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Paralelo com o passado: A projeção de ACM Neto e Bruno Reis para o futuro

Por Fernando Duarte

Paralelo com o passado: A projeção de ACM Neto e Bruno Reis para o futuro
Foto: Max Haack/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

O clima da posse de Bruno Reis na prefeitura de Salvador rivalizou com a despedida de ACM Neto do cargo. Nenhuma novidade, inclusive. Sabíamos desde o início que a vitória acachapante desse grupo político nas urnas geraria esse tipo de comportamento. No entanto, o tom de lançamento do agora ex-prefeito para uma candidatura ao governo da Bahia ficou mais explícito do que um eleitor desavisado imaginaria.

 

O novo gestor cumpriu bem o protocolo. Fez referências ao padrinho e antecessor e mostrou, no discurso, que pretende fazer melhor do que seu "criador". Foi respeitoso, como quem entende a diferença entre ser subalterno e liderado. E confidenciou um exercício de futurologia feito há mais de 20 anos: ele estaria como prefeito e ACM Neto seria... Bom, digamos que isso ficou nas entrelinhas. Se essa projeção aconteceu, ninguém terá condições de comprovar, já que pareceu uma conversa de bar entre amigos do que um planejamento específico, dada as inúmeras variáveis para que planos se concretizassem.

 

Veio do próprio ACM Neto a principal indicação pública de como o grupo político vai se comportar a partir daqui. Ao citar o falecido ACM e o caminho trilhado, passando pelo legislativo, pela prefeitura de Salvador e só então buscando o governo da Bahia, o ex-prefeito deu a senha para os aliados. O discurso não foi de lançamento de candidatura, segundo o próprio autor, mas só um inocente acreditaria nesse argumento. E, frise-se, não há problema em antecipar essa disputa de 2022, a tirar pelas experiências prévias do que a falta de planejamento levou para os dois grupos que disputam o poder no estado ao longo dos últimos anos.

 

Bruno Reis agora terá que seguir seu próprio caminho e, necessariamente, precisará ter sucesso na empreitada, sob risco de atrapalhar os planos do seu mentor. ACM Neto usará o tempo livre para se viabilizar como candidato, dispondo de recursos e estruturas que fazem inveja para quem deseja ingressar em disputas políticas. A transição soteropolitana foi o prenúncio de como devem se comportar os atores desse lado do campo de batalha. Enquanto isso, os adversários ainda têm seus próprios demônios para exorcizar.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (4) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.