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A quase um mês do tarifaço que impôs uma taxa de 50% sobre diversos produtos baianos, o presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Marcos Passos, segue com esperança para que a medida seja recalculada.
Caso o imposto continue a ser cobrado, setores da economia do estado, como o de água de coco, podem sucumbir, o que se refletirá em desemprego. Cerca de 80% da produção desse segmento tem como destino os Estados Unidos. Outros mercados como o de frutas, pneus, químicos, que também foram afetados pelos 50%, também esperam um recuo do governo Trump.
“As empresas de água de coco vendem próximo de oitenta por cento da produção para os Estados Unidos. Ao não encontrar mercado, essa indústria não terá outra solução, o que pode acarretar até o fechamento dado a importância que tem o mercado americano”, disse o presidente da Fieb ao Bahia Notícias em evento no Centro de Convenções de Salvador na última sexta-feira (29).
Nesta semana, uma caravana de empresários brasileiros capitaneados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) cujo presidente é o baiano Ricardo Alban viaja para os Estados Unidos para negociar mudanças nas tarifas impostas ao Brasil.
Assim como presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, Marcos Passos também evita críticas diretas a Donald Trump.
“Falar mal dele [Trump] não vai ajudar a resolver. O que vai fazer resolver é a relação diplomática do Brasil com os Estados Unidos, é a busca de um diálogo”, completou.
A reação do governo Lula de agir com a Lei de Reciprocidade, ou seja, aplicar de volta o que os EUA impõe ao Brasil, também é vista com preocupação pelo presidente da Fieb.
“Acho que agora começa a ir prum caminho que a gente gostaria de evitar porque a lei de reciprocidade significa impor tarifas para o que a gente importa nos Estados Unidos, e o Brasil importa mais do que exporta. A implicação de não comprar dos Estados Unidos esses produtos que são importados também você precisa buscar fontes para poder comprar e se não tiver fonte também vamos ter prejuízo”, finalizou.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, considera o cenário de exportações para os Estados Unidos (EUA) ainda “nebuloso”. Na pauta de exportações para os EUA, frutas e café já sofrem os 50% do chamado “tarifaço” de Donald Trump.
A medida, que ataca diversos produtos nacionais, já está em vigor há quase 15 dias. Pelos cálculos da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o prejuízo é estimado em quase 400 milhões de dólares às exportações baianas até o fim de 2025.
Produtos da fruticultura baiana, como a manga [a mais exportada] e a uva, tem ainda o agravante de ser perecível, com prazo de validade mais curto, o que aumenta a preocupação do setor. O item é produzido sobretudo na região de Juazeiro, no Vale do São Francisco, e em cidades como Livramento de Nossa Senhora, no Sudoeste.
Ao Bahia Notícias, Humberto Miranda disse que uma das preocupações do momento se deve ao fato da paralisação de investimentos. “A fruta é um produto perecível que não tem tempo de armazenar por 60, 90 dias, enquanto se abre um novo mercado para colocar o seu produto. Então, isso gera uma instabilidade no setor, isso para os investimentos. Acho que esse é o problema maior nesse primeiro momento”, disse o presidente da Faeb ao BN.
O presidente da Faeb evitou também criticar o governo Trump pelo aumento da tarifa aos produtos brasileiros, umas das maiores impostas entre os países taxados, e preferiu concentrar a crítica no que chamou de guerra de narrativas.
“As narrativas, de um contra o outro, continuam, e isso é o pior. Se a gente tivesse se acomodado no cenário político, e as narrativas estivessem indo na mesma direção, ou se eles tivessem baixado o tom de ambos os lados, e não estou tomando o mesmo partido aqui, a gente iria num cenário mais tranquilo para o futuro”, justificou.
O presidente da Faeb também considera que o pacote de medidas do governo federal [Brasil Soberano] para injetar créditos no setor exportador nacional ainda carece de esclarecimentos.
“O governo lançou um volume significativo de recursos, mas não detalhou de que forma isso vai chegar. E aí falo em nome dos produtores da ponta, do setor primário, dos produtores rurais da Bahia. Então por isso que o momento ainda é muito nebuloso, um momento ainda de muita apreensão dos produtores, porque a gente não sabe como será o dia de amanhã em relação à nossa produção”, declarou.
O açaí brasileiro chegou às principais cidades chinesas. É o disse a Embaixada da China no Brasil por meio das redes sociais, nesta quarta-feira (6). Dias após incentivar a importação do café brasileiro, a Embaixada anunciou que a super fruta brasileira já chegou a Beijing, Shanghai, Shenzhen e Guangzhou.
“Açaí conquista paladares na China. Já disponível em cidades como Beijing, Shanghai, Shenzhen e Guangzhou, a super fruta amazônica ganha espaço nas lojas de bebidas, atraindo consumidores chineses pelo sabor único e benefícios à saúde.”, escreveu a organização chinesa.
Açaí conquista paladares na China ????????????!
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) August 6, 2025
Já disponível em cidades como Beijing, Shanghai, Shenzhen e Guangzhou, a superfruta amazônica ganha espaço nas lojas de bebidas, atraindo consumidores chineses pelo sabor único e benefícios à saúde. #Açaí #ChinaBrasil pic.twitter.com/a23Z7zWi2a
No caso do café, a China habilitou 183 novas empresas brasileiras de café a exportarem o produto para o país. A medida tem validade de cinco anos e deve incentivar o consumo de café no país, que já cresceu 13,08 mil toneladas entre 2020 e 2024.
????A China no Brasil, e o Brasil na China!
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) August 5, 2025
Empresas chinesas estão chegando no Brasil, de entregas rápidas a bebidas e até sorvetes. E a ponte é de mão dupla: o Brasil também está marcando presença na China, com o queridíssimo café brasileiro.
Parcerias, acordos e muita troca… pic.twitter.com/YtHyYDKTq8
A ação ocorre em meio as campanhas nacionais contra o tarifaço de Donald Trump aos produtos brasileiros. Produtos como carnes e frutas passaram a receber uma sobretaxa de 50% a partir desta quarta-feira (6).
Além da manga, produzida na região de Juazeiro, no Sertão do São Francisco, outros produtos da pauta de exportações baianas, como o cacau, também deve sofrer com o chamado “tarifaço” imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A entrada em vigor da medida está marcada para o dia 6 de agosto.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), via G1, as exportações de cacau no primeiro semestre deste ano representaram mais de 45 milhões de dólares em manteiga, gordura e óleo de cacau para o mercado norte-americano.
Três grandes indústrias brasileiras atuam na exportação desses derivados a partir do sul baiano: Cargill, Joanes e Barry Callebaut. Até o momento, as empresas não comentaram os possíveis impactos da nova tarifa nas operações.
Em nota, a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) afirmou que a medida compromete diretamente a competitividade dos derivados brasileiros no exterior. A entidade defende a adoção urgente de medidas diplomáticas e comerciais para mitigar os efeitos, mas ainda não estimou as perdas financeiras.
Na Bahia, o cacau é cultivado, sobretudo no Sul do estado, em municípios como Ilhéus e Wenceslau Guimarães. Em 2024, as exportações de cacau no estado cresceram 119%, batendo um recordo histórico. O faturamento foi de 434 milhões de dólares com 46 mil toneladas do produto exportado.
Com a manga mantida no chamado tarifaço de 50% imposto pelo governo dos Estado Unidos, a Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) ainda aguarda um novo recuo do presidente norte-americano. Nesta quarta-feira (30), Trump anunciou uma lista de produtos brasileiros que vão ficar fora da sobretaxa. O presidente dos EUA adiou o início da medida para o dia 6 de agosto.
A manga, produzida na região de Juazeiro, no Sertão do São Francisco, lidera as exportações brasileiras da fruta e tem os EUA como principal destino. Cerca de 30% da produção baiana vai para o mercado estadunidense. Em nota, a Abrafrutas declarou que "seguirá acompanhando as negociações entre os governos dos dois países com a expectativa de um acordo que mantenha o mercado americano atrativo para as frutas brasileiras". "A associação também continua apoiando os seus associados na interlocução com os importadores americanos e com o governo brasileiro na busca de medidas que possam mitigar prejuízos", diz a nota.
O último dado sobre produção da manga no estado, de 2023, apontou uma produção de 704,2 mil toneladas em um faturamento de R$ 1,6 bilhão, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos do Estado [SEI]. Desse total, R$ 860 milhões é exportado. Os principais mercados são: Holanda (39%), Estados Unidos (30%), Espanha (13%), Reino Unido (5%), Portugal (3%), Coreia do Sul (3%), Chile (2%), França (2%), Argentina (1%) e Itália (1%).
Na Bahia, a área plantada da manga é de cerca de 32,4 mil hectares [correspondente a 32,4 mil campos de futebol] espalhadas em fazendas de Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé e Curaçá.
Um grupo de trabalho foi criado nesta segunda-feira (14) para avaliar os impactos da taxação anunciada ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão foi tomada em reunião entre o governo da Bahia e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
O objetivo é formular estratégias que sirvam para proteger a economia baiana e garantam a manutenção dos investimentos, da geração de empregos e da renda no estado. Além disso, o grupo de trabalho buscará alternativas comerciais e ações articuladas para mitigar os efeitos negativos das novas tarifas.
O chamado tarifaço [de 50%, a maior entre todos os países com relação comercial com os EUA] deve começar a valer a partir de 1° de agosto. A reunião desta segunda contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e do presidente da Fieb, Carlos Henrique Passos, além de secretários estaduais e representantes do setor produtivo.
Durante a reunião, foi destacado que a política tarifária adotada pelos EUA poderá provocar instabilidade institucional e comercial, comprometendo a confiança no mercado norte-americano. Segundo os participantes, a utilização de mudanças unilaterais nas regras comerciais como instrumento político fere princípios de soberania e as normas que regem o livre mercado internacional.
Atualmente, os Estados Unidos representam 8,3% das exportações totais da Bahia. Entre os setores mais afetados caso a nova taxação seja confirmada estão os de celulose, derivados de cacau e pneus, todos com cadeias produtivas complexas que impactam significativamente a atividade econômica estadual. Também podem ser atingidos segmentos da indústria petroquímica, mineração e agronegócio.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta sexta-feira (11), a Lei de Reciprocidade, que autoriza o Brasil a adotar medidas de retaliação comercial contra as sanções unilaterais impostas por outros países. O texto foi aprovado pelo Congresso em meio à escalada das tensões comerciais internacionais promovidas pelo tarifaço de Donald Trump.
Conforme divulgado pelo g1, a nova lei dá base legal para que o governo brasileiro imponha tarifas adicionais, suspenda concessões comerciais ou até mesmo deixe de cumprir obrigações relacionadas à propriedade intelectual quando houver medidas hostis de outros países, como barreiras comerciais unilaterais.
Por meio do tarifaço, a Casa Branca anunciou tarifas para importação de produtos de mais de 180 países. O Brasil ficou com a tarifa mais baixa, de 10%, para todos os produtos, no entanto, não anunciou medida concreta para taxar a importação de produtos americanos.
Recentemente, Lula afirmou que cogita retaliar as medidas de Trump, porém deseja insistir no diálogo, conduzido pelos ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio e Serviços.
Atualmente, o Brasil segue uma regra da Organização Mundial do Comércio (OMC) que proíbe favorecer ou penalizar um colega do bloco com tarifas. A nova lei cria funciona como meio legal para que o governo adote medidas de retaliação que deverão ser proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações unilaterais de outros países ou blocos, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos.
As ações deverão, em regra, ser precedidas de consultas públicas e avaliação técnica, mas o projeto prevê que, em casos excepcionais, o governo possa adotar contramedidas provisórias de forma imediata.
O chamado “tarifaço” do presidente norte-americano Donald Trump tem abalados as estruturas do mercado mundial desde o seu anúncio, há uma semana. Dados obtidos pelo Bahia Notícias junto a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-BA) apontam que as transações comerciais entre a Bahia e os Estados Unidos (EUA) chegaram a US$ 3,72 bilhões no ano de 2024, o equivalente a mais de R$ 21 bilhões.
Com um total de exportação de U$ 882 milhões em exportações baianas, e U$ 2,83 bilhões em importações americanas no estado, a balança pende em quase duas vezes para o país americano, com saldo negativo de U$ 1,9 bilhão para a Bahia. O economista e coordenador de Acompanhamento Conjuntural da SEI, Arthur Souza Cruz, explica que o cenário se repete em quase todos os cenários dentro do Brasil, devido ao valor agregado dos produtos norte-americanos.
“Em relação ao Brasil, os EUA exporta produtos com maior valor agregado, enquanto nós exportamos para eles commodities, ou produtos com baixa intensidade tecnológica, o que determina o déficit comercial em ambos os casos”, explica. Nacionalmente, o Brasil exportou cerca de US$ 40,3 bilhões em exportações e importou US$ 40,5 bilhões dos Estados Unidos. Os números apontam que, enquanto os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, somos o nono maior parceiro dos Estados Unidos.
O mesmo se repete na Bahia. Os EUA são o 2° maior parceiro do estado, atrás apenas da China, que acumula US$ 4,36 bilhões em corrente de comércio. Em termos de importação, os EUA foram o 3° maior consumidor brasileiro, atrás da China e Singapura.
O que muda entre o Brasil e a Bahia é que no cenário nacional, as maiores exportações são de petróleo bruto, maquinas semiacabadas de ferro e aço, aeronaves e café não torrado; enquanto no comércio estadual, os principais produtos exportados são as celuloses (pastas químicas de madeira), produtos pneumáticos, produtos de cacau (manteiga, óleo e gordura) e benzeno (hidrocarboneto).
Foto: Luzia Luna/Ascom SEI
Ao falar especialmente sobre os nichos mais lucrativos da Bahia no mercado americano, Cruz revela que a tarifa não deve impactar no comércio, especialmente considerando dois fatores: o padrão internacional de valores e os impactos iguais ou maiores nos concorrentes.
“Para a celulose que tem seus preços definidos em bolsas internacionais, certamente não [vai haver diminuição da rentabilidade], por conta de que possíveis concorrentes tiveram sobretaxas iguais ou até maiores que às de 10% aplicada sobre o produto”, explica. E completa: “Já os pneus, se tiverem inclusos na tarifa de 25% aplicada ao setor automotivo, deverá ter impacto maior, ressalvando que todos os países que exportam veículos e seus acessórios para os EUA foram penalizados de igual forma com o mesmo percentual.”
É neste cenário, que já beneficia a economia estadunidense, a tarifa de 10% à parte dos produtos brasileiros pode afetar a exportação brasileira e baiana. Para Cruz, no entanto, ainda que o impacto possa existir, ele deve ser maior em nichos não muito explorados da indústria baiana.
Segundo ele, o resultado econômico “pode ser impactado, prejudicando mais a exportação, principalmente de produtos de ferro/aço que tiveram uma sobretaxa maior [de 25%]". "Mas no contencioso, há margem para negociação que o governo brasileiro prioriza, antes de qualquer retaliação. Ainda assim, existem oportunidades em outros nichos de mercado que o país foi favorecido, diante de outros concorrentes”. Ao citar um “favorecimento”, ele explica que outros países tiveram uma taxação superior aos 10% direcionados ao Brasil.
Foto: Divulgação
Ao falar sobre as projeções para o PIB [Produto Interno Bruto] estadual para o ano de 2025, o especialista avalia que, apesar das medidas drásticas, o mercado americano deve interferir pouco na Bahia. “Não acredito [que haja prejuízo] visto a baixa participação das exportações no PIB estadual, algo em torno de 13%, como também o mercado americano representa apenas 7,4% das exportações estaduais em 2024”, declara Arthur.
E outro resultado dos dados apresentados pela SEI é que, conforme levantamento da Amcham [Câmara Americana de Comércio para o Brasil], a Bahia aparece como 2° maior mercado de importação americana, atrás apenas de São Paulo, comprando principalmente, itens como gás natural, óleos combustíveis de petróleo e produtos químicos inorgânicos.
O Porto de Salvador é a quinta maior via de entrada dos produtos americanos no Brasil, atrás do Porto de Santos, Aeroportos de Guarulhos e Viracopos, os três em São Paulo; aeroporto do Rio de Janeiro e Porto do Rio de Janeiro, respectivamente.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Kiki Bispo
"A prefeitura encaminhou alguns projetos de financiamento de ônibus regular, dos alternativos que são os amarelinhos. De repente a gente poderia dar uma ordenada nessa categoria importante que são os aplicativos".
Disse o vereador Kiki Bispo (União) ao defender nesta quarta-feira (15), a ordenação de motoristas por aplicativo que atuam em Salvador. Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, na rádio Antena 1 Salvador, o edil defendeu que a prefeitura faça outros investimentos para ordenar e auxiliar a regulamentação desses profissionais.