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"Sou o candidato que conseguiu juntar mais grupos em torno de um nome", diz Emerson Ferretti

Por Hugo Araújo

"Sou o candidato que conseguiu juntar mais grupos em torno de um nome", diz Emerson Ferretti
Foto: Bia Jesus / Bahia Notícias

O ex-goleiro e ídolo do Bahia, Emerson Ferretti, um dos cinco candidatos à presidência do Esquadrão para o triênio 2024-2026 na eleição marcada para o próximo dia 2 de dezembro, foi o convidado desta segunda-feira (6) do programa BN na Bola da Salvador FM. A partir de hoje, o programa começou uma série de entrevistas com os presidenciáveis ao pleito tricolor que também conta com Marcelo Sant'Ana, Marcus Verhine, Leonardo Martinez e Jailson Baraúna.

 

No próximo dia 2, os sócios do Bahia com direito a voto (todos adimplentes com suas obrigações financeiras até o dia 1º de novembro de 2023) irão escolher quem comandará a Associação Esporte Clube Bahia, responsável por fiscalizar e garantir o cumprimento do contrato firmado com o City Football Group, além de desenvolver projetos e investimentos em outros esportes.

 

Candidato pela chapa União Tricolor, representada pelo número 12 e que tem como vice Paulo Tavares, do grupo Simplesmente Bahia, o ex-goleiro do Esquadrão começou a conversa falando sobre a sua experiência em gestão esportiva e outras experiências após o fim da carreira de jogador de futebol. 

 

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"Eu sou o primeiro ex-atleta candidato à presidência do Bahia. Sempre gostei de gestão esportiva. Com 17 anos eu já estava na faculdade de administração. Enquanto atleta eu também sempre gostei de estudar e me inteirar da gestão dos clubes que eu estava, principalmente do Bahia, onde fiquei seis anos. Eu trocava muita ideia com a diretoria. Gestão é uma paixão e o Bahia é outra. Criei uma identificação com o clube desde que cheguei em 2000. Antes mesmo de encerrar a carreira, sou formado e pós-graduado em gestão esportiva, além de outros cursos, e todas as minhas atividades foram focadas no futebol. Sou comentarista de 2008, trabalhei na prefeitura, na Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia), participei do comitê organizador da Copa América e notadamente, na gestão, sendo presidente do Ypiranga".

 

Presidente do Ypiranga de 2012 a 2017, Emerson falou especificamente sobre a sua passagem no comando do tradicional clube baiano.

 

"O Ypiranga passava por uma dificuldade muito grande. O clube não tinha uma caneta, uma bola, só tinha dívidas. Em oito anos a gente conseguiu fazer uma reconstrução muito grande no clube. Conquistamos a estrutura do clube. Fizemos um trabalho de marketing que conseguiu mobilizar a sociedade para voltar a torcer pro Ypiranga. Foram oito anos de muito aprendizado. Sem dinheiro, tive que investir do próprio bolso para dar os passos necessários. Acreditando sempre que era possível e que era importante para a Bahia esportiva não perder o Ypiranga. Para mim, esse objetivo foi cumprido. O Ypiranga está vivo, com estádio próprio. Sem essa gestão na prática, eu estaria leviano em ser presidente do Bahia. Hoje, com toda essa experiência, acadêmica e prática, eu me considero em condições de poder assumir a presidência e fazer alguma coisa pelo time que eu amo. Isso me deixa muito motivado. De uma certa forma, voltar a estar dentro do clube que eu aprendi a amar".

 

Emerson também comentou sobre as mudanças da administração tricolor com a venda do futebol do clube para o Grupo City. Para o ex-goleiro, a Associação Esporte Clube Bahia, que detém 10% das ações do Esquadrão, precisa de alguém que se posicione e consiga ter um “alinhamento de ideias” com o sócio majoritário. 

 

“Se vocês entrarem e uma sociedade e tem 10%, vocês vão deixar seu sócio majoritário comandar sem vocês fiscalizarem, sem estarem presente no dia a dia? É a mesma situação. O fato de ter 10% não é insignificante. Foi o Bahia SAF que nasceu esse ano. O Esporte Clube Bahia nasceu em 1931. Só por aí você já tem uma importância tremenda. Por mais que seja minoritário, o Bahia tem voz. O Bahia precisa de alguém que se posicione. A ideia não é entrar em conflito com o grupo City. O grupo City é sócio, não é adversário, não é inimigo. Eles têm o mesmo propósito, fazer com que o Bahia cresça. É um alinhamento de ideias. E fiscalizar não quer dizer baixar a cabeça. Quer dizer se posicionar. O presidente do Esporte Clube Bahia representa seus torcedores. Ele não está ali apenas para sentar em uma cadeira. Quem sentar ali e pensar dessa forma está pensando muito pequeno pra grandeza do clube. A gente precisa ajudar o City a fazer um Bahia forte. Foi a escolha da torcida do Bahia vender o futebol pro grupo City. Foram mais de 98% a favor da venda. Isso precisa ser respeitado e a vontade do torcedor aconteceu por conta da democracia que foi instaurada no clube em 2013. É o que está proporcionando ao sócio votar no próximo dia 2. Isso é a democracia. Eu não tenho dúvidas que, com o projeto do City, dentro de três, quatro, cinco anos o Bahia vai disputar títulos grandes. A gente precisa fortalecer a SAF, não baixando a cabeça, mas fiscalizando e trabalhando para que o Bahia esteja no coração do torcedor tricolor de outras formas, não só no dia do jogo".

