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Mesmo com pleito de Téo Senna, Bruno Reis não deve criar Secretaria de Esporte e Lazer

Por Mauricio Leiro / Matheus Caldas

Mesmo com pleito de Téo Senna, Bruno Reis não deve criar Secretaria de Esporte e Lazer
Foto: Betto Jr. / Secom

Mesmo com o pleito do vereador Téo Senna (PSDB), o esporte não deve ter novamente status de secretaria em Salvador, pelo menos por ora. 

 

O Bahia Notícias apurou com interlocutores do Palácio Thomé de Souza que, por conta do intuito de “enxugar a máquina pública”, o prefeito Bruno Reis (DEM) não deve atender o pedido de Senna - o vereador protocolou na Câmara Municipal um projeto de indicação endereçado a Bruno com o pedido para criar a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

 

A última vez que Salvador teve uma pasta específica voltada para o assunto foi ainda na gestão de João Henrique (Avante). O ex-prefeito chegou a ter o ex-pugilista Acelino Popó Freitas como titular da extinta Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Entretenimento (Semel). Em dezembro de 2008, por conta da falta de verbas, o tetracampeão mundial de boxe deixou o cargo. "Fizemos projetos, mas ficamos impossibilitados de realizar grandes ações justamente por conta da falta de verba", disse o ex-atleta à época, segundo o portal UOL. Uma semana depois, João Henrique extinguiu a Semel.

 

Desde então, o esporte vem dividindo secretarias com outros segmentos sociais. Atualmente, faz parte da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), que tem à frente o vereador licenciado Kiki Bispo (DEM). 

 

Ao Bahia Notícias, Kiki afirmou que quem decide sobre o possível desmembramento do esporte da Sempre é Bruno Reis. No entanto, ele defende a permanência dos desportos na sua alçada. "O vereador tem a militância do esporte. Foi ex-jogador. Natural que tenha legitimidade, vinda da Câmara Municipal. O prefeito que analisa. Do ponto de vista prático, a mudança administrativa ainda está engatinhando. A junção do esporte, do meu ponto de vista ela é acertada porque não tem como não atrelar o esporte ao social. É integrar, ressoacializar. O prefeito busca isso: transversalizar as duas missões", comentou.

 

DEFESA DO PROJETO

Dentro da Câmara, Senna é um dos defensores das pautas esportivas. Formado em Educação Física, ele é jogador de futebol - jogou na base do Vitória e nos profissionais de Bahia, Leônico, Ypiranga, São Cristóvão e ABB. Da base de Bruno Reis, ele reclama da inexistência de uma secretaria autônoma para o assunto. 

 

“Devia de ter uma secretaria de esportes para você fomentar. É a segunda ou terceira vez que criam secretarias e tiram a de esportes. Isso aconteceu com Lídice e João Henrique”, critica, apesar de opinar que as gestões de ACM Neto (DEM) e Bruno Reis vêm dando apoio à causa esportiva.

 

“Mesmo fazendo parte do grupo, acho que é necessário criar isso. Nós estamos vindo de uma Olimpíada. A força do esporte é tão grande, que está tendo o evento lá em Tóquio, mesmo com um problema como esse da Covid”, acrescenta Senna, que foi diretor de Esportes nas secretarias de Educação e de Promoção Social entre 2012 e 2014, na primeira gestão de Neto - atualmente, na Sempre, o cargo é ocupado por Felipe Lucas (DEM). 

 

“A gente tem uma baía que pode incentivar um turismo esportivo. Só tem o Yacht [Clube da Bahia] que faz um trabalho específico. Você pode, inclusive, fazer algo que acontece no Brasil, aqui em Salvador nem tanto, que é ter as Forças Armadas investindo. Uma secretaria poderia ter a estrutura para articular isso”, conjecturou.

 

ORÇAMENTO PARA O ESPORTE

No fim do ano passado, ainda enquanto prefeito, ACM Neto sancionou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 com uma verba 82% para o esporte em relação a 2016, ano da realização dos Jogos Olímpicos no Brasil. Para este ano, são reservados R$ 4,9 milhões na capital (leia mais aqui). 

 

Após a realização dos Jogos do Rio, a verba foi sendo reduzida de maneira progressiva. Em 2016, foram pouco mais de R$ 28 milhões. Em 2017 foram R$ 21,9 milhões; em 2018 R$ 18,7 milhões; em 2019 R$ 12,3 milhões; para 2020, foram orçados R$ 10,8 milhões.

 

“Tentei apresentar emendas, mas não aceitaram. Lá na frente, vamos ver o que pode ser feito”, lamenta Senna.

 

PROJEÇÕES PESSIMISTAS

O “enxugamento” promovido pela prefeitura vem num momento de previsões pessimistas. Segundo a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, Salvador deve ter um déficit no orçamento de R$ 624.361.000. O texto foi sancionado nesta quinta-feira (22) por Bruno Reis (leia mais aqui).