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Acompanhar a disputa Trump ou Biden foi mais empolgante do que eleição em Salvador

Por Fernando Duarte

Acompanhar a disputa Trump ou Biden foi mais empolgante do que eleição em Salvador
Foto: Reprodução/CNBC

A contagem de votos na eleição dos Estados Unidos se tornou interminável e cansativa. Porém a disputa pela Casa Branca pareceu empolgar mais a imprensa e os soteropolitanos do que a corrida eleitoral pelo Palácio Thomé de Souza. Em meio a uma campanha chocha, era muito mais emocionante prever os votos do “condado de Brotas” em Joe Biden ou Donald Trump.

 

É absurdo, não é mesmo? Porém é algo bem real dentro da bolha de Salvador. Não que a eleição para prefeito não importe. Ela é relevante e deve determinar os rumos da cidade nos próximos quatro anos. No entanto, é inegável que a consolidação de Bruno Reis (DEM) como franco favorito e a ausência de uma candidatura adversária que faça frente efetiva ao projeto de continuidade do grupo de ACM Neto dificultaram o engajamento no processo eleitoral no comparativo com outras disputas - até 2012, pelo menos, já que a reeleição do atual prefeito seguiu uma linha muito parecida.

 

O embate entre Biden e Trump, que promete uma batalha judicial para ver quem será o presidente, parece mais emocionante do que o picolé de chuchu que se tornou acompanhar os debates sobre a próxima administração de Salvador. De um lado, o vice-prefeito defendendo o legado do padrinho político. Do outro, todos os oito adversários numa batalha de foice para tentar minar o favoritismo dele. Até mesmo o bolsonarista Cezar Leite (PRTB) tenta usar o instrumento comunista para retirar um naco de votos de Bruno Reis.

 

Juntando Major Denice (PT), Bacelar (Podemos), Celsinho Cotrim (Pros), Olívia Santana (PCdoB) e Hilton Coelho (PSOL) em um mesmo balaio, nenhum conseguiu desenvolver uma linha de embate contra o atual vice-prefeito. Denice segue com uma estratégia quase monocórdica de se associar ao governador Rui Costa. Bacelar não se sustenta como um real adversário por ter sido o responsável pelo debute de Bruno Reis na política. Celsinho... Não tem muito o que falar, né? Olívia e Hilton até conseguem fazer algo mais propositivo, mas enfrentam resistência pelos próprios entornos. Ou seja, nada parece abalar o candidato de ACM Neto.

 

Como essa é a última semana antes da eleição, é esperado que o tema ganhe alguma força. No interior as corridas pela prefeitura costumam esquentar - e em 2020, mesmo com a pandemia, o clima seguiu fervendo. Tomara que a eleição nos EUA perca espaço no noticiário. Talvez aí consigamos lembrar que tem uma disputa acontecendo bem debaixo do nosso nariz.

 

Este texto integra o comentário desta segunda-feira (9) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.