 

Foto: Ulisses Gama/Bahia Notícias

 

As modalidades olímpicas também foram uma das pautas da entrevista com Emerson Ferretti. Segundo o candidato, “é necessário que a marca Bahia esteja inserida nos esportes olímpicos” e “o Bahia tem capacidade de fomentar vários esportes”.

 

“Inserir o Bahia no ambiente olímpico é uma necessidade no meu modo de entender. O Esporte Clube Bahia vai poder atuar em outras áreas e não fazer isso é pensar pequeno. É necessário a marca Bahia inserida nos esportes olímpicos e a gente já tem algumas ideias para elaborar projetos que possam diversificar as receitas e assim poder investir nas modalidades olímpicas. Não de uma forma irresponsável. O Bahia zerou suas dívidas graças ao grupo City. Fica mais fácil buscar verba pública e privada. Junto com a extensão do Bahia, com modalidades olímpicas, também é possível fazer a marca Bahia se estender por toda cidade e outros lugares onde estiverem tricolores. É um reposicionamento de marca porque o Bahia é um patrimônio imaterial do estado. Ser Bahia é um estado de espírito. As pessoas precisam passar pela cidade, ver o Bahia e dizer 'meu Bahia', como ele faz isso na Fonte Nova. Já estamos pensando em projetos nesse sentido para que a gente não perca tempo quando assumir. O Bahia tem uma capacidade enorme de fomentar vários esportes. Eu sempre achei que o esporte na Bahia é subvalorizado. O Bahia chegando com força tem um potencial tremendo de incentivar outros clubes. Por que não ter BaVi no vôlei de praia, no tênis de mesa, no basquete, no remo? Por que não? A entrada do Bahia nessas modalidades pode motivar clubes daqui a terem essa equipe e assim a gente fortalece o esporte de maneira geral. A gente não esquece o futebol, temos que estar juntos do grupo City, mas existe um mundo de possibilidades que quem sentar naquela cadeira tem que aproveitar”.

 

Sobre o local da sede da Associação Esporte Clube Bahia, Emerson revelou que pensa no Pelourinho, no centro histórico de Salvador, como lugar ideal.

 

“A gente imagina trocar a sede de lugar para poder ampliar o trabalho. A gente entende que o Pelourinho, o centro histórico, é o coração da Bahia. É onde passam os turistas e o baiano. O acarajé está lá, a baiana, a capoeira, e o Bahia não está. Levar o Bahia para algum lugar que esteja no coração da Bahia é uma estratégia muito linda de unir todas essas coisas. Você pode criar loja do clube no Pelourinho porque o turista que passa por ali não vê a marca Bahia, que é um patrimônio do estado. Isso é uma das ideias para poder levar esporte. Tem modalidades olímpicas que não precisam de tanto investimento, como o tênis de mesa, que você tem pouco investimento e já pode levar para dentro do Pelourinho, uma região com vulnerabilidade social muito grande. O Bahia pode atuar dessa forma também socialmente. Assumindo seu papel social, o clube pode fazer transformações. A marca Bahia é muito forte. Várias coisas podem acontecer trazendo a sede para um lugar com mais visibilidade, trazendo novas receitas e isso é uma proposta que a gente tem”.

 

Por fim, o candidato falou sobre como se deram as conversas antes de decidir entrar na disputa eleitoral pela chapa União Tricolor, com Paulo Tavares como vice.

 

"A partir do momento que eu tinha o desejo de ser presidente do Bahia, eu precisava me aproximar das pessoas que construíram essa democracia. Já há algum tempo, o pessoal do Bahia na Veia se aproximou, havia uma convergência de ideias e a partir daí eles me abriram a porta para conversar com todos os outros grupos políticos. Eu vinha de fora, precisava conhecer as pessoas e as pessoas precisavam me conhecer. Sempre me coloquei à disposição para ser sabatinado, tirar dúvidas e, se entenderem que sou o melhor nome, vir junto comigo. Se for situação ou oposição, minha ideia é unir o Bahia em torno de um nome. Nessas eleições, estou indo com quem entendeu que eu era o melhor nome. Tenho uma coligação de quatro grupos que me apoiam. Outros não entenderam dessa forma porque queriam ter outros candidatos. Eu estou indo porque sou o candidato que conseguiu juntar mais grupos em torno de um nome. Eu precisei entrar, conhecer a política, mas continuo sendo um candidato de fora do Bahia. Me aproximei porque é necessário, porque sem estar articulando com grupos, eu não teria condições de pleitear isso”, finalizou Emerson Ferretti. 

 

Apresentado por Emídio Pinto, Ulisses Gama e Nuno Krause, o BN na Bola vai ao ar de segunda à sexta, às 20h, e traz as principais informações da dupla Ba-Vi, além de notícias do futebol nacional e mundial.

 

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