Flamengo descarta deixar Libra até 2029 apesar de impasse na divisão de receitas; entenda
Por Redação
O Clube de Regatas do Flamengo permanecerá na Libra até o final do contrato em 2029, apesar do impasse na divisão de receitas e da ação judicial que resultou no bloqueio de R$ 77 milhões destinados aos clubes do bloco. A decisão foi confirmada após uma reunião da diretoria na sede da Gávea, na noite da última terça-feira (7).
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O presidente do clube, Luiz Eduardo Baptista (Bap), descartou qualquer possibilidade de saída. "Zero chance [de pedir a desfiliação da Libra]. Vamos conviver com esse contrato até 31 de dezembro de 2029 e eles vão conviver com o Flamengo também até essa data", declarou Bap.
Apesar da permanência confirmada, o clube mantém sua contestação ao modelo de divisão de receitas. O Flamengo alega ser o único clube a ter prejuízo com o atual acordo. O contrato em vigor foi assinado em 2024, durante a gestão do ex-presidente Rodolfo Landim, que é opositor de Bap.
O principal ponto de conflito é o critério de audiência, que representa 30% da divisão das receitas de transmissão. O clube afirma que a fórmula de audiência está incompleta e é vista como incalculável, dependendo de complementação por aprovação unânime dos clubes da Libra.
O Flamengo levou o caso à Justiça, obtendo uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para bloquear R$ 77 milhões que seriam repassados aos clubes. A Libra recorreu da decisão. A ação judicial veio após críticas públicas de outros clubes do bloco ao Flamengo.
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A premissa básica do critério de audiência, aprovada por Landim em setembro de 2024, previa a divisão da audiência por plataforma (TV aberta, TV fechada e PPV). Contudo, o clube argumenta que o contrato não detalha o valor por plataforma, tornando a regra inaplicável.
O Flamengo e os clubes da Libra negociaram seis cenários diferentes para regulamentar o critério, mas nenhum foi aprovado. A disputa se intensificou quando, após o pagamento da primeira parcela (julho de 2025) com base em um dos cenários, a entidade instruiu o pagamento da segunda parcela, apesar de o Flamengo alegar ter votado contra o critério de divisão na assembleia de agosto. O clube solicitou as gravações do encontro.
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Na última semana, houve troca de notas oficiais: a Libra acusou o Flamengo de "disseminar desinformação", negar diálogo e assegurou que o estatuto é claro sobre a distribuição de receitas, enquanto o Fla rebateu, afirmando buscar diálogo, mas insistiu na omissão do estatuto quanto aos detalhes da divisão do dinheiro, citando as assembleias de maio e agosto deste ano.