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Marca Bahia Notícias

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Opinião: Lula relança "Minha Casa, Minha Vida" na Bahia e reforça protagonismo do PT local no plano federal

Por Fernando Duarte

Opinião: Lula relança "Minha Casa, Minha Vida" na Bahia e reforça protagonismo do PT local no plano federal
Foto: Ricardo Stuckert/ Divulgação

Junto com os outros estados nordestinos, a Bahia foi responsável pela vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 2022. Governado há 16 anos pelo PT, o estado ganhou projeção com a votação expressiva, mas também com os nacos de poder que alcançou após o pleito, especialmente com a nomeação de Rui Costa para a Casa Civil e Jaques Wagner para a liderança do governo no Senado. Esses são alguns elementos que explicam a escolha de Lula por relançar o programa "Minha Casa, Minha Vida" em Santo Amaro, nesta terça-feira (14).

 

Esse destaque baiano acontece em meio a uma disputa relativamente acirrada por protagonismo. Ao menos três ex-governadores eleitos senadores estão no primeiro escalão federal, Flávio Dino (MA), Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE). Tirando Dino, que foi obrigado a ficar sob holofotes após os ataques de 8 de janeiro, é Rui Costa quem tem funcionado como uma espécie de porta-voz lulista. A projeção do ex-morador do Palácio de Ondina chama atenção e reforça que há um espaço reservado para a política baiana no panteão petista. Uma conquista que demorou quase 5 eleições para acontecer - e olha que Wagner sempre foi uma figura respeitada por todas as tribos.

 

Nos bastidores, a força do Galego é colocada como a principal motriz para esse destaque. Wagner é tratado como uma espécie de Lula 2.0 e agora está no espaço em que mais gosta de atuar: fazendo política na sua essência. Ao optar permanecer como figura do diálogo na Casa que até pouco tempo era a mais resistente ao novo mandato petista, o senador abriu a vaga para que Rui estivesse onde está. O ministro da Casa Civil aproveita então a oportunidade dada para tentar se viabilizar politicamente para os próximos pleitos. Razão pela qual faz essa articulação para que um projeto com tantos dividendos positivos seja reapresentado em território baiano.

 

A presença de Lula, na semana do Carnaval, na Bahia para uma agenda política é uma espécie de prêmio para esses primeiros meses pós-eleição. E escolher uma cidade do interior une a agenda nacional a perspectiva da gestão de Jerônimo Rodrigues, de dar mais atenção as cidades menores. É uma espécie de juntar a fome com a vontade de comer para o petismo baiano. Além, é claro, de concentrar as atenções para algo positivo, em meio a possibilidades de temas eventualmente negativos que possam surgir no colo dos gestores.

 

Ponto para quem escolheu a estratégia de alocar Lula por aqui em um momento tão simbólico para a construção da imagem do governo do presidente e também de Jerônimo. Vamos aguardar a repercussão dessa visita, mas dificilmente renderá pautas não positivas.