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Marca Bahia Notícias

Notícia

Quem tem fé não vai ao Bonfim em 2021

Por Fernando Duarte

Quem tem fé não vai ao Bonfim em 2021
Foto: Divulgação/ Secom-PMS

“Quem tem fé, vai a pé”. Até 2020, esse era uma espécie de mantra repetido de maneira séria e também em tom de brincadeira no dia da Lavagem do Bonfim, quando milhares de baianos e turistas caminhavam entre a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e a Basílica Santuário do Bom Jesus do Bonfim. O coronavírus atrapalhou os planos e obrigou uma mudança radical no slogan: “Quem tem fé, fica em casa”. Assim, o primeiro teste de popularidade dos políticos do ano em Salvador não vai acontecer nesta quinta-feira (14).

 

É um dia triste. A caminhada entre dois marcos católicos ultrapassa o limite de apenas uma crença. A própria lavagem é uma incorporação do sincretismo compulsório entre as religiões de matrizes africanas e o catolicismo predominante na capital baiana, que já faz parte da tradição local. É uma festa sagrada e profana, que coloca todos a pé, por quase 8 km, sem distinguir classe social, com o sol na moleira e como uma espécie de prova de baianidade. Em 2021, o coronavírus impediu que fizéssemos tudo isso.

 

Pois bem. Sem o cortejo, não conseguimos testar a popularidade do novo prefeito, Bruno Reis. Sem a festa, não deu para verificar como a população soteropolitana reagiria à passagem do governador Rui Costa, após meses com aulas suspensas e com restrições - ainda que mínimas - por conta da pandemia. O ex-prefeito ACM Neto também não pode testar se continuaria sendo tratado com o mesmo clamor popular do tempo em que esteve na prefeitura. Vivemos um tempo de adiamentos, que podem, inclusive, se prolongar por mais tempo do que gostaríamos.

 

Com a ausência do Bonfim no calendário político, a expectativa girará em torno da Independência da Bahia, no 2 de Julho, cujas festividades foram suspensas em 2020 e a depender da execução do plano de imunização podem voltar a acontecer este ano. Essa é uma perspectiva otimista, principalmente pelo curto espaço de menos de um semestre para imunizar massivamente a população soteropolitana. Porém é o que nos resta de consolo.

 

Quem tem fé, pode pedir com vigor ao Senhor do Bonfim para que, em 2022, possamos olhar para trás, enxergar os aprendizados e vivenciar a lavagem como uma das grandes festas populares da Bahia. Viva Oxalá! Viva o Senhor do Bonfim!

 

Este texto integra o comentário desta quinta-feira (14) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.