja ascender na carreira política. É uma das grandes forças motrizes do processo eleitoral, inclusive. E os ciclos entre as eleições mostram bem como funciona essa lógica entre os personagens que compõem o nosso cenário. Filiados ao Progressistas, ao PSDB, ao Cidadania, ao Avante... são tantas as siglas que atualmente buscam uma rearrumação de eixo a partir das expectativas de poder que listá-las deixaria a coluna burocrática. E o objetivo não é esse.

 

Até setembro de 2022, quando ACM Neto (União) era citado como favorito para vencer as eleições para o governo da Bahia, o campo gravitacional ao redor dele atraía atenções e políticos das mais diversas matizes - especialmente aquelas sem um determinismo ideológico. A partir do primeiro turno, Jerônimo Rodrigues (PT) passou a ser o centro gravitacional, já que a perspectiva de vitória dele se tornou crescente. Isso rendeu algumas viradas de lado já entre as duas etapas da eleição.

 

Passado o período eleitoral, ficou evidente que o grupo político do ex-prefeito de Salvador perdeu força de atração. Sem expectativa de poder, houve uma migração do entorno dele para a construção do governo Jerônimo, ao ponto da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) minguar e se tornar ínfima. Esse é o caminho. ACM Neto e aqueles que seguem ao seu lado tentam arrumar os “cacos” para tentar manter a sobrevida para a próxima eleição e chegamos ao atual momento do processo, véspera de um pleito municipal.

 

Se Jerônimo hoje tem a máquina estadual para tentar atrair aliados, canhões bem menos potentes, mas longe de serem desprezíveis, estão sob controle da oposição. Por isso há o esforço de manter o comando de prefeituras como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, para ficar restrito aos três maiores colégios eleitorais da Bahia. Se for ampliado o número das maiores cidades, mesmo que exista a perspectiva de poder dos quatro anos de Jerônimo, a disputa local tem um peso grande para as construções das candidaturas.

 

Essa é a aposta, por exemplo, de Bruno Reis em Salvador. O atual prefeito sabe que tem limitações no alcance da máquina, na comparação com a potência do orçamento estadual. E lida com os flertes de aliados, que desejam manter boas relações com a prefeitura soteropolitana ao mesmo tempo em que dialoga com o governo da Bahia. É parte do jogo e nenhum dos envolvidos pode dizer que é surpreendente. A condução que os dois grupos políticos vão fazer até 2024 é que será decisivo para ver quem logrará êxito nas estratégias.

 

Ao lado de Bruno, a perspectiva de poder até aqui finda no próximo ano. Ele precisa estar forte o suficiente para renovar o mandato na urna e criar uma nova expectativa, que o permita ficar um segundo período de quatro anos no Palácio Thomé de Souza.  Indiretamente, isso impacta no próprio futuro de ACM Neto, que não está em completo recolhimento, mas precisa se manter com algum tipo de “poder” até voltar a uma disputa. Caso a oposição não consiga reconstruir essa possibilidade, Jerônimo e companhia tendem a usar a capacidade de centro gravitacional para atrair grupos políticos que funcionam como orbitais. Sempre foi assim e sempre será.