Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Opinião: Pesquisas animam Jerônimo e ACM Neto por motivos diferentes

Por Fernando Duarte

Opinião: Pesquisas animam Jerônimo e ACM Neto por motivos diferentes
Fotos: Reprodução / TV Bahia e Reprodução / Youtube

As recentes pesquisas eleitorais divulgadas na Bahia, apesar de servirem de alento para a oposição que ansiava por boas notícias, também trouxeram boas perspectivas para o governo de Jerônimo Rodrigues (PT). Enquanto ACM Neto (União) aparece liderança as intenções de voto, o atual morador do Palácio de Ondina mantém uma aprovação alta e com a possibilidade de contar com o auxílio de Luiz Inácio Lula da Silva como “grande eleitor” – Lula já apresenta sinais de melhora nas avaliações recentes.

 

Tais condições, de alguma forma, são extremamente favoráveis para quem controla a máquina. É como se o vento soprasse a favor e, caso não haja uma tempestade, Jerônimo pode deixar as urnas com um novo resultado positivo. Isso não quer dizer que o céu de brigadeiro brilha para o PT ganhar pelo menos mais quatro anos à frente do governo da Bahia – um ciclo de seis mandatos consecutivos.

 

Temas como segurança pública, saúde e até educação – este último cujos investimentos acabam sendo mais perceptíveis para eleitorado – continuam sendo um calo para a administração baiana. No levantamento da Quaest, por exemplo, os dois primeiros tinham uma rejeição grande de como a gestão Jerônimo conduz as áreas e o terceiro não reflete proporcionalmente os esforços feitos para reverter um quadro histórico desfavorável.

 

A área de segurança pública, inclusive, é que merece mais cuidado. Primeiro por causa da emergência que o tema se tornou. Segundo porque é onde a oposição encontra o terreno mais fértil para críticas. Nos últimos meses, os índices foram favoráveis e o secretário Marcelo Werner é um dos maiores trunfos de Jerônimo até aqui. No entanto, a percepção ruim de segurança ainda permanece – e não é a primeira vez que esta coluna fala essa obviedade.

 

Como o estado tem investido no setor do turismo como uma alternativa de ampliação do leque de possibilidades econômicas, mesmo no interior da Bahia, a segurança se torna algo essencial para atrair turistas. Por isso, incremento em inteligência, equipamentos e pessoal não será suficiente para aplacar os casos até aqui insolúveis de reiterada violência com que nos deparamos. Se num passado recente Rio de Janeiro e São Paulo eram palcos de uma guerra civil silenciosa, com balas perdidas e ondas de violência, agora até cidades pequenas convivem com batalhas com balas que acham corpos de pessoas pretas e pobres de regiões periféricas.

 

A morte de três mulheres na turística Ilhéus, que já ultrapassa 10 dias e segue sem o encaminhamento dos culpados, é uma ponta de um enorme iceberg que se esconde abaixo da superfície. Porém, ao puxar na memória, são inúmeros casos de violência que frequentam o noticiário ao ponto de naturalizarmos. É um equívoco achar que isso pode não ter impacto político-eleitoral – e, até aqui, o Bahia pela Paz produziu bem menos do que a expectativa.

 

Outra coisa relevante é que, quanto mais tempo permanecer no poder, menor a chance do discurso de “legado maldito” funcionar. A fórmula foi usada Jaques Wagner e Rui Costa e tende a perder fôlego após 20 anos de PT no comando da Bahia. Ou seja, será preciso também repensar as estratégias para evitar que o feitiço se volte contra o feiticeiro